Sinopse
Quando a lua de sangue se instala na noite de Halloween, os escolhidos da terra do sol nascente ficam no local indicado pela escuridão, cantando sua própria canção ao redor da fogueira como um ritual e selando seu destino. Naquela noite, uma escuridão envolverá o mundo, trazendo a perfeição da morte.
Uma história baseada nos bastidores de um show de Halloween.
Prólogo
Ponto de vista Ruki
30/10/2017 – Dia do espetáculo
Era uma noite fria com ventos gélidos numa lua de sangue que brilhava no céu, colorindo algumas poucas nuvens com seu tom avermelhado.
Tínhamos acabado de fazer um show de halloween, os rapazes estavam eufóricos para curtir o resto da noite, para pedir doces ou travessuras, ou ir numa festa temática. Somos uma banda japonesa de rock, estilo visual kei e estamos em turnê com o lançamento do nosso novo disco.
Para nossa alegria ou não, nosso show de halloween coincidiu com os dados que estaríamos nos EUA, e todos sabemos que o melhor dia das bruxas está aqui. Por sorte, esse seria o último show nas Américas antes de voltarmos ao Japão e teríamos mais dois dias de folga para aproveitar essa festa aqui em Nova York.
Esqueci de me apresentar, sou Matsumoto Takanori, apelido Ruki, minha banda é o The Gazette, talvez você já tenha ouvido falar ou escutado alguma de nossas músicas.
Estou aqui fora, vendo os funcionários guardarem todo o nosso equipamento, sentado fumando um cigarro aromático para descansar, pois o show foi intenso e estou quase sem voz.
Uruha e Kai atrapalharam meu momento solitário, os dois muito eufóricos dizendo que os staffs americanos falaram que terão uma festa de dia das bruxas, igual ao dos filmes numa escola perto do local do show.
Viro-me para eles um pouco indignado.
— Você não está cansado? Foram duas horas de show, eu estou todo arrebentado, não tem onde não dói, as então pernas… Não sei se consigo levantar mais do chão. — Digo com a voz falha e rouca.
Esse show foi realmente ótimo.
— Vamos Ruki, nós nunca fazemos nada divertido, é sempre show, hotel, avião e show de novo. — reclama Uruha fazendo manha.
— Levante-se Taka-san, nós vamos com as fantasias do show de Halloween. —disse Kai.
— Mas e o Aoi-san e Reita-san, onde eles estão? — Tento achar uma escapatória ao não ver os outros dois.
— Eles nem esperaram, já se adiantaram para se trocar no hotel. — Kai encolhendo os ombros.
— Você tem certeza? Nenhum de nós fala inglês direito, mal entendemos o que falamos quando conversamos conosco e se não fosse os intérpretes estaríamos perdidos — explique as razões que estão na minha mente, porque sei que um "não tô afim" não daria certo com Kai agora.
—Ah! Ruki-kun sempre quer ficar na sua bolha protetora isolada de todos. — resmunga Uruha cruzando os braços e batendo o pé.
— Nunca temos folga, é só trabalho, trabalho e trabalho! Nunca tem diversão, cansa ser líder assim! Você dá muito trabalho, Takanori. — Dessa vez é Kai quem está bravo.
— Já que nosso líder quer se divertir, vamos embora. Só não diga depois que não avisei — respondo, olhando nos rostos dos dois, só para ter certeza de que cumpriram minhas palavras.
Me levanto com a ajuda deles e pego minhas coisas no camarim, nós três e algumas equipes caminhamos até o hotel.
Primeira vez que vejo o Kai e o Uruha felizes por fazer alguma coisa juntos. Aquele dia do passeio das pirâmides no México foi tirado na sorte, então não conta, mas no fim eles gostaram e se divertiram. Uruha viu até especialistas no alto da pirâmide, desviando-se da altitude.
Poucos minutos depois chegamos ao hotel. Seguimos para o elevador e os quartos escondidos no mesmo andar.
— Ruki, não demore, a equipe ficou de nos encontrar daqui a uma hora no saguão do hotel, para chegarmos às 23h na festa — avisou Kai. Ele sabe que estou com preguiça até de respirar, imagina tirar a roupa do show e colocar outra?
