Capítulo 1 - Ajoelhe-se Diante de Mim

O Beco Diagonal estava repleto de um ar festivo, com bandeiras vibrantes e serpentinas encantadas flutuando pelo ar enquanto a multidão comemorava a campanha para a reeleição da atual Ministra da Magia, Wilma Dean. Lucius Malfoy caminhava pela cena animada, seu olhar nostálgico varrendo os arredores familiares que ele nunca imaginou sentir tanta falta. De repente, confetes coloridos do comício flutuaram, pousando em seu cabelo perfeitamente arrumado. Os olhos de Lucius se estreitaram em repugnância enquanto ele afastava os confetes, procurando refúgio em uma loja de artefatos mágicos próxima, "Olho de Cristal." Ao entrar, ele usou sua varinha para remover meticulosamente cada pedaço de confete. O atendente da loja, reconhecendo-o imediatamente, olhou em espanto. "É uma grande surpresa vê-lo aqui, Sr. Malfoy. Como posso servi-lo?"

Caminhando com uma confiança inabalável, Lucius respondeu: "Estou procurando uma nova bengala. Não precisa me acompanhar, sei exatamente onde encontrá-la."

O ambiente exalava sofisticação, com prateleiras cheias de itens finos e exclusivos, apropriados para um homem de seu status. Seu olhar afiado e calculista escaneou a loja com precisão até fixar-se em uma coleção de bengalas, cada uma mais requintada que a outra, verdadeiras obras de arte.

Lucius parou diante de uma bengala de ébano com detalhes em prata. Ele a segurou, apreciando o peso perfeito e a textura suave sob seus dedos. Embora não precisasse de uma bengala, este acessório era essencial para compor sua imagem imponente e aristocrática. Após os anos em Azkaban, recuperar sua aparência imponente era uma maneira de reafirmar sua identidade.

Nesse momento, a porta da loja se abriu novamente e uma jovem deslumbrante entrou. Fleur Delacour, com seu cabelo loiro esvoaçando como seda ao vento, parecia uma visão encantadora. Ao se aproximar do balcão onde o atendente da loja estava, seu sorriso foi completamente cativado por tal visão graciosa.

"Boa tarde, eu sou Fleur Delacour" ela se apresentou, sua voz suave e elegante como uma melodia bem ensaiada. "Gostaria de gravar os nomes dos meus pais nesta bandeja de prata. É aniversário de casamento deles, e eu adoraria presenteá-los com esta peça."

Ela segurou a peça delicadamente, seus dedos esguios e graciosos contrastando com o brilho polido do metal. O atendente da loja, um homem de meia-idade com um bigode bem aparado, foi imediatamente cativado por sua presença.

"É um prazer conhecê-la, Srta. Delacour" ele disse, seus olhos brilhando de admiração. "A senhorita tem um belíssimo nome e sua travessa é muito bonita também", ele acrescentou, quase esquecendo de olhar para a bandeja enquanto falava, mais focado em sua presença radiante.

Fleur sorriu calorosamente. "Muito obrigada. Então, seria possível você gravar isso hoje? Preciso retornar à França em algumas horas."

O atendente olhou para o relógio na parede e depois de volta para o rosto esperançoso de Fleur. Ele suspirou, o arrependimento evidente em sua expressão. "Infelizmente, Srta. Delacour, não será possível fazê-lo hoje. Meu assistente está atualmente gravando broches para a campanha da candidata a Ministra da Magia", ele acrescentou rapidamente, não querendo decepcioná-la, "Mas posso trabalhar nisso à noite e tê-lo pronto para você logo pela manhã."

Fleur inclinou-se ligeiramente para a frente, um brilho mágico em seus olhos. "Por favor" ela murmurou, e sua voz tornou-se extraordinariamente melodiosa, reverberando pelo ambiente como uma canção encantadora. O som parecia envolver o espaço, transformando a atmosfera da loja em algo mais sereno e mágico.

Enquanto falava, seu cabelo começou a ondular por conta própria, movendo-se em um ritmo hipnótico como se uma brisa suave e invisível o acariciasse. A luz do dia, filtrada pelas janelas, parecia intensificar-se, refletindo em seus cabelos dourados e criando um efeito quase sobrenatural. Uma luz suave emanava de sua pele, envolvendo-a em uma aura que tornava impossível o atendente da loja desviar o olhar.

