CAPÍTULO XLI
— Meu irmão? Impossível! — Klaus se levantou, passando a andar pelo quarto.
— Eu não posso mentir... — Ela o lembrou que ele a tinha compelido.
— Diga-me Elena, quem é o pai?! — Klaus ordenou.
— Kol Mikaelson — Ela respondeu outra vez.
— Você deve estar enganada. Deve ter dormido com outro. Kol é um vampiro. Diga-me, com qual humano você esteve?
— Eu só estive com o Kol e... você. Eu me lembraria de ter estado com alguém além do seu irmão. — Elena declarou ofendida! Mesmo tendo sido amante de Kol, e agora de Klaus, ela ainda era uma mulher digna.
— Kol foi o único antes de mim? — Klaus estava surpreso. Ele sabia que ela tinha sido casada com Damon Salvatore por anos, e ele não era um modelo de castidade e celibato.
— Sim.
— Eu não entendo... — Klaus se sentou novamente na beirada da cama — Damon nunca tocou em você?
— Não.
— Surpreendente — Klaus declarou. — Mas como você pode estar gravida de um vampiro? Isso nunca aconteceu antes. Vampiros não podem procriar!
— Bonnie disse que foi uma brecha da natureza. Pelo menos foi o que os ancestrais disseram para ela. Para eles, meu sangue é magico, foi usado na criação dos vampiros, como foi usado para prender e libertar o lobisomem em você. A natureza quer que meu sangue seja uma fonte inesgotável e sempre exista, então ele sempre garantirá a existência de uma próxima cópia. Funciona como uma forma de equilíbrio. Meu sangue lhes tirou a vida, e agora ele dá origem a uma nova vida.
— Isso é...
— Um milagre? — Elena sugeriu.
Klaus não respondeu. Ele estava absorto em pensamentos.
— Eu juro a você, nunca estive com outro homem antes de Kol. Depois dele eu... só aconteceu hoje, com você.
— Eu acredito em você amor. Eu também serei pai.
Elena o encarou surpresa.
— Passei uma noite com uma loba e ela engravidou. Eu também não acreditei quando soube, pensei que ela mentia, mas as bruxas confirmaram. Meu gene lobisomem permitiu que ela engravidasse, porque ela é da mesma espécie, e sobrenatural.
— Isso é, maravilhoso Klaus! — Elena sorriu para ele. — Você está feliz com isso, ser pai? — Elena questionou.
— Você está, em ser mãe? — Klaus rebateu sem responder.
— Sim, é a coisa mais maravilhosa que já me aconteceu. — Elena sorriu docemente, colocando as mãos sobre o ventre.
Klaus a encarava. Elena era tão humana, tão simples em sua alegria por uma gravidez. Tão diferente da reação de Hayley.
— Eu nunca pensei que isso pudesse acontecer. Mas estou encantado, apesar do perigo.
— Perigo? — Elena questionou.
— Sim. É alguém para defender, alguém para cuidar. Um filho para alguém como eu é uma fraqueza, amor.
— Você teme que seus inimigos possam machucar seu bebê?
— Eles podem tentar qualquer coisa para me ferir. Por isso eu determinei que Hayley, é assim que a loba grávida se chama, não saia do meu lado até a criança nascer. Depois, caso ela queira fazer parte da vida da minha filha, ela terá que continuar comigo, pois não pretendo me afastar da minha herdeira.
— É uma menina então?
— Sim, foi o que as bruxas disseram.
— Imagino que Rebekah esteja feliz. Deixará de ser a única mulher entre tantos homens. E também ganhará uma irmã quando você se casar.
Klaus riu.
— Não pretendo me casar com Hayley amor, como eu disse, foi apenas uma noite. Ela não significa nada para mim. E ainda não revelei para minha família. Assim que cheguei a NOLA recebi notícias suas e vim vê-la.
Elena se perguntou se Klaus diria o mesmo sobre ela. Que ela fora apenas uma noite. Mas ela duvidava que ele dissesse a alguém, porque ele havia dito que aquilo era um segredo.
— Eu fiquei curioso. — Klaus continuou. — Kol está envolvido com uma bruxa, então eu me perguntei se ele tinha abandonado mesmo você. Talvez eu pudesse tomar um pouco de seu sangue para fazer alguns híbridos, sem lhe matar é claro.
Elena estremeceu, pensando em como aquele encontro com Klaus poderia ter sido diferente. Ele poderia tê-la sugado até a morte no cemitério, se ela não estivesse grávida.
— Não tenha medo amor. Eu não irei machucá-la. Eu vou protegê-la, você e a criança, meu sobrinho. Mas uma coisa eu não entendo. — Klaus a encarou — Por que você ainda está aqui? Como Kol pôde deixá-la tão exposta?
Elena não respondeu, desviando o olhar de Klaus.
— Meu irmão não sabe? — Ele estava visivelmente surpreso.
— Não. — Elena respondeu.
— Agora amor, por que você não contou a ele? — Klaus estava confuso e curioso.
Elena tentou resistir à compulsão.
— Não tive a oportunidade.
— Conte-me tudo o que aconteceu entre você e Kol desde que Damon morreu. — Klaus pediu, usando o poder da compulsão sobre Elena.
Elena suspirou.
