Olá Pergaminhos e Seguidores de la Justicia, es Mr.Bones trazendo o capitulo da semana, estou muito animado com o que escrevi até agora.

Com vocês

Aqele que voltou

Capítulo 05: Chegada e partida

Os dois Reis haviam escutado a conversa e resolveram se divertir um pouco tentando parecer mais solenes do que queriam. A reação foi imediata à tal atitude, todos numa área de cem metros caíram de joelhos abaixando a cabeça.

O momento ficou desconfortável quando nenhum dos dois sabia quem deveria dar a ordem para levantarem a cabeça. Gondo pensava que o Rei Feiticeiro, como seu suserano, ia dar a ordem, enquanto Ainz, um assalariado, pensava que Gondo como rei desse povo deveria fazer isso.

A situação se manteve até que Ainz tossiu levemente no punho e disse – Ahan! Acho que você deveria falar algo Gondo.

— Ah sim, Vossa Majestade, LEVANTEM AS CABEÇAS E CONTINUEM O TRABALHO, SUA MAJESTADE AGRADECE SUA SAUDAÇÃO.

Ainz apenas acenava para todos como uma Miss, algo constrangedor mesmo para um morto-vivo, seu supressor de emoções não parava de brilhar.

— Bem Brotkin, podemos ir a algum lugar mais reservado?

— Por aqui suas Majestades – disse o anão nervoso, nunca ele tinha encontrado com a realeza, ainda mais duas, esse seria um dia a ser contado para seus netos, ele pensava.

Dentro da alfândega, em uma sala longe dos olhos curiosos, se sentavam em poltronas ricamente ornamentadas que Ainz havia criado do nada, pois apesar de ser um posto importante, ainda era uma área de trabalho e tudo ali era simples. Então Ainz pensou que uma cadeira comum não aguentaria o seu peso, e depois de criar uma poltrona ele ficou com vergonha de ser o único a se sentar confortavelmente, então ele criou várias outras, que agora seriam itens de adoração pelo povo anão, sendo mantidas em um museu décadas depois com uma placa que dizia: "Nessas poltronas se sentaram o Rei Feiticeiro Ainz Ooal Gown, o Rei Sob a Montanha Gondo Firebeard, o Mestre Ferreiro Rumble Redson e o Chefe Geral Alfandegário Brotkin Blackrock".

— Parece bastante ocupado senhor Brotkin – quebrou o gelo o ser supremo.

— Bastante Vossa Majestade, nos últimos meses o movimento só tem aumentado, então contratamos novos vistoriadores e eles, na melhor das hipóteses, são… inexperientes.

— Penso que o contrabando de coisas ilegais seria inibido pela presença dos Cavaleiros da Morte.

— Sim, sim, algumas mais óbvias sim, como o contrabando de armas saindo do reino, mas a entrada é que nos dá trabalho. Onde existem regras, alguém quer quebrá-las, querem trazer itens sem verificar a origem, coisas com efeitos duvidosos, mas o maior problema é o pó negro.

— Achei que os Oito Dedos haviam sido destruídos e não operavam mais. – disse Ainz, lembrando que havia ordenado a parada do uso do pó negro pela organização depois que assumiram o controle.

— Esse é o problema com o poder Vossa Majestade, o poder não suporta o vácuo – falou Gondo – quando os Oito Dedos pararam de fornecer drogas, alguém assumiu o negócio, traficantes menores e até sem organizações, às vezes alguém em casa sozinho cultivando um único pé que produz pó preto o suficiente para três pessoas e se achando o rei do narcotráfico.

— Eu entendo, bandidos menores seriam difíceis de perceber por não estarem ligados a ninguém. Sozinhos são um incômodo, mas em quantidade podem causar tanto estrago quanto uma organização.

— 'Em E-Rantel nunca entraram por causa da fiscalização extremamente rigorosa, mas nas outras cidades e vilas se tornariam um problema, terei que falar disso com Albedo, não podemos permitir esse tipo de gente se desenvolva' – pensava o Rei Feiticeiro.