O atendente da loja sentiu seus joelhos enfraquecerem e teve que se apoiar no balcão para não cair. A presença de Fleur e a melodia ainda ecoando em seus ouvidos deixaram-no encantado e sem fôlego. Ele piscou, tentando resistir, mas o desejo de agradar aquela figura angelical era irresistível.

"Bem" ele começou, sua voz um pouco trêmula, "Eu... acredito que posso rearranjar alguns pedidos, vou cuidar disso agora mesmo." Ele pegou a bandeja das mãos dela com renovado cuidado, como se a peça fosse sagrada. "Por favor, escreva os nomes de seus pais aqui" ele disse, oferecendo-lhe um pedaço de papel e uma caneta.

Fleur sorriu, um sorriso que parecia iluminar ainda mais a loja. "Muito obrigada" ela disse, sua voz voltando ao tom normal, mas ainda mantendo aquela elegância inata. Ela pegou a caneta e escreveu os nomes com letras graciosas, entregando o papel de volta ao atendente da loja.

O atendente da loja, sob o feitiço de sua presença, simplesmente acenou com a cabeça, incapaz de encontrar palavras para expressar a sensação de maravilhamento que sentia. Segurando a bandeja com reverência, ele se preparou para cumprir o pedido dela, não apenas por cortesia, mas por uma necessidade profunda e inexplicável de não decepcionar a criatura etérea que havia tão gentilmente pedido um favor.

Lucius, que vinha observando a cena com uma mistura de curiosidade e soberba, sentiu como se emergisse de um transe. Ele piscou, dissipando a sensação hipnótica que pairava no ar. Sua mente afiada processou rapidamente o que havia acontecido: os poderes de Veela de Fleur haviam sido usados.

Fleur, notando o olhar atento de Lucius, virou-se e sorriu ligeiramente, um toque de desafio em seus olhos. Lucius inclinou a cabeça levemente em um gesto de reconhecimento, admirando tanto a habilidade quanto a audácia da jovem.

"Uma demonstração impressionante, Srta. Delacour" comentou Lucius, sua voz ressoando pela sala com uma mistura de respeito e condescendência. Ele estava em uma seção reservada para bengalas de luxo que Fleur inicialmente não havia visto, sua figura esguia e imponente vestida com um terno preto impecável. "É raro ver uma Veela em plena potência"

Fleur manteve o sorriso, mas seus olhos, fixos em Lucius, mantinham uma determinação feroz. "E é raro encontrar alguém que não se ajoelhe ao primeiro sinal de um encantamento de Veela, Sr. Malfoy."

Lucius deu um passo à frente, aproximando-se dela. Seu olhar era fixo e intenso, como se tentasse descobrir todos os segredos escondidos na alma de Fleur. "Existem bruxos e bruxos, Srta. Delacour. Eu não sou um garoto de escola ou um atendente de loja."

Fleur levantou uma sobrancelha, um sorriso provocador emergindo em seus lábios. "Faz muito tempo desde que deixei a escola, Sr. Malfoy, e eu não estava em plena potência também."

A tensão entre eles era palpável, como uma corrente elétrica percorrendo o ar. Ele sorriu. "Então você acredita que me veria ajoelhar no meio desta loja."

Ela manteve o olhar e sorriu com igual desdém. "E o senhor pensa que eu não veria?"

Ele riu, um pouco mais alto do que pretendia. "Depois do que passei nos últimos anos, tenho certeza de que nem mesmo toda sua purpurina de fada me faria vacilar. Acredito que a senhorita apenas se envergonharia e eu não levantaria uma única sobrancelha."

Ela deu um passo mais perto, sorrindo. "E eu acredito na mesma coisa, o senhor apenas se envergonharia."

Irritado pela insolência de Fleur, ele abriu os braços levemente, sua postura exalando confiança. "Muito bem, mostre-me tudo o que você tem Delacour."

Ela olhou para a loja vazia e depois para ele. "Aqui?" ela perguntou.

Lucius não recuou, mantendo um olhar firme. "Você está com medo de algo?"

Fleur se aproximou ainda mais, até ficar a poucos centímetros, seus olhos fixos nos dele.

