2 - O jantar
Acordei com uma ligação animada dos meus pais, fiquei meia hora com eles no telefone. Eles queriam vir para cá me visitar, mas tinha prometido que iria vê-los no domingo e levaria meu namorado.
Eles pareceram surpresos e felizes por mim.
Depois que parou com a sua superproteção comigo, o sonho de mamãe era que eu arrumasse alguém e sempre parecia decepcionada quando eu falava que ainda não tinha um namorado, mas fingia que não e vivia dizendo que no momento certo, na hora certa o cara certo chegaria.
Eu já tinha cansado de esperar e fazia eu mesmo meu tempo quando conheci Mike.
Depois de desligar o telefone, tomei um café quente e respondi a mensagem animada de parabéns da minha amiga e de alguns colegas do trabalho.
Mike não mandou nada e fiquei um pouco chateada, por ele nem ter ligado. Mandei uma mensagem perguntando se estava bem e respondeu apenas dizendo que estava muito ocupado no trabalho.
Tudo bem, Bella. Tudo bem.
Ele me daria os parabéns mais tarde.
Eu arrumei meu apartamento e depois tomei um banho. Encontrei com Rosalie no shopping onde ficava o salão. Nós nos abraçamos forte e ela me deu meu presente de aniversário que era um vale presente de uma livraria. Eu amei como ela me conhecia, nada melhor do que ganhar livros de aniversário e como ela não sabia o que tinha me deu um cartão de presente de 200 dólares.
Minha amiga era linda, alta e tinha um corpão, pois era professora de dança em uma academia. Sempre arrastava um caminhão de homens atrás dela. Nós almoçamos e fomos na parte da tarde para o salão.
Fizemos nossas unhas e conversamos, hidratei meu cabelo, escovei e passei por uma sessão torturante de depilação, arrancando pêlos de lugares que não queria nem me lembrar. Eu queria está bem linda e preparada para a noite.
Rose não comentou nada na frente dos funcionários que nos atendia, ela sabia como eu era reservada e não gostava de conversar sobre isso assim. Porém, assim que saímos do salão ela começou:
— Então está preparada para essa noite?
— Um pouco nervosa e ansiosa, não vejo logo a hora de chegar o momento.
Ela riu.
— Vai dar tudo certo amiga, você só precisa relaxar. Mike parece gostar de você.
— Sim, mas… ai…. espero que seja boa para ele — suspirei.
— Boa? Você vai ser ótima, já te contei tudo que precisa fazer e sabe tenho certeza que aprendeu muito nesses livros eróticos que lê.
Eu ri corando um pouco. Era realmente esclarecedor ler alguns livros para uma virgem como eu, que sabia tudo na teoria e nada na prática.
— Bem, saber na teoria e na prática são coisas diferentes.
— Isso é verdade, mas tenho certeza que tem uma deusa do sexo só esperando ser despertada dentro de você. Eu tenho até dó do homem quando conseguir liberar isso. Tem 30 anos de sexo atrasado para colocar em dia.
Eu ri a empurrando com o ombro. Porém, não podia negar que tinha muitas fantasias que queria realizar.
— Já escolheu a roupa que vai usar?
— Sim, eu comprei um vestido semana passada e uma lingerie também — sussurrei a última parte.
Ela riu.
— Sua safada! Quando tiver pronta me manda uma foto.
— É claro que mando, preciso de sua opinião.
Nós conversamos mais um pouco, porém tivemos que nos despedir, ela iria dar aula a noite e eu tinha que me preparar.
Eu cheguei ansiosa em casa e tomei um longo banho, lavando tudo duas vezes, colocando uma touca no cabelo. Passei meu hidratante perfumado e vesti a lingerie, me olhei no espelho.
Eu não era aquelas mulheres magras, eu tinha um corpo e curvas. Meu quadril era um pouquinho mais largo que o padrão, o que fazia eu ter uma bunda natural e uma barriguinha, meus peitos eram grandes o suficiente para fazer um bom decote na roupa.
A lingerie que tinha escolhido era de um tom azul escuro, que destacava na minha pele, a calcinha era bem transparente e toda enfiada na minha bunda, o sutiã rendado cobria mais só meu mamilo.
Por cima coloquei o vestido. Estava terminando de passar meu batom quando meu celular tocou. Esfreguei meus lábios um no outro e peguei o aparelho.
— Você já terminou de se arrumar? — escutei a voz dela dizer.
— Falta só os saltos — avisei procurando a sandália que tinha comprado especialmente para aquela ocasião.
— Não esquece a foto e manda logo que minha aula já vai começar.
