Capítulo 30 - Resultado

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Era sábado, começo da tarde, eu estava em meu quarto de frente ao espelho enquanto me arrumava. Iria sair com Sasuke naquele dia, apesar do frio que fazia lá fora, o sol havia dado as graças amenizando a friagem para se tornar suportável. Os dias haviam se passado rapidamente e com eles muitas coisas haviam acontecido. A primeira delas, era que meu relacionamento com Sasuke havia elevado um patamar de intimidade. Ainda corava quando lembrava o dia que havia me entregado a ele, era o meu segredo. Meu e dele. Não tive coragem de comentar com mais ninguém, nem com a Ino que era a minha confidente e melhor amiga e muito menos com a mamãe. Eu me sentia... sei lá... tímida com esse assunto, era algo tão íntimo e meu. Só meu. Não me sentia confortável em comentar com alguém, mesmo com algumas dúvidas sobre o assunto que ainda sentia.

Sasuke era sempre carinhoso comigo, respeitava o meu tempo e evitava tocar o assunto, mas eu sabia que ele queria debater ao respeito. Mas eu era covarde e fugia assim quando percebia a rota do assunto aonde iria chegar.

Eu me sentia tão estranha... eu era uma pessoa estranha. Não conseguia ser que nem as outras garotas que tratavam o assunto "sexo" com tanta naturalidade. Eu simplesmente não acreditava como eu havia conseguido chegar até o fim. Como eu havia tido coragem de ficar nua a sua frente.

Por que eu sou desse jeito?

Por mais que me esforçasse, parecia que estava andando em círculos. Eu dava um passo para frente e depois mais três para trás. Não sabia por mais quanto tempo Sasuke iria continuar me aturando, uma garota estranha como eu. Mas juro que estava me esforçando a cada dia, a cada minuto e segundo por ele. O medo de perdê-lo era tão forte que me impulsionava a seguir em frente, a ultrapassar as barreiras do medo que eu sentia das mudanças, do diferente. Sasuke era a minha força, era o meu sol que iluminava o meu dia e por ele eu faria qualquer coisa.

Pois eu o amava mais do que a mim mesma.

Terminei de aplicar o corretivo em volta dos meus olhos para disfarçar as olheiras de uma noite mal dormida por causa de uma crise de insônia. Minha cabeça doía, mas ignorava aquele detalhe. Uma dor de cabeça estupida não iria me impedir de me encontrar com Sasuke naquela tarde, ainda mais quando ele tinha algo para me contar. Seu tom humorado ao telefone quando me ligou hoje mais cedo atiçava a minha curiosidade.

Dei mais uma olhada em meu perfil no espelho, não estava tão ruim assim. Segurei meus cabelos ao alto e o efeito me agradou, me fazendo optar por sair com eles presos em um rabo de cavalo. Quando terminava de dar a última volta no elástico, vi minha mãe através do espelho entrar no quarto com um pequeno sorriso contido no rosto.

- Sakura – sua voz era mansa, um suspense no tom risonho enquanto erguia um envelope branco para mim. – Olha o que acabou de chegar para você?!

Virei-me para ela, a surpresa nítida quando imaginei o que poderia ser aquele envelope. Assim tão rápido.

- O resultado? – Perguntei quase em um sussurro, pegando o envelope e buscando o remetente com o olhar.

- Parece que sim.

Mamãe só faltava dar pulinhos dentro do meu quarto com tamanha empolgação.

- É da universidade de Tóquio – disse, fitando-a, meu coração batia tão forte que parecia que iria sair por minha boca. Aquele envelope carregava o resultado de todo o meu esforço, de todas as noites em claro. Eu havia dado o meu melhor para conseguir um bom resultado e agora ele e estava em minhas mãos, dentro de um envelope lacrado.

O que eu faço? Será que eu passei, ou será que eu não passei? Era tão difícil agora ter coragem e olhar o meu destino.

- Abre logo, estou curiosa – mamãe abanava com as mãos, a ansiedade era clara em seu rosto.

