Olá Pergaminos e Nazarins, traz mais um capítulo da minha fanfic Aquele que Voltou.
Renner termina seu depoimento e agora é a vez de Mare e Antilene aterrorizarem o Conselho.
Com vocês
Aquele que Voltou
Capítulo 65: Respostas
Tsaindorcus Vaision é um Lord Dragão bastante poderoso. Como muitos dragões, ele deveria ter, de forma passiva, Detectar Mentiras, algo que funcionaria muito bem em sua presença. Mas agora? Agora ele estava a milhares de quilômetros de distância, usando uma marionete por controle remoto, dentro de uma sala cheia de proteções, tendo que usar o feitiço de forma direta, um feitiço que ele não estava acostumado a usar assim.
- Então eu pergunto, eu estou mentindo, Senhor Aganéia?
- Não, nada do que disse era mentira, ou você acredita que suas palavras são verdadeiras.
- Lamento pelo senhor, apesar de tudo, ainda pôr em dúvida tudo isso. Então usar feitiços foi em vão.
- 'Mais uma armadilha. Não sei como ela fez, mas ela mente.' - Tsai reclamava internamente.
O Dragão confiava demais em sua força.
Nenhuma pessoa mentiria diretamente para ele, e sua magia passiva detectaria mentiras automaticamente. Então, questionar não era o seu forte.
Aqui, ele só se importava em expor o Rei Feiticeiro. Se fosse qualquer outro inquisidor, poderiam ter perguntado que fim levou o Rei de Re-Estize? Ou quem segurava a espada que cortou a cabeça de Ramposo III? Perguntas que acabariam com qualquer credibilidade para Renner.
Tsai voltava para o seu lugar quando foi interrompido.
- Senhor Aganéia! O senhor poderia retirar os feitiços que lançou sobre mim?
O representante dos dragões apenas gesticulou, uma nova luz surgiu e se desvaneceu, Renner pôde sentir que não havia mais nada sobre ela.
- Obrigada.
Isso, essa palavra, apenas uma palavra foi o suficiente. Renner sabia que não deveria fazer isso, mas ela não resistiu em provocar o dragão colocando em uma simples palavra, um tom ou inflexão, que Tsai sabia que não deveria pertencer a uma humana.
Ele virou parcialmente o capacete e viu a humana séria, submissa, quase assustada. Ele sabia que nesse único momento, tudo nela era mentira.
- Devemos prosseguir, queremos saber o que houve na Teocracia Slaine - disse o representante Formian, mas suas palavras foram repetidas pelos seguranças como se fossem um único ser.
- Acho então, que devamos ouvir as palavras diretamente de quem esteve presente ontem em Kami Miyako. - Ainz disse fazendo uma mesura para Mare, o que fez o elfo negro ficar envergonhado. Ele quase estragou tudo pedindo desculpas para seu mestre, mas se conteve. Afinal, já havia sido instruído que tais coisas aconteceriam.
- E-eu, aham! - 'Não devo gaguejar' - Eu sou o Rei Elfo Mare Bello Fiori. - começou Mare.
Para esta reunião, ele não estava usando sua roupa usual, com a saia que sempre usava.
Desta vez, Ainz insistiu que usasse calças. Então, sua roupa foi feita seguindo a sugestão das elfas, com mais verde e marrom, para que tivesse um aspecto mais... élfico.
- Há algumas semanas, tornei-me o novo Rei Élfico, após derrotar em duelo o antigo tirano de... meu povo. A luta ocorreu durante o ataque da Teocracia Slaine a Crescent Lake.
- Sua Majestade, eu sou Eloi Grevalle e represento os elfos livres. Me desculpe perguntar, mas o senhor derrotou pessoalmente Decen Hougan?
- Sim.
- O Rei Godkin? O senhor é filho dele?
Após ouvir tais palavras, um tremor começou, suave, mas de forma crescente; logo, o castelo inteiro tremia, e muitos na sala precisaram se segurar em algo. Mare empunhava seu cajado e tinha um olhar sombrio.
Ainz não se mexeu, e Albedo mantinha um sorriso.
- Meu senhor, eles não sabem - disse uma voz feminina.