— Damon me pediu para escrever para seu irmão. Ele pensava que lorde Mikaelson poderia me proteger de você. Eu enviei uma nota informando do falecimento de Damon e Kol veio, mas pouco nos falamos. Depois eu o procurei em Nova Orleans e pedi que ele se casasse comigo.
— Você fez isso mesmo, amor? Ousado de sua parte! — Klaus sorria, como se a humilhação de Elena fosse engraçada.
— Damon deixou muitas dívidas e eu estava a ponto de perder meu lar. Pensei que se Kol se casasse comigo, seria proveitoso para ambos, mas Lorde Mikaelson se recusou e, em contrapartida, sugeriu que eu me tornasse sua amante.
— Não acredito que meu irmão fez algo assim! — Klaus estava estarrecido. — Merlin sabe que ele sempre foi apaixonado por você.
— Você disse corretamente, ele foi. Agora é diferente.
— Então você quem aceitou a proposta dele?
— Eu precisava do dinheiro. Estava prestes a perder as propriedades para o banco, meu pai está doente e minha tia depende de mim. — Elena confidenciou, visivelmente triste.
— Entendi. — Klaus parecia realmente compreender. — Mas porque você não continuou com ele?
— Kol me trouxe para casa logo depois de... de eu ter me entregado a ele. Ele nunca mais apareceu então.
— Isso é inesperado.
Klaus não conseguia entender o irmão. Como Kol pôde ter Elena em sua cama e abandoná-la logo em seguida? Ele mesmo se pudesse a teria todas as noites. O sexo que eles tiveram, embora rápido e desajeitado, foi intenso de uma forma que Klaus ainda não tinha experimentado em mais de um milênio de vida. Mas ele não queria pensar sobre isso. Ele sabia que Elena nunca poderia ser dele.
— Pelo menos você ganhou algo com isso, além da criança em seu ventre. — Comentou Klaus.
— Pude manter as fazendas por um tempo, mas ainda assim foi em vão. As propriedades são muito dispendiosas e não podem se pagar ainda. Não tenho como mantê-las, não pude cuidar como deveria, então, tenho que vender as propriedades de todo modo.
— Não pretende contar ao meu irmão?
— Não quero nada dele. Ele me deixou aqui sozinha depois de conseguir o que queria. Venderei as propriedades e partirei para outra cidade. Reiniciarei minha vida onde pensem que sou apenas uma viúva grávida.
— Você está sendo desprezada aqui em Mystic Falls? É sua cidade natal, você passou a vida toda aqui.
— É justamente por isso. Meu marido morreu e eu me tornei amante de outro. Quando souberem que engravidei sendo uma viúva, os comentários serão ainda piores.
— Você não precisa sair se não quiser. Eu posso resolver isso. — Klaus ofereceu.
— As pessoas aqui tomam verbena. E mesmo assim, não quero mais ficar aqui. É uma cidade com muitas lembranças.
— Isso é ótimo, porque não pretendo deixá-la aqui, amor.
— O que você quer dizer? — Elena o encarou assustada.
— Você é como Hayley agora, vulnerável. Se souberem que você carrega uma criança mágica, milagrosa, imagina o que farão para pôr as mãos em vocês, para chegarem a nós Mikaelsons. Não posso permitir que você se arrisque e arrisque a vida do meu sobrinho.
— Eu não posso ir com você, minha família...
— Você não precisa vender suas propriedades. Eu posso garantir que sua família tenha a melhor casa e uma boa vida na cidade que você escolher. Inclusive, posso mandá-los para uma das minhas propriedades. Você não quer deixar essa cidade? É isso que você fará. E será melhor para eles ficarem longe de você por um tempo, menos perigoso.
Elena suspirou. Ela sempre foi um perigo para todos que a cercavam. Ela sabia disso. Damon foi morto por causa dela, apesar de que a maior ameaça a sua vida estava bem ali na frente dela, era Klaus, mas garantindo que cuidaria e de sua família. Mas o que ele dissera era verdadeiro. Ela sabia o quanto a família Mikaelson tinha inimigos, e ela ainda tinha o sangue Petrova em suas veias. Ela ainda não tinha pensado sobre isso, sobre a segurança de seu bebê.
— Iremos para Nova Orleans amanhã. Não precisa levar nada, eu providenciarei tudo para você. — Klaus dissera com firmeza. — Diga a sua família para arrumar as coisas necessárias, que logo eu os mandarei para um novo lugar. Deixe que me encarregarei de vender as propriedades que você quiser.
— Se eu não quiser ir... Você vai me obrigar?
— Provavelmente amor. Assim como a família é importante para você, também é para mim, você sabe disso.
Elena sabia.
— Se quiser levar alguma bagagem, faça uma pequena mala. Providenciarei tudo o que você quiser em Nova Orleans.
— Klaus...
— Virei para o café da manhã, assim você terá tempo para falar com sua família.
— O que eu digo para minha família?
— Pode dizer que irá para o casamento de Rebekah, depois veremos.
— Voltarei para casa depois?
— Provavelmente não, mas não precisa contar isso para sua família ainda. Lembre-se que mudaremos eles para outro lugar. Talvez lá você possa visitá-los em segurança.
Suspirando, Elena concordou.
