Capítulo 23 - Festival

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Os dias prosseguiram sem muito alarde e num piscar de olhos estávamos no mês de dezembro. As provas estavam praticamente batendo a porta, assim como as férias de inverno e o natal. Era notável quando voltava para casa depois do trabalho as ruas começando a ficar enfeitadas com luzes pisca-pisca, os estabelecimentos com guirlandas e bolas coloridas. As pessoas costumavam ficar mais felizes nesta época do ano, deixando de lado o frio insuportável que o inverno nos fazia passar todos os anos.

E assim, com uma agenda acadêmica lotada, Ino finalmente conseguiu o que ela sempre quis, fazer um encontro de casais. Era incrível ver o tamanho de seu poder de persuasão em argumentar e convencer a todos, o quanto seria divertido sairmos naquele encontro. Ainda mais quando seria um dia especial, pois haveria um festival da Lua Azul e os casais que observassem a grande Lua Azul surgir no céu seriam felizes para sempre.

- Festival da Lua Azul?

- Para, Hinata – disse Ino, a fitando -, vai me dizer que nunca ouviu falar sobre esse festival?

Hinata cruzou os braços.

- Não.

- Ahn, Ino, eu também nunca ouvi falar sobre esse festival – eu disse, observando ela dar um tapa em sua testa.

- Em que planeta as duas vivem? – Ela olhou para mim e Hinata com uma expressão incrédula. - O festival da Lua Azul é um grande festival que reúne os casais que querem ficar juntos para sempre. Nunca ouviram falar?

Tanto eu quanto Hinata balançamos a cabeça para os lados, negando.

Ino suspirou, cansada.

- Tá na cara que vou ter que explicar tudo aqui – ela murmurou para si mesma. – Bom, o festival da Lua Azul não tem uma data específica e muito menos acontece todos os anos, pois o fenômeno da lua azul é meio raro...

- Espera – Hinata a interrompeu, o cenho franzindo. – Você está nos dizendo que esse festival acontece uma vez agora e outra na morte?

- Bom, sim...

- Aff, Ino! É por isso que ninguém nunca ouviu falar.

- Alto lá, Hinata, também não é assim – seu dedo esticou para cima. - Eu estou muito bem informada. E para o seu governo, eu sei tudo sobre esse festival.

- Também, você sempre adorou correr atrás de um par de calças.

- Assim você me ofende.

- Meninas, não vamos brigar agora, não é? – Eu olhava de Ino para Hinata, tentando evitar uma possível briga entre as duas. Voltei a atenção para Ino. – Quando será esse festival, Ino?

A minha pergunta pareceu surtir efeito, pois Ino praticamente esqueceu a possível discursão com Hinata e sorriu para mim, com seus dentes perfeitos a mostra.

- Vai ser num domingo na primeira semana de dezembro. Estou de olho na meteorologia e pelo jeito o céu vai estar limpo, pois o inverno começa numa próxima semana.

Hinata ergueu as sobrancelhas.

- Como você pode ter tanta certeza que o céu vai estar limpo com quase três semanas de antecedência? O tempo pode mudar.

- Hinata – Ino segurou os ombros dela e fitava os seus olhos, o cenho franzido. – Pare de ser negativa! A noite vai ser linda e com estrelas, limpa de qualquer nuvem para receber a lua azul com toda a sua magia que irá abençoar os casais apaixonados.

- Acontece que eu e o Naruto não somos um casal.

- Ainda! – Sorriu confiante. - Você mesma disse que estão mais próximos nesses dias, então o festival será perfeito para vocês ficarem juntos.

Bom, eu não acreditava muito nessas coisas que Ino dizia sobre colocar nossos destinos amorosos diante de um nascer de uma lua, mas a empolgação dela era meio que contagiante e... Eu queria ver a lua com o Sasuke. E foi por essa vontade que minha voz saiu sem eu ao menos perceber:

- Eu vou ao festival. – Ino olhou para mim na mesma hora. – Eu acho.

- Sério? – Perguntou, os olhos brilhando enquanto vinha até mim e me abraçava. – Vai ser muito legal – e se separou para me fitar, o sorriso enorme no rosto. – Vai ter barraquinhas com comidas, jogos e uma roda gigante.

- Você ganhou, Ino – disse Hinata depois de um suspiro. – Vai até ser melhor para relaxar antes das provas começarem.

E o gritinho agudo de Ino foi o suficiente para nós duas tampamos os nossos ouvidos diante dos pulinhos elétricos que ela dava a nossa frente.

- Ahhhh, eu já disse que vocês duas são as melhores amigas do mundo? Agora vamos avisar os meninos.

Ino agarrou o meu braço e o de Hinata, nos rebocou para fora do banheiro e voltando para o intervalo.

E assim finalmente o dia do encontro havia chegado. E novamente convencidas pelo poder de convencimento de Ino estávamos em sua casa, especialmente em seu quarto naquele começo de tarde daquele domingo.