O tremor passou, e Mare olhou para Antilene, que havia dito aquilo, então assentiu com a cabeça.
- Eu não sou filho de... Decen Hougan. Venho de muito longe reivindicar o trono, e, se for preciso, posso demonstrar a minha força.
Os conselheiros se levantavam e ajeitavam suas roupas, Eloi estava tentando se recompor.
- 'Isso não foi uma demonstração de força?!' - N-não, por favor, me desculpe pela minha insolência, Vossa Majestade, eu não tinha o direito de questioná-lo desta maneira. Vossa Majestade, me desculpe, mas tenho uma grande preocupação em meu coração, os meus irmãos na Teocracia, o que houve com eles?
- A respeito deles na Teocracia, não há mais o que ser feito - respondeu o elfo negro.
Eloi cobriu o rosto em pesar.
- Então acabou, seu sofrimento chegou ao fim - disse ele, pensando em como seus compatriotas morreram na destruição de Kami Miyako.
- Sim, acho que agora estão em um lugar melhor.
- Sim, eles devem estar em Feywild, aproveitando o paraíso.
- Não, eles estão em Crescent Lake, ninguém avisou? Os prisioneiros na Teocracia foram resgatados, estão em casa agora.
Realmente foi uma surpresa, o representante dos Lordes Dragão não mencionou tal coisa. Eloi então se aproximou de Mare e caiu de joelhos, em seguida começou a chorar, agarrando a capa de Mare.
O jovem elfo negro olhava para seu mestre, que apenas fez um gesto com as mãos que deveria significar "Não tenho o que fazer".
Mare não tinha muito a acrescentar; afinal, era rei há poucos dias.
- O Reino Élfico se tornou vassalo ao Reino Feiticeiro porque não estávamos em condição de nos sustentar após os ataques contínuos da Teocracia. Tentamos parar o ataque ao meu reino, mas foi em vão. Então, entramos em contato com o Reino Feiticeiro pedindo ajuda. Se for preciso, temos dezenas de prisioneiros que confirmarão como continuaram atacando mesmo após a queda de Decen Hougan ser anunciada e que foram derrotados pelos guerreiros mortos-vivos que chegaram somente após isso.
- 'Uma mentira deslavada' - pensou Antilene - 'e ele nem piscou! Eles já estavam na cidade, o próprio Rei Feiticeiro estava lá, ainda assim ele mente sem nenhuma preocupação. Quando se trata de obedecer o Rei Feiticeiro, ele não vacila. Se o rei pedisse a lua, provavelmente sua única preocupação seria onde arrumar um laço de fita grande o suficiente para entregar o presente.' - A meio-elfa mantinha um sorriso bobo ao ver seu senhor agindo com tanta firmeza.
- Uma semana depois da morte de Decen Hougan, entramos em contato com a Teocracia Slane tentando uma trégua, que foi recusada.
Enquanto isso, o humano e o anão negro discutiam.
- E a Teocracia, o que houve na Teocracia? Precisamos de alguém de lá para garantir os fatos.
- Se Lord Mare permitir, eu contarei o que houve na Teocracia - proclamou Antilene.
- E quem é você?
- Eu, Lord Ardork, sou Antilene Heran Fouche.
- Nunca ouvi falar - disse ele com um tom de desagrado.
- Não, provavelmente não, mas devo ser mais conhecida como Zesshi Zetsumei.
- O ACENTO EXTRA DA ESCRITURA NEGRA! A MORTE CERTA!
- O que uma mudança de penteado não faz, não é? Ou não imaginavam que eu fosse meio-elfa?
Os dois homens não se resignaram em responder, mas a tensão na sala era palpável.
- Senhorita Antilene, por favor, compartilhe conosco o que você fazia nas terras dos elfos, o que aconteceu após a queda do antigo rei élfico e o que se seguiu na Teocracia Slaine - solicitou Ainz, mantendo sua voz serena.
- Eu fui enviada para lutar diretamente com Decen Hougan. Nosso exército finalmente conseguiu atravessar a floresta mágica, e estávamos invadindo Crescent Lake. Eu entrei no palácio real e testemunhei os últimos momentos do antigo rei. Por tradição mais antiga do que ele, o vencedor do duelo se tornou o novo rei. Após a morte de Decen, eu entrei em combate com Lord Mare, pois as minhas ordens eram para executar toda a linhagem real.
