Virei a foto, vendo que tinha alguma coisa escrita nela.
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"Mesmo a segunda mãe não estando aqui, sei que ela estaria orgulhosa de mim."
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Sim, estou orgulhosa da pessoa que você se tornou, isso só me faz querer matar todas as pessoas que te fizeram sofrer.
Santo Merlim, quem iria inventar que o meu bebê era filho daquele sem nariz? Draco chegou tão transtornado em uma de suas visitas, que quando me contou o que tinha acontecido, fiquei exatamente igual a ele.
As pessoas não tinham mais nada o que inventar.
Scorpius era focinho do Draco, não tinha como dizer que não eram pai e filho.
Vejo mais algumas fotos e todas tinham frases do meu pequeno, mas a última me fez lembrar do passado.
Era daquela vez que Draco me fez de travesseiro e Scorpius também, não sabia que tinha uma câmera ali.
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"Não é uma foto, é a junção de duas memórias e para nós, essa é uma das melhores memórias que tivemos com você."
-D&S-
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Essa também era uma das melhores lembranças que tive com vocês, queria ter tido mais...
_ Vai dormir, amanhã você acorda cedo. - Quase tive um ataque cardíaco. _ Não comece a fazer drama.
_ Tem certeza de que não é vidente ou lê pensamentos?
_ Não seja idiota e vai dormir. - Essa mulher era um poço de fofura.
_ Eu sei. - Viu, ela está lendo os meus pensamentos. _ Não seja idiota, anda, vai dormir.
Estalei os dedos e tudo entrou novamente na bolsa, e coloco essa bolsa na minha bolsa... Tão confuso.
Deitei-me na cama e a luz se apagou, mas não queria que isso acontecesse. Então deixei a luz do abajur ligada, me cobrindo depois de anos, era bom, até mesmo tinha um travesseiro, mas não conseguia dormir sem abraçar a bolsa...
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1 de novembro de 1981:
Sou acordada por uma falação no andar debaixo, a casa era feita de madeira, então poderia escutar tudo, era um pouco estressante.
Mas não podia reclamar ou poderia ser expulsa daqui, mesmo tendo dinheiro para ter um lugar para ficar, era interessante ficar aqui.
Sentei-me na cama e olhei para o meu braço, será que quando Draco nascesse esse corte voltaria ao normal? Era uma pergunta sem resposta por enquanto...
Espera, estou em 1981 e Draco já deve ter um ano, isso quer dizer que o Draco desse lugar não é o meu irmão.
Não era nada mais que uma pessoa com sua personalidade e aparência, mas não era o meu Dragon. O meu irmão narcisista.
Isso era meio decepcionante.
Dou um suspiro e minha cabeça começou a latejar, odiava sentir dor de cabeça, era algo horrível.
Levantei-me da cama e coloquei a bolsa debaixo do travesseiro, ninguém podia tocá-la, apenas aqueles que confiava... Devo rever esse feitiço, mesmo confiando em algumas pessoas, essas pessoas poderiam me trair.
Draco me ajudou a enxergar um erro no meu feitiço, um erro que poderia me colocar em perigo.
Saio do quarto, indo até o banheiro para escovar os dentes e pentear os meus cabelos, tinha visto uma escova de dente lacrada no banheiro ontem. Espero que a tia não se importe.
Quando terminei de usar o banheiro, desci para o andar de baixo e vejo um senhor usando roupas estranhas. Era um vestido?
_ Você acordou, pensei que tivesse que te jogar um feitiço. - Acordei tão tarde assim? _ São quase meio-dia, vamos, tome esse café da manhã e depois daremos um passeio.
_ Ok. - Sentei-me ao lado do senhor que ficou me observando.
_ Nunca vi a senhorita. - Sorriu bondoso.
_ Apenas estou de passagem, a tia me deixou ficar por algum tempo em sua casa.
_ Não seja desconfiado, Dumbledore. A menina é minha sobrinha, uma sobrinha distante.
