Para curar um coração…
Sinopse: Determinado a descobrir sua verdadeira identidade e lugar no mundo, Kabuto Yakushi deixa Konoha e tudo o que tem a ver com sua antiga vida shinobi. Ele acaba indo parar em Karakura em busca de sua verdadeira origem, mas seus planos de viver pacificamente podem ser arruinados quando ele passa a ser caçado pelos shinigamis do Gotei 13… o ninja médico será capaz de encontrar o que procura? Ou irá se deparar com uma verdade devastadora?
Notas iniciais - Olá, pessoal! Já faz bastante tempo que não escrevo uma história sobre Bleach ou Naruto, mas essa ideia surgiu na minha mente como um estalo, e aqui está o resultado. Ambos são animes longos que eu não tive paciência de assistir na íntegra, mas alguns personagens chamaram a minha atenção e ganharam o meu afeto. Embora não seja próprio da minha natureza simpatizar com personagens envolvidos com o "lado negro da força", me vi fascinada por Kabuto ultimamente. Talvez seja minha fraqueza por personagens masculinos de cabelos prateados (não todos) falando mais alto novamente. Lendo mais sobre Kabuto, descobri que ele é um personagem com pano de fundo muito interessante e uma personalidade adaptável e complexa. É um personagem que daria para escrever histórias excelentes, e que merece ser melhor explorado tanto por sua história, quanto por suas habilidades. E por que se trata de um crossover, que por sinal, é um formato que eu também nunca escrevi e nem costumo ler? Bem… vocês entenderão a razão disso no decorrer da trama. Então espero que gostem desta nova ideia louca e que apreciem a leitura dessa jornada. ^^
Capítulo 1 - Chegando à Karakura
Quincys… seres humanos dotados de inúmeras habilidades, que os distinguem de humanos comuns. Comenta-se que eles são um oposto dos Shinigamis, como um todo. Essa raça detém poderes espirituais elevados, dando-lhes o dom de ver espíritos, ter suas consciências espirituais despertadas, e assim, serem capazes de sentir a presença de hollows, bem como os meios necessários para enfrentá-los e exterminá-los. Tal prática fez com que os Quincys fossem quase extintos pelos Shinigamis outrora, uma vez que o extermínio desmedido de hollows acabou por provocar um grande desequilíbrio no fluxo de almas. Contudo… alguns destes seres poderosos ainda habitam este mundo...
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Chovia forte em Karakura. Os grossos pingos d'água e as nuvens escuras que preenchiam o céu transformaram a tarde em noite. O vento soprava feroz, deixando a cidade deserta no meio da tarde. Mas tal condição climática não representava nenhum impedimento para a pessoa que caminhava a passos tranquilos por uma das ruas da cidade.
Essa pessoa trajava uma capa de cor roxa que cobria todo o seu corpo até a altura dos tornozelos. Ele vestia um terno da mesma cor da capa, uma camisa cinza e gravata também roxa com um nó frouxo. O tecido impermeável da capa mantinha suas vestes secas, e segurava a ponta do capuz sobre a cabeça, a fim de que o vento não fosse responsável por molhar seus cabelos, tentando evitar também que a água respingasse nas lentes de seus óculos.
Parou seu caminhar debaixo de uma marquise, a fim de se proteger da chuva por um momento e tirar de um dos bolsos de sua mochila um papel contendo um endereço. Depois de colocar a mochila novamente nas costas por baixo da capa, o jovem olha para os lados e avista o que parecia ser uma barraca de lamen, muito comum nas aldeias dos países shinobi. O cheiro convidativo da comida logo fez com que o corpo do rapaz desse o maior sinal de que fazia um certo tempo que não se alimentava. Ele rapidamente foi até a barraca, sentando em um dos bancos vazios, sendo imediatamente saudado pelo atendente do lugar.
- Bem-vindo! Boa tarde, meu jovem. O que deseja? - o homem de meia idade pergunta educadamente, enquanto serve um copo de água ao recém chegado.
- Boa tarde. Uma tigela de shoyu lamen, por favor.
- Agora mesmo.
Apoiando o cotovelo direito na bancada enquanto esperava por sua refeição, retirando o capuz e revelando os cabelos cor de prata, o jovem reflete em como aquele lugar e aquela comida o lembrava de uma outra pessoa. Um garoto energético que realizou seu sonho recentemente, e até foi capaz de perdoar as coisas terríveis que ele havia feito, e que graças a isso, ele estava ali agora. Ele foi tirado de seus pensamentos quando uma fumegante e saborosa tigela de lamen foi colocada diante dele, e separando o par de hashi e pegando a colher, sentiu o alívio do caldo quente esquentando o interior de seu corpo, saciando a sua fome e dando uma sensação de conforto devido ao frio que fazia. Contudo, a tranquilidade de sua refeição não duraria muito tempo.
- Mais um!
A voz alta e o tom alterado da pessoa fez com que o rapaz de óculos olhasse para a sua esquerda, assumindo uma expressão de espanto imediatamente ao ver que se tratava de uma mulher, e que esta se encontrava completamente bêbada.
- Mas, Shiba-san, a senhorita já bebeu demais, e quase não tem condições de se manter consciente. Por favor, é melhor ir para casa para o seu próprio bem.