Mordi o lábio, voltando minha atenção ao envelope. Minhas mãos tremiam de nervosismo enquanto tomava coragem e rasgava a lateral do envelope com cuidado e puxava a folha dobrada em três partes. Minha respiração ficou presa na garganta quando desdobrava a folha e lia o conteúdo escrito.

- O que diz?

- Eu fui aprovada – minha voz soou tão baixa quanto um sussurro, lendo rapidamente as partes mais importante.

E os gritinhos de mamãe ecoou por todo o quarto e não demorou para ser recebida por seu abraço apertado e aconchegante de urso.

- Eu tinha certeza que você iria passar. Os seus esforços finalmente deram frutos, meu amor – e me apertou mais, como se isso fosse possível, mas não consegui retribuir. – Estou tão orgulhosa de você. Minha menininha vai se tornar uma médica – e se afastou um pouco só para me encher de beijos pelo rosto. Mas logo ela percebeu a minha falta de reação, e me olhou com o cenho pouco franzido, mas o sorriso ainda estava em seu rosto. – O que foi? Por que está tão séria?

- Eu fui aprovada com apenas meia bolsa.

A minha resposta foi um balde de água fria em mamãe e eu vi quando sua empolgação diminuía gradativamente e o sorriso em seu rosto acabava. Ela piscou algumas vezes, afastou-se um pouco para trás, talvez seu cérebro processava o problema que se instalava.

- Ah... meia bolsa? – Ela parecia pouco confusa agora. – Bom... não deve ser tão caro custear uma meia bolsa de medicina, não é?

- É impossível!

Joguei o resultado na cama e me jogue com as costas no colchão, tampando o meu rosto com as duas mãos. Eu queria chorar. Eu queria gritar. Por que tudo para mim tinha que dar errado? Por quê? Por que quando penso que tudo está correndo de forma certa, sempre tem alguma pedra no meu caminho?

- Eu estudei tanto para nada – minha voz era carregada de magoa e frustração.

Sabia que era o ponto final para mim. Eu sonhei alto e acabei caindo no chão. Eu era mesmo uma azarada. Não era boa o suficiente. Eu não havia estudado o suficiente. Para falar a verdade, eu nunca fui boa em nada. Por que ainda eu esperava que seria diferente?

- Sakura, não se cobre tanto assim. Uma meia bolsa não é tão ruim. A gente pode apertar um pouco e...

- Mãe, a senhora realmente não entende – a interrompi. Me sentei num rompante, agarrei o resultado ao meu lado e estendi a ela. – Olha só o valor disso aqui? É muito alto.

Mamãe pegou a folha e analizou o conteúdo, notei a linha reta que se formou em sua boca, o rosto agora sério engolindo a seco.

- A gente pode... a gente pode se mudar para um local menor. – E me olhou em seguida, sua voz soando a dúvida, ela sabia que era sonhar demais. – Vender essa casa e alugar um pequeno apartamento.

Fechei meus olhos apertado e balancei minha cabeça para os lados. Minha dor de cabeça agora doía como um inferno.

- Não vou permitir que a senhora faça essa besteira por minha causa.

- Você é a minha única filha, Sakura. É o seu sonho se tronar médica. Eu vi você crescer com essa meta para o seu futuro e sempre tive o orgulho de ter uma filha que pensa grande. Qualquer sacrifício vai valer a pena, é o seu futuro.

Abri meus olhos e a fitei, a angustia circulando o meu coração.

- Não vou deixar a senhora vender a nossa para custear os meus estudos. Isso nunca! Mãe, é a nossa casa! Todas as nossas lembranças felizes que tivemos com o papai está aqui! – Fiquei de pé e balancei a cabeça para os lados, cética da minha decisão final. – Está decidido, não vou para a universidade de Tóquio.

Minha mãe franziu as sobrancelhas e crispou a boca.

- Você não pode tomar uma decisão tão radical assim, Sakura. É o seu futuro que está em jogo. Nós vamos dar um jeito e tudo vai dar certo no final. – Apenas arqueei as sobrancelhas, incrédulas, ela continuou: - Eu tenho umas economias guardadas e eu posso fazer um empréstimo...