_ Ah, então o senhor é o grande Albus Dumbledore. - Sorri, estendendo a minha mão. _ Me chamo Leesa.
_ Grindelwald, mas não usa. - A tia explicou.
_ Acho estranho usar o nome de um assassino, então é só Leesa.
_ É filha...
_ Não, sou apenas uma parente distante da família Grindelwald, não tenho relação com o tio Gellert. - Vejo a tia sorrir de lado e piscar um dos olhos sem que o velho percebesse.
Entregou-me o café da manhã e comecei a comer.
_ Mas continuando, Albus. O que aconteceu ontem foi uma atrocidade, mas graças a Merlim que o mal foi eliminado. - Estavam falando do sem nariz que tinha nariz.
_ Deveria ter previsto que isso aconteceria, estava muito quieto e aquele homem não pararia de procurar uma criança que poderia colocar os seus planos em perigo.
_ Albus, você não é vidente para saber de tudo, já fez tanto para a comunidade bruxa.
_ Eu o vi crescer, Batilda. Poderia ter feito algo para impedir aquele garotinho que roubava pertences dos seus amiguinhos de virar esse monstro.
_ Já lhe disse, Albus. Não podemos saber de tudo.
_ O garoto vai viver sem os pais, espero que cresça bem, sem os holofotes.
_ Vai crescer e se tornará um grande bruxo. - Tento continuar comendo, mas a comida começou a ficar sem gosto. _ Mas o que te preocupa?
_ Acho que as trevas ainda irão assombrar o nosso mundo, Batilda. E não sei se conseguirei ajudar dessa vez.
_ Está dizendo que aquele-que-não-devemos-falar, pode voltar?
_ Pode, mas estou temendo outra coisa.
_ E que coisa é essa? Não me deixe aflita, Albus. Ainda quero sobreviver por muitos anos. - O velho riu.
_ Sobreviverá, vai sobreviver. - A observou. _ A professora Trelawney teve outra visão. - A tia ficou chocada.
_ E essa é ruim? Deve ser, para você estar temendo uma profecia, deve ser pior que a outra.
_ Não escutei tudo, a professora estava apenas sussurrando para o nada quando entrei em sua sala.
_ E o que dizia?
_ "A garota que seria a ruína e a derrota, virou a salvação... As mortes estão presentes em sua caminhada pela destruição... O fracasso da luz é iminente e nem com o sacrifício daqueles que os amam, será páreo para contê-la... O bem e o mal irão ser derrotados e a grande rebelião irá ser encerrada quando uma risada for ouvida e salvas de palmas forem batidas."
_ Santo Merlim, Albus. Essa é pior que quebra-cabeça.
_ Tem algumas partes faltando, mas não posso entrar no ministério para pegar essa profecia, já que não é endereçada a mim.
_ Mas pelo que parece essa profecia também não tem nome, pode ser que você consiga.
_ Talvez apenas seja uma profecia sem nenhuma relevância, Batilda. Não pensaremos no pior enquanto o mundo está em festa. - Terminei de comer.
_ Posso olhar ao redor?
_ Claro. - Desço do banquinho, dando tchau para os dois. _ Tem sapatos na porta, não pode andar descalço para sempre.
_ Ah! - Olho para baixo e realmente não tinha nada nos meus pés. _ Obrigada por me lembrar, tia.
_ Agora vá, depois a encontro em qualquer lugar que você esteja.
Concordei e coloquei uma bota de cano médio de inverno, não estava tão frio, mas era a única coisa que tinha ali.
Saio de casa e um vento gelado passou por mim, não era um vento que iria agradecer quando estivesse calor.
Era um vento frio que me fez tremer e estalar os dedos para colocar um feitiço de aquecimento em mim, era tão bom ter magia novamente.
Enquanto andava, tentava saber de quem a profecia se referia, que eu saiba, não existia essa profecia ou será que existia, mas nunca foi realizada?