Ele começou a perceber os sons ao seu redor diminuindo, como se estivessem sendo abafados. As batidas de seu próprio coração começaram a ressoar em seus ouvidos, cada pulso soando mais alto e mais claro. Lucius notou pequenas luzes prateadas dançando nos olhos de Fleur, capturando-o em uma sensação de conforto e pertencimento. Uma luz quente envolveu os dois, criando uma bolha de intimidade e magia. A tensão no ar parecia se concentrar nos lábios de Fleur, que se moviam lentamente. No início, ele não entendia bem o que ela estava dizendo, mas logo a palavra "ajoelhe-se" ressoou em seus ouvidos como um sussurro encantador. Lucius fechou os olhos com força, inspirando profundamente. Ele usou cada grama de sua força de vontade para resistir à voz em sua cabeça que tentava forçá-lo a ajoelhar-se. Tentando controlar sua própria respiração, ele abriu os olhos levemente, e viu o sorriso arrogante de Fleur e soube que estava prestes a ceder.

Fleur sorriu, vitoriosa. "Acredito que é evidente que o senhor moveu muito mais do que uma sobrancelha, Sr. Malfoy" ela disse, sorrindo sugestivamente. "Mas promessa é promessa, e agora eu quero que você se ajoelhe para mim." Enquanto ela dizia isso, seu cabelo começou a girar violentamente, e uma luz brilhante amarela e laranja começou a emanar dela, criando uma atmosfera quente e elétrica.

Lucius Malfoy, com os olhos fechados com força, sentiu uma sensação fria emanando do anel de pedra negra em sua mão esquerda. A joia, uma relíquia antiga, emitia uma força tremenda, neutralizando parcialmente a magia intoxicante de Fleur e restaurando um controle que estava quase escapando de seu alcance. Seu corpo tremia levemente enquanto a energia percorria seu corpo, mas ele logo se estabilizou, endurecendo sua expressão com uma calma sinistra.

Fleur Delacour, notando a mudança repentina na postura de Lucius, estreitou os olhos. Ela canalizou mais de sua magia, direcionando uma onda avassaladora de poder para ele. O ar ao redor deles crepitava com eletricidade, pequenas faíscas de energia mágica dançando entre eles. O anel de Lucius começou a rachar, linhas finas se espalhando como teias de aranha em sua superfície. Cada fissura audível era um testemunho da imensa resistência sendo testada.

Invocando todo o seu autocontrole, Lucius lentamente trouxe sua mão esquerda para encontrar a direita, ambas as mãos envolvendo o anel. Seus olhos se abriram de repente, ardendo com puro desafio, fixando-se em Fleur com um convite que a incentivava a continuar.

O som das fissuras se formando na pedra ecoou pela sala. Mesmo assim, ele manteve o olhar de Fleur, uma batalha silenciosa travada apenas com suas vontades. Um sorriso frio e calculado curvou seus lábios, mascarando a turbulência interna. Ele sabia que poderia resistir por tempo suficiente. A magia de Fleur, embora potente, não duraria para sempre. A tensão no ar era palpável, cada segundo se estendendo como uma eternidade. Ambos sabiam que o primeiro a ceder perderia mais do que apenas a batalha. A frustração começou a torcer as feições de Fleur, um lampejo de dúvida cruzando seus olhos. Quebrando o silêncio, ela falou, sua voz carregada de ressentimento.

"Você trapaceou!" ela disse. Lucius sorriu, um brilho de triunfo em seus olhos.

"Acredito que a senhorita é uma má perdedora" ele disse.

Ela então perguntou, intrigada, "O que você usou?"

Ele deu de ombros, levantando a mão para revelar o anel com uma pedra negra no meio. "Isto" ele respondeu, sua voz carregada de satisfação.

Fleur olhou para o anel com interesse. "Impressionante" ela murmurou. "O que exatamente isso faz?"

Lucius respondeu calmamente, "Fornece uma medida extra de autocontrole. É muito útil para lançar feitiços complexos e para meditação."

Para muitos, a frase poderia parecer uma simples descrição de um artefato mágico, mas para Lucius, essas palavras carregavam um peso profundo, forjado nas profundezas sombrias de Azkaban. A prisão não era apenas um lugar de confinamento físico, era um lugar onde mente e alma eram testadas até seus limites extremos.

