1 de setembro de 2017:
Mais uma vez estava ansiosa, odiava essa sensação de mãos tremendo, palpitação, formigamento pelo corpo e boca seca. Queria bater a minha cabeça na parede para parar de sentir essa sensação.
Hoje era o dia que o meu bebezinho iria para Hogwarts, ele iria para qual casa? Sonserina? Ai meu Merlim, não sei o que pensar nesse momento.
Poderia ter feito um buraco no chão pela tamanha ansiedade que sentia, não aguentava mais e acabei me sentando na cama, roendo minhas unhas.
Cadê aquele loiro oxigenado? Ele esqueceu que posso ser uma pessoa cardíaca? Por Merlim, quando vê-lo vou matá-lo, estou avisando.
A porta se abriu e nem consegui me levantar, minhas pernas tremiam como uma árvore fina que se balançava pelo vento.
_ Aqui! - Draco entrou na sala e me mostrou a carta que estava na sua mão.
_ Por que você parece mais ansioso que eu? Você não leu? - Sentou-se ao meu lado.
_ A primeira coisa que fiz depois de pegar a carta foi vir aqui. - Fiquei irritada e comecei a bater nele.
_ Seu idiota! Você nem mesmo contou para a mãe do garoto, você é um marido irresponsável.
_ Ah, não quer ler? - Filho da... _ Pensei que quisesse, se não quer, eu… - Tentou se levantar para ir embora e não deixei. _ O que foi? Vai me bater mais?
_ Não, anda logo e abre, você já está aqui mesmo.
Abriu a carta e fiquei bisbilhotando para ver se conseguia ler alguma coisa, mas nada.
O vejo franzir a testa e fiquei preocupada, será que ele foi para Grifinória?
_ Anda logo, quer me matar do...
_ Ele foi...
_ Foi? - Cheguei mais perto para ler a carta.
_ Grifinória. - O quê?
_ Quê? Não, espera, não faz sentido.
Realmente não fazia.
_ Scorpius não é idiota de ser corajoso e destemido, qual das outras "não" qualidades da Grifinória que existem? Que são bonzinhos? Lembro de ver o meu bebê negando um doce para você, ele é malvado. E lembro dele ser muito ambicioso, ele queria... - Começou a rir e fiquei surpresa.
_ Você tinha que ver a sua cara, estava hilária. - Entregou a carta e a li.
_ Seu desgraçado sem coração, quer me matar de ataque cardíaco? - Dei batidinhas no meu peito. _ Grifinória, que idiota.
_ Mas foi engraçado, e já disse para você, nenhum Malfoy foi para outra casa se não Sonserina.
_ Mudarei isso. - Sorriu. _ Não acredita?
_ Não. - A porta se abriu, acabando com o clima.
_ Malfoy. - Era o Harry, mas não estava sozinho.
_ Hoje não é meu dia de depoimento ou tortura. - Coloquei a carta na minha bolsa.
_ Ah, hoje é um dia muito especial para nós. - Vejo Draco se levantar e apontar a sua varinha para Harry. _ Está me ameaçando, Malfoy?
_ Encoste um dedo nela que você morre. - O que estava acontecendo? Já estava aqui há mais de nove anos, eles queriam me matar? Logo agora?
_ Segure-o. - Levantei-me e fiquei na frente dos dois.
_ Apenas me digam o que está acontecendo. - Tento ficar calma.
_ Granger se tornou a ministra alguns anos mais cedo, estava programado para ela se tornar ministra em 2019, mas alguns idiotas como Potter fizeram a cabeça da população e do ministro.
_ Não fizemos nada, apenas dissemos a eles que seria melhor para a população se a Mione se tornasse ministra alguns anos mais cedo.
_ Isso quer dizer que vocês irão me matar? - Ri de nervoso. _ Depois de sei lá quantos anos?
_ Não, faremos algo pior. - Estranhei.
_ Vocês já me torturaram por mais de nove anos...
_ E não resolveu. - Vejo aurores entrando na sala e fiquei atenta.
_ O que vocês querem fazer? - Sinto uma dor forte no meu peito e uma falta de ar que me fez engasgar.
_ Leesa? - Escutei Draco me chamando. _ Vocês mudaram as runas dessa sala? - Draco perguntou tentando me ajudar a me levantar. _ Faça parar!
_ Não recebo ordens de você, Malfoy.
_ Você quer morrer? - Apontou sua varinha para ele, mas ela saiu de sua mão. _ A deixe em paz.
_ Não, tire essa pessoa daqui e impeça que a família Malfoy venha visitar a prisioneira a partir de hoje.
Vejo Draco tentando sair dos apertos de dois aurores, deveria ajudar...
