_ Espero que cuidem da minha irmã. - Safira se sentou ao lado do Corvino, abrindo o seu pacote.
_ Pensei que você só tivesse dois irmãos. - Observei o sapo verde.
Ele não era um sapo de creme de menta, era o sapo hortelã-pimenta, apenas mudaram o nome, e duvido que comerei isso, não quero que a minha barriga inche.
Então, peguei outro doce, um que não faria nada comigo.
_ Sim, só tenho dois irmãos, homens. - Então ela tinha irmãs e nunca falou delas.
Não que me lembre.
_ Luca e Claudian são gêmeos e ele saíram de Hogwarts em 1933. - Não consigo me lembrar que ano fiz minha primeira magia, e ela sabia o ano que seus irmãos saíram dessa escola. _ Quando ainda estava no meu terceiro ano. - Ah, é por isso.
_ O que eles fazem agora? - Dorea estava sentada no chão e apoiada nas minhas pernas.
_ Bom, eles estão no ministério e o Luca quer ser o subsecretário sênior do ministro Hector Fawley. - Tanto tempo que não escutava esse nome. _ Mas já tentou ser do seu antecessor, Lorcan, e não conseguiu. - Coitado. _ Mesmo assim, ele recebe um bom salário para sobreviver e comprar o que quiser. - Deu de ombros. _ Claudian é um auror e quer ser promovido ao chefe dos aurores.
Fiquei feliz por não sentir nada ao ouvir sobre "aurores".
_ Eles se parecem?
_ Não.
_ Espera, você não é nascida trouxa? - Ector perguntou.
_ Sim, mas sou adotada. - Incrível. _ Minha família tem magia e isso ajudou a me adaptar na família. - Continuei comendo. _ Eles me viram indo para escola e sentiram que eu tinha magia, o que os fez ficarem curiosos. Então, eles descobriram que eu era uma órfã e me adotaram. - Sorriu. _ Somos uma família de sete pessoas.
_ Por que não fingiu ser mestiça? - Charis a perguntou. _ Não sofreria tanto.
_ E negar as minhas raízes? - Bufou. _ Não, obrigada. Agradeço os meus pais por me adotarem, mas não mudarei minhas origens apenas por ser adotada.
_ Entendo. - Ficou pensativo.
_ E suas irmãs? - Perguntei.
_ A minha irmã mais velha foi a primeira a entrar em Hogwarts, se chama Astra e ela é a secretária pessoal do ministro.
_ Se deu bem, bom, se o ministro não fosse um idiota ambulante. - A loira quebrou as pernas dos sapos de chocolate.
_ Meus irmãos gostam de trabalhar com ela. - Riu de algo. _ Sabia que meus irmãos foram para a Sonserina apenas por uma frase? - Discordou de algo. _ Menos a minha irmã, ela foi para a Lufa-Lufa.
_ Frase? - Perguntei.
_ Sim. - Continuou rindo. _ Meus irmãos tinham preconceito com a Sonserina. - Todos têm. _ Bom, meu pai foi da Grifinória e minha mãe foi da Lufa-Lufa. - E a filha deles vai acabar se casando com um Corvino, que família doida. _ Papai sempre dizia que quem ia para a Sonserina era do mal. - Fez garrinhas com os dedos.
_ Somos do mal. - O moreno abraçou a loira de lado. _ Sugarei sua alma. - Quase mordeu o seu pescoço. _ Venha até mim, cara pálida.
_ Seu idiota. - Tentou empurrá-lo. _ Também sou da Sonserina.
_ Tem razão. - Continuou abraçado nela. _ Continue.
_ A minha mãe viu a mulher confusa, observando a entrada do Beco e quando minha mãe foi até ela, a mulher disse que não se lembrava da combinação.
Espera, por que isso parece tão familiar?
_ E a minha mãe, bom, ela é meio esquecida e sempre anda com um bloquinho de notas consigo e com ajuda dela. - Merda... _ A mulher conseguiu entrar no Beco, mas antes de ir, ela falou para os meus irmãos: Sonserina não é ruim, apenas mal compreendida.
Acho que devo rever as minhas memórias e excluir um pouco delas, porque, para não se lembrar de nomes, é o cúmulo.
_ Então meus irmãos tiraram o medo deles e começaram a pesquisar a fundo sobre a Sonserina, se interessando pela casa. - Pelo menos fiz algo bom.