Durante seu tempo em Azkaban, Lucius enfrentou medos mais humanos e cruéis. Os Dementadores não estavam mais lá, mas sua ausência não tornava a vida mais fácil. Pelo contrário, os guardas humanos eram implacáveis em sua hostilidade. Lucius era um alvo constante de humilhação: seu cabelo, símbolo de seu orgulho, era raspado semanalmente, ele era privado de banhos e refeições adequadas e acima de tudo, era perseguido implacavelmente pelos Comensais da Morte que ele havia traído para garantir a segurança de sua esposa e filho.

Cada dia, ele enfrentava uma nova forma de tortura. O desprezo dos guardas, o desdém em seus olhos, as palavras venenosas dos Comensais da Morte, tudo conspirava para quebrar seu espírito. Mas Lucius sabia que não podia ceder. O autocontrole tornou-se sua única defesa. Em meio à sujeira e à fome, ele aprendeu a controlar sua mente, a silenciar os gritos de dor e desespero que ameaçavam consumi-lo.

A meditação tornou-se sua salvação. No silêncio de sua cela, Lucius focava em sua respiração, em cada batida de seu coração, usando essas práticas para criar uma barreira mental contra a crueldade ao seu redor. Cada insulto, cada golpe físico, era enfrentado com determinação fria e calculada. Ele sabia que qualquer sinal de fraqueza poderia ser sua queda.

Hoje, ao deixar Azkaban, Lucius encontrou um mundo mudado, mas também percebeu que ele próprio havia mudado. O autocontrole, forjado na adversidade, tornou-se sua armadura no mundo exterior. Cada interação, cada decisão, era medida e calculada, uma demonstração de que ele ainda controlava seu destino.

O anel de pedra negra que agora possuía era mais do que um simples artefato, era um símbolo de sua jornada e de sua resiliência. Ele não apenas fornecia a energia extra para feitiços complexos, mas também reforçava a força mental que ele havia cultivado durante anos de privação. Com ele, Lucius podia enfrentar qualquer situação com a confiança de que, não importava quão difícil fosse, ele não seria vencido por suas emoções ou medo.

Fleur observou o anel com fascinação. "Essas inscrições são Veela, sabia?"

Lucius levantou uma sobrancelha. "Achei que fossem meros desenhos. Este anel pertencia ao meu pai."

Fleur, curiosa, perguntou, "Você podia usar coisas assim em...?" Sua voz falhou, incapaz de pronunciar a palavra.

Lucius manteve sua postura altiva e, com firmeza inabalável, respondeu, "Azkaban, Srta. Delacour. Depois de tudo o que passei, palavras não me afetam."

Ele fez uma pausa, deixando o peso de suas palavras pairar no ar antes de continuar, "Não, este anel foi mantido em armazenamento. Foi somente após treinar tanto autocontrole por conta própria, nas condições mais adversas, que ao ganhar minha liberdade, foi a primeira coisa que pensei em usar."

Ele tocou o anel com um gesto quase reverente. "Este anel serve para reforçar o controle que desenvolvi. É um lembrete de que, apesar de todas as privações, consegui manter minha dignidade e minha mente intactas. Agora, ele amplifica essa habilidade, tornando-me ainda mais focado."

Fleur olhou para Lucius com uma nova admiração. "Isso é realmente impressionante, Sr. Malfoy."

Lucius inclinou levemente a cabeça, aceitando o reconhecimento. "Às vezes, Srta. Delacour, as maiores forças são forjadas nos fornos mais intensos. Azkaban foi meu forno, e este anel é a prova de que sobrevivi ao fogo, mais forte e mais controlado do que nunca. É por isso que aceitei este desafio tolo. Não há nada no mundo que possa quebrar meu autocontrole."

O que Lucius não percebeu é que enquanto conversava e segurava sua mão, Fleur traçou runas de Veela em sua pele com as pontas dos dedos brilhantes. Sentindo a eletricidade do toque, Lucius olhou para ela seriamente, percebendo que estava novamente sob o seu controle, desta vez incapaz de usar o anel para se libertar.

Para muitos, a magia Veela era vista como algo superficial, um truque bonito e encantador, mas essencialmente inofensivo. Fleur Delacour sabia bem como era enfrentar o desprezo, a condescendência daqueles que viam sua herança como uma curiosidade de circo, algo para entreter em festas e eventos sociais. Desde jovem, ela ouvira os sussurros, sentira os olhares desdenhosos. Para muitos bruxos, a magia Veela não era digna de respeito, uma força a ser subestimada.