Sorri.
— Tá bom — desliguei.
Eu respirei fundo nervosamente colocando meus saltos e me encarando no espelho que pegava meu corpo todo. Era isso. Eu estava uma puta de uma gostosa. Azar de quem não achasse.
Meus cabelos longos e castanhos estavam modelados com cachos nas pontas, meus lábios cobertos por um batom rosa vintage e meus olhos com uma maquiagem leve, nada de cílios postiços. Odiava aquelas coisas no fundo do meu coração.
O vestido preto que usava era maravilhoso. Ia até meus joelhos de um tecido liso e justo. As alças eram finas, o decote não mostrava demais, a saia era de um estilo traçado, com um franzido mais curto na frente. Era elegante e sensual, mas não vulgar. Perfeito para nosso encontro.
Eu estava pronta. Mais que pronta na verdade. Subindo pelas paredes.
Peguei meu celular e tirei algumas fotos de frente e costas para mandar para Rose.
— Amigaaa você tá maravilhosaaaa, que gata e gostosa! Olha como sua bunda ficou nesse vestido aí? Ai que inveja desse corpitcho, natural e sem malhar. Eu te amooo se divirta essa noite e relaxe que vai dá tudo certo. Amanhã você me conta tudooo — mandou um aúdio e várias figurinhas. Eu amava como ela sempre me enaltecia e colocava para sempre. Toda mulher tinha que ter uma amiga assim.
Nós nos conhecíamos desde quando me mudei para Seattle e foi amizade à primeira vista. Ela me ajudou a superar o meu péssimo momento com Riley e todos meus maus encontros depois. Assim como a ajudei a ter coragem e sair do emprego que escravizava ela e abrir seu próprio estúdio para aulas de dança. Era um sucesso.
— Também te amo, obrigada, depois te conto tudo — mandei outro respondendo e liguei para Mike, ele nem tinha visto a última mensagem que mandei.
— Você está chegando? — já tinha dado a hora que combinamos.
— Bella, desculpa. Estou no trânsito, mas pode descer, que estou chegando.
— Tá bom, então. Vou esperar lá embaixo. Não demora, por favor.
— Não vou.
Desliguei com um sorriso pegando minha bolsa da Chanel. Era um dos maiores luxos que tinha me permitido ter.
Não tinha ninguém na entrada do prédio e saí andando para a esquina, onde Mike sempre me pegava.
Olhei para os carros que vinha e nenhum sinal do carro dele. Já tinha se passado mais de quinze minutos da ligação e dez que eu estava plantada ali o esperando, meus pés estavam começando a doer do salto, sem falar que estava começando a ficar escuro. As pessoas passavam e me encaravam curiosas, com certeza pensando o que eu fazia ali parada no meio da esquina e com uma bolsinha.
Merda.
Não acredito que Mike iria se atrasar justo hoje. Fiquei com raiva, pois me fez descer pensando que estaria aqui. E odiava atrasos. Estava ali plantada na esquina sozinha, com aquela roupa e aqueles saltos.
Cruzei meus braços, indignada.
Respira fundo e relaxe Bella, é seu aniversário, não se estresse, vai dar tudo certo.
Recitei em minha mente, inspirando e expirando.
— Uau, o que uma gata como você faz aqui sozinha? — escutei uma voz conhecida dizer e franzi o cenho, me virando.
— Que porra você está fazendo aqui? — encarei o Cara Azeda que parecia em choque quando me virei, seus olhos se arregalando um pouco.
Ele usava seu terno, a gravata estava frouxa e seus cabelos bagunçados, não com gel e penteados para trás como sempre. Sua aparência desleixada o deixou… diferente.
Ele sempre andava com terno, todo arrumado, sem nenhum fio fora do lugar. Vê-lo daquele jeito fez ele parecer um pouco… normal.
— Ai meus olhos, meus olhos — começou a falar alto com a mão no rosto e eu bufei.
— Está espantando com minha beleza, é? — sorri malvada.
— Bem de costas você é até arrumadinha, mas de frente uma bruxa. Eca! — Fez como se fosse vomitar.
— Continue se enganando, Cullen. Mas se bem me lembro acabou de me chamar de gata.
Ele ignorou, com certeza não querendo se prolongar naquele relapso.
— Ei, você não ia jantar com seu namorado? O que tá fazendo aqui sozinha e parada nessa esquina? — olhou ao redor.
— Eu acho que isso não é da sua conta.
Seus olhos voltaram para mim e eu parei de encarar sua Cara Azeda.
