Olá Pergaminhos e Nazarins, estamos encerrando este arco em minha fanfic Aquele que Voltou.
Shalltear está furiosa e descarrega em alguém, já os outros guardiões aprendem uma lição.
Com vocês
Aquele que Voltou
Capítulo 68: Planos
Shalltear estava furiosa, percorrendo os corredores da tumba e batendo os pés, o som reverberava como trovões. Na última meia hora, sua rival a havia humilhado não uma, mas duas vezes.
Albedo poderia enganá-la ao mentir sobre ficar sozinha com Ainz-Sama, isso não incomodava Shalltear, no entanto, a última parte, onde Albedo afirmou que seu mestre a escolheu como companheira, era insuportável, principalmente porque não havia mentira nessas palavras, apenas triunfo. A raiva tomava conta de sua mente.
- Ainz-Sama não faria isso, aquela gorila não pode ter vencido.
Normalmente, Shalltear iria direto para seu quarto para descarregar suas frustrações nas noivas vampiras, mas não hoje. Hoje, ela queria esmagar algo.
Seguindo pelos corredores da grande tumba, ela chegou ao seu destino: o Coliseu no sexto andar.
O Coliseu é uma estrutura chamativa no meio de um andar que era basicamente floresta e bosques, era uma área projetada para atrair invasores, uma armadilha. Suas arquibancadas estavam cheias de Estátuas Animadas. Diferentemente dos golens, essas estátuas eram basicamente o que o nome sugere - estátuas que recebiam um feitiço de animação. Não eram tão fortes, mas compensavam essa fraqueza com números, já que o Coliseu tinha uma plateia de quarenta mil "expectadores". Além disso, era no subsolo que ficavam as legiões reservas de Nazarick.
Ainz tinha a capacidade de invocar diariamente uma certa quantidade de mortos: Cavaleiros da Morte e Guerreiros da Morte. Portanto, um de seus compromissos diários era gastar essas invocações e guardá-las para... bem, para "um dia de chuva". Os mortos-vivos também eram usados em treinamento, permitindo que qualquer um fosse lá gastar suas energias. No entanto, para todos esses oponentes, eles eram fracos demais. Apenas Cocytus mantinha essa rotina.
Nos últimos meses, o Guardião do quinto andar, a pedido da princesa Renner, esteve treinando Climb. No entanto, quando a diferença de força se mostrou gritante, foi necessário arrumar um sparring, um parceiro de luta.
E eles tinham apenas um que estava familiarizado com o estilo de luta de Climb, e este estava congelado no quinto andar.
Então, como solução, bastou tirá-lo do freezer, descongelar e depois ressuscitar.
Levou alguns dias para que ele se recuperasse o bastante para começarem seus treinos, algo que também ajudou Climb a recuperar alguns níveis perdidos. Agora, ambos estavam treinando quando a vampira apareceu.
- VOCÊS! SUMAM DAQUI!
- Lady Shalltear! Sim, como desejar, vamos. - disse Climb.
O homem de cabelo azul não se mexeu.
- *O que você está fazendo? Ela é perigosa, quer morrer de novo?* - sussurrou Climb, que para treinar sempre mantinha a aparência humana.
- EU TE DESAFIO PARA UM DUELO! - Gritou o guerreiro de cabelos azuis.
- Quem você pensa que é, seu humanozinho?!
- EU SOU BRAIN AUNGLUS! E SEREI SEU OPONENTE!
- Eu não te conheço?!
- Já lutamos, milady, duas vezes. - Shalltear fazia uma cara de quem ainda não se lembrava - Eu cortei sua unha em nosso último encontro.
- Aaah! No telhado. - disse ela com desagrado.
- Naquela vez, a senhora usava peruca e roupa branca, mas na primeira vez que nos encontramos, milady usava essa mesma roupa. Momon disse tê-la matado, mas é óbvio que a senhora sobreviveu.
Shalltear agora esfregava a testa com mau humor.
- Não era eu, nessa primeira vez. Era minha irmã gêmea fugitiva, e no telhado eu estava disfarçada investigando para meu mestre o boato de uma invasão demoníaca.
- Aah! Me desculpe pela confusão, milady. Eu deveria ter percebido que Honeyopenyoko seria mais forte. Afinal, eu nem pude arranhá-laaaaaaAAAH!... - ganiu Brain, quando sua barriga foi aberta, seus intestinos saltaram para fora junto com pedaços de seu fígado e pâncreas.