- Você estava matando seu próprio povo! - disse Eloi em tom de súplica.
- Mais do que isso, eu estava matando meus próprios parentes. Eu sou filha de Decen Hougan.
Eloi deu um passo para trás.
- O motivo da guerra!
- Sim, o motivo da guerra foi o rapto de minha mãe. Quando ela foi resgatada, já estava grávida. Eu sou o fruto da guerra, fui criada na Teocracia com o único objetivo de matar Decen, mantida em segredo e ocultando a minha verdadeira natureza.
- Tantas mortes nas suas mãos... - culpou Eloi.
- Sim, mais do que alguém deveria carregar - interveio Mare. - Zesshi Zetsumei só conhecia o ódio, e foi ensinada a odiar ainda mais seu próprio povo. Por isso, eu a matei.
- Ela deveria permanecer morta - o elfo disse com profunda dor.
- Zesshi morreu, agora só resta Antilene, que pagará pelos seus pecados. Mas quem decide a pena sou eu, o Rei do Povo Élfico, e se você quiser voltar para casa, deverá aceitar a minha decisão e o meu governo - proclamou Mare com um tom régio que admirou até mesmo Ainz:
- 'O garoto está crescendo!'
Eloi abaixou a cabeça e tentou responder.
- E-eu não sei, não estamos preparados para tal coisa. Falarei com os outros sobre voltarmos. Agora, sem a Teocracia ou Decen, talvez tenham acabado os motivos para nos mantermos separados.
- Sua decisão não precisa ser imediata. Ponderem, Crescent Lake pode esperar - arrematou Mare. - Antilene, continue.
- Obrigada, meu senhor. Após a minha derrota por Lord Mare, fui trazida de volta para servi-lo e expiar meus crimes. Ontem chegamos à capital da Teocracia, expusemos os fatos e pedimos trégua, mas esta foi rechaçada. Pedimos compensação, negada novamente, e quando Lord Mare se revelou como rei, fomos atacados pelos próprios cardeais desencadeando a retaliação do Reino Feiticeiro como suserano de meu senhor.
- Eles atacaram um rei? Diretamente? - exclamou Lady Flarin, a demi-humana coelho.
- Sim, o ataque foi transmitido por toda Kami Miyako, por um feitiço de voz feito pelos próprios cardeais. E se não acreditam em minhas palavras, basta interrogarem os sobreviventes.
- Há sobreviventes além dos elfos libertos? Nada disso nos foi apresentado antes - a demi-humana reclamou.
- Muitos sobreviventes, Lady Flarin. Eles estão se organizando. Não sabemos se ficarão na capital ou migrarão para as cidades vizinhas. Afinal, somente a capital foi destruída; nenhuma outra cidade foi tocada.
- E o exército marchando para fora da cidade?
- Eles estão fazendo exatamente o que devem fazer, marchando, indo embora, mas demonstrando que estiveram lá e o que poderia ter acontecido com todas as outras cidades, ostentando seu espólio de guerra.
- Qual espólio? Tesouros?
- Os mortos, os mortos os acompanham, caminham junto ao exército real. Não foi deixada nenhuma..."vítima" na capital; eles agora pertencem ao Reino Feiticeiro.
...
Nota do Autor
Olá Nazarins, sobre Tsa, metaforicamente falando, ele só vê o que quer e está tão focado em desmascarar Ainz que não vê mais nada, seu ódio faz com que ele seja cego para outros assuntos.
Mare é um personagem que desejo desenvolver emocionalmente, apesar de sua programação tímida, agora está vivo e recebendo novas informações e influências, por isso sua mente deve se desenvolver, assim como Cocytus aprendeu lições que tenderão a adquirir durante seu crescimento.
Antilene, a personalidade dela parece ter mudado um pouco, acho que a pancada na cabeça que Mare deu funcionou como um reboot hahahahahaha, ou simplesmente ela está recebendo muita boa influência em Nazarick.