Eu e Hinata havíamos dormido na casa de Ino na noite anterior e feito uma festa do pijama. Bom, era a primeira vez que dormia fora de casa e era a primeira vez que fazia uma festa do pijama. Pois era a primeira vez que eu tinha amigas para fazer tal programa em que ficarmos com nossos pijamas, deitadas naquele tapete felpudo cor-de-rosa e rodeadas de almofadas, cobertores e porcarias para comer enquanto assistíamos uma maratona de doramas em sua televisão.

Confesso que mesmo ter sentido receios no começo - por estar num ambiente diferente do meu normal -, eu havia me divertido como nunca havia me divertido em toda a minha vida. E pela primeira vez, eu me soltei de verdade, jogando para fora e deixando Ino e Hinata conhecerem a verdadeira Sakura que se reprimia em meu interior que tinha medo de se mostrar e ser rejeitada por todos. A surpresa foi que elas me aceitaram sem pestanejar, o que me deixou um pouco mais confiante sobre mim mesma, e aliviada por ter jogado um pouco daquela personalidade para fora. Era como se eu tivesse conseguido abrir o cadeado e aberto a porta que dava acesso ao outro lado.

Mas havia certos assuntos que me deixava tímida em me expressar, o que fazia me reprimir novamente. Acho que a timidez sempre seria o meu maior ponto fraco.

Agora nós nos arrumávamos para o festival. Marcamos com os meninos em um ponto para irmos juntos. E o incrível era que as preces de Ino foram ouvidas, pois não havia nuvens no céu, apesar do tempo está insuportavelmente frio.

Eu havia trazido minhas roupas para o encontro na mochila e jogado em cima da cama de Ino ao lado da roupa dela e o de Hinata. Os três looks estavam esticados sob o colchão enquanto a Ino observava com atenção as nossas escolhas e fazia uma pequena careta de desagrado.

Será que minhas roupas eram tão ruins assim?

- Sakura, esse jeans não está combinando com as botas.

- Ino, lá fora está frio – argumentei, olhando para sua janela e vendo as folhas das árvores se mexerem, sinal claro que vetava, e era vento frio.

- A Sakura tem razão, Ino. Você não quer que ela vá de saia para o encontro, quer?

Ino a fitou arqueando as sobrancelhas.

- Quero.

- Eu não vou botar uma saia nesse frio, Ino! – Franzi o cenho e cruzei os braços. - Sem condições, vou virá um picolé.

- Não, boba – e me fitou com aquele sorriso que me deixava com pé atrás. – O que eu quero dizer é que tenho uma saia clara de estampas delicadas e uma meia calça que vai combinar com seu casaco, o cachecol e as botas. E já vou dizendo que a meia calça é superquente.

Em seguida ela correu até o seu guarda-roupas e o escancarou. Abriu uma das gavetas e remexeu as roupas e arrancou uma peça. Logo em seguida abriu outra gaveta e remexeu e pegou mais outra peça e veio até mim com as duas em mãos. Tirou minha calça de cima da cama e me entregou. Colocou no lugar abaixo do meu casaco cinza a saia rodada de tonalidade clara e a meia calça grossa preta por debaixo dela.

- E aí? O que achou?

E me fitou com um meio sorriso confiante.

Confesso que a saia era linda e delicada, e com as minhas peças havia deixado mais harmonioso do que a calça jeans.

- Ficou lindo – respondeu Hinata por mim. – Eu adorei essa saia, mas um cinto fino cairia bem.

- Isso não é problema. Eu tenho uma coleção de cintos finos.

- Eu gostei – disse por fim.

Ino me fitou e tocou meu nariz com a ponta de seu dedo.

- Eu sei, minha linda – e em seguida olhou as roupas de Hinata que estava estendida ao lado das minhas. – Hinata, o seu vestido está ótimo, mas a jaqueta jeans nada haver.

Hinata colocou as mãos nos seus quadris.

- Mas eu achei bem haver.

- Só quero dizer que você passará muito frio nessa jaqueta.

Ela agarrou a jaqueta e esticou na parte que havia um logotipo da boyband que ela adorava.

– E ainda por cima do BTS!?

- O que tem o BTS, Ino? – Hinata franziu o cenho.

- Não tem nada. Eu sei que você gosta desses meninos, mas não precisa mostrar para o mundo o quanto você os idolatra.

Hinata cruzou os braços, o clima estava ficando tenso entre as duas.

Uma coisa que eu descobri nesse tempo que conhecia Hinata era que ela adorava comer e nunca, em hipótese alguma fale mal do BTS, era a mesma coisa que provocar uma guerra mundial com ela liderando.

- Eu não vejo mal algum.

- Helooou, Hinaaataaaa! Acorda garota! Você está indo para um encontro com o cara que você gosta sei lá... uns duzentos anos! E você vai no seu primeiro encontro com o Naruto com a cara estampada de outros garotos nas suas costas?!

Em seguida ela virou as costas da jaqueta, mostrando um monte de cabeças de garotos, acho que eram sete.

Meu Deus.