- Eu sou a mais forte de Nazarick. Agora, SUMAM! - disse a vampira, limpando uma das mãos, estando metros à frente do guerreiro estripado.
Climb correu com uma poção e a jogou sobre Brain, que estava à beira da morte, mas a poção o salvou.
- É só isso... que pode fazer? - Brain provocou, tentando se levantar.
Shalltear parou de caminhar e, num instante, estava a dez metros atrás do guerreiro, segurando um braço arrancado.
Quando a vampira o jogou no chão Climb correu para recuper-lo e, mais uma vez, usou outra poção. Ele tinha muitas para o treinamento.
- Há! Desta vez... eu vi a senhora chegando - Brain gemeu.
Novamente, ela desapareceu, e por um instante esteve na frente de Brain. Neste momento a parte superior do corpo do guerreiro voou pelo ar.
Climb suspirou. Aparentemente, seu trabalho agora parecia ser juntar os pedaços do colega e curá-lo a cada poucos segundos.
Por mais de uma hora, essa rotina se seguiu, e até mesmo Shalltear já estava ficando entediada.
- Você não desiste? Nunca vai me derrotar. Nem conseguiu me tocar. Daquela vez você até cortou minha unha. Agora, você não é nem metade daquilo.
Brain tremia e mal conseguia segurar a espada. Mesmo com a cura, sua força não era restaurada imediatamente.
- Se... eu parar... se... eu desistir... de lutar... seria como se eu... tivesse mesmo... perdido.
A vampira encarava o humano.
- "Se ele não desiste, por que eu deveria?" - Para mim, chega, Climb, cuide desse lixo.
Shalltear saiu com uma nova resolução, ela não se daria por vencida na luta pelo amor de Ainz.
- SE QUISER UMA REVANCHE... SABE ONDE ME ACHAR! - gritou Brain provocando a vampira que ia embora.
O cavaleiro jogou outra poção na cara do amigo.
- Você é louco - disse Climb.
...
Horas Depois
Ao sair do portal, Ainz se deparou com uma estranha recepção; diante dele estavam Demiurge e Renner, ajoelhados estavam Mare e Tira, a lider do grupo Ijaniya, a ninja que estava a serviçodo Conselho Argland.
- Bem vindo óh! Rei Feiticeiro - disseram todos.
- Obrigado por me receberem, eu queria mesmo falar com alguns de vocês. Você, senhorita Tira, o grupo Ijaniya fez um bom serviço de desinformação, o Conselho deve ter ficado reticente diante de um relatório contendo tais informações conflituosas, já aqueles que suspeitam de nós agora tem certezas baseadas nas informações falsas implantadas e tomarão decisões que acredito serão preciptadas, vocês estão de parabéns e receberam um bônus pelo serviço, está dispensada.
- Obrigada Vossa Majestade - disse a ninja desaparecendo.
Ainz então olhou o jovem elfo que parecia em agonia.
- Está tudo bem Mare?
- M-me desculpe, Ainz-Sama!
- Desculpar pelo quê?
- O-o senhor me tratou como um igual, isso é uma ofensa imperdoável. E-eu sou apenas um servo.
- Mare, já discutimos isso antes. Agora você é um rei e, como um, será tratado como tal em todo evento solene ou externo.
- M-mas Ainz-Sama, m-meu título de Guardião de Andar é muito mais importante do que rei, p-por favor não me rebaixe - Mare falava entre lágrimas.
- Humm, calma, calma. Já que você insiste em ser tratado normalmente, é assim que será. Eu nunca o rebaixaria, Mare, mesmo que ganhem outros títulos, vocês sempre serão meus guardiões - Ainz falou, esfregando a cabeça chorosa do elfo negro, que agora enxugava as lágrimas.
- Ainz-Sama, Renner me relatou os acontecimentos da reunião e gostaria de discutir alguns pontos com Albedo.
- Claro, Demiurge, vamos à sala do trono.
Durante todo o caminho, ambos os demônios não pararam de fazer planos de como iriam punir, sacrificar, substituir ou torturar o rei e o Imperador, assim como todos do Conselho e os representantes dos Quatro Reinos.
Quando entraram na sala do trono, a paciência de Ainz já estava no limite. Ao chegar à escadaria que levava para o trono, ele parou.
De imediato, todos perceberam que algo estava errado e se lançaram ao chão de joelhos, aguardando as ordens.