— Kai-san, como você vai? Médico ou maluco do circo? — Uruha para um pouco mais a frente no corredor dos quartos e olha para nós.
— Kouyou-san, uma roupa de médico é mais fácil de vestir e só preciso retocar a maquiagem. — explica Kai, verificando sua teoria olhando para a câmera frontal de seu celular.
— Quero ver o que o Aoi-san e o Reita-san vão vestir. — O loiro olha em volta como se procurasse por eles mesmo sabendo que não estão aqui.
Os dois se entreolham e vão até uma das portas do corredor, Kai bate enquanto Uruha fica encostado na parede olhando para o chão. Depois de bater algumas vezes ouvimos um "Quê?" abafado vindo de dentro do quarto.
— Reita, o que você vai vestir? — pergunta Kai olhando para a fechadura.
Reita abre a porta do quarto quase pronto, com sua roupa de médico e máscara de couro, olha para o Kai e depois para o Uruha, faz um sinal com a mão para a própria roupa.
— Achei mais fácil pelo pouco tempo que temos para nos arrumar, mas queria ir mesmo é com a outra — explica ele coçando a pele por baixo da máscara com dificuldade.
— Eu ia dizer o mesmo — disse Kai aquecido. — Eu também vou trocar. — Ele se vira e vai para seu próprio quarto.
— Sabe do Aoi-san? — pergunta Uruha após espiar por cima do ombro do baixista.
— Ele foi para o quarto, disse que ia tomar banho, porque estava todo suado e grudento. — responde Reita
- OK. — Uruha concorda com a cabeça.
Ele caminha apressado para o seu quarto, que era compartilhado com o líder e antes de entrar olha para mim mórgando no meio do corredor.
— Por que ainda não foi se arrumar? Temos um pouco de ritmo. — O loiro me olha confuso e eu percebi que Reita já entrou de volta em seu quarto compartilhado com o Aoi.
— Então, estou muito exausto, acho que vou ficar no quarto mesmo. — respondo em uma última tentativa, realmente estou meio sonolento.
— Mas não vai mesmo, nunca fazemos nada em grupo, você fica só na sua casa com Koron enquanto nós quatro saímos! — Kai coloca a cabeça para fora do quarto e depois sai por completo, encaro-o vendo ele já de jaleco e quase pronto.
— Kai-kun, você sabe que estou tímido para sair e conversar com outros sobre outros assuntos que não seja música ou moda — retruco.
— De que adianta ser uma banda de rock se você esqueceu do principal? "Sexo, drogas e rock'n roll." — Kai tenta se descontrair e eu sorrio levemente
— Faz tempo que não faço o primeiro, então não desperdice nosso momento de diversão num país estrangeiro. — Kai reflete.
— Não que usamos drogas, nunca pensamos nisso, mas é como o moreninho disse, estamos sempre em turnê e eu adoro, entretanto, não sobra tempo para relacionamentos. —diz Uruha
— Mas Kai… — Tento dramatizar.
— Vai logo Ruki, já estamos atrasados — ordena ele impaciente.
Vou para o meu quarto e Kai também entra no dele, Uruha sai arrumado e entra no quarto do Reita com o Aoi. Logo ouvimos uma discussão sobre o espelho entre Aoi e Uruha.
— Essa roupa de médico não sei se está combinando com meu cabelo loiro, na última vez ele estava azul e eu também usava lente vermelha. — Uruha continua sendo narciso, falando alto o suficiente para ouvirmos mesmo que ele tenha deixado a porta do quarto aberta.
— Uruha-chan, para com essa frescura e vamos para a festa. — resmunga Reita
Só ele mesmo para fazer o Aoi quase engasgar com seu vaporizador.
— Akira-chan, vá para o inferno! Insuportável! — Uruha se vira para cima do Reita lhe dando um soco no ombro.
— As duas moças já pararam de trocar desaforos!? Vamos antes da festa acadêmica! — diz Aoi saindo, e corre da linha de tiro de duas almofadas que eles atiraram nela.
Ouvindo a discussão dele, dentro do meu quarto, me jogo na cama, sentindo meus músculos reclamando. Ah! Mas eu não quero ir mesmo!
De repente ouço batidas na porta do meu quarto e logo ela está aberta mostrando os quatro vestidos de médicos e um Kai bravo.