— Ah, não é mesmo. Mas eu nunca deixaria uma namorada minha na esquina desse jeito.
— Deve ser por isso que você não tem uma. Sei me cuidar muito bem sozinha.
— Quem disse que eu não tenho uma?
O encarei surpresa.
— Todos do escritório dizem que nunca assumiu uma namorada.
Ele deu de ombros.
— Por que ser de uma se posso ser de todas?
— Porco — dessa vez eu fiz cara de nojo.
Ele riu e se aproximou de mim, mesmo de salto eu batia em seus ombros. Por que ele era tão alto?
Nós ficamos estranhamentes próximos um do outro e senti o calor de seu corpo e um cheiro de perfume masculino bem suave. Notei como seu maxilar era forte e…
Que merda eu estava pensando?
— O que tá fazendo aí? Sai de perto — o empurrei, quando senti a mão dele em meu braço.
— Só te protegendo enquanto seu namoradinho não chega.
— Não precisa disso, posso me cuidar muito bem sozinha.
— Bem, aqueles caras ali não pensam assim — apontou com o rosto para o outro lado da rua. Percebi três homens de alguma empresa de manutenção, eles me encaravam como se tivessem prestes a me atacarem.
— Vem para cá, gostosa! Deixa eu mostrar o que meu pau sabe fazer.
Um deles gritou e os outros uiviram rindo, como se fossem um bando de lobos sedentos.
— Ai que nojo! — estremeci.
— Ainda quer que eu vá?
Eu agradeci por não ter que responder, quando vi o carro de Mike se aproximando, era uma BMW vermelha e parou na nossa frente.
— Bem parece que seu príncipe chegou. Bom jantar para você e feliz aniversário — falou rápido e se mandou dali.
Suas últimas palavras me pegaram de surpresa. Nós nunca tínhamos desejado feliz aniversário um para o outro… por que ele tinha falado aquilo?
Mike parou o carro e saiu dele, encarando as costas de Edward que se afastava.
— Quem era aquele homem? Por que tava falando com ele? — perguntou irritado.
— Ninguém importante e você demorou — fiz um biquinho.
Ele me encarou de cima a baixo e seus olhos se tornaram mais suaves.
Mike se aproximou parando na minha frente, de salto eu estava da sua altura, ao contrário do Cara Azeda que tinha saído que era bem mais alto.
— Me desculpa amor, peguei um engarrafamento e... — piscou aqueles belos olhos azuis que eu não resistia.
— Está tudo bem — dei um sorriso.
— Você está tão linda — me encarou de cima a baixo e eu sorri.
Ele me deu um beijo leve nos lábios.
— Obrigada — falei e o abracei sentindo um pouco de cheiro de suor.
Não acredito que Mike não tinha tomado banho.
Eu passei a tarde toda ou melhor a última semana me preparando toda para ele e ele não tinha tomado a porcaria de um banho?
Respira Bella, não surta. Inspira e expira, repeti em meus pensamentos.
— Você não foi para casa? — tentei ser delicada, quando entrei no carro e ele deu a volta, entrando no banco do motorista.
— Não deu tempo, o chefe me pediu ajuda em uma coisa pessoal e tive que ficar. Se eu fosse iríamos nos atrasar mais — explicou. — Não podia te deixar esperando — colocou a mão na minha perna, e apertou minha coxa.
Sorri. Queria mostrar para aquele homem idiota como meu namorado se preocupava comigo.
Viu chupa essa, Cara Azeda!
Aliás, por que eu estava pensando nele, mesmo?
Peguei a mão de Mike e entrelacei nossos dedos.
— Então, é amanhã que vamos almoçar na casa dos seus pais? — perguntou.
— Só domingo Mike, amanhã sou toda sua — pisquei para ele.
Eu tinha planejado ir só domingo, porque queria passar o sábado grudada com ele.
— Por que a gente não pula o jantar e vai direto para o que realmente importa? — piscou.
— Ah não, estou com fome e sempre quis jantar no Amour.
Ele bufou.
— Tudo bem, vamos logo então.
Olhei para trás do carro.
— O que tá procurando?
— Meu presente — falei me lembrando que ele ainda nem tinha me desejado parabéns.
Podia parecer besteira, mas aquele detalhe me incomodou um pouco.
— O jantar é seu presente, sabe que lá não é nada barato, não é? E vou bancar tudo.
— A gente pode dividir.
— Não… você vai me dar algo melhor mais tarde — sua mão se moveu para dentro do meu vestido.
— Ainda não, Mike — tirei sua mão dali.
Ele bufou.
Respira e inspira, Bella.