_ Nossa casa é maravilhosa, só tem alguns idiotas nelas. - Observou o Ector. _ Mas nada que degolando algumas pessoas não resolvam. - Sorriu e tive que rir.
_ Sentirei saudades dessas suas conversas, Dorea. - Deitou sua cabeça no ombro do platinado.
_ Me convide para o casamento de vocês, que você ficará horrorizada com o discurso que farei do meu priminho. - Gostaria de ver isso.
_ Dirá: vocês devem estar confusos com o Charis 2, mas pera lá. Não temos culpa que a minha tia deu o mesmo nome para o filho dela. - Ector afinou a voz e ficou horrível.
_ Quase isso. - Estalou os dedos.
_ Minha mãe deveria ter descoberto que a nossa tia deu esse nome para a nossa prima e não causaria tanta confusão.
_ Aposto que seu nome seria Cygnus. - Comentei rindo.
_ Ou Sirius. - A loira comentou. _ Eles amam esse nome. - Partiu um sapo no meio.
_ Talvez me chamasse de Regulus, gosto desse nome. - Já sabemos qual será o nome do primeiro filho dele.
_ Qual é tara de vocês com nomes de constelações? - Ector perguntou.
_ Pergunte aos nossos ancestrais. - Disseram.
_ Existem quadros deles?
_ Deve ter, não sei. - Deu de ombros. _ Não fomos ainda naquela casa para saber se existe algo, mas papai trouxe o Monstro para a mansão. - Monstro... Ele será uma peça fundamental. _ Ele nos respeita, mas prefere o Cyg.
_ Por que não vamos para a minha casa no final do ano? - Charis convidou. _ O Ano Novo está quase aí. - Semicerrei os olhos e neguei.
_ Devo dispensar o convite, os meus pais não deixarão...
_ Seus pais nem devem existir, invente outra história. - Ector sabia como ser irritante.
_ Acho que ela está falando dos verdadeiros pais dela. - Comentou alarmada. _ Ele é muito poderoso.
_ Quem ele é? Grindelwald? - Charis zombou e ficamos quietas. _ Não, vocês estão brincando comigo, me diga que é mentira.
_ É mentira. - Tentei transparecer seriedade.
_ Ufa.
_ Mentira que meus pais não deixarão. - Sorri.
_ Isso está ficando tão bom. - Ector gritou. _ Quinta fundadora, viajante no tempo, possivelmente. - Correto. _ Filha de Grindelwald. - Parecia que surtaria. _ Só me falta me dizer que é apaixonada pelo futuro Lorde das Trevas.
_ O pai dela? - Safira perguntou incrédula.
_ Não nesse sentido. - Tentou formular uma frase coerente. _ O tio Grind não viverá para sempre e deve ter um sucessor, correto? - Ector me perguntou.
_ Correto. - Não queria ser a sucessora dele.
_ Então o sucessor dele deve ser o futuro marido dela. - Ele precisava parar de ler livros de romance.
_ Você precisa parar de inventar essas histórias, as pessoas podem acreditar. - Procurei outro enquanto falava.
_ Mas já vi tudo, vocês irão se odiar, mas ele irá te amar como se fosse a coisa mais preciosa de sua vida, mas você não vai acreditar nisso e vai o odiar ainda mais... - Bateu palmas. _ Então, ele vai te ajudar em algum momento quase crítico e vocês irão se aproximar e pá. - Uniu as mãos. _ Amor e mais amor.
_ Alguém tira o doce dessa criança, ele já está delirando. - Revirei os olhos.
_ Se isso não acontecer até 1943, você pode me pedir qualquer coisa. - Gostei disso.
_ Qualquer coisa? - Balancei o doce.
_ Sim, qualquer coisa, mas... - Sorriu. _ Se isso acontecer, você está me devendo um favor. - Isso não vai acontecer mesmo.
_ Não sou de fazer favores.
_ Isso é verdade. - Dei um peteleco na Dorea. _ Aí. - Protegeu sua cabeça.
_ Ok, quero 100 garrafas dá Mel. - Isso seria divertido.
_ Pensei que a Mel fosse única. - Zombei, comendo o doce da minha mão.
_ Merda. - Bufou. _ Então, quando for se casar, me convide para ser o padrinho. - Isso me pegou de surpresa. _ Pronto, resolvido.
