Mon petit,

Lembra daquela vez que perguntei se você conseguia fazer uma varinha? Naquela hora só queria saber se você conseguia fazer uma, apenas por curiosidade. Você parecia ser tão inteligente, que apenas veio uma coisa na minha cabeça.

"Essa garota sabe fazer uma varinha."

Porém, soube que seu sangue realmente não tinha poção ou cura, e descobri que não tinha nada para ele.

No mesmo dia tentei achar ingredientes que poderiam gostar de sua magia e naquele dia usei um pouco do seu sangue, porque qualquer sangue bruxo tem magia.

Mas acabei descobrindo algo que talvez você não saiba.

Você nunca encontrará uma varinha devido ao seu sangue. O motivo é simples, o seu núcleo mágico é "normal", mas a magia que contém em suas veias amaldiçoadas é tão pura que ela quer o melhor.

O seu sangue é um pouco chato, igual à dona, mas acho que você já sabia disso.

Não encontrei nada e a única coisa que poderia fazer, era comprar essa varinha que você provavelmente encontrou em sua bolsa. Ela não gostou de sua magia, mas se você a ameaçá-la, ela vai te obedecer.

Desculpe-me por não conseguir te ajudar com seu sangue. Tentei de tudo, até procurei os duendes e foi aí que descobri que o seu sangue era poderoso o suficiente para ajudar os abortos.

Tente fazer alguns experimentos com ele, sei que você consegue.

Lembre-se, sempre estarei com você.

·❆· ※──

Pateta - Beliscão - Chorão - Desbocado.

_ Você poderia por Magic me dizer o que essas quatro palavras significam? Você já fez isso nos três salões comunais. - Salazar estava sentado no sofá de couro do seu Salão Comunal.

E eu, bom, estava escrevendo essas palavras no lado da lareira do seu salão.

Fiz isso nos outros três salões e todos me fizeram a mesma pergunta e nunca respondi. As palavras não iriam apagar com o tempo e queria saber se os alunos iriam descobrir o seu significado.

_ São palavras que os alunos das quatro casas poderão usar contra os outros alunos. - Me virei para ele.

_ Agora, me explique corretamente o que significa as quatro palavras?

_ Pateta será usado pela Corvinal, já que seus membros são inteligentes e de mente aberta. Eles usarão essa palavra para descrever as pessoas das outras três casas por não possuírem grande sabedoria. Eles arrumaram uma palavra "bonitinha" para não chamar as outras casas de burras.

_ Que alunos adoráveis que a Rowena terá. - Zombou. _ Hum, deixe-me ver, chorão é do Godric?

_ Acertou, como a casa do Godric é dos atletas e corajosos, os alunos poderão usar essa palavra para descrever os alunos das outras casas ao invés de chamá-los de covardes.

_ Prefiro a palavra covarde em vez de chorão. - Sentei-me ao seu lado e fiquei olhando a lareira aberta, minha magia estava fazendo mais uma passagem.

_ Desbocado é o que a sua casa usará para falar sobre os outros alunos. Essa palavra tem muitos significados, mas para nós, significa resto de roupa ou retalho. O que significa que as pessoas que não forem da Sonserina serão insignificantes.

_ Meus alunos sabem das coisas.

_ E por último, o beliscão. Será usado pela Lufa-Lufa, porque é a casa que são mais realistas, que tem os pés no chão. Eles irão achar que os outros alunos são utópicos e precisarão de um beliscão para acordá-los de seus sonhos.

_ Acho que prefiro viver no sonho em vez de enxergar o mundo do jeito que ele é. - Confessou. _ Conseguiu fazer suas poções?

_ Apenas duas delas, mas devo lhe agradecer, aqueles dois litros de sangue foram bastante úteis. - Fiz mais de dez poções de recuperação de magia e fiz a poção que fará o meu salão Comunal.

A poção da verdade ainda precisa de três semanas para ficar pronta.

_ E sobre...

_ Já fiz o feitiço e preciso testá-lo, mas acho que irá funcionar e se tudo der certo, só faltará colocar algo no meu vira-tempo e poderei ir embora. - Ficou me olhando.