Chegamos ao restaurante e Mike estacionou o carro, saímos e entramos com a mão dele na minha cintura.
A entrada do restaurante era uma coisa absurda. Tinha uma pequena ponte de madeira, com árvores enormes do lado, eu podia ouvir o barulho do pequeno lago artificial que tinham feito ali. Várias luzinhas iluminavam o caminho. A recepção era toda de vidro e só tinha um casal na nossa frente, que logo foi atendido.
— Boa noite, bem-vindos ao Amour, vocês têm reserva? — a maitre perguntou com um sorriso educado.
— Sim no nome de Newton, para dois — Mike informou.
A mulher abaixou sua cabeça e procurou no computador a sua frente, empurrou o óculos de grau que usava em seu nariz.
— Desculpe, mas não vejo seu nome aqui.
— Como não? Eu fiz a reserva há mais de duas semanas — respondeu alto e algumas pessoas que chegavam nos encaravam ficando atrás de nós.
Senti meu rosto esquentar, envergonhada.
— Não senhor, não há nenhuma reserva para hoje no seu nome.
— Mas isso é um absurdo, você está cega por acaso? Melhor arrumar outro óculos, com certeza meu nome está aí, será que não sabe nem ler? — esbravejou com raiva e eu não gostei nada de seu tom.
Inspira e expira, Bella.
— Mike, não precisa ser grosso... — eu sussurrei tentando fazê-lo se acalmar.
— Não Bella eles não podem fazer isso. Eu tenho certeza que fiz a reserva. Onde o gerente está?
— Qual dia fez a reserva? Posso olhar no sistema e...
— Eu não lembro, procure por Mike Newton — coçou sua cabeça.
A mulher assentiu e digitou o nome dele no computador.
— Ei vai demorar muito? Estou com fome aqui. — um homem disse na fila que começou a se formar atrás de nós.
Fiquei mais mortificada ainda encarando qualquer lugar. Eu odiava chamar atenção daquela forma.
— Só um momento, senhor.
— Anda logo! — Mike resmungou.
Meu Deus! Eu não conseguia acreditar que isso estava acontecendo.
— Aqui achamos uma reserva no nome de Mike Newton — a mulher falou e soltei um suspiro de alívio.
— Não falei que tinha feito — deu um sorriso arrogante. Odiava isso nele. Qual era o problema de ser simpático com as pessoas? Mike sempre era grosso com os outros e mal educado, eu não deveria ter ignorado isso.
Ele nunca tinha sido assim comigo e me tratava bem, mas com os outros era super arrogante e se achando o deus da razão.
— Mas foi feita para ontem, como não compareceu perdeu a reserva.
— Como assim para ontem?
— Dia 10 está aqui — mostrou na tela.
— Mas hoje é dia 10 — ele a corrigiu..
— Não senhor, hoje é dia 11.
— Não pode ser dia 11, — balançou sua cabeça. — Você está vendo essa mulher gostosa aqui — apontou para mim — ela faz aniversário dia 11 e eu marquei a maldita reserva para hoje o dia do aniversário dela.
Não mata ele, não mata ele. Não gaste seu réu primário com ele não vale a pena comecei a dizer para mim respirando fundo.
— Bella? Diga isso a ela, amor.
Eu abri meus olhos e encarei meu namorado o homem que eu achava que estava apaixonada, mas tinha algumas dúvidas. Bem, pelo menos tinha certeza. Eu nunca conseguiria amá-lo.
— Mike, meu aniversário é dia 11 hoje é dia 11 — falei calma.
— Merda! Eu devo ter confundido as datas, tanto faz é só um dia qualquer mesmo — deu de ombros e uma mulher na fila me encarou com pena. — Você não pode nos arrumar outra mesa?
— Estamos lotados senhor, se quiser podem esperar no bar e…
Ele deu aquele risinho que eu odiava.
— Esperar? Você sabe com quem está falando? Eu trabalho para o Banco Di Seattle, um dia serei gerente lá e…
O puxei antes que ele não parasse com aquilo.
— Mike, vamos embora.
— Mas...
— Tá, tudo bem — forcei um sorriso, só queria sair dali.
— Que seja, não queria comer nessa espelunca mesmo — disse bravo saindo dali, me puxando com força dali.
Passamos pela ponte e quase caí descendo os degraus da frente.
— Ai Mike, tá doendo — falei quando chegamos no estacionamento e ele soltou meu pulso. — Por que você tem que sempre fazer isso?
— O que?
— Você é grosso com as pessoas Mike e esqueceu a merda do meu aniversário.