Eu sempre fui antissocial, não é agora que mudarei.
— Takanori, por que você ainda não está pronto? — grita Kai raivoso.
— Eu disse que não quero ir. —Respondo sonolento.
— Você é muito chato, Taka-chan! — resmunga Aoi e eu seguro um "foda-se" na garganta.
— Você só sabe chamar a gente para aquelas reuniões da gravadora e entrevista de rádio — murmura Reita alheio.
— Não quero saber, levanta já e coloca seu jaleco. Dá um jeito nesse cabelo, você tem cinco minutos, nada mais! — ordena Uruha autoritário fazendo os outros sorrirem junto comigo. Ver ele mandando é divertido.
Eles ficam no quarto esperando enquanto eu arrumo e estou pronto cerca de 10 minutos pronto uns 10 minutos depois.
Depois dessa bronca coletiva e me obrigar a ficar pronto, parece que eu me animei um pouco com o passeio para a festa.
Entramos no elevador, até o térreo do hotel, onde a equipe já estava cochilando no sofá de tanto esperar. Além do pessoal americano, duas câmeras e um dos intérpretes nos acompanharam para a van. Todos ficam felizes e contentes, menos eu que ainda não vejo o porquê de tanta euforia assim.
Por volta de 10 a 15 minutos chegamos ao local da festa, a escola é um pouco afastada do centro, em um bairro que parece rural, pois atrás dela tem uma floresta. Está tudo macabramente decorado com lanternas de abóboras, teias de aranhas, morcegos e muitos esqueletos espalhados, luzes saindo do chão e muitas esculturas que mexiam e produzem ruídos horripilantes.
Logo descemos da van, seremos particularmente reconhecidos, somos todos de médicos com acessórios, com sangue até nas máscaras cirúrgicas. O lugar está lotado, gente entrando e saindo, crianças correndo com os sacos de balas nas calças.
Os adultos estavam muito bem vestidos, principalmente as mulheres, assim que começamos a entrar na festa cinco mulheres com fantasiadas em vestidos vitorianos, um de cada cor, fizeram reverência de comprimento com costumamos fazer, certamente elas perceberam que não somos daqui. Uma delas, num lindo vestido azul, chegou perto de nós.
- Boa noite! Bem-vindo à noite de Halloween! — exclamou a garota fazendo uma reverência que entendemos ser um comprimento.
Nosso intérprete traduz e entendemos o que ela falou. — "Boa noite! Sejam bem vindos a noite do dia das Bruxas!"
Ela continua falando antes que qualquer um de nós possa responder.
- Ficar vivo! Que os jogos comecem! — Aponta para dentro de casa.
Enquanto nosso intérprete faz a tradução para nós, a moça desaparece na multidão.
— Eu disse Kai-kun, não devíamos ter vindo! Que mensagem mais estranha, "Fiquem vivos! Que os jogos começamm!" — reclama Ruki já arrependido por seguir eles.
— Ruki-chan, caso você nunca tenha assistido filmes de terror, foram referências a dois filmes de Hollywood — diz Kai puxando Ruki para dentro, sendo seguido pelos outros.
— Quem vem numa festa de Halloween vestido de padre? — pergunta Aoi sentindo um pequeno arrepio na espinha.
— Todas as fantasias são válidas nesse dia, vai ver elas são adoradoras do filme O Exorcista! — explica Uruha encaminhando-se para dentro da escola a procura de uma bebida.
— Mas é muito esquisito desde que olhamos, eles não param de nos encarar, estão até parecendo aqueles serial killers. — comenta Reita correndo atrás do Uruha com medo de ficar sozinho ali fora.
Como é um país estrangeiro não seremos reconhecidos com facilidade, uma vantagem e tanto.
Entramos na escola e tudo está decorado, os corredores têm teias de aranhas, esqueletos, fitas laranjas e pretas pelo caminho até o salão de baile onde a festa realmente acontece.
— Kai-chan, devagar você está indo muito rápido! Estou trombando em todo o mundo! — reclamo.
— Quero chegar na mesa logo, estou com fome e preciso beber um pouco antes que o Uruha-san seque tudo. — explica Kai vendo a mesa de longe.