_ Sim, realmente prefiro viver na minha imaginação. - Levantou-se e foi para os dormitórios de seu salão.

Pensei que demoraria mais de dois meses para ir embora dessa época, mas pelo que estou vendo, irei embora no próximo mês. Bom, se não tivesse uma poção da verdade em andamento.

Preciso ficar imune a essa poção, porém, também preciso criar uma resistência a Crucius, mesmo não gritando ou chorando para o prazer dos meus inimigos, precisava criar uma resistência.

Mesmo o vovô fazendo de tudo para tirar aqueles livros das minhas mãos, não consegui a resistência adequada. Preciso ficar mais forte e vou ficar, mesmo que para isso deva me prejudicar.

Então, não, não vou embora em um mês. Deveria ter explicado melhor para Salazar e isso ainda é tão confuso, ele gosta de mim, mas não me deixa acabar com suas ilusões e parece que fica cada dia mais irritado quando falo que vou embora.

Ele é uma pessoa maravilhosa, mas odeia que lhe diga a verdade e não posso dizer que não sou assim também.

Bom, vamos lá, não posso perder tempo.

Levantei-me do sofá, pegando minha bolsa que estava nele e a coloquei atravessada no meu corpo enquanto saia do salão da Sonserina.

Minha magia continuaria fazendo a passagem, já que ela era apenas uma parte da minha magia, ainda mais que nunca usei a magia do meu núcleo.

Sempre usei a magia do meu sangue, um dos motivos que ela não mudou, sempre foi pura. Agradecia imensamente aquela carta do Dragon.

Agora preciso me acostumar a usar a magia do meu núcleo, algo que não está sendo tão difícil. Apenas preciso lembrar de usar o meu núcleo em vez do meu sangue.

Mas agora tinha que fazer o meu salão comunal, não queria mais dormir no quarto da Rowena, mesmo sendo lindo.

Meus amigos estranharam o porquê de não estar mais indo para casa, mas expliquei a eles que não queria mais ficar de favor na casa de Salazar.

Salazar ficou bastante irritado no começo, mas uma hora depois todos já tinham pegado suas coisas para se mudar para Hogwarts.

Eles estão ficando em seus Salões Comunais até que seus quartos estejam prontos, não contei a eles sobre a sala precisa e que lá tinha seus quartos.

Porque se eu contasse, teria que dormir no quarto que foi feito para mim e não queria isso. Sim, sou egoísta.

Apenas contei sobre a Melissa e que quando eu partisse, ela iria ajudá-los no que fosse necessário.

Porém, o mais estranho era que Godric queria que todos morassem em Hollow algumas semanas atrás, mas agora apenas quer que todos tivessem os seus quartos em Hogwarts o mais rápido possível.

A escola tecnicamente pronta, só tinha que arrumar os quartos dos professores e achar professores. Isso era trabalho para Rowena.

Sou apenas uma pessoa que não pode ajudar em mais nada, já que não quero que ninguém escreva sobre mim.

Entro no banheiro, sim, agora é um banheiro. Os elfos estão trabalhando muito rapidamente e até estou impressionada com a rapidez dessas criaturinhas.

E falando em elfos, a Debby não aparece já tem bastante tempo. Não quero chamá-la, talvez esteja fazendo algo importante.

Fico na frente do espelho, pegando na minha bolsa a poção e a joguei no espelho, o espelho se iluminou e pensei que iria se quebrar ou algo pior acontecesse.

Mas a única coisa que aconteceu foi aparecer uma porta de madeira com galhos de árvores feitas de ferro.

Aproximei-me da porta e toquei o coelho que estava no meio como um símbolo. O mesmo coelho que tinha naquele quarto, o que representava esse coelho?

Ele se mexeu e mordeu o meu dedo.

_ Aí. - Retirei meus dedos da porta que se abriu para mim. _ Se você queria meu sangue, deveria ter pedido em vez de ter roubado. - Limpo o sangue no meu vestido e entro na sala.

Ela era uma sala espaçosa, talvez maior que todas as salas que existiam neste castelo, não, estou mentindo. A sala precisa ainda é a maior sala que tem nesse castelo.