- O que o Naruto vai pensar sobre isso?

E era visível que a expressão dura de Hinata havia quebrado, e agora era incertezas que transbordavam do seu olhar quando respondeu:

- Que eu... sou fã... do... – e fez uma pequena careta - BTS?

Ino suspirou e deu outro tapa em sua testa.

- Ah, Hinata! Me poupe, se poupe e nos poupe! – E jogou a jaqueta para ela e foi em direção ao seu guarda-roupa novamente, resmungando: - Juro que não sei o que vocês fariam se não fosse eu – começou a revirar os nichos e logo puxou uma outra peça na cor vinho e voltou com ela em mãos, depositou em cima do vestido que tinha uma tonalidade escura com estampas de tons escuros também. – E aí, o que achou?

Minha nossa, não sabia que Ino era tão boa nessas coisas. Não era atoa que era uma das garotas mais populares da escola.

- Ah, ficou legal – ela chegou mais perto e tocou no casaco. – Me parece bem quentinho.

- E ele é quentinho. A minha tia me trouxe de uma das lojas de grife na Tailândia numa de suas viagens no ano passado. E garanto a você que esse casado é superconfortável e quentinho, e lindo é claro.

- Eu adorei. – Hinata sorriu, virando-se para Ino.

- Eu sei – respondeu Ino, incrivelmente convencida. – Agora vamos nos arrumar e... - Me fitou. – Eu vou ter o prazer de eu mesma te maquiar, Sakura.

Senti meus olhos abrirem levemente, dei um passo para trás.

- Maquiagem? – Balancei a cabeça para os lados. – Eu... nunca usei maquiagem.

- Tudo tem a sua primeira vez – e sorriu mais, aproximando-se de mim, segurou minha mão. – Sabia que desde a primeira vez que a vi eu tive uma necessidade insuportável de te maquiar? Não estou dizendo que você é feia sem maquiagem, você é muito bonita. E te olhando de perto assim, dá para ver do porquê de o Sasuke ter ficado maluquinho – e soltou uma risadinha. – Eu imagino como vai ser a cara dele quando te ver produzida. – Soltou a minha mão e colocou elas espalmadas em suas bochechas, sonhadora. – Ain, já estou vendo a baba dele escorrendo enquanto age como um bobo sem tirar os olhos de você.

- Acho que ele vai beijar os seus pés – disse Hinata chegando para perto e entrando na brincadeira de Ino.

E foi inevitável não corar com o comentário, me deixando sem graça e envergonhada de sair na rua maquiada, atraindo olhares para mim.

Que apavorante!

- A-acho que isso n-não é uma boa i-ideia. – Podia sentir o conforto de minutos atrás ir descendo pelo ralo e a insegurança chegar com tudo, me dando uma vontade enorme de me enfiar debaixo da cama.

Para muitas mulheres a maquiagem soa como algo normal, sinônimo de beleza - e sei que era -, mas para mim era algo acima do que eu consiga controlar. Não tinha a mínima ideia de como ficaria no final do processo. Me sentiria bonita? Me sentiria estranha? As pessoas iriam ficar olhando para mim e achando o quanto estava patética? Só de imaginar esse tipo de atenção fazia um friozinho incômodo circular meu estômago. Pois a maquiagem para mim era o meio mais fácil de escapar da invisibilidade e eu ainda não estava cem por cento certa de que queria ser completamente visível para a sociedade. Eu ainda tinha medo.

- Deixa disso, Sakura – começou Ino. – Olha, não vou fazer nada de escandaloso, apenas uma coisa discreta, só para realçar algo que você já é.

- Eu ainda não sei.

- Vamos lá, amiga - e ajuntou as palmas das duas mãos próximo da boca, inclinando um pouco sua cabeça para o lado. – Por favor! Só um pouquinho... prometo que se você não gostar do resultado, eu deixo você tirar e não ficarei chateada se você sair de cara limpa. Mas vamos tentar. Please!

Pisquei os olhos algumas vezes e fitei Hinata por alguns segundos, que sorriu mínimo para mim assentindo com a cabeça e disse:

- Também não sou tão fã assim de maquiagem como a Ino, Sakura. Mas eu sempre uso um batom ou um rímel, só para não ficar apagada. Algo leve.

- Viu só! - Disse Ino para mim. – Algo leve como um pozinho, blustzinho, batonzinho... ah e tenho uma cor clarinha que te deixará muito fofa.

Suspirei, vencida por aquelas duas chantagistas emocionais e assenti.

- Tudo bem – minha voz saiu baixinha, ainda incerta naquele novo passo de minha mudança.

E como esperado os gritinhos histéricos de Ino soou alto o suficiente para trazer o pai dela até o quarto com a cara assustada, imaginando se havia algum ladrão entrando em seu quarto.

Depois de tranquilizar seu pai e ter escutado umas broncas por causa de seus gritos histéricos, Ino começou o processo de me maquiar. Era estranho sentir os produtos na minha pele, deixando o processo nas mãos de outra pessoa. Não que desconfiasse nos dons de maquiadora de Ino, mas era esquisito.