Escuto um pouco de falação e vejo uma casa, aquela casa que o sem nariz estava caminhando para entrar. A casa por fora não estava destruída, mas provavelmente dentro estava uma bagunça.
_ Um massacre foi feito ontem e nem sabíamos. - Disse uma senhora colocando uma rosa-branca no muro da casa.
_ Fiquei sabendo que o garoto foi levado para um ambiente bom e familiar, ele crescerá para ser um grande bruxo. - Falou outra mulher.
_ Acha que aquele-que-não-devemos-falar...
_ Não, o garoto o derrotou, não podemos ser pessimistas, se formos, o que adiantou o garoto ter perdido os pais? - Começaram a andar para bem longe e fiquei observando a casa.
_ Ficou sabendo que hoje será a audiência do Malfoy? - Escutei uma pessoa falando lá do outro lado.
Olhei para trás e fiquei prestando atenção na conversa das duas senhoras.
_ Fiquei até mesmo sabendo que nem mesmo terá audiência para aquele assassino, isso é bom. Não podemos ter piedade.
_ Quem diria, Sirius Black matando doze trouxas e era aliado daquele homem.
_ Você não deve saber, mas amanhã será a audiência do Karkaroff, fiquei sabendo que ele vai delatar todos os Comensais.
_ Que fale, espero que com essas informações consigam capturar muitos daqueles vermes. - As duas concordaram e sumiram da minha vista.
Tio Lucius seria inocentado, mas Karkaroff iria dedurar um dos mais leais daquele sem nariz, Bartô Crouch Jr ou para os mais íntimos, Barty.
Poderia fazer algo por eles, mas não queria. Não agora.
Agora só queria colocar os meus pensamentos em ordem e começar a fazer o meu vira-tempo e refazer o feitiço da minha bolsa.
E claro, tentar fazer uma poção para mim, tinha que ver se conseguia desabilitar minha maldição.
Também preciso refazer a poção de crescimento urgentemente, não queria ser uma professora e ser "manipulada" por aquele garoto.
Bom, se fosse igual Dumbledore, ele poderia me matar, mas se eu fosse igual Slughorn, seria colocada na lista negra de Dumbledore.
Tão complicado...
E não queria ser a professora daquele sem nariz, é bem capaz que acabe o matando.
Olhei para os lados e tentei escutar alguém falando, mas não escutei nada, apenas o vento balançando algumas árvores ao longe. Abro o portãozinho e caminhei até entrar na casa.
A casa estava bagunçada como tinha previsto, não tinha nenhum corpo no chão e nem mesmo sangue. Realmente o sem nariz era uma pessoa que gostava do feitiço da morte.
Bom, talvez ele não tivesse tempo para fazer algo a mais com as pessoas que estavam aqui. Ele tinha pressa, mas se apressou tanto que acabou morrendo, que patético.
Subo para o segundo andar e alguns degraus rangeram pelo meu peso, odiava casas antigas.
Olhei para as fotos que tinha no corredor e elas eram fotos felizes de uma família que não temia a morte.
Continuei andando, entrando no quarto do bebê que estava mais bagunçado do que tudo. Observei o chão e tinha uma capa negra na frente do berço, deve ser do sem nariz.
Aproximei-me da capa e a cutuquei com pé, sentindo algo sólido. Agachei-me no chão e vejo que o objeto que meu pé tocou era apenas uma varinha.
A peguei, mas ela não gostou muito de mim, acho que nenhuma varinha gostava de mim.
_ Quer que eu te quebre? Posso fazer isso se você continuar sentindo medo de mim. - Parou e até que ela não era feia.
Era uma cor que parecia marfim, sua base tinha um encaixe perfeito para não usar o dedão para segurá-la. Era uma boa varinha para um bruxo idiota.
A deixo no mesmo lugar que a encontrei e volto a olhar o quarto, era um quarto simples de bebê. Nada muito interessante.
Levantei-me e fui embora daquele lugar.