Mas a sala estava branca, não tinha nada a decorando e não sabia se me sentia irritada por isso ou empolgada, não queria ter trabalho, mas parece que cada minuto que passava, tinha mais trabalho para fazer.

Não sabia como começaria a decorar essa sala. Será que coloco todas as cores de Hogwarts? Mas não vai ser a minha sala, vai ser apenas uma sala comum.

Não sabia como começar, então simplesmente me sento no chão que fez dois degraus, mas continuaram brancos. O que iria colocar aqui?

Tomar decisões não era comigo, nunca sei o que fazer e sempre penso em planos do que em soluções.

Tenho vários planos para 1935, mas se acontecer alguma coisa fora do normal, irei me sentar e ficar olhando para o nada como estou fazendo.

Minha cabeça não descansará até encontrar um plano para reverter essa confusão e para não acontecer isso de novo, farei mais planos e assim sucessivamente.

Sou um fracasso para isso.

Bom, minha sala deve ter o meu gosto, não quero que a sala seja azul, já basta a sala da Rowena, mas a cor é tão bonita que acho que não tem nada a ver colocar ela novamente.

Talvez tenha que ter algum vira-tempo ou ampulheta como símbolo e acho que um azul como o céu noturno, uma cúpula para ver as estrelas seria muito bonito. E talvez em vez de dois andares, deveria ter três.

O segundo andar poderia ser apenas para livros para estudar ou ler algo divertido. Teria mesas, poltronas, sofás e divã.

Com uma ótima iluminação tanto de janelas e velas.

As paredes poderiam ser de pedra lisa e claras, não queria nenhuma decoração escura, já bastavam as minhas roupas...

Alisei os cortes, demorando meus dedos no corte negro. Sinto tanta saudade que queria pelo menos escutar suas vozes novamente sem ser por memórias.

Ainda não fui capaz de ver as memórias do Dragon, devido a dois motivos. O primeiro que aqui não tem penseira e a segunda é que tenho medo de ver.

Não quero me lembrar de momentos que me senti livre sem mesmo saber o significado correto disso.

Não sou um pássaro para estar algemado, só não tenho mais as minhas asas para voar, porque pessoas as quebraram me impedindo de alcançar o céu.

Estou tentando curá-las, mas demora, leva tempo e paciência. Quero tanto ser aceita, mas primeiro devo me aceitar, o que adianta ter uma pessoa que te aceita, mas não me aceitar?

Preciso ser mais confiante, mas só preciso de tempo.

Bom, continuando, no primeiro andar poderia ser onde todos poderiam se sentar e se divertir. Teria a lareira com um pequeno símbolo nela, que ainda não sei qual vai ser.

O chão iria ser de pedra, mas uma pedra tão lisa e bonita que daria para ver o seu reflexo. Teria pilastras de madeira para sustentar os andares e elas iriam ser em formato de troncos retorcidos.

Mas no terceiro andar deveria ter os quartos, mas cada um teria o seu, não seria como da Grifinória. Acho que as pessoas mereciam privacidade e minha sala parece ser bem espaçosa para ter quartos individuais.

Era o salão que queria, mas não sabia como fazer e talvez devesse pedir alguns elfos para me ajudar.

Meus olhos ficaram embaçados e vejo Godric me procurando em cada sala existente no segundo andar.

Até mesmo chamou a Melissa para saber se ela sabia onde eu estava, mas no segundo seguinte tudo voltou ao normal.

O que acabou de acontecer?

_ Leesa? - Vejo Melissa aparecer.

_ Você pode explicar o que acabou de acontecer? - Olhou para os lados e se aproximou de mim.

_ Hogwarts está ligada à sua magia, então você pode escutar e ver tudo que quiser, só precisa pedir. E bom, como você não sabia disso ainda, a escola quis te avisar que Godric está te chamando.

_ Mas isso funcionária se eu saísse de Hogwarts? - Ficou pensativa.

_ Acho que você ainda não tem uma ligação tão forte que seja capaz disso, mas talvez consiga isso. - Entendo.

_ Bom, vou indo, Godric deve querer falar sobre o chapéu. - Levantei-me do chão e saio da minha sala.

Arrumei minha bolsa e vou andando até encontrar Godric que parecia empolgado e nervoso.

