_ Não podemos defender o Norte do Exército dos Outros e o Sul dos Bolton. Para sobrevivermos, nós precisamos de Winterfell. E, para tomar Winterfell precisamos de mais homens. – Jon Snow avalia a situação de guerra praticamente declarada por Ramsay Botton e entende que os seus dias na Patrulha da Noite estavam próximos do fim. Ele já cumprira a sua missão, no fim das contas. No entanto, o Senhor Comandante não sabia como conseguiria cumprir a próxima: recuperar a casa de sua família e manter os irmãos a salvo.

_ Fora os Starks e os Boltons, as casas mais poderosas no Norte são os Umbers, os Karstarks e os Manderlys. Os Umbers e os Karstarks já estão a favor dos Boltons. O que não é bom para nós. – Sir Davos continua a exposição da péssima situação em que todos estavam naquela sala.

_ Os Umbers entregaram Rickon aos nossos inimigos. Tomara que morram. Mas, os Karstarks se aliaram a Ramsay sem saber que tinham outra escolha.

_ Sansa, não se engane. Eu sou o responsável por essa traição da família Karstarks. Eu decapitei o pai deles ao desobedecer as minhas ordens. Nós não podemos contar com eles. – Robb recorda uma das suas intempestivas decisões como Rei do Norte e torna a se lamentar pelos erros cometidos no seu fatídico e breve reinado.

_ A pergunta que vocês devem se fazer é quantas famílias estavam contra os Boltons quando traíram a sua família? - questiona o Cavaleiro das Cebolas - Eu posso não conhecer muito o Norte, mas conheço os homens. Eles são parecidos em todo o mundo e ainda os mais corajosos...Não querem ver suas mulheres e filhos esfolados vivos por uma causa perdida. Se querem convencer algumas casas à lutar ao seu lado, precisam mostrar que essa é uma luta que podem vencer. Sinto muito, mas não será essa a mensagem que passarão com rei ressurgindo sem um reino.

_ Não sinta, sir Davos, o senhor está certo. Os Boltons não me venceram no campo de batalha, mas me venceram de qualquer maneira. Eu tive minha chance de liderar, lutei e falhei. Vocês, Sansa e Jon, carregam o mesmo nome e sangue do nosso pai. – Robb concorda com o pensamento de sir Davos e tenta transmitir confiança aos irmãos.

_ Há outras casas no Norte... Glover, Mormont, Cerwyin, Mazin, Hornwood... E duas dúzias mais. Juntas, a soma de forças é igual as demais. Podemos começar com uma pequena força e aumentar. – aponta Jon.

_ Norte se lembra... Se lembra do nome Stark, eles receberão ao nosso chamado como responderam ao seu, Robb. - comenta Sansa.

_ Eu quero acreditar nisso, minha senhora, só que devemos nos lembrar que Jon não tem o nome Stark e a maioria dos senhores acredita que ainda deve cumprir seu juramento a Patrulha da Noite.

_ Todos aqui viram o que aconteceu, sir Davos...Seu coração parou de bater, Jon já cumpriu seu juramento à Patrulha... E, eu tenho o nome Stark. - Sansa se apressa em dizer - E temos os Tullys, de qualquer forma.

_ A família Tully? Eu achei que o exército deles tinha se perdido no Casamento vermelho. - se surpreende Robb.

_ O nosso tio, Peixe Negro reagrupou as tropas e tomou Correrio. - a jovem lhe explica e o rapaz prontamente coloca um grato sorriso no rosto após tanto tempo.

_ Como você sabe de tudo isso, Sansa? - Jon estranha a boa nova em meio a tantos problemas.

_ Eu acreditava que ele não tinha resistido... Essa é uma boa notícia, enfim! - comemora Robb, enquanto corre para abraçar a sua irmã.

_ Ramsey recebeu um corvo antes de eu escapar de Winterfell.

_ Isso é ótimo! Peixe Negro é uma lenda, o seu apoio significaria muito para a causa.

_ Certamente, sir Davos, nosso tio é um experiente general e poderá ajudar a convencer os outros senhores do Norte.

_ Stark, Tully, algumas outras casas... Isso está começando a virar a nosso favor. – o comentário esperançoso do Cavaleiro das Cebolas coloca um fim a "reunião do Conselho de Guerra" e todos se apressam a fazer alguma tarefa emergencial. Afinal, o grupo não poderia ficar muito tempo em Castelo Negro devido as ameaças de Ramsey e a possibilidade de um ataque surpresa.

Todavia, o antigo Jovem Lobo estranhou o silêncio e a expressão vazia de sua companheira de viagem. Desde o recebimento da carta do mensageiro dos Boltons, Diana permanecera alheia a sua volta e praticamente não se manifestou. A tentativa de descobrir o que se passava com a amazona é interrompida pela interferência da Mulher de Vermelho. No primeiro momento em que se cruzaram, Melisandre proferiu palavras confusas e prometeu que voltariam a ter uma conversa antes que seus caminhos se separassem pela primeira vez. Aparentemente, a misteriosa serva do Deus Vermelho estava antevendo os seus passos e decidira tomar aquele momento como seu.

_ O Jovem Lobo e a filha de Hipólita. O nosso tempo juntos está prestes a terminar pela primeira vez.

_ O que isso quer dizer, minha senhora?

_ Não se aflija, minha criança. Vocês serão importantes na trama deste tempo e em outros que ainda estão por vir. E eu me sinto honrada em ser a escolhida a falar pelos Deuses na presença dos dois.

_ Deuses? A senhora falou algo parecido quando nos conhecemos, no dia em que tentaram assassinar meu irmão.

_ Sim, meu jovem. É algo que eu disse na presença de outra amazona tão inquieta como você, criança, após testemunhar a Perdição de Valíria.

_ A senhora está me dizendo que conheceu a última das amazonas a percorrer o Mundo dos Homens?

_ Sim, princesa. O tempo age de formas estranhas também fora de Temiscira para aqueles que sabem ouvir os desejos dos Deuses. Logo, você compreenderá tudo, Diana.

_ E a senhora poderia nos revelar quais são os desejos dos Deuses para nós? –questiona Robb.

_ As profecias não são simples de serem compreendidas, Jovem Lobo. E a sua segunda passagem nesse mundo apenas começou. Mas, se você me permite um aviso, meu senhor... Você ganhou mais tempo nesse mundo, mas tempo limitado. Não desperdice esse presente dos Deuses Novos e Antigos se lastimando por aqueles que estão onde deveriam estar. Voltar a esse mundo não é a sua maldição, Lobo, é a sua missão.