— É um trabalho difícil, mas alguém precisa fazê-lo e parece que você está se esforçando bastante.

— Obrigado Vossa Majestade, eu faço o que posso, trabalho como vigia nessas cavernas há anos e não é agora que sobrevivemos à guerra que deixarei estranhos invadirem a minha casa com essas porcarias.

— Por falar nisso, gostaria de saber sobre uma pessoa, alguém que veio aqui há quase seis meses atrás, no meio da noite, ele se chamava Telcontar, você se lembra dele?

— Telcontar, sim, sim, me lembro, o contador de histórias, ele fez algo ruim? Para dois governantes virem aqui não deve ter sido boa coisa, estou com problemas?

— Não, você não, mas procuramos saber sobre ele, coisa confidencial entende?

— Claro Mestre Gondo, eu entendo, sobre o senhor Telcontar então… – começou Brotkin.

— Eu estava de plantão nessa mesma saída, na época era apenas uma entrada simples com um portão, a gente mantinha vigia à noite para evitar algum ataque. Geralmente somos dois, mas o meu companheiro teve que voltar para a cidade, algum problema com falta de gente para checar os mortos-vivos, sabe, eles trabalham dia e noite direto, mas alguém sempre tem que ficar de olho pois não são muito inteligentes, só o bastante para cumprir ordens simples.

— Após várias horas no meio da madrugada, por vezes você vê e ouve coisas estranhas, mas ele chegou do nada, antes da meia-noite, sem fazer barulho. No meio da chuva você escuta o bater dela no corpo de algo, mas ele me pegou desprevenido, e não, eu não estava dormindo.

— Ele veio até o portão e falou – "Salve amigo, noite ruim hein?!" – eu fiquei admirado de alguém falar de forma tão casual daquele jeito – "Olá, quem vem lá!?" – eu disse.

— "Olá, tudo bem? Eu estou de passagem e procuro um lugar para passar a noite, será que eu posso sair desse chuva?" – ele questionou.

— Eu meio que reagi instintivamente e o deixei se aproximar, sabe, reagi sem pensar, ele podia ser um ladrão ou invasor, mas não passava essa atitude, era educado e soava sincero, podia estar usando magia, mas eu não tenho como saber. Hoje estamos preparados pra isso, eu mesmo solicitei magic casters capazes de detectar charme, foi uma briga conseguir, mas já prendemos vários contrabandistas tentando usar nos agentes, então valeu a pena.

— Ele bateu as roupas para tirar a água da chuva, nem estava tão molhado como deveria, estranho né, então ele sorriu e perguntou como eu estava, sabe, como se fossemos amigos, começamos a conversar, eu fazendo o meu serviço, perguntando o seu nome, de onde vinha, para onde ia, qual era a intenção aqui.

— Ele pensou um pouco e disse que se chamava Telcontar, que era um contador de histórias, que vinha da direção de E-Libera e antes passou por E-Pespel, mas que já tinha passado nos últimos meses por Horbuns, na capital do Reino Dracônico e até trabalhou em algumas tabernas em Kami Miyako, a capital da Teocracia Slane, ele disse que não sabia para onde iria e que só queria passar a noite se possível.

— Eu perguntei que tipo de histórias ele contava e ele disse que dependia do público e então contou uma história engraçada sobre uma humana e sete anões, ahan! Mas acho que Vossas Majestades não gostariam de ouvir - lembrando o quão obscena a história soava.

— Não, não, obrigado - disseram os dois reis ao mesmo tempo tendo um mau pressentimento.

— Então sem sinal de intenção maldosa e sem armas, achei que não teria problemas com a entrada dele, afinal esperávamos que as pessoas começassem a nos visitar de novo após a guerra.

— Sem armas você diz. – falou Ainz.

— Sim, eu o revistei, sem armas, sem mochila, na verdade sem nada que indicasse que ele estava viajando.

— 'Interessante, de onde ele tirou a mochila surrada e a faca então? Ele roubou ou achou no caminho, ele não pode ter tirado do nada… ou pode?' – pensava Ainz enquanto analisava a história.