A cada minuto eu imaginava como eu ficaria, e torcia mentalmente para não parecer um palhaço no final.

Depois de algum tempo Ino finalizou, mas não me deixou olhar no espelho, pediu para eu trocar de roupa, e cedendo os seus caprichos eu fiz o que me pediu.

Troquei aquelas roupas confortáveis pelas roupas escolhidas para o encontro, sentindo um friozinho na barriga por imaginar o que o Sasuke iria achar de mim. Será que ele iria gostar? Nem eu mesma sabia como eu estava, pois Ino fez questão de tampar com um pano o espelho de seu quarto e Hinata estava se arrumando no espelho que havia no banheiro.

Quando terminei de calçar a última bota de cano baixo no pé, Ino logo me puxou para a cadeira, dizendo que iria arrumar meu cabelo. E pelo incrível que pareça, ela só precisou do tempo que levei para trocar de roupas, para se maquiar.

Que rápida.

- Você está linda – ela disse enquanto passava um babyliss nas pontas dos meus cabelos curtos, deixando-os levemente ondulados.

- Tomara que eu não esteja parecendo patética – disse, torcendo meus dedos uns nos outros, claramente tensa.

- Você não está patética, pelo contrário... – mexeu no meu cabelo, arrumando-o. – Você deveria deixar seu cabelo crescer.

- Gosto mais deles curtos, é mais prático.

- Sabia que o Sasuke gosta de garotas com o cabelo comprido?

A fitei quando ela ficou a minha frente.

- Como você sabe disso?

Ino apenas sorriu.

- Você está pronta! Mas só falta algo para o gran finale. – E remexeu nas suas coisas e tirou de dentro de uma caixinha um lenço vermelho de cetim.

Ela o dobrou e o amarrou na minha cabeça, tendo o cuidado para não bagunçar o cabelo. Depois de dado o nó, ela deu uma puxada para o lado, deixando as pontas do lenço tocar minha orelha.

- Agora sim – sorriu, dando um passo para trás, me olhando impressionada. – Está pronta.

- Eu posso me olhar agora?

- Claro.

Em seguida puxou o pano que cobria o espelho, deixando refletir nele a imagem de uma garota diferente do que conhecia. A surpresa era nítida no rosto que eu enxergava, os olhos verdes sendo destacados por uma sombra clara num tom de rosa, um delineado fino muito bem trabalho e o rímel dando o toque final. Não tinha mais as olheiras e minha pele estava aveludada e corada nas maças do rosto, a boca pintada de batom rosa-nude. Os cabelos muito bem penteados e ondulados nas pontas e o lenço vermelho soava como uma tiara com o nó caindo na lateral, assim como as pontas.

Aquela garota refletida era uma outra pessoa.

Aquela garota era eu.

E pela primeira vez em toda a minha vida, eu me senti... linda.

- O que você achou? – A figura de Ino apareceu refletida no espelho atrás de mim. E depois deu uma risadinha, as mãos nos meus ombros. – Está surpresa com o resultado? Você é mais bonita do que a maioria da população feminina do colégio.

Fiquei de pé e virei-me para ela, observando seus olhos azuis destacados com um delineado e uma sombra clara, muito bem feitos.

- Eu me sinto... bonita e estranha ao mesmo tempo. Não parece ser eu.

- Sakura... – e tocou meu braço – é normal se sentir estranha usando maquiagem pela primeira vez. O que eu fiz hoje era para você enxergar o quanto você é bonita. A maquiagem só ressaltou o que você já é, e olha que nem precisou de muito. Você linda Sakura. É bonita por fora e por dentro. Você só tem que ganhar um pouco mais de confiança e não se importar com o que os outros vão dizer. Apenas faça o que você sente vontade de fazer e o resto...

Senti os cantos da minha boca erguerem-se para cima, agradecida por Ino ser minha amiga. Ela era uma pessoa incrível. E confesso que ainda estava insegura, mas ela havia me encorajado a pular mais outra barreira e seguir em frente.

- Obrigada.

- Não precisa agradecer. – Apontou para o lenço na minha cabeça. – Isso é um presente para você. Uma garota sempre tem que se sentir bonita, não para os outros e sim para você. E aliás, o vermelho combina com seus cabelos, deveria usar mais assessório neles, você fica muito fofa.

- Uau! Sakura, você está maravilhosa. – A voz de Hinata soou quando ela entrava no quarto já arrumada e maquiada e linda. – O Sasuke vai ficar maluquinho.

Ino sorriu mais.

- Eu não vejo a hora de ver a cena.

Podia sentir minhas bochechas ficarem coradas, mas não evitei de comentar:

- O Naruto também vai ficar maluquinho quando a ver – sorri. – Você está linda.

E desta vez que ficou vermelha foi Hinata.

- Ain, não vejo a hora de ver a cena – Ino repetiu a frase, olhando para nós duas. – Desta vez que o Naruto toma uma decisão.