- Mãe! – A interrompi novamente, segurando seus ombros, fazendo-a voltar a si. – A senhora está se ouvindo agora? Um empréstimo dessa magnitude vai ser a nossa ruina. Esqueceu que temos dívidas? E o que iremos comer depois? O que eu ganho na loja da dona Chiyo não chega nenhum décimo da metade dessa mensalidade e a senhora ganha muito pouco naquele antiquário que só dar para comprar a comida e pagar as contas.

- Eu posso arrumar um outro trabalho, quase todo mundo tem dois empregos.

Neguei com a cabeça e me afastei. Parecia que eu era a única pessoa sã ali, a única com os pés no chão.

- A senhora trabalha demais. Um segundo emprego vai acabar deixando a senhora doente.

- Eu não sou uma pessoa frágil, Sakura. – Seu rosto era sério, parecia magoada. – Não tenho medo do trabalho, e se tiver que trabalhar até esgotar o meu último fio de energia eu trabalho, mas a minha filha vai conseguir realizar o seu sonho.

Eu juro que me esforcei para não chorar, me jogar nos braços de minha mãe e aceitar o meu futuro perfeito, deixando que ela cuidasse de tudo. Mas acontece que eu cresci. Não era mais uma criança, sabia o que era certo ou errado e muito menos queria que minha mãe se matasse em muitos empregos para me dar uma vida boa. Eu sabia que ela fazia de coração, eu tinha consciência de seu amor por mim, por que eu também a amava. E por amá-la tanto eu não podia deixá-la se destruir assim por mim.

A abracei forte, sentindo seus braços me rodearem e me aconchegar mais em seu abraço gotoso. E naquele momento eu soube, tive minha primeira experiência do quanto é difícil se tornar gente grande. Eu não era mais uma criança.

- Mãe, acabou – segurei seu rosto com minhas duas mãos e olhei no fundo de seus olhos vermelhos em lágrimas, os meus estavam embaçados, mas não permitir que nenhuma lágrima escapasse. - Não vamos dar um passo maior que a nossa perna. Não irei mais a universidade de Tóquio e ponto final.

- Sakura...

- Vamos ser realistas, mãe. Eu chutei alto e perdi. Eu tento no próximo ano uma universidade de menos prestigio.

Mamãe franziu o cenho e afastou-se com dois passos para trás.

- E o que fará o resto do ano, Sakura?

- Vou arrumar um emprego de tempo integral e ajudar nas despesas da casa. – Sorri, tentando confortá-la. - Todo mundo faz isso, não vou morrer por esperar mais um ano.

- Você está jogando seu futuro fora, minha filha.

- Não mãe – balancei minha cabeça para os lados -, estou penas adiando um pouco.

. . .

Eu passeava de mãos dadas com Sasuke pela pracinha de Suna, ele optou por ficar por ali perto e deixou sua motocicleta estacionada em frente à minha casa e fizemos a o passeio a pé. Se fosse um outro dia eu estaria aproveitando o máximo de sua presença, mas por mais que meu corpo estivesse presente ao seu lado a minha mente estava longe. Especialmente no resultado desastroso que havia recebido naquela tarde e que eu tentava arrumar uma forma de contar a Sasuke que eu não iria junto com ele para a faculdade. Só de pensar que os nossos planos deram errados por minha incompetência me fazia querer chorar.

- Ei!

Pisquei algumas vezes, saindo dos meus devaneios e fitei Sasuke. Ele havia parado e estava a minha frente agora, o rosto sério.

- Oi.

- O que está acontecendo? Você está muito séria e não acho que seja só a dor de cabeça.

Sim, essa havia sido a desculpa que havia dado assim que ele pôs os olhos em mim quando chegou na porta da minha casa. Sasuke sempre notava quando eu não estava legal, mas eu não havia mentido exatamente para ele, eu realmente estava com dor de cabeça, havia tomado um analgésico antes de ele chegar. Por isso que ele havia optado por ficar na minha redondeza, sem ir muito longe.

- Você... você disse que tinha algo para me contar. – E sim, como eu era covarde, havia respondido sua pergunta com outra pergunta.