No entanto, Fleur não era apenas uma jovem bonita com uma herança exótica. Nos últimos anos, ela havia treinado intensamente com sua avó, uma Veela poderosa e experiente. Ela havia visto de perto o que uma verdadeira mestre Veela podia fazer. Sua avó, com um simples sussurro, podia pôr uma vila inteira para dormir. Ela podia levar pessoas a situações perigosas, manipulando suas mentes de uma maneira que era letal e indetectável pelo Ministério da Magia. A magia Veela, em suas mãos, era uma arma afiada, sutil e devastadora.

Quando Lucius expressou sua condescendência, achando "fofo" que ela pudesse influenciar um atendente de loja, algo dentro de Fleur se acendeu. Ela queria provar que era muito mais do que ele poderia imaginar. Sua magia não era um truque de salão, mas uma força real e potente, controlada com precisão. Com cada toque de seus dedos, ela canalizava anos de treinamento e disciplina, mostrando a verdadeira extensão de seus poderes.

Enquanto segurava o anel de Lucius em suas mãos, fingindo analisá-lo, Fleur tornou impossível para ele usar a outra mão para intensificar a magia da pedra. Lucius havia subestimado sua oponente, e agora estava à mercê dela. Segurando firmemente seu pulso, Fleur sussurrou algo ininteligível que soava como uma canção, uma melodia antiga e poderosa.

Lucius tentou resistir, mas sentiu-se compelido a fechar os olhos novamente. A sensação do toque de Fleur e o som de sua voz o envolviam completamente. Naquele momento, ela sabia que o tinha sob seu controle, e agora ela o faria ajoelhar-se.

"Agora veja uma Veela em plena potência" ela disse, usando as palavras que ele havia usado para zombar de sua magia. Fleur preparou-se, canalizando todo o poder milenar, a herança de sua família. Seus olhos brilhavam com determinação e força inabalável.

Lucius, embora resistente, não pôde evitar a sensação de perder o controle. O toque de Fleur era como uma corrente elétrica, pulsando através dele, minando sua força de vontade. Ele percebeu que havia subestimado sua oponente e agora estava à mercê de um poder que não compreendia completamente.

Fleur, vendo a luta nos olhos de Lucius, sorriu. "Você pode ter sobrevivido ao inferno, Sr. Malfoy, mas isso não significa que outros não tenham lutado suas próprias batalhas, e francamente, estou cansada de ser subestimada."

Com isso, Fleur intensificou o brilho em seus dedos, deixando claro que era muito mais do que uma mera beleza exótica. Ela era uma força a ser respeitada, uma verdadeira mestre de sua própria magia. E Lucius, pela primeira vez, sentiu o verdadeiro poder de uma Veela em ação.

No momento em que Fleur começou a liberar seu poder, o ambiente ao redor deles começou a mudar. A temperatura na sala subiu ligeiramente, criando uma sensação de calor confortável, mas com uma energia palpável. Seu cabelo, normalmente sedoso e esvoaçante, começou a se mover como se por uma brisa invisível, cada fio refletindo uma luz suave emanada de sua pele.

A luz ao redor de Fleur intensificou-se, criando uma aura que parecia pulsar com seu batimento cardíaco. A atmosfera ao seu redor tornou-se quase tangível, carregada com uma eletricidade estática que fez os pelos da nuca de Lucius se arrepiarem. O ar tornou-se denso, vibrando com uma energia que parecia preencher cada canto da loja.

Os olhos de Fleur, agora brilhando intensamente, encontraram os de Lucius, e ele sentiu uma força irresistível neles. Sua voz, quando começou a sussurrar palavras ininteligíveis, parecia ressoar em múltiplas frequências, criando um som hipnótico e cativante. Era como se cada nota de sua melodia antiga tocasse diretamente na alma, provocando uma mistura de fascinação e medo.

Lucius percebeu que a magia de Fleur não era apenas visual ou auditiva, era uma presença física. Ele podia sentir a pressão em seu peito, uma força empurrando contra ele, exigindo atenção e respeito. O chão sob seus pés parecia vibrar levemente, como se respondesse à energia emanada por Fleur. Cada objeto na loja, desde as prateleiras até os menores artefatos, parecia inclinar-se sutilmente em direção a ela, como se atraídos por uma força gravitacional invisível.

