Olá Pergaminhos e Nazarins, trazendo o penúltimo capítulo antes da pausa em minha fanfic Aquele que Voltou.
Ainz aprende sobre dragões.
Com Vocês
Aqueles que Voltou
Capítulo 97: Dragões
Aura bateu com a mão no rosto ao ver a chegada atrapalhada do dragão branco.
— Isso é jeito de se apresentar?! Barriga para dentro! Peito para fora! Agora faça direito.
— Eu, Henjimal, filho de Olasird'arc Haylilyal, estou aqui para servi-lo, meu senhor! — disse o dragão em posição ereta, quase militar.
Ainz analisava o dragão. Pelo visto, a Domadora de Feras tinha trabalhado em muitos exercícios; parecia que ele havia ganhado alguns músculos e perdido um pouco de peso, mas obviamente ainda se esforçava para ocultar a barriga protuberante.
— Me desculpe, Ainz-sama. Tem sido difícil botar esse fracote em forma! Ele mal acompanha os outros.
Hejinmal abaixou a cabeça.
— Tudo bem, Aura, nós não trouxemos Hejinmal por sua força, mas sim por seus conhecimentos.
— O-obrigado, Vossa Majestade. Eu me esforçarei para ser o mais útil possível. — disse aliviado.
— É bom mesmo ser útil para Ainz-sama, ou eu terei muitos outros usos para você! — Aura falou com um sorriso predador.
As habilidades de Ranger que a elfa tinha incluíam o de Peleiro, algo que a permitia escalpelar quase qualquer tipo de criatura para obter peles e couro, por isso ela sempre pensava nas maneiras de aproveitar a pele de Hansuke; o dragão, pelo visto, tinha o mesmo problema.
— 'Será que Aura tem ajudado Demiurge com a produção de pergaminhos? Nah! Deve ter outros para fazer o serviço de esfolar as tais Ovelhas de Abellion.' — O Ser Supremo afastou com um aceno o pensamento da elfa coberta de sangue e cercada de ovelhas.
— Ahan! Certo! Henjimal, qual era o nível de força de seu pai? Digo, ele era um Lorde Dragão?
— Meu pai era um dragão forte, ele era um lorde dragão.
— Então ele podia usar Magia Selvagem?
— Meu senhor, meu pai não podia usar Magia Selvagem.
— Mas seu pai era um lorde dragão?!
— Sim!
— Lordes dragões podem usar Magia Selvagem?!
— Sim!
— Mas o seu pai não.
— Isso.
— Por quê?
— Porque ele era um lorde dragão, não um Lorde Dragão.
— Ok! — 'Deve haver um erro na tradução automática, eles podem ser coisas diferentes, mas não há nome para isso.' — Você é um Lorde Dragão?
— Não, meu pai era um lorde, como os condes e nobres humanos. Eu sou um dragão.
— Aah! Seu pai era um lorde por ser o chefe hierárquico da família, como um título de nobreza, diferente de Lorde Dragão, que deve ser mais como uma classe, como o Ranger ou Monge. Certa vez eu ouvi o termo "lorde dragão menor". Seu pai poderia ser chamado assim?
— Humm! Somente se ele se tornasse um "Verdadeiro" Lorde Dragão, por ser o mais fraco talvez.
— Então o fato de você ser um dragão não significa que você é um dragão comum, não é mesmo?
— Vossa Majestade está certo. Somos espécies diferentes. Seria o mesmo que comparar macacos e humanos. Tirando os pelos, os dois são muito parecidos, mas diferentes. Da mesma maneira, um dragão comum nunca poderia falar ou pensar como nós. Eles são feras, se movem pelo instinto, e nós pensamos, falamos e planejamos.
— 'Dragões comuns, Dragões, lordes dragões, Lordes Dragões... que confusão!' - Você conhece outros lordes?
— Sei de outros lordes dragões, nenhum tentando chegar ao que meu pai queria.