— Eu não esqueci, só confundi os dias.
— Ah grande diferença! Maravilha — ironizei.
— Qual é Bella, é só um dia, nem faz diferença mesmo.
Inspira e expira, Bella.
— Se me lembro bem, você planejou toda uma festa surpresa para seu chefe duas semanas atrás. Reservou um dos melhores salões para comemorar o aniversário dele.
— Claro, ele é meu chefe. É podre de dinheiro.
— E eu sou sua namorada.
Ele deu de ombros.
— Tanto faz, Bella. Nem é tão importante assim.
— Pode não ser importante para você, mas é para mim.
Porra. Eu estava fazendo 30 anos. Estava trintando. Eu queria comemorar como sentia que merecia, mas pelo jeito só iria passar raiva.
— Caralho, você sabe o tanto de coisa que tenho para fazer no meu trabalho?
— E você acha que eu também não tenho?
— Você é só uma advogada Bella, nem é tão boa se não teria o próprio escritório. Eu trabalho com um dos donos do banco, não tem nem comparação.
— Meu trabalho é de verdade assim como eu seu — eu falei furiosa. — Mas não para o grande assistente do diretor geral que um dia vai ser gerente do grandioso Banco de Seattle — fiz uma careta.
Ele fechou a cara bravo.
— Olha estou com fome e cansado, será que podemos ir comer em uma lanchonete qualquer e comer logo?
Não aguentei mais:
— Que droga, Mike! Olha para mim! Hoje é meu aniversário de trinta anos, você sabe tudo o que planejamos para esse dia. Eu procurei um mês inteiro por uma roupa perfeita, comprei um maldito fio dental que tá espetando na minha bunda, enfrentei uma sessão de depilação com CERA tirei pelo de lugar que nem imaginava que tinha. Você me aparece atrasado, fedendo, sem presente. Você nem me desejou sequer um feliz aniversário e quer que eu vá a uma lanchonete qualquer?
Ele deu de ombros parecendo não se importar com nada daquilo.
— Podemos pular a jantar e ir direto para um motel, tá tendo promoção em um — me puxou para ele.
Motel? Ele nem ia me levar para seu apartamento?
— Quer saber Mike? — o empurrei, tirando sua mão de mim. — Não dá mais, melhor me levar para casa.
Seu rosto ficou vermelho.
— Que história é essa de não dá mais? Não quer mais nada comigo é isso?
— É exatamente isso.
— Uma porra que não. Você tá me enrolando sem deixar eu te comer, e vai me largar assim? Acha que sou babaca é?
— Não fala assim comigo, eu sempre te expliquei tudo. Você que não quis ir adiante.
Ele riu.
— Sabe as pessoas que te chamaram de solteirona tem razão, você nunca vai ter nada sério com ninguém. Vai morrer virgem, sua mal amada! Fica ai se fazendo de quietinha, mas deve ser uma piranha e...
Minha mão rodou com força na cara dele.
— Nunca mais fala assim comigo — meus olhos ardiam de humilhação e raiva.
— Senhorita, precisa de ajuda? — percebi que era o manobrista e me virei para ver que várias pessoas observavam nossa discussão.
Que ótimo! Maravilha.
— Não acabou o show, adeus Mike — falei saindo dali com o pouco de dignidade que ainda me restava e caminhando pela calçada.
— Isso vai embora, vagabunda! — Ele ainda gritou.
Respira e inspira, Bella.
Continuei andando sem olhar para trás, recusando a deixar as lágrimas caírem do meu rosto.
É como dizer: melhor só do que mal acompanhada.
NOTA DA AUTORA
Aí gente, tadinha da Bella.
Me deu uma dózinha dela, tadinha.
Como sofre uma mulher que só que encontrar um cara legal que trate a gente bem né?
Pelo jeito não vai ser dessa vez ainda que ela vai quebrar "a maldição", eu chamo mais de livramento kkkkkk
Mas a noite ainda não acabou e quem será que ela ainda vai encontrar?
Dez comentários e solto o próximo capítulo, então vamos comentar amores, please tivemos mais de 150 visualizações capi passado e só oito comentários, então me digam se estão gostando assim os capítulos saem mais rápido
e por favor quem puder ajudar essa pobre autora desempregada comprando meu livro na Amazon e deixando uma avaliação vou ficar muito agradecida, me ajudem ( carinha de gantinho do shreck)
beeijos e até breve
e se preparem porque o próximo capítulo vai tá imperdível com a Bella e o Cara Azeda, vamos ter mais interações entre os dois e outras coisinhas haha