O ar ao redor deles estava impregnado com uma fragrância doce e floral, uma assinatura do poder Veela. Era um perfume intoxicante, criando um ambiente simultaneamente reconfortante e avassalador. Lucius sentiu seu próprio coração acelerar em resposta, sua respiração tornando-se superficial enquanto lutava para manter o controle.

A magia de Fleur era esmagadora, envolvente e impossível de ignorar. Ela transformou o espaço ao seu redor, dobrando a realidade à sua vontade. Lucius, apesar de sua força de vontade e autocontrole, podia sentir o peso dessa energia pressionando contra ele, tentando dominá-lo.

"Ajoelhe-se para mim" Fleur repetiu, sua voz ecoando com poder. Ela estava em absoluto controle, uma manifestação viva do poder antigo e indomável que corria por suas veias.

Lucius sentiu o peso do horror de Azkaban gravado em sua alma. Era um fardo que ele carregava com um orgulho sombrio, uma lembrança constante de sua força e resiliência. Ele não cederia a uma jovem, não importava o quão poderosa ela fosse. Em um surto de determinação, ele alcançou sua varinha em suas vestes e a colocou sob o queixo de Fleur. Seus olhos, estreitos com intensidade, revelaram a seriedade do momento.

"Pare!" ele ordenou, sua voz carregada de autoridade inabalável.

Fleur, surpresa e admirada ao mesmo tempo, cessou sua magia instantaneamente. A luz ao redor dela diminuiu, e seu cabelo, que se movia como se tivesse vida própria, aquietou-se. Ela manteve a mão firme, ainda segurando a de Lucius, e perguntou, com uma voz que misturava incredulidade e curiosidade, "Você realmente usaria sua varinha contra mim para evitar ajoelhar-se?"

Lucius olhou para ela firmemente, seu olhar tão frio quanto gelo. "Não posso me dar ao luxo de ceder, Srta. Delacour. Depois de tudo o que enfrentei, não permitirei que ninguém me quebre, ninguém."

Fleur sentiu uma onda de emoções ao ouvir essas palavras. Ela se lembrou de todas as vezes em que foi subestimada, sua magia Veela vista como nada mais do que um truque de sedução barato, quando na realidade era uma manifestação de poder, persuasão e controle. Malfoy a provocou, e ela sabia que não podia ceder. Ignorando a varinha sob seu queixo, Fleur decidiu arriscar tudo. Ela canalizou absolutamente toda a sua energia mágica, sem saber o que aconteceria a seguir, determinada a não perder. A luz ao seu redor intensificou-se, explodindo violentamente com um brilho quase cegante, enquanto uma corrente de ar carregada de poder mágico soprava em todas as direções.

Ela nunca havia tentado algo tão arriscado antes. Quando Fleur decidiu exaurir toda a sua energia mágica, seus olhos tornaram-se de um tom prateado dançante, e com uma voz retumbante, ela ordenou, "Agora, ajoelhe-se diante de mim!". Lucius, incapaz de resistir ao poder avassalador, caiu de joelhos. Momentos depois, ele desmaiou, inconsciente.

A onda de energia avançou como uma maré implacável, rodeada por uma aura brilhante. As fachadas das lojas tremeram, cartazes e anúncios nas vitrines foram arrancados de seus lugares, voando com o vento mágico. As pessoas no Beco Diagonal, surpreendidas pela força da magia, sentiram-se dominadas por uma sonolência inescapável. Suas pernas cederam, seus olhos lentamente se fecharam, e um por um, caíram ao chão, adormecidos onde estavam. Era como se o ar estivesse impregnado com um encantamento hipnótico, tornando a resistência impossível.

Fleur, ofegante, com os olhos ainda brilhando de fúria e triunfo, permanecia no centro daquela tempestade mágica. Ela estava surpresa pela intensidade de seu poder, olhando para suas mãos que ainda exibiam uma luminosidade pulsante. Ela olhou para Lucius, inconsciente no chão. Exausta, ela abriu a porta para o interior da loja e encontrou os funcionários adormecidos.

Cambaleando, ela se moveu para fora, para o Beco Diagonal e viu a imensidão de seu poder, seus olhos se arregalaram em choque. Todos no Beco Diagonal estavam inconscientes e ela era a responsável.