- Vocês têm tão pouca fé assim em mim? - murmurou o soberano.
Um tremor e espanto passaram pelos presentes que se curvaram mais ainda.
- NOS DESCULPE, AINZ-SAMA!
- Vocês nem sabem pelo que estão pedindo desculpas.
- LAMENTAMOS NOSSA IGNORÂNCIA, AINZ-SAMA!
- Hunf! Todos falam tanto do meu plano de dez mil anos, mas na primeira situação que os descontenta, esquecem completamente dele.
- M-meu senhor, perdão mas os humanos, eles o obrigaram a aceitar uma imposição hedionda, tentaram humilhá-lo.
- Albedo, o Conselho fez exatamente o que eu queria que fizessem. O Reino Santo por agora lidará com seus próprios conflitos sem a minha interferência. Dessa maneira, ninguém questionará minhas intenções ao longo dos próximos séculos, ainda mais depois de mostrar que meu poder não serve apenas para a destruição, a cura da cavaleira nos deu mais um ponto para esse "benefício da dúvida".
- Mas Ainz-Sama, e quanto ao rei anão e o humano, eles se envergonharam, se trataram como crianças, envergonharam o senhor. Deveriam se portar como súditos leais e obedientes.
- Em vez disso, Albedo, eles se portaram como pessoas normais, com suas falhas e defeitos.
- Isso mesmo, Ainz-Sama.
- O que foi maravilhoso para nós.
- Ainz-Sama? - tentou argumentar Demiurge.
- Lembrem-se do Meu plano de Dez Mil Anos. Todos citam ele em cada oportunidade, mas parecem não ver o que isso significa: dez mil anos.
- PERDÃO, MEU SENHOR! - gritaram todos.
- Meu plano de Dez Mil Anos significa que levarei dez mil anos para completá-lo, nem um ano a mais ou nove mil novecentos e noventa e oito a menos. Se eu quisesse dominar o continente pela força, o faria em uma semana. Mas eu pergunto a vocês: que graça isso teria?
- Mas Ainz-Sama, os... vassalos?!
- Eles se comportaram exatamente como reis e imperadores. Se comportaram como homens livres, que ainda podem exercer suas autoridades e não são submetidos ao controle absoluto de um tirano ou ditador megalomaníaco. O Conselho viu isso, todos viram isso.
- Mas o senhor deveria ser venerado como o Ser Supremo que o senhor é.
- E eu serei, Demiurge. Mas não desejo um único súdito que me adore apenas pelo medo. Eles me temerão como se teme a um Deus e me amarão por isso. Seguirão meus desejos seja para o seu bem ou mal, porque eles terão fé em mim, e assim eu conquistarei seus corações nesses Dez. Mil. Anos.
Ainz falou tudo isso de forma solene, sem sequer se virar e confrontar seus guardiões. Ele tinha medo de não lembrar de todas as palavras se os encarasse, mas ao sentar no trono, precisou olhá-los de frente.
Ele esperava ver os dois demônios ponderando suas palavras e tentando encaixá-las em seus próprios conceitos do Plano, mas para sua surpresa.
- SASUGA AINZ-SAMA! - declarou Demiurge, enxugando seus olhos de cristal.
- QUE A VONTADE DE AINZ OOAL GOWN SEJA CUMPRIDA! - proclamou Albedo.
A succubus estava em lágrimas, assim como Mare e Renner. Simplesmente, eles tinham ouvido a declaração de um verdadeiro Deus.
- Humm! Bem, pelo jeito esse assunto está encerrado. Agora, eu gostaria de discutir o meu próximo plano.
- Sim, Ainz-Sama, como o senhor deseja, conquistaremos o Reino Dracônico? Seguiremos para as terras dos Homens-fera?
- Na verdade, Albedo, eu estava pensando em ir à praia.
...
Nota do Autor
SIM! Eu trouxe Brain de volta, ele agora é o sparring, ele está mais fraco que Climb agora que este virou um demônio, por isso as poções de cura. Para quem não sabe o sparring não precisa ser tão forte quanto quem está treinando, só precisa aguentar e ajudar a corrigir os golpes.
Sobre Albedo e Demiurge não terem imaginado que tudo fazia parte dos planos de Ainz, tudo é por culpa do EGO, seus egos são tão grandes que não podem vislumbrar seu mestre sendo humilde e se submetendo às regras dos outros, isso ajuda Ainz toda vez que as coisas não saem como eles imaginam.