— Nem vem Kai-chan, quero pegar aquele ponche que sempre vejo nos filmes, então me dá licença que 'tô passando! — Uruha parece muito afoito em provar as receitas de Halloween.
— Reita-kun, você viu aqueles padres na entrada? — Pergunta Aoi.
— Então, parece que eles decidiram entrar também, são bem assustadores, sinto que eles ou nos preocupam, ou querem nos sequestrar. — Reita empurra Aoi na direção dos outros na mesa de comida.
— Ficarei de olho neles, estou com um mau pressentimento. — Aoi cutuca Reita que estava com um doce de olho na boca.
É bem diferente do Japão, pois as pessoas aqui não têm vergonha de se beijar ou ficar se agarrando na frente dos outros. Nosso staff nos chama para irmos mais para o meio do salão para desfrutar a música e dançar um pouco.
Como pessoas que tocam rock ou metal, somos bem tímidos, nós escutamos os ritmos e tentamos interagir com as pessoas e dançar, aparentemente todos estão se divertindo. Uruha gostou mesmo do ponche até o Aoi está tentando acertar alguns passos.
"Realmente é muito divertido e gostoso, Kai-san tinha razão, precisávamos sair da rotina e fazer algo diferente." Penso alto encostado na mesa comendo um petisco e bebendo, esse ponche tem apenas gosto de álcool.
Vejo que nossas duas câmeras já deixaram o serviço de lado e não estão mais gravando passos, cada um arrumou uma acompanhante que, por sinal são bem bonitas, não vejo mais o pessoal que nos trouxe e fico meio preocupado em como voltaremos para o hotel .
Noto que nosso tradutor diz algo para o Kai, mas não consigo entender de longe, então me aproximo para saber do que se trata.
— Kai-san, onde ele vai? Estamos perdidos sem ele, eu sou péssimo em inglês. — questões preocupadas.
— Você se preocupa demais, aproveita a festa, Ruki-chan! Ele volta logo, só saiu para fumar. Satisfeito? — Responde Kai.
— Kai-kun, notou que esses cinco pais estão sempre parados e olhando para a gente? — Pergunta Aoi acuado.
— Verdade, estou observando eles desde que olhamos e definitivamente estão nos observando e com aquele olhar de maldade… tipo serial killer. — Reita sente um arrepio na espinha só de falar.
— Pessoal, qual o problema? Viemos aproveitar a festa e não ficar julgando seus convidados, e se enxerguem, quem somos nós para julgar? — respondeu Uruha apontando para sua fantasia "ensanguentada" e termina seu ponche indo buscar mais.
Assim que Uruha chega na mesa para pegar bebida, um dos padres o pega pelo braço com força e começa a arrastá-lo com força para saída, sem mais nem menos.
Ele grita por ajuda, mas o círculo fecha atrás de nós e os pais estão atrás de nós também. Uruha dá um soco na barriga de seu captor e corre em nossa direção. Os cinco padres partem para cima de nós com fúria no olhar e sem opção corremos saindo do salão em direção ao corredor atropelando os outros que estão tentando entrar.
Sem saída consideramos ir para a van, mas não vimos o pessoal em lugar algum e todos os outros também sumiram e não temos a chave, ficamos do lado de fora da escola procurando o tradutor, em todo lugar ele havia saído para fumar, não desviou tá longe.
Quando retornamos o olhar para trás um dos pais estava acenando para que os outros se dividissem e nos procurassem novamente, definitivamente eles estão querendo nos sequestrar.
— Então Kai-san, o que vamos fazer? — perguntas nervosas.
— Eles não estão brincando, por que querem pegar a gente? — pergunta Reita.
— Meu braço tá doendo! Cara, ele abriu com força. — recuperar Uruha passando a mão no braço tentando aliviar a dor.
— Bem que senti um mau agouro quando os vi nos encarando. — Suspira Aoi.
— Não conheço ninguém aqui e nem sabemos como pedir ajuda, e nosso único celular está sem sinal, eles não vão nos entender. SERÁ QUE ELES SUMIRAM COM NOSSOS AMIGOS TAMBÉM? — pergunta Kai desesperado com a aproximação dos padres vindo de cada lado da escola.