— Se tornar um Lorde Dragão, como ele faria isso?
— Com o uso de Magia Selvagem, a marca de poder. Ela somente pode ser usada por um Lorde Dragão. Para isso, meu pai precisaria de um grande território com muitos súditos. Talvez em mais alguns séculos ele se chamaria Lorde Dragão da Montanha e governaria os Anões, os Quagoas e os Gigantes de Gelo.
— Então vocês dominariam a cordilheira.
— Não! Não, não. Não existe família entre os dragões. Nós, os filhos, só ficamos juntos até ficarmos adultos. Depois, somos expulsos. Servimos como guardas e exército do lorde, o chefe da família. As filhas se tornam suas concubinas, gerando mais filhos guerreiros. Mas se meu pai chegasse a se tornar um Lorde Dragão, todos seriamos eliminados rapidamente se não fugíssemos. Nenhum dragão vive perto de seu ninho.
— Os filhos seriam uma ameaça ao poder recém-adquirido.
— Qualquer outro dragão seria uma ameaça. O território de um Lorde Dragão é apenas dele. Apenas os dragões comuns, os mais novos ou mais fracos, vivem lá, como cães cuidando de uma fazenda.
— Então não existe um Lorde Dragão na Cordilheira Azerlísia.
— Não, meu senhor. A cordilheira pouco tinha a oferecer. As tribos dos Gigantes de Gelo são muito separadas. O povo Anão quase tinha sumido e as tribos Quagoas recém tinham se unido.
— Os Quagoas. Eles atacavam o povo Anão, iriam terminar o que as tais Divindades do Mal haviam começado. Não sobraria nenhum anão para ser governado.
— Meu pai acreditava que em algum momento eles pediriam ajuda. Os Anões não se sujeitavam. Seu plano era que eles fossem massacrados até que se rendessem ao seu poder.
— 'Já ouvi um plano parecido.' - Acho que seu pai não contava com o orgulho do povo Anão.
— Meu pai preferia usar mais a força do que a estratégia. Se os Anões não se submetessem, os Quagoa iriam servir. Eles se reproduzem rápido.
— Não seria possível outro Lorde Dragão tomar o lugar de seu pai?
— Talvez, mas acho que não há nenhum próximo, e esse é um processo que parece levar séculos. Não poderia apenas ser tomado. Meu pai poderia ser morto, mas quem ficasse teria que recomeçar a criar um novo território.
— Planos que levariam séculos. Quanto vive um dragão?
— Um dragão comum? Um pouco mais de mil anos. Nós que falamos podemos viver uns cinco mil, se não formos mortos. Nunca ouvi algo sobre um Lorde Dragão morrer de velhice. Dizem que o Imperador Dragão tem mais de cento e cinquenta mil anos.
Hejinmal disse esta última parte como se este fosse o feito mais prodigioso já feito por um ser mortal, ignorando completamente o fato de que existem seres que simplesmente não morrem de velhice, como os mortos-vivos.
Mesmo assim, Ainz pensou como seria viver tanto tempo e ver todos à sua volta envelhecerem e morrerem. Seus servos, seus súditos, seus guardiões.
— 'Demônios vivem indefinidamente, assim como vampiros e mortos-vivos. Elfos possuem longa vida, mas já ouvi dizer que os Altos Elfos podem viver o quanto quiserem. Será que Aura e Mare estão nessa classe? E quanto a Cocytos? Entoma, Lupusregina e suas filhas? Preciso tomar medidas quanto a isso!'
— Bem, retomando o assunto. Quais outros Lordes Dragões você já ouviu falar?
— Conheço alguns, Vossa Majestade, por contos de meu pai, dos livros que li e de raros encontros com outros jovens dragões errantes que não tentaram me comer. Vossa Majestade conhece o Grande Abismo?
— Sim, a fenda que segue por dentro de toda a Cordilheira Azerlísia.