Sasuke ficou anda me olhando atentamente, apenas embolsei um pequeno sorriso para tentar disfarçar a minha angustia que estava presente em meu rosto. Ele suspirou cansado e me puxou pela mão para perto das grades de proteção que separava a calçada de um pequeno parquinho que havia algumas crianças brindando na gangorra.

- Bom – ele começou -, eu recebi ontem o resultado da universidade de Tóquio.

Senti meus olhos se abrirem, surpresos.

- E mesmo? E... e aí?

Um pequeno sorriso de lado ergueu-se no canto de sua boca.

- Eu fui aprovado.

Algo se fechou dentro do meu coração e me fez querer chorar e corre para bem longe. Mas não consegui ir para lugar nenhum, pois meus pés estavam travados no chão, assim como deveria estar a minha expressa petrificada em um sorriso falso. Bom, eu estava feliz por ele ter passado, era claro que ele seria aprovado na melhor universidade do país, mas eu não conseguia ser cem por cento honesta com meus sentimentos, por que cinquenta por cento deles estava triste por eu não poder ir junto.

- Que bom... ah... já era... era provável que você fosse aprovado... é tão inteligente...

Eu havia gaguejado miseravelmente e minha falsidade havia ficado explicita, óbvio que Sasuke havia notado. Até um idiota notaria. Eu era patética.

- Você está chorando – e seu dedo tocou a lágrima que descia por meu rosto, eu nem havia notado. – Sakura – suas mãos em cada lado do meu rosto agora, me fitava com olhos sérios -, o que está acontecendo? Por favor, conta para mim.

Mordi o lábio e fechei meus olhos com força, tomando coragem para lhe contar. E quando os abri novamente, fitei seus olhos negros aflitos e minha voz soou hesitante:

- Eu... eu recebi o resultado hoje mais cedo... Eu fui aprovada...

- Isso é ótimo – o sorriso se abriu em seu rosto e seus lábios colou com os meus, num beijo longo e estalado.

Segurei o seu casaco com força e o afastei para poder fitá-lo. Conclui a minha frase inacabada:

- Só consegui meia bolsa.

Sasuke parou por um momento, processando o que havia dito, me fitando atentamente.

- Meia bolsa – sua voz era cautelosa. – Então você passou, e isso que importa.

Balancei a cabeça para os lados, negando.

- Não tenho como custear o restante.

- Eu posso te ajudar...

- Não, Sasuke – neguei novamente, incrédula com que ele dizia sem ao menos pensar. – Eu já tomei a minha decisão. Não vou frequentar a faculdade esse ano.

Sasuke segurou meus ombros, o cenho franzido.

- Sakura, você está se escutando? Não pode desistir assim. Você estudou muito para isso, eu vi isso, todo mundo viu.

- Mas eu não estudei o suficiente – declarei, o tom mais alto que o normal. Estava com raiva de mim mesma. – A minha meta era conseguir pelo menos ser aprovada com noventa por cento, por que o custo seria mínimo para mim. Eu não tenho dinheiro para custear metade de uma mensalidade de medicina. Se você não percebeu, a minha família não tem tanta grana assim. Vivos sob um pequeno salário de minha mãe que só dar para as contas e a comida. O que eu ganho na loja de doces é muito pouquinho e não tenho como custear os livros e muitas outras coisas.

- Mas podemos dar um jeito.

- Que jeito, Sasuke? Não tem jeito. Eu já desisti de ir para a faculdade esse ano. Irei arrumar um emprego de tempo integral e estudar para tentar uma vaga no ano que vem. Esse é meu plano agora.

Sasuke balançou a cabeça para os lados, dando passos para trás, visivelmente arrasado.

- A gente fez planos... eu pensei que...

- Me desculpe, não sou tão competente assim.

Ele me fitou duramente e se aproximou, pousando novamente suas mãos em meus ombros.

- Você não é incompetente, nunca diga isso. É a garota mais inteligente e incrível de todas. A minha garota.

Sorri cansada, levando minha mão ao seu rosto, colocando aquelas mechas de cabelo para detrás de sua orelha.

- Me desculpe, mas não vou para a faculdade.