Estamos juntos entre a porta da escola e a escada, não tem como fugirmos, qualquer um de nós pode ser pego. Por que será que estamos nos perseguindo?
Então aparece escondida atrás de uma das lápides do cemitério da entrada da escola, a mulher de vestido azul acenando para nós.
— Kai, veja a mulher da entrada que nos deu boas-vindas! — Me lembro dela.
— Parece que ela está acenando para nós — comenta Aoi.
— De certo modo, acho que sim. Ela está nos chamando para ir lá! — responde Reita intrigado.
— Ela está fazendo um gesto para nos abaixarmos e ir até ela. Não? — conclui Uruha segurando o braço ainda dolorido.
— Ela deve ter percebido que os pais estão atrás de nós. — explica Kai abaixando-se e andando na direção dela.
Ela estava à direita da escada atrás das grades do cemitério falso, então descemos as escadas meio abaixados com medo de sermos pegos, contornamos a grade e chegamos um por um até a lápide, ficamos agachados e escondidos só olhando os padres se encontrarem na escada e não achando mais ninguém. Eles ficam loucos andando para todos os lados, indo na direção da rua nos procurando até que um carro grande preto chega, eles entram e vão embora.
Levantamos aliviados, agradecemos muito a mulher que responde nossa reverência em japonês também.
— Você fala nosso idioma? — Kai abre um sorriso mostrando suas covinhas.
— Sim, estou interessado em ouvir a música de vocês, depois fiz um curso para um dia poder ir ao Japão — explica a mulher do vestido azul.
— Você identificou a gente? Como? — pergunta Reita.
— Eu fui ao show que fiz! Tamanha foi a minha surpresa e alegria ao vê-los na festa da minha escola! — responda ela.
— Mas na entrada você nos recebeu em inglês e foi tão formal, qualquer outro fã estaria gritando e chorando até se ajoelhando aos nossos pés! — diz Uruha aprimorado como é.
— Eu estava gritando e chorando por dentro, mas sabia que vocês precisavam de espaço e esse tempo para se divertir. — Disse a mulher rindo.
— Você sabe quem eram os padres que nos perseguiam? — pergunta Aoi com ar de preocupação.
— Nunca vi por aqui. Eles chegaram logo depois que vocês passaram por mim na porta. — responda levantando-se totalmente e ajeitando a coluna.
— Não temos como ir embora, nossos amigos que estavam conosco sumiram e estou com medo de voltar lá dentro! — reclamo com tom de sábia que essa noite não ia prestar.
— Vocês já dançaram em volta de uma fogueira? — Disse a mulher.
Sacudimos a cabeça elevada, surpresos com a pergunta.
— Eu e umas amigas celebraremos o sabá da fertilidade da terra, onde os participantes dançam e se alegram na volta da fogueira, também podemos cantar uma música da banda, temos um violão lá seria um show particular da banda para celebrar a lua de sangue no dia das Bruxas. Vocês aceitaram isso?
— E fica longe daqui? — Perguntei.
— Não, está atrás da escola numa clara. — respondeu sorrindo.
— Nunca dancei em volta de uma fogueira! — exclamou Uruha eufórico com a novidade.
— Tá aí uma coisa que nunca ouvi falar, deve ser legal. — Reita se empolga.
— Dançar em volta de uma fogueira, seria uma experiência um tanto ousada. — disse Aoi meio indeciso ainda.
— Comentários gratos em você ter nos protegido, então aceitamos ir com você. — responde Kai mostrando novamente suas covinhas no sorriso de lado.
A mulher pede para ficarmos esperando aqui ela dá a volta nas notas e sobe as escadas, passados alguns minutos ela volta com mais quatro amigas belíssimas e vestidas, igual a ela só que de cores diferentes. Elas se aproximam e cada uma gruda no braço de cada um de nós.
— Vamos! É quase meia-noite!
Acenamos com a cabeça e seguimos rumo a clareira e de longe vemos que a fumaça da fogueira está queimando bem alto. É muito estranho tentar conversar com outra pessoa por mímica já que conversamos idiomas diferentes, mas o mais engraçado é que parece que todos estão se entendendo e as amigas da mulher de vestido azul são muito divertidas e extrovertidas, suas risadas são muito gostosas e extremamente aparente.
