28 de maio de 2008:

Estava encarando Draco e ele me encarava, estávamos sem piscar por bastante tempo. Meus olhos ardiam, mas não queria perder, não deixaria esse loiro oxigenado vencer.

E uma observação importante, não estávamos brincando, ele só entrou na sala e parou na minha frente.

_ Meus olhos estão ardendo, fale logo o que fiz de errado.

_ Recebi uma carta dizendo que meu filho é herdeiro Avery. - Piscou e agradeci mentalmente.

_ E o que tem? - Pelo menos ele não sabe que pedi 500 milhões de galeões e uma casa, e tudo estava nessa bolsinha.

_ O que tem? Isso está dizendo que você está preparada para... - Parecia nervoso e bagunçou os cabelos. _ Você parece querer isso.

_ Querer o quê? Morrer? - Bufei. _ Não, Draco, não quero morrer, mas sei que eles não vão me deixar aqui pela eternidade e só não quero que o dinheiro fique com o ministério.

_ Não deixarei você morrer, está me ouvindo? - Veio até mim, segurando os meus ombros fortemente. _ Você é a minha família, mon petit. E odeio ver a minha família morrer.

_ Você só perdeu o avô Abraxas.

_ Mas foi a minha família. - Suspirou. _ Leesa, escute, eu...

_ Eu sei, agradeço por me considerar da sua família, mesmo o vovô tendo traído a sua vó.

_ Que se dane, não estou... - Ele me olhou e suspirou. _ Vou tirar você daqui...

_ Não, não vai. Você vai me deixar aqui e continuar com a sua vida, tudo vai se resolver, você vai ver. - Fez uma careta, mas concordou, mudando de assunto.

_ Achei um feitiço que pode me dizer se você morreu ou se está viva. - Parecia estar procurando as palavras certas. _ Quero fazer isso e espero que você também faça.

_ Mas não tenho magia.

_ Faço o feitiço para você.

Levantei-me e fiquei a sua frente, o fazendo me observar, mas logo olhou para a sua manga.

_ Você poderia falar, não sou advinha ainda. - Desabotoei o pulso de sua camisa e a levantei até o seu cotovelo. _ E você tem mão, poderia fazer isso sozinho.

_ Não, queria que você fizesse as honras.

Ficou olhando um lugar específico do seu pulso e tive que olhar, era a marca que meus pais tinham.

_ Acha nojenta essa marca? - Perguntou-me, enquanto tocava a marca e uma vibração gostosa fez meus dedos acariciarem a sua pele.

_ Não, acho bastante bonita. - Colocou a sua mão em cima da minha e fiquei o observando. _ O que foi?

_ Nada. - Pegou sua varinha e tirei minha mão do seu antebraço.

O vejo rasgar sua pele alguns centímetros abaixo da marca que estava esbranquiçada.

Então começou a sussurrar um feitiço e a ferida que deveria sair sangue, apenas se abriu, saindo de lá uma bolinha cristalizada de sangue.

Draco a pegou e me olhou, incitando algo.

Abro a boca e a bolinha que era sólida virou líquida, fazendo o sangue descer pela minha garganta e me fazendo sentir uma pequena dor na cabeça.

_ Ei! - Vejo um fio do meu cabelo entrando na ferida do Draco. _ Poderia me dizer que precisava de um fio de cabelo e que esse troço iria virar líquido. - Queria vomitar.

_ Mon petit, precisarei de um fio de cabelo. - Debochou e bati em seu braço.

_ Idiota. - Olho para a ferida que se cicatrizou e apenas ficou uma linha avermelhada em seu pulso.

_ Vermelho significa que você está viva e bem, preto significa que você... - Não conseguiu falar.

_ Morri. - Concordou.

Pegou meu braço e subiu a manga para fazer o corte.

_ Não será apenas um. - Fiquei confusa. _ Foi a mamãe que me mostrou esse feitiço e me disse para colocar a família toda, então será quatro cortes.

_ Mas eles não têm que...

_ Não, a bolinha era apenas para recordação, poderia ter jogado fora. - Desgraçado.

_ Seu idiota! Odeio o gosto de sangue e você me fez... - Começo a bater nele, mas meus braços são segurados. _ Me solta! Vou te matar e enfiarei a sua varinha no seu crânio.

_ Você sentiria a minha falta, mon petit.

_ Não, não sentiria. - Fiquei emburrada.

_ O seu sangue é amaldiçoado, não podemos bebê-lo. - Idiota. _ Ainda não quero morrer. - Abaixou os meus braços e sinto o primeiro corte acontecer.

Tirou um fio de cabelo de sua cabeça e o colocou na ferida, guardando a bolinha em seu bolso.

_ Ficarei com as bolinhas como recordação.

_ Faça o que você quiser. - Riu e fez mais um corte.

_ Esse é do Scorpius, farei um X em cima desse corte para você diferenciar. - Retirou um saquinho do seu bolso que tinha um fio de cabelo e o colocou na ferida, fazendo um X pequeno em cima do corte. _ Agora farei do meu pai.

E mais um corte é feito, eles não devem medir mais do que cinco centímetros, e não sabia que feitiço que ele estava usando, mas era interessante.

_ Poderia me dizer o feitiço?

_ Vai fazer com alguém? - Parecia enciumado.

_ Não, só acho que é um feitiço interessante, não acha?

_ Acho. - Fez o último corte.

Para Scorpius ele fez um X, para tia Cisa uma bolinha e para o tio Lucius uma cruz, mas para ele, nada.

_ Espero que nenhuma desses cortes venha ficar negros. - O abracei, o fazendo ficar surpreso. _ Não concorda? - O olhei.

_ Sim. - Tirou algumas mechas do meu rosto.

Aproximou-se do meu rosto e ficou me olhando, mas tive que sorrir por sentir seus lábios na minha testa.

Fechei meus olhos para apreciar o ato e ficamos ali, abraçados por bastante tempo. Era uma sensação boa.