_ Isso nunca acontecerá.
_ Aposto que vai. - Sorriu. _ Serei o padrinho e você não pode dizer não. - Infelizmente.
_ Tudo bem, mas isso não vai acontecer.
_ Você fala muito as palavras: não e nunca. - Isso não é verdade. _ E aposto que tudo que você falou, não e nunca, vai acontecer.
_ Acha mesmo que encontrarei o grande amor da minha vida com uma personalidade podre como a minha? - Os quatro me olharam e disseram:
_ Sim. - E deveria ter acreditado nessa única palavra, afinal, ele estava mais próximo do que imaginava.
_ Mas você se parece com sua mãe? - Dorea mudou de assunto.
_ Fomos ao Gringotts para fazer transferência de sangue - Ah! Então é por isso que ela é tão familiar para mim.
_ E qual é o nome da sua irmã? - Perguntei.
_ Callysa. - Suspirei e algo me veio à mente...
_ Tenho uma proposta para os seus irmãos. - Ter pessoas no ministério seria ótimo.
_ Lá vem. - Dorea riu.
_ Que tipo de proposta? - Estava curiosa, na verdade, todos estavam.
_ Fiz um acordo com a família da Dorea e eles estão do meu lado.
_ Até se tivermos filhos ou netos, eles têm que estar ao lado da Leesa. - Franzi o cenho e neguei.
_ Na verdade, não. - Ficou sem entender. _ Dei livre arbítrio para vocês, apenas que se não quisessem me ajudar, vocês poderiam recusar e eu teria uma casa e mais 500 milhões.
_ Não sabia. - Ficou pensativa.
_ Seus filhos e netos o mesmo, eles podem recusar. - Concordou. _ Bom, acho que seria bom ter pessoas me ajudando no ministério e posso auxiliar os seus irmãos conseguirem os cargos que tanto desejam.
_ Não sei se meus irmãos iriam aceitar. - Mordeu os lábios.
_ Apenas escreva uma carta para eles e explique que tenho poder suficiente. - Papai tem. _ Para colocá-los nos cargos desejados.
_ Mas para isso acontecer, você irá querer que eles jurem lealdade e que consigam mais pessoas, não é? - Charis analisou a minha fala.
_ Sim, uma guerra está se aproximando. - Na verdade, não está, mas vamos fingir que sim. _ E não posso lutar sozinha. - Infelizmente.
_ Não posso dizer nada por enquanto, mas conversarei com os meus irmãos e se eles quiserem saber mais sobre isso, posso marcar um dia...
_ Vamos para o Ano Novo da minha família. - Ele realmente queria isso.
_ Bom, se meus pais forem convidados. - Seria interessante essa interação.
_ Seus pais trouxas? - Dorea riu, chamando atenção para si e disse:
_ Ela está falando de Grindelwald e Vinda Rosier. - Ofegou, mas concordou.
_ Tudo bem, vejo com os meus pais quando a Saffi tiver uma resposta dos meus cunhados. - Safira se engasgou e fiquei petrificada.
Uau, tão rápido, esse merece um troféu por não perder tempo.
_ Charis, você precisa me ensinar essa tática. - Ector falou sério.
_ O ensino mais tarde. - Revirei os olhos.
_ Acho que precisamos saber de certas coisas sobre você, Leesa. - Dorea sorriu.
_ Certo, contarei, mas apenas algumas coisas. - E minha manhã e tarde foi assim, contando coisas que me lembrava de quando caí em 993, mas pensando em outra pessoa enquanto falava.
───※ ·❆· ※───
Nota da autora: O porquê fiz esse capítulo? A Leesa desde que entrou nesse tempo está soberba, sua razão está sendo ofuscada pela sua superioridade. Ela acha que pode fazer tudo sozinha, que não precisa de ajuda e quer tirar todos do seu caminho. Então, fiz ela perceber que ninguém vence sozinho, que todos precisam de ajuda para desabafar ou para qualquer outra coisa. E no capítulo passado, ela simplesmente focou mais no que ganharia com o que a Safira sofreu do que ajudar a menina que precisava de suporte no momento, então, fiz que ela sofresse na mesma medida, pior até. E claro, vocês podem discordar de como fiz esse capítulo, mas conheço a minha protagonista e sei que ela só se preocuparia com suas ações e com os outros, se acontecesse consigo algo dessa magnitude.