- Estou nervosa.

- Não fique, Hinata, por que é hoje que você vai fisgar aquele Uzumaki para sempre. Está muito gata.

- E quanto a você, Ino? – Hinata ergueu as sobrancelhas. – Ainda está de pijama.

- Calma, está tudo sob controle. Agora deixe me arrumar por que tenho um namorado para deixar de queixo caído.

. . .

E como combinado, os meninos estavam nos esperando, todos os três. Sasuke estava lá, todo agasalhado no seu jeans, tênis, casaco e touca preta na cabeça. E era inevitável não o achar maravilhoso, ainda mais quando sentia um friozinho circular meu estômago, o coração acelerado e minhas mãos soando geladas. Eu estava visivelmente nervosa quando aproximávamos deles, meus olhos fitando Sasuke que olhava distraidamente alguma coisa do outro lado da rua, as mãos nos bolsos.

O que ele vai achar de mim? Era o que eu pensava todo o caminho, e a cada passo que dava para mais perto mais nervosa eu ficava. Eu havia me arrumado toda para ele. Eu queria lá no fundo de mim que Sasuke observasse o quanto estava bonita, mas ao mesmo tempo eu tinha vergonha por que eu sentia olhares me fitando.

Isso incomodava.

A voz de Ino soou, chamando a atenção dos meninos e automaticamente diminui meus passos, ficando para trás, meio que me escondendo atrás delas.

Covarde.

Abaixei meu olhar e fiquei olhando o chão, sentindo minhas bochechas quentes. As vozes de Ino e Sai eram nítidas, a surpresa que ele ficou quando viu sua namorada totalmente produzida. Também podia ouvir a voz tímida de Naruto gaguejando enquanto elogiava Hinata e ela o respondendo com um simples, obrigada, bem baixo. Eu não vi nenhuma das cenas, pois não conseguia controlar as minhas mãos trêmulas. E quando parei de andar, continuei olhando o chão e fiquei assim até quando um par de tênis apareceu no meu campo de visão e dedos quentes tocarem a minha bochecha.

Meu rosto foi erguido delicadamente para cima, e enxerguei um Sasuke que me fitava de perto, possuindo um brilho diferente no olhar. Um brilho que eu nunca vi antes. Parecia admiração.

Não sei por quanto tempo ficamos nos encarando, um analisando o outro. Parecia que tudo havia desaparecido ao nosso redor, apenas nós dois existindo ali, em nosso mundinho particular.

- Você está linda – a voz de Sasuke soou quase em um sussurro, apenas para eu ouvir.

Corei ainda mais e mordi o lábio, sinal claro de nervosismo.

Sussurrei:

- Obrigada... Ahn... a Ino... ela... ela me ajudou.

- Own, como os dois estão lindos – a voz de Ino soou, me trazendo de volta a realidade e agora percebendo que tínhamos a atenção de todos em nós.

Não era nem preciso dizer que fiquei mais vermelha que um tomate.

Que vergonha.

- Sakura? É realmente você? – Naruto perguntou, surpreso, estava com o braço em volta dos ombros de Hinata.

Minha nossa, agora quem estava supressa era eu.

Hinata estava corada e fitava algo invisível no chão.

- Não, cabeção, é a Lady Gaga. – Sasuke respondeu, agarrando a minha mão gelada, entrelaçando os nossos dedos.

Ele me puxou, me fazendo andar ao seu lado.

- Ei, para aonde você vai, Sasuke? – Sai perguntou, sem desviar os olhos de mim.

- Aonde mais iria? O festival – respondeu, parando ao seu lado e fitou Ino, que franzia as sobrancelhas. - Tivemos o encontro de casais, não tivemos? Agora é cada casal por si. – E voltou a me puxar. - Vamos Sakura.

Ino se virou quando passamos por ela, e bateu o pé, as mãos nos quadris, a voz soando irritada:

- Sasuke, encontro de casais não é só para se encontramos! É para ficarmos todos juntos também. Sasuke!

Sasuke a ignorou e continuou andando.

Apenas virei meu rosto para trás e silabei um desculpe sem som para ela antes de voltar a olhar para frente, seguindo meu namorado.

O festival ficava perto do ponto de encontro e não demorou nem cinco minutos para chegarmos lá. Confesso que fiquei surpresa, por que tudo estava muito bonito e estava bem cheio, a maioria eram casais.

- A Ino ficou chateada por termos deixado ela para trás. Ela ficou semanas preparando esse encontro.

- Sinto muito por ela – e depois me fitou. – Mas acontece que sou egoísta o suficiente para dividi-la com mais alguém. Quer comer alguma coisa?

Pisquei os olhos algumas vezes, processando sua resposta. Balancei a cabeça para cima e para baixo.

Sasuke sorriu de lado e me puxou para o meio daquelas pessoas naquela rua extensa e cheia de barraquinhas.