- Me deixe ajudar a custear seu financiamento.

- Não posso aceitar.

- Mas eu sou seu namorado.

- Mas não é meu caixa eletrônico – rebati, minha voz soando irritada. – Sasuke você não tem obrigação de me pagar nada, e nem quero que pague nada para mim.

- Eu não faço isso por obrigação, faço por que te amo e quero que realize o seu sonho. Quero quer fique comigo, que formemos juntos e depois casarmos.

- Ca-casar?

- Sim, minha linda – e afagou o meu rosto novamente. – Tenho planos de casar com você depois que nos formarmos

Aquilo havia me pegado de surpresa, não tinha ideia de que ele pensasse nesse tipo de futuro comigo. Eu já havia pensado assim uma vez, mas achei tão distante e impossível que preferi deixar de lado e nunca mais ousar pensar novamente. Mas agora, olhando para aquele rosto lindo, me permiti imaginar um futuro perfeito ao seu lado. Seria um sonho.

- Mas mesmo assim – comecei forçando-me a voltar ao foco de nossa conversa principal -, não posso aceitar o seu dinheiro. Sasuke, a mensalidade é cara de demais. Sem condições.

- Sakura – agora segurava cada lado do meu rosto, fitando o fundo dos meus olhos. – A minha família tem grana de sobra, não será nada para eles.

- Mas mesmo assim, eu não posso aceitar. Vou me sentir uma oportunista...

- Nós dois sabemos que você não é nada disso... Olha, então fica como empréstimo.

Franzi o cenho.

- Empréstimo?

- Sim. Eu financio a metade que falta da mensalidade como um empréstimo e quando se formar e estiver estabilizada financeiramente você me paga. - Sorriu, animado com sua ideia. -E aí, está bom para você?

Eu não queria admitir, mas a ideia do empréstimo havia sido uma pequena luz no final do túnel, bem melhor do que o empréstimo no banco que minha mãe queria fazer. Mas mesmo assim eu tinha muitas dúvidas, sem contar o meu orgulho...

- Eu não sei... a sua família... eles vão pensar que estou me aproveitando de você.

- Eles vão pensar nada, Sakura. Para falar a verdade, os meus pais estão cagando para mim. Vivo mais sozinho do que com eles. Uma meia mensalidade de medicina para a minha namorada não vai ser nada pelos anos de solidão que eles me fizeram passar. Eles me devem por isso.

Eu simplesmente não sabia o que pensar, estava confusa, agitada por dentro e uma euforia queria tomar conta de mim. Sasuke estava com a solução, e eu simplesmente hesitava se aceitava ou não.

As mãos dele deslizaram para meus ombros mais uma vez e deu uma leve sacolejada, um sorriso se abrindo em seu rosto novamente.

- Ei, anime-se. Aceite a minha proposta. O difícil foi ser aceita, o financiamento é de menos. Vamos para a faculdade juntos. Vamos nos formar e depois iremos nos casar e ter um monte de filhos lindos.

- Filhos.

- Sim, filhos. Um monte de Sakurazinhas lindas de cabelos rosados – e seu rosto se aproximou tocando seus lábios nos meus.

- Por que você faz as coisas parecerem tão fáceis? – Perguntei contra a sua boca, sentindo aquele peso sair de meus ombros.

- Então isso é um sim?

- Um empréstimo – o fitei, hesitante sobre a decisão que tomaria agora. – E faço questão de pagar centavo por centavo.

Sasuke apenas piscou para mim o sorriso animado e vitorioso em sua boca próxima a minha.

- Como você quiser – e novamente me beijou.

Naquele momento eu não podia imaginar que o meu drama não poderia ter tido uma solução melhor. Sasuke parecia deixar as coisas mais fáceis, meus problemas sumiam quando estava com ele. E não podia deixar de mencionar o quanto estava feliz. Tão feliz que parecia que iria explodir. Mas quando as coisas eram para dar errado, sempre acontece desde o começo, não adiantava tampar buraco com a peneira, pois quando o destino quer manter duas pessoas separadas mais cedo e mais tarde acontece.

E foi assim que descobri alguns dias depois.