— Isso. Ela desce até o Grande Rio, que leva para o Mar Subterrâneo e ao submundo. Essa é a entrada para onde vive o Lorde Dragão do Abismo. Ele governa o subterrâneo, as criaturas abissais e os Anões Negros.
— Somente os Anões Negros? Por que não governa os outros Anões?
— Porque eles são da superfície.
— Mas eles vivem no subsolo? Nas cavernas!
— Sim, mas ainda assim dentro da montanha, descendo poucas centenas de metros abaixo do pé da cordilheira. Os Anões Negros vivem a quilômetros de profundidade, nos Reinos Subterrâneos.
— Humm! Um mundo dentro do mundo. Imagine as possibilidades. Bem, isso seria um assunto para falar com Gondo, mas pelo que me lembro durante o Conselho em Argland, parece haver alguma antipatia entre os dois povos.
— Sim, apesar de serem parentes, eles entrariam facilmente em guerra um com o outro. Diferente dos Elfos e das tribos dos Elfos Negros, que convivem pacificamente.
— Por que a briga entre os Anões?
— Alguma coisa sobre os Anões Negros não suportarem a ideia de alguém vivendo tão perto do sol.
— Mas eles ainda assim fazem parte do Conselho Argland.
— Talvez pelo comércio. Anões Negros são muito gananciosos, por isso buscam fazer negócios com outros povos. Eles precisam de gente para suas minas intermináveis.
— Eles contratam outros povos para cavar por eles? Será que estariam dispostos a contratar força morta-viva?
— Não sei, meu senhor, mas os povos que trabalham nas minas não são empregados, são escravos. Os Anões Negros são escravistas.
— Humm! Um problema realmente. E sobre os outros Lordes Dragões?
Hejinmal começou a contar nos dedos.
— Ah, sim, meu senhor! Sei um pouco sobre alguns. Os que tenho certeza, tem o Lorde Dragão do Brilho, que domina a região que vai de Karnassus, chegando até o Reino Dracônico, território do Lorde Dragão da Escama Negra.
— Então o avô não invade o território da neta. Existe algum perto de Re-Estize?
— Hummm! Argland e Re-Estize são territórios do Lorde Dragão de Platina.
— Aaah! Talvez por isso ele esteja tão irritado. Estou em seu território. E há mais Lordes Dragões neste continente?
— Somente lendas falam sobre um dragão morto-vivo, o Lorde Dragão do Caixão, mas não sei onde é seu território. Tem aquele que domina o oceano a oeste, o Lorde Dragão das Profundezas. E dizem que o Lorde Dragão do Céu viveu milênios atrás, na Grande Floresta de Envasha, antes de subir aos céus levando parte da própria floresta. O Grande Lago de Crescent Lake seria o que restou de onde ele dormia. Pode haver outros nas regiões ermas a leste, mas não conheço nada de lá.
— Um dragão grande o suficiente para ter uma floresta em suas costas deve ser uma visão e tanto. E sobre o Imperador Dragão, ele é poderoso?
Hejinmal estremeceu ao mencionarem o nome de forma tão casual e olhou em volta antes de falar.
— "O-o Imperador Dragão, o território dele é o mundo, e todos são seus servos. Ele vive onde ninguém pode chegar e vê tudo o que quer. Seu pecado polui o mundo!" — o tremulo dragão recitou o mantra antigo.
— Pecado? Qual é o pecado?
— Os Jogadores. Seu pecado são os Jogadores.
...
Nota do Autor
Neste capitulo aprendemos que a diferença entre lorde e Lorde Dragão, e ela é o uso da Magia Selvagem, assim Sebas se classificaria apenas como um lorde dragão, mas um poderoso o bastante para atrair a atenção da Rainha Draudillon.
Aqui também foi plantada a semente que deu origem a sobrevivência eterna dos moradores de Nazarick que usarão futuramente as Maçãs de Idun.
Henjimal é uma raridade entre os dragões, um estudioso com interesse e capacidade de adquirir conhecimento lendo sobre o mundo.