A nostalgia era nítida enquanto passava com Sasuke por aquelas barraquinhas iluminadas de jogos e comidas típicas. Lembrava-me da época quando papai me levava todos os anos junto de mamãe para o festival das cerejeiras.

A noite já começava a cair e eu estava me divertindo como nunca. Já havia comido, pipoca – a minha era doce e a de Sasuke salgada com bacon -, algodão doce... agora eu dava uma mordida na minha maçã do amor. Fechei meus olhos para apreciar o gosto do doce caramelizado que havia em cima.

- Eu amo maçã do amor – disse depois que engoli o último pedacinho que estava em minha boca, abrindo os olhos e encontrando Sasuke me fitando atentamente. Aproximei a maçã próximo ao seu rosto. – Quer um pedaço?

Ele negou com a cabeça e apontou para o canto direito da minha boca.

- Está sujo aqui.

Automaticamente levei a mão para limpar, mas Sasuke a agarrou, e o que fez a seguir me pegou de surpresa. Ele aproximou seu rosto e levou sua boca ao local sujo e sugou o canto de minha boca. Aquilo havia sido tão íntimo que me deixou estupidamente vermelha enquanto ele afastou-se tranquilamente com um meio sorriso no rosto.

- Pronto.

Sentia meus olhos arregalando. Como ele tinha coragem de fazer aquilo no meio de toda aquela gente?

Aquilo era tão... constrangedor.

Desviei meus olhos para o lado, levando a maçã do amor na boca para disfarçar o constrangimento quando vi Ino mais a frente. Ela parecia irritada com Sai numa das barraquinhas de gincanas.

- Olha a Ino ali – apontei com o dedo, fazendo Sasuke tirar aquela atenção de mim. – Vamos lá!

Não esperei que ele respondesse ou contestasse, apenas saí com passos rápidos até ela, escutando o final de sua frase dizendo que o Sai era péssimo em pontaria.

- Oi, Ino.

Ino desviou seus olhos para mim, arqueando as sobrancelhas, as mãos nos quadris.

- Nossa, até que enfim apareceram. – E depois desviou seus olhos para o Sasuke. – Você deveria ter um pouco de consideração por mim, sabia?

Sasuke apenas resmungou algo que não entendi e se voltou para Sai.

- Cadê o Naruto?

- A última vez que o vi estava numa barraquinha de ramen com a Hinata.

- Hm – ele respondeu desviando os olhos para a barraquinha a nossa frente.

- Aconteceu alguma coisa, Ino? – Perguntei. – Percebi que parecia brava de longe.

- Parece brava? – Comentou Sai, irônico, ganhando um olhar feio da namorada.

- Estou brava sim, por que até agora você não conseguiu acertar nenhuma argolinha nos copinhos.

- Isso não parece ser tão difícil – comentou Sasuke, analisando o jogo de argolas e fazendo o sinal para o senhor que era o dono dali que o entregou um kit argolas.

- Têm direito a um prêmio desses se acertar as cinco argolas.

- Geralmente é só uma argola para acertar – comentou, Sai com os braços cruzados e a cara emburrada.

- Mas acontece, meu jovem, é que os prêmios são maiores para acertar uma simples argola – respondeu o senhor da barraca.

Sasuke virou-se para mim com um sorriso confiante.

- Já pode escolher o prêmio que você quer. – E piscou para mim antes de virar para frente e se posicionar. – Vai ser moleza.

- Moleza se você tiver uma boa pontaria – resmungou Sai, azedo, ganhando um tapa da Ino.

- Não fale assim. Diferente de você o Sasuke deve ter uma boa pontaria.

Sai fez uma careta como resposta e observou as jogadas de Sasuke.

Prestei atenção nos prêmios, eram todos ursos de pelúcias, grandes e bonitos, não era atoa que valiam todo o esforço para vencer.

Voltei meus olhos para o jogo, os cinco copos distanciados um do outro de modo estrategicamente difícil, pois estavam bem mais longe que o normal. Dois para o lado, um na frente, outro atrás na mesma direção, e outro no meio dos quatro. Não achei tão difícil assim, apenas com o jeito e habilidade conseguiria. E pela concentração de Sasuke parecia que eu levaria um urso daqueles para casa.

Engano meu.

Meia hora depois e eu estava ao lado de Ino naquela mesma barraquinha, entediada por ver tanto Sasuke quanto Sai obcecados por aquele jogo que havia roubado uma pequena fortuna deles e nem sinal de urso para nós. Os dois eram péssimos em pontaria.

- Eu não aguento mais - disse Ino. – Sai, eu não quero mais essa droga de urso. Eu quero é ir embora desta barraca!

- Calma, Ino, agora é uma questão de honra. Estou sentindo que agora vai. Eu já peguei o jeito desse demônio.

- Sasuke.

Parei ao lado dele, observando-o pagar novamente o dono da barraca e receber mais cinco argolas. E foi aí que agi por impulso e tomei as argolas de sua mão, atraindo sua atenção para mim.

- Sakura, me devolva.

