31 de janeiro de 2008
A porta foi aberta e um loiro afobado apareceu na minha cela, ele entrou e esperou que a porta se fechasse, mas logo me olhou confuso.
_ Como você tem luz? - Observou o lumos.
_ Barganhei com um inominável. - Foi tão fácil. _ Falei que iria fazer o relatório dele, se me deixasse ler qualquer livro do ministério e tivesse lumos. - Balancei o livro de capa de couro. _ Sabia que eles guardam livros antigos sobre as artes das trevas? Depois falam por aí que queimaram tudo.
_ E esses papéis e você... - Veio até mim. _ Isso é tinta em seu rosto? - Alisou meu rosto.
_ Bom, não tenho memória fotográfica e não posso fazer um feitiço de memorização. - Bem que gostaria. _ Então preciso escrever coisas importantes e tenho bastante tinta e papéis. - Mostrei. _ Devo agradecer o inominável.
Sentou-se ao meu lado e bufou, parecia chateado.
_ O que foi?
_ E eu aqui, pensando que era o único que poderia trazer paz a você. - Ri e bati em seu ombro.
_ Você é meu Dragon, meu priminho que levou um soco da Granger. - Revirou os olhos. _ E minha família, você é especial para mim, Draco. Apenas saiba disso.
_ Não gosto de abraços sentimentais, mas você merece um de lado. - Abraçou-me e cutuquei a minha pena no seu terno. _ Se você sujar esse terno, vou fazer você limpá-lo com a língua.
_ Que nojo. - Desgrudou-se de mim para tirar alguns papéis do seu terno e fez que eles ficassem no seu tamanho normal.
_ Acho que podemos usar o Lorde, mesmo ele sendo um bruxo muito inteligente, se você for para o ano que ele começou Hogwarts, você pode dar pequenos empurrões na direção correta.
_ O que você quer dizer? - Por que faria isso?
_ Sou amigo dos duendes, você consegue ser se tiver as três bênçãos dos duendes. - Não sabia disso. _ Primeiro pelos guardas, segundo pelo duende que vai te atender e por último, o chefe dos duendes. Se você receber a benção, eles podem ser usados e você será usada por eles.
_ Isso é interessante. - Tirou um livro do seu bolso.
_ Isso é as frases que você deve falar para se tornar amiga deles. Bom, seja cortês e nunca, em hipótese nenhuma, os olhe com deboche, você é uma ninguém perante a eles.
_ Isso é fácil, mas ainda não entendi sobre o Lorde.
_ Mon petit, essas folhas são sobre algo que os duendes descobriram, mas que temem a repreensão dos puristas e do ministério. - Apertou as folhas. _ Eles descobriram que abortos e sang... Nascidos trouxas, são parentes distantes.
_ O qu...
_ Pode ter um bruxo por aí que seja meu primo de sei lá quantos graus, ou Hermione Granger pode ser parente de Bellatrix Lestrange. - Sussurrou a última parte. _ Não sabemos os riscos que podem ocorrer se tornarmos isso público.
_ Imensuráveis. - Pisquei algumas vezes. _ Acreditamos quase a vida toda que a Lady Magic dava sua bênção para aqueles que tinham aptidão, mas isso. - Falo sobre as folhas. _ Isso só mostra que abortos contém magia no seu sangue, apenas não conseguem usá-la. - Entregou-me as folhas.
_ Eles fizeram um teste usando o seu sangue. - Fiquei atenta. _ Eles curaram um aborto de 50 anos, mon petit.
As folhas se esparramaram no chão.
_ O que estou dizendo é que o seu sangue pode não ser uma maldição, mas uma benção. - Juntou as folhas com magia e as segurou.
_ Para os outros e não para mim. - Concordou.
_ Também descobrimos o motivo dos abortos não conseguirem usar magia, mesmo a tendo. - Descobriu tudo também. _ O núcleo mágico deles está trincado e a magia está vazando ao invés de contê-la.
_ Isso... - Não me deixou falar novamente;
_ Mas com uma gota do seu sangue diluído no sangue de um basilisco, os dois retiraram as suas toxinas imediatamente e... - Mostrou uma coisa. _ Essa poção translúcida é feita.
A peguei de sua mão e a balancei, ela não parecia líquida, parecia sólida, mas quando você a balançava, parecia areia. Eram comparações estranhas, mas na minha cabeça faziam sentido.
_ Onde conseguiram o basilisco?
_ Potter matou um, então alguns anos depois, quando Hogwarts estava sendo erguida novamente...
_ Eles acabaram encontrando a carcaça intacta. - Concordou. _ Basilisco não se decompõe rápido, demora anos, porque as bactérias e certas criaturas não gostam de sua carne venenosa.
_ Sim, você é uma sabe tudo, mas não é irritante. - Era realmente um idiota. _ Mas não foi isso que pedi para os duendes fazerem, eles só acharam o seu sangue interessante e começaram a fazer certas experiências.
_ E o que você pediu?
_ Pedi para eles tentarem fazer uma poção para você, mon petit. Uma poção que desabilite o seu sangue amaldiçoado. - Um dorzinha no meu coração se fez presente.
_ Você não conseguiu.
_ Sim, infelizmente, mas espero que um dia eu consiga isso, ou espero que outra pessoa faça isso por você. - Segurou minha mão e a apertou.
Encostou sua cabeça na parede e ficou pensativo.
_ Estamos esquecendo de algo importante.
_ E o que estamos esquecendo?
_ Se você não sair daqui nesse ano, você já estará velha e não poderá entrar em Hogwarts com sua idade para conseguir converter o Lorde.
_ Isso, meu caro senhor, eu tenho a solução. - Pisquei. _ Mas tenho que mexer na fórmula, já que em vez de crescer, tenho que diminuir.
_ Você é extraordinária. - Riu feliz e beijou minha bochecha, me pegando de surpresa. _ Somos incríveis, podemos até dominar o mundo se quisermos.
_ Não gosto de comandar pessoas, prefiro paz e liberdade. Não sirvo para ser Lady das Trevas ou Lady da Luz.
_ Você vai ser a garota de Voldemort? - Faço uma careta.
_ Não, que nojo.
_ O Vovô me contou que ele era muito bonito, talvez você acabe se... - Tapei sua boca.
_ Vá falar merda na casa da sua vó e não serei a garota de Voldemort. - E nem a garota de Tom Riddle. Por Merlim, que visão horrível. _ Quero ser a minha garota e garota dos meus livros.
_ Que pensamento adorável. - Bato no seu ombro.