Levantei-me e tento chegar perto dele, mas sou segurada por um auror e tudo estava me deixando com a sensação de pura morte.
Mas deixei as sensações de lado e retirei meu braço do aperto daquele auror, dando uma cotovelada em seu rosto.
_ Draco! - Saiu do aperto dos aurores e estava quase perto de mim.
Mas acabou que mais dois aurores o suprimiu, parecia que meu coração estava sendo esmagado e minha alma sendo dilacerada, me fazendo correr sem poder encostar um dedo nele.
Era uma dor insuportável que nem mesmo essa sala conseguiu me fazer sentir.
Tento correr para ele, mas algumas mãos me impediram, o levando para longe. Começo a gritar e tentar morder e arranhar aquelas mãos que pareciam envolver meu coração.
_ O quê? - Não prestei atenção em nada, só queria que todos morressem, mas queria a minha família e o meu irmão. _ A contenha! Essa sala vai desabar por causa dela.
Soltei-me das garras desses homens e corri, saindo dessa sala e quase sendo atingida por alguns feitiços, mas não me importei.
Minha magia tirou aquelas pessoas de perto do meu irmão e me joguei em seus braços.
_ Me tire daqui, não quero ficar aqui. - Estava histérica. _ Eles querem me tirar de você, irmão. - Apertou-me fortemente.
_ Vou tirá-la daqui e você sabe que vou. - Sinto-me sendo agarrada, mas não queria me soltar. _ Prometi, e sempre cumpro as minhas promessas, especialmente se for para você.
_ Não! - Gritei. _ Não me deixe, não quero ficar aqui, por favor, nos tire daqui. - Comecei a chorar.
_ Como não conseguem pegar uma mulher? - Escutei Harry.
_ Anda, vamos logo, vamos embora. - Amassei seu terno entre os dedos.
_ Mon petit, você não está com sua bolsa. - Discordei e tentei puxá-lo.
_ Não ligo para ela, não ligo. - Balançava a cabeça sem parar. _ Vamos embora, apenas me leve e não me deixe. - Vejo minha magia fazer uma cúpula para nós.
_ Você acha que não descobri que você tem um juramento por magia? Você precisa daquela bolsa. - Comecei a sacudir a cabeça. _ Vou sempre estar com você, você sabe disso, não sabe?
_ Não! - A cúpula se desfez. _ Não quero fazer mais nada. - Sou tirada do aperto do loiro e meus pulsos são colocados algemas de contenção mágica. _ Draco! Você me prometeu! Seu mentiroso. - Gritei.
_ Sei contar muitas mentiras. - Foi tirado da minha frente.
Minha magia estava revoltada, louca e queria sair para acabar com todos, então a permiti.
Os aurores foram jogados para longe e comecei a flutuar pelo ar, as algemas se partiram e todo o ministério começou a tremer. Iria morrer aqui e levaria uma boa parte comigo.
As paredes do ministério começaram a trincar e sentia pessoas sendo sufocadas pela minha magia.
Porém, quando iria matá-las, sou atordoada e caio com tudo no chão do corredor.
_ Obrigado, Mione. - Fechei meus olhos, fingindo que estava desacordada.
_ Não queria morrer soterrada e ainda me pergunto o porquê não a matamos? Sei que a bolsa e suas memórias são importantes, mas já se passaram quase dez anos, Harry. Ela não é mais necessária.
_ É aí que você se engana, ela é mais necessária do que imaginávamos. - Mordi meus lábios. _ Olhe em sua volta, quase destruiu o ministério com magia pura, nem mesmo as algemas a contiveram, se mudássemos a sua percepção das trevas e da família Malfoy...
_ Você quer trazê-la para o nosso lado? - Parecia em choque.
_ Sim, e depois podemos apenas descartá-la... - Não escutei o restante de suas palavras. _ Vamos partir sua alma e fazê-la se arrepender por confiar nos Malfoy.
_ Harry, apenas tome cuidado, a magia dela foi contida por tantos anos e agora... Agora olhe em sua volta, ela poderia ter matado todos desse ministério se eu não estivesse aqui. - Suspirou por fim. _ Ela é perigosa.
_ Sei o que estou fazendo, Mione. Ela será contida e tudo que preciso fazer é reforçar essas algemas, ela não sairá desse ministério, não viva, pelo menos.
_ Apenas tome cuidado, você ainda precisa virar o chefe de execução das leis da magia e acho que pode ser esse ano.
_ Agradeço a oportunidade, ministra. - Escutei a mulher indo embora. _ A leve-a para a sala de tortura, ninguém mais vem salvá-la, vamos dilacerar uma mente e uma alma.
_ Sim, chefe.
Por quê? Por que não posso apenas...