_ Está me procurando? - Colocou sua mão no coração.

_ Quase tive um treco. - Sorri me aproximando. _ Quero te mostrar algumas coisas, talvez você consiga me ajudar.

_ Estou as suas ordens. - Sorriu e começamos a andar. _ O que posso te ajudar?

_ Como você bem sabe, eu e os outros lemos a sua pasta. - Até me roubaram ela. _ E fiquei bastante chocado e impressionado que consegui fazer um chapéu que seleciona as crianças, mas não sei como fazer isso.

_ Então você se lembrou de mim e quer que eu te ensine o feitiço que deu vida a Hogwarts, não é?

_ Você é sempre tão inteligente que sempre penso que você é filha da Rowena. - Isso seria estranho. _ Mas isso não faz o menor sentido, não acha?

_ Sim, não faz sentido. - Continuamos andando e a escola abriu uma passagem para nós.

_ Sempre ficarei impressionado com a escola abrindo caminhos do nada. - Disse enquanto entravamos na passagem.

_ Também.

O caminho sempre está iluminado, não sei se a escola sabia do meu medo ou só colocou iluminação para ninguém cair.

_ Posso te dizer o nome do feitiço que fará o chapéu ganhar vida, mas não sei nenhum feitiço que dê para colocar as características dos fundadores nele.

_ Para isso já tenho a solução, só não sabia como dar vida o chapéu.

_ Fico feliz por ajudar. - Entramos no gabinete do diretor e o lugar era exatamente igual às memórias do Scorpius, apenas mudava os quadros. _ E qual é as outras coisas?

_ Fiz uma penseira e ela será da escola, e não minha. Colocarei uma lembrança nessa cristaleira e cada diretor que vier depois de mim, colocará uma lembrança.

Apontou para a cristaleira que ficava no primeiro andar e que havia um feitiço azul em sua volta, como se chamasse as pessoas para colocar seus mais valiosos pertences.

Entretanto, a penseira flutuou até né e pude ver que a penseira era linda, porém, perigosa para alguns.

_ Realmente deveria ter pegado a pasta antes de ir embora, você até mesmo fez a penseira de pedra com runas tão antigas quanto o tempo. - Alisei a pedra fria e, ao mesmo tempo, quente.

_ Uma hora ou outra faria essa penseira, só fiz mais rápido. - Olhei em volta.

O lugar era pequeno, mas amplo. Tinha dois andares e uma bela vista com janelas maiores que uma pilastra e até tinha livros e mais livros nas prateleiras, e alguns quadros que não tinham ninguém.

A mesa do diretor já estava cheia de papéis e penas, algo que me fez estranhar.

_ Pensei que teria uma votação para saber quem seria o diretor.

_ Queria ser professor de transfiguração antes de ver a pasta e estava muito empolgado para isso. Mas acho que será bom ser o diretor e os outros concordaram.

_ Você pode arrumar outra pessoa para ser o diretor, não precisa ser você.

_ Não acho coerente deixar a nossa escola nas mãos de uma pessoa desconhecida e se pudesse, queria que os meus descendentes ou dos meus amigos fossem os diretores, mas isso não vai acontecer. - Ficou me observando. _ Se você ficasse, daria esse lugar a você. - Fiquei surpresa.

_ Prefiro ser professora. - Sorriu concordando. _ Mas aceitaria, se isso pudesse te fazer um pouco feliz.

_ Leesa. - Veio até mim, dando tapinhas no meu ombro. _ Você vê mais os outros do que a si, mas às vezes, você vê mais a si do que os outros. Você é um poço de contradição e Salazar é louco para desvendar cada mistério por trás de você.

_ Você sabe que não posso ficar.

_ Ou você que não quer ficar? Leesa, podemos tudo, só depende de nós. - Franzi os lábios.

_ Posso morrer, Godric. Posso morrer se não for para aquele futuro que, na verdade, é o passado. Fiz um juramento e esse juramento me impede de tudo. Esse... - Respirei fundo. _ Perdi a oportunidade de ir embora, de escapar do lugar que estava presa por causa dele. Então, não, não depende de mim, nunca dependeu.