- Não pedi sua opinião, velho caduco! Me dê mais um copo de sake e pronto!
Sentindo uma grande vergonha alheia ao ver até o quão baixo as pessoas poderiam chegar, o jovem resolveu ignorar o escândalo e assim terminar de comer o mais rápido possível para sair dali. Assim que terminou e pagou por sua comida, ele foi surpreendido pelo grito aflito do pobre cozinheiro.
- Um médico, por favor. - diz ao perceber que a pobre garota embriagada havia acabado de desmaiar em seu balcão.
Ouvindo aquilo, o rapaz prontamente retirou um estojo de sua mochila, e apoiando a cabeça da mulher em seu ombro, inclinou o crânio dela ligeiramente para trás, e a fez cheirar um algodão embebido em álcool, fazendo Shiba recuperar os sentidos lentamente, mesmo que ainda não estivesse em condições de dizer qualquer coisa.
- Mestre, o senhor teria um limão em sua cozinha?
- Claro que sim, rapaz, para que você o quer?
- Preciso que esprema o limão em um copo para que ela beba imediatamente.
O homem concorda e faz o que lhe fora pedido. Com esforço o jovem consegue que Shiba tome o líquido amargo, e não demora muito para ela apresentar um leve estado de melhora.
- Incrível. Você é médico? Mesmo assim tão jovem? - o senhor pergunta admirado.
- Digamos que sim, mas não foi nada demais. - responde tranquilamente, ajeitando seus óculos, dirigindo suas palavras à mulher à sua frente - Se sente bem o bastante para voltar para a sua casa? Parece que a chuva parou, de qualquer maneira.
- Acho que não consigo sozinha. - diz ainda grogue - Se não for abusar da sua boa vontade, poderia me levar?
Antes mesmo que o garoto percebesse, já estava caminhando com Shiba apoiada em seu ombro, mas quando tentou perguntar à ela o endereço de sua casa, foi pego de surpresa quando ela desmaia bem em seus braços. Ele suspira em derrota e conclui que não haveria outra maneira a não ser levar aquela mulher desconhecida para o apartamento que ele tinha alugado previamente, perguntando em pensamento se aquela era as boas vindas que aquela cidade estava lhe dando.
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Já era noite. A lua era escondida pelas nuvens, e o chão ainda estava úmido devido à chuva daquela tarde. Em uma tranquila e pouco movimentada praça de Karakura, mais precisamente em um dos bancos dispostos nesta, um jovem casal trocava um doce e vagaroso ósculo. Enquanto suas línguas dançavam harmoniosamente dentro de suas bocas, os longos dedos do rapaz se enveredam pelos fios longos da nuca da ruiva, que desfrutava daquele momento prazeroso tanto quanto ele. Porém, antes mesmo que o ar lhes faltasse, o terno beijo é abruptamente interrompido quando ele sente uma forte pontada em seu braço direito, levando a mão esquerda até o foco de sua dor, para o espanto de sua namorada.
- Ishida-kun! Você está bem? - Inoue questiona apreensiva - É aquela dor de novo? Mas já faz mais de uma semana que…
- Não se preocupe, Inoue-san. - a interrompe ao sorrir singelo, a fim de tranquilizar a ruiva - Eu estou bem, de verdade, afinal, você curou minha ferida, lembra? - mentiu, pois a dor que sentia por dentro era quase insuportável, como se lhe dilacerasse a carne, mas não queria preocupar a jovem humana - Infelizmente está ficando tarde. Vou levá-la para casa, ok?
- Hum…
Ela apenas concorda com um breve aceno de cabeça, e o casal ruma para o apartamento de Orihime, onde Ishida seguiria para o seu próprio em seguida. De mãos dadas, caminharam em silêncio, cada um relembrando à sua maneira do início daquela relação. Uryuu sempre nutriu um carinho especial por sua amiga desde que invadiram a Soul Society a fim de resgatar Rukia. Acreditava piamente que aquele terno sentimento desencadeou um amor arrebatador, e esperou pacientemente o momento de se declarar a ela, até que, a cerca de dois meses, passaram a namorar.
Com Inoue tudo ocorreu de forma bem diferente. A ruiva sempre fora apaixonada por Ichigo, mas teve suas esperanças mais do que destruídas quando ele e Rukia oficializaram sua relação. A declaração do Quincy foi o estopim para que ela decidisse dar uma guinada em sua vida e tentar ser feliz ao lado de alguém que verdadeiramente a ame. Se aquela relação daria certo ou não, apenas o tempo diria. Contudo… mal sabia eles que de longe, de dentro de um luxuoso Mercedes prata, alguém os observava, e parecia bastante interessado no que acabara de ver ali…
Continua…
Notas finais - Então é isso, pessoal. Este foi o primeiro capítulo. Espero que tenham gostado. Apenas para esclarecer, o par romântico de Kabuto será Tsunade (estou ansiosa por isso). nesse primeiro momento, a amizade que Kabuto desenvolve com Kukkaku será muito importante mais na frente da história. Eles serão bons amigos.
PS: quem adivinhar com qual personagem de Bleach Kabuto tem uma enorme semelhança, ganha um biscoito (mesmo estando bastante óbvio) ^^