- Você não vai mais jogar – disse enquanto escondi a mão com as argolas atrás de mim, também me sentindo irritada.

Ele se virou completamente para mim e estendeu a mão.

- Me dê as argolas. Prometi a você um daqueles ursos e vou cumprir.

- Não.

Suas sobrancelhas franziram.

- Sakura.

- Eu que vou jogar.

- O quê? – Pareceu surpreso de repente com minha decisão para logo comprimir a boca. – Não! Isso não é tão simples como parece. Esse jogo precisa de estratégia.

Franzi o cenho, fechando as mãos em punho e apoiando nos quadris.

- Você está me dizendo que não tenho capacidade de ganhar esse jogo estupido?

A minha pergunta pareceu desmontá-lo por inteiro a sua pose de machão.

- Ahn? Não... eu não disse isso. Apenas quero dizer que...

- Esse jogo rouba, Sakura – disse Sai, ao lado de Sasuke.

- É isso! Ele rouba. – Sasuke concordou, assentindo com a cabeça.

- Auto lá, meus jovens – o dono da barraquinha entrou na discursão, claramente ofendido. – Esse jogo é cem por cento honesto. O problema é que vocês são péssimos em pontaria.

- Isso nós já sabemos, senhor – disse Ino, revirando os olhos, os braços cruzados.

- Então não custa nada eu tentar, não é? – E me posicionei de frente aos copinhos com as cinco argolas na mão. – Como você disse, é tudo questão de tática.

Escutei Sasuke suspirar, derrotado, e ficou ao meu lado.

- Olha, você tem que medi a distância muito bem e aquele ali - apontou para o copinho mais longe –, você tem que jogar um pouco mais forte...

- Sasuke – virei o rosto para ele, e pela primeira vez eu tive uma vontade enorme de lhe dar um tapa. – Dá para você ficar calado?

Ele apenas levantou as mãos para cima, dando um passo para trás.

- Ok, entendi. Eu sou o inútil aqui.

Suspirei profundamente e voltei a olhar os copinhos, medindo com o olhar a distância um do outro.

- Vamos lá, amiga! Mostra que você é muito melhor do que qualquer macho por aí. – Disse Ino, claramente empolgada, mas não dei muita atenção.

Peguei uma argola e mirei no copinho mais afastado da fileira de três. Bingo. Os gritos de Ino eram histéricos enquanto batia palmas. A segunda argola mirei no copo do meio da fileira de três. Na lata.

- Carai –a voz de Sai soou atrás de mim, com outro gritinho de Ino.

A terceira argola mirei no copinho ao lado do copo do meio ao lado direito, e como previsto o resultado foi o mesmo dos anteriores.

- Está vendo, Sasuke, a Sakura é boa mesmo de mira – Ino disse rindo. – Boa amiga!

A quarta argola mirei no copinho do outro lado do copo do meio, na esquerda. Eu havia jogado com um pouco mais de força e ele entrou encostando o copinho, quase saiu para fora.

- Uhuul! Sakura você é dez!

Ino, você podia gritar menos.

Suspirei. Aquele era a última argola e era direcionada ao copinho da frente, o mais perto de todos. Uma coisa que aprendi como papai nesse tipo de jogo era que acertasse o mais difícil e deixasse o fácil para o último, assim as chances de acerto eram maiores. E como previsto a argola acertou perfeitamente o quinto copinho.

- Ahhhh, amiga, você acertou tudo! – Ino me abraçou enquanto pulava, arrancando um sorriso de mim.

- Obrigada.

Ergui meus olhos para Sasuke, imaginando encontrá-lo emburrado, mas para a minha surpresa um pequeno sorriso estava em seu rosto, deixando meu peito mais quentinho.

- Não sabia que era tão boa em pontaria – ele disse passando um braço pelo meu pescoço.

- Eu sempre jogava nas barraquinhas nos festivais das cerejeiras quando ia com a minha família.

- Se eu soubesse que a Sakura era boa, não tinha gastado tanto dinheiro – resmungou, Sai, claramente emburrado.

- Pode escolher o seu prêmio, minha jovem – disse o dono da barraquinha.

Sasuke encostou a boca em meu ouvido e sussurrou:

- Escolhe o maior que têm.

Virei meu rosto para o lado e o fitei.

- Isso é um exagero, já viu o tamanho daquele urso?

Sasuke sorriu maldosamente.

- É o mínimo por eu ter gastado uma fortuna nessa barraca.

Reprimi um sorriso e apontei para o urso maior da cor marrom claro com um grande laço de fita enrolado no pescoço. Bom, não era esse que iria escolher, eu preferia o unicórnio colorido, mas não seria justo com o Sasuke.

O dono na barraca entregou-me o grande urso meio que hesitante, pois eu havia arrancado o seu item principal, fazendo o sorriso de Sasuke se alargar.

- Ai que inveja. – Ino estava com uma cara chorosa. – Por favor Sakura, você não poderia jogar mais uma partida por mim?

Apenas sorri, olhando de lado a cara assustada do dono da barrada.