— Ele me cumprimentou, agradeceu e disse que ficou feliz em saber que as pessoas ainda se mantém confiáveis hoje em dia, então ele fez algo estranho.

— O que? – disse o Suserano se inclinado para frente.

— Ele pegou a minha mão, fechou os olhos e disse – "a sorte vem para aqueles que estão atentos" – sorriu e foi-se embora. Apenas no dia seguinte que eu o vi novamente, apesar do meu mau humor parecia que a presença dele fazia essas coisas passarem.

— Interessante – disse Ainz.

— E sobre o Brock, você sabe alguma coisa? - perguntou Rumble.

— Sim eu sei alguma coisa dele – disse Brotkin com cara azeda.

— Ele era o motivo do meu mau humor, era pra ele ter vindo assumir o meu lugar de manhã cedo, mas ele tava atrasado, só depois quando vieram me substituir é que eu fiquei sabendo o que tinha acontecido.

— E o que foi? – indagou Gondo.

— Ele morreu! Sabe a intersecção do túnel T-27 com o W-42, aquele que desabou? Então ele estava lá.

— Eu me lembro, o túnel de passagem, estava sendo ampliado usando os mortos-vivos, o que ele fazia por lá?

— Bem mestre Gondo, o túnel era um atalho para a área onde morávamos, eu era vizinho dele veja só, então a gente passava por lá todo dia, fiquei sabendo pela irmã dele que morava junto, que ele saiu uma hora atrasado de casa e passou pelo túnel, então ouve o desabamento, alguém deixou de cuidar dos mortos-vivos que cavaram demais em algum lugar fraco, tudo veio abaixo.

— Mas sabe de uma coisa, eu realmente tive sorte no final, pois se ele não tivesse se atrasado provavelmente eu estaria voltando por lá na hora que caiu tudo.

— "Há males que vem para o bem" – murmurou Ainz.

— Sim, Telcontar havia me dito isso, Vossa Majestade conhece a frase? Eu nunca tinha ouvido ela antes e caiu bem para a situação, se me permite o trocadilho.

— Aparentemente ele gosta de frases espirituosas – 'Shalltear, venha até a minha localização'.

De dentro de um redemoinho negro surgiu uma pequena donzela gótica.

— Estou aqui para servi-lo, Ainz-Sama.

— Shalltear, pelo que eu sei você tem desenvolvido habilidades para a arte, não é mesmo?

— Um pequeno hobby que adquiri se meu senhor permite dizer - 'Isso! Consegui fazer Ainz-Sama me notar, agora estou na frente daquela gorila na corrida pelo coração de meu mestre!'

Em algum lugar de Nazarick uma succubus acabava de espirrar.

— Bem Shalltear, você acha que poderia fazer um retrato de uma pessoa só pela descrição?

— Acho que sim, Ainz-Sama – disse a vampira produzindo um pergaminho e uma pena a partir do nada.

— Senhor Brotkin e Rumble, poderiam descrever o senhor Telcontar?

Alguns minutos depois Ainz olhava para um retrato falado muito bem desenhado de uma pessoa extremamente comum, cabelos castanhos, olhos claros, pele clara, pouco bronzeada, estranho para um viajante.

— Bem, acho que terminamos por aqui, então estou indo, obrigado pela companhia Gondo, mestre Brotkin, mestre Rumble, adeus.

— Nós que agradecemos pela visita Vossa Majestade e esperamos que o senhor volte logo.

— Com certeza voltarei Gondo, Shalltear estamos indo para casa.

— Como desejar Ainz-sama-arinsu – disse a vampira criando um novo portal.

— 'Albedo, preciso que reúna os Guardiões e as Plêiades' - ligou Ainz levando dois dedos à cabeça.

— 'Entendido, Ainz-sama. Aconteceu algo, meu senhor?' – a voz da succubus soava assustada pelo pedido urgente de seu mestre.

— 'Sim Albedo, Nazarick vai caçar.'