- Claro – respondi entregando o meu urso para Sasuke enquanto Sai pagava o homem que o entregava as cinco argolas.

- Isso é uma humilhação masculina. – Sai resmungou me entregando as argolas e fazendo Sasuke gargalhar.

E não era preciso dizer que Ino teve o segundo maior urso daquela barraca, para a infelicidade do dono.

. . .

Já havia escurecido quando entramos na cabine da roda gigante e nos sentamos um ao lado do outro e o urso como companhia. Encontramos com Hinata e Naruto na fila da roda gigante muito a nossa frente. E pelos seus dedos entrelaçados, indicava que os dois finalmente se entenderam. O que era bom, pois Hinata merecia ser feliz depois de anos gostando de Naruto e tê-lo roubado de uma forma cruel por uma amiga falsa que só a queria vê-la pelas costas.

Estava feliz por ela.

A roda gigante começou a se movimentar.

- Um doce por seu pensamento. – Sasuke sussurrou em meu ouvido, me trazendo de volta ao mundo real e olhar seu rosto com um brilho divertido, os olhos brilhantes. Lindo.

- Estava pensando na Hinata e o Naruto.

- Hm.

- Eles estavam com as mãos dadas.

- A Hinata é uma garota bacana – e desviou seus olhos para a janela a nossa frente. – Só aquele imbecil que não havia percebido.

- Mas agora ele percebe.

Sasuke me olhou.

- Sim.

Os segundos passaram e seus olhos continuaram observando cada canto do meu rosto, tão intensamente que me fez as bochechas ficarem quentes.

- Por que você... está me olhando desse jeito?

Senti seus dedos tocarem meu rosto, afagando-o, e colocando uma pequena mecha do meu cabelo para detrás de minha orelha.

- Estou com uma vontade enorme de te beijar.

Caramba.

Mordi o lábio, e engoli a seco.

- Por que... você não... me beija?

Os cantos de sua boca ergueram-se para cima, e seu rosto aproximou-se mais do meu.

- Por que antes de beijá-la, eu preciso dizer novamente o quanto está linda. E o quanto estou mais apaixonado por você. E não é por estar assim... perfeita, mas por você ser essa garota incrível. Eu te amo.

E em seguida selou nossas bocas, os tocando pela primeira vez naquele dia, me deixando sentir o gosto de seus lábios macios enquanto movimentava-os conta os meus.

Meu coração batia com força e minhas mãos seguravam o seu casaco enquanto me entregava aquele beijo, claramente apaixonada por aquele garoto que fazia me sentia única.

Sasuke era a melhor coisa que aconteceu na minha vida e eu agradeço todos os dias por ele existir. Por eu existir. Por estarmos juntos ali naquele momento perfeito que guardaria para sempre em minhas lembranças.

O ar logo nos faltou, obrigando-nos a nos separar, nossas testas encostando uma na outra. Abri meus olhos e encontrei os seus, me fitando naquela pouca luminosidade e sorrimos cumplices.

Acabei roubando um selinho rápido, arrancando uma pequena gargalhada dele.

Afastamos um pouco um do outro e foi aí que meus olhos viram, no vidro da cabine do lado de Sasuke a lua subir no céu, grande, luminosa e linda.

Apontei com o dedo.

- Olha, Sasuke, a lua.

Sasuke virou seu rosto para o lado e observou a lua surgir perfeita.

- Não vejo nada de especial nessa lua. Para mim é uma lua como as outras luas cheias.

Ele tinha razão, parecia uma lua cheia comum e não era azul como imaginei junto com toda aquela magia que Ino descrevia.

- Mas é a Lua Azul que faz os casais apaixonado ficarem juntos para sempre se observada juntos.

Sasuke virou sua cabeça e me fitou.

- Você realmente acredita nisso?

- Para falar a verdade, não.

Ele soltou uma risada nasal, e eu reprimi um sorriso.

Eu realmente não acreditava nessas coisas, mas pensando melhor era por aquele festival que eu estava ali com Sasuke. Era por aquela lua que eu estava naquela cabine tendo o meu momento mais romântico com o meu namorado e eu estava amando. A lua não tinha exatamente o poder romântico sobre os casais, os casais apenas tinham um encontro perfeito através dela. Por que era através daquele festival que reunia todos e a alegria de estar com quem a gente ama não tinha preço.

- Você quer saber no que eu realmente acredito?

- O quê? – Ele perguntou, claramente interessado.

- Que eu também amo você... muito.

Seu sorriso se alargou um pouco mais e segurou a minha mão, entrelaçando os nossos dedos. A roda gigante parou bem no topo, mas nãos desviamos os olhos um do outro.

- Acho que é nessa hora que você deve me beijar.

- Só quando você ganhar um urso para mim naquele jogo de argolas.

E sua gargalhada tomou conta de toda a cabine.

Gostei da sensação incrível que sentia por saber que Sasuke se divertia comigo e acabei não resistindo e o beijei, fazendo aquele momento ser mágico.