CAPÍTULO XLII
Na manhã seguinte Elena caminhou para se reunir com sua tia e, para sua surpresa, encontrou Logan Fell a mesa. Klaus a seguia, como se tivesse chegado naquele mesmo momento.
— Lorde Mikaelson chegou agora e fará o desjejum conosco — Elena anunciou ao entrar na sala de estar. — Lorde Niklaus Mikaelson, quero apresentá-lo ao Sr. Fell, meu lorde. Ele é…
— Um homem bom e decente? — Klaus questionou, e Elena sabia que ele estava sendo irônico.
— Ele foi advogado de meu finado marido. E esta é minha tia Jenna. — Elena temia não ser tão boa atriz quanto Klaus.
Jenna superou o choque em alguns segundos.
— É maravilhoso conhecê-lo, Lorde Mikaelson.
Klaus inclinou-se com exagero, zombando do cumprimento. Era evidente que a tia de Elena não estava feliz em vê-lo.
— A satisfação é toda minha. — Klaus sorriu docemente.
Elena pensou em como ele parecia ser um homem bom e decente quando sorria daquele jeito. As covinhas davam a Klaus um ar todo angelical. Mas para tirar Elena de seus devaneios, Penny entrou, seguida de Matt, trazendo pães, bolo, torradas, suco e geleia, depositando-os sobre a mesa.
— O que o traz à esta pequena cidade, Lorde Mikaelson? — Logan Fell não conseguia se conter de curiosidade. — Ouvi dizer que o Sr. estava na Inglaterra.
— É verdade, mas retornei da Inglaterra na primavera passada. Estive cuidando de vários negócios pelo país.
— E o Sr. tem negócios em Mystic Falls?
— Tenho uma mansão aqui e alguma terra. Além disso, a Sra. Salvatore é muito estimada pela família.
— Oh, eu sei que sim. — Logan Fell declarou com ironia, que não passou despercebida por Klaus.
— Como as notícias correm rápido, deve saber que minha irmã Rebekah se casará em breve.
— De fato, as notícias correm. — Logan Fell olhou para Elena, que ignorava o homem.
— Minha irmã e a Sra. Salvatore são muito amigas. De fato, Rebekah a considera uma irmã e faz questão da presença de Elena em suas bodas. A Sra. Salvatore, como viúva de um parente nosso, será minha acompanhante, por isso vim buscá-la.
— Oh! — Logan e Jenna estavam surpresos.
— Rebekah já a tinha informado por carta, não é mesmo? — Klaus sorriu com gentileza para Elena, enquanto passava geleia em uma torrada.
— Sim. Ela escreveu. — Elena servia-se de suco, tentando deixar a conversa o mais casual possível — Só não esperava que fosse Lorde Mikaelson em pessoa que viesse me buscar.
— Partiremos hoje mesmo para Nova Orleans. — Klaus informou.
— Sem uma acompanhante? — Logan Fell questionou com malícia.
— Obviamente que não. As damas de companhia aguardam na carruagem. Elas vão conosco até Nova Orleans.
— Claro! Imagino que as jovens estejam cansadas de uma viagem no meio da noite.
O homem era irritante. Klaus tinha vontade de drená-lo.
— Chegamos ontem, ao pôr-so-sol. As jovens damas tiveram um bom tempo para descansar na mansão de minha família. Aprecio sua preocupação com a reputação da Sra. Salvatore. — Klaus declarou.
— Damon era um bom amigo, faço isso por ele.
Elena quase se engasgou com o suco diante da declaração do advogado.
— A refeição está muito saborosa Sra. Sommers, Sra. Salvatore. — Klaus disse com cortesia.
— Fico feliz que tenha gostado. — Jenna sorriu para Klaus.
— Bem, acredito que seja hora de partir. — O advogado levantou-se.
— Sr. Fell, por favor… Temos de resolver a questão da venda do anel de minha tia.
— Essa questão já foi resolvida, Sra. Salvatore. Obrigado pelo desjejum.
— Por favor, espere! — Elena levantou-se. — Minha tia não pode vender o anel.
— Já foi vendido Elena. O Sr. Fell veio trazer o pagamento. — Jenna disse a sobrinha.
— Devolva o dinheiro tia! O comprador nem precisa saber que a transação foi realizada. — Elena se recusava a permitir que a tia perdesse sua herança familiar.
— Temo não poder... — Logan Fell foi dizendo...
— Cobrou comissão pela venda? — Klaus questionou.
— Lorde Mikaelson, eu…
— Devolva o anel e leve o dinheiro. Pagarei uma compensação a você por essa mudança de planos. — Klaus fora direto.
— Lorde... — Elena estava surpresa.
— O anel! — Klaus exigiu, estendendo a mão aberta. O advogado devolveu a joia que levava no bolso.
— Meu dinheiro?
Jenna correu ao encontro do trio enquanto retirava da bolsa um maço de notas. Klaus pegou mais algumas e entregou ao homem, que olhou admirado para a quantia. Logan Fell partiu levando o dinheiro e uma expressão furiosa no rosto.
— Temo que nunca mais voltemos a vê-lo — Jenna observou com um sorriso largo.
— Assim espero, tia.
— Agora Lorde Mikaelson, peço que nos dê licença. Elena, por favor me acompanhe. Quero ter uma palavra com você antes de sua partida.
Klaus assentiu, enquanto as duas mulheres deixavam o recinto. Não importava que aonde eles fossem, ele ouviria toda a conversa.
— O que pensa que está fazendo Elena? Perdeu a noção do perigo? Esse não é o vampiro sem coração que queria machucá-la?
— Klaus não vai me machucar tia. Temos um acordo.
— Acordo? Que acordo você fez com aquele demônio?
— Ele não vai me matar ou me ferir, e nem a vocês. Mas preciso ir com ele à Nova Orleans. Klaus considera perigoso ficar aqui estando grávida de um Mikaelson. Ele quer proteger a criança.
— Você realmente acredita nisso? Ele vai matá-la na primeira oportunidade! — Jenna estava transtornada.
— Não vai, tia. Ele teve oportunidade de fazer isso, mas não fez.
— O que você quer dizer?
— Que eu estive sozinha com Klaus por horas e ele não fez nada.
— Quando? Elena...
— Você e papai irão se mudar daqui, portanto, vá arrumando as coisas. Klaus vai providenciar um novo lugar para vocês, seguro, em uma nova cidade, onde ninguém nos conheça. Eu ficarei em Nova Orleans, pelo bem do bebê, mas irei visitá-los quando estiverem estabelecidos e for seguro.
— Elena, o único perigo a sua vida é Klaus Mikaelson.
— Klaus não quer mais meu sangue tia!
— Eu não acredito nisso! Deve ser um truque. — Jenna estava irredutível.
— Ele será pai. Há uma loba prestes a dar à luz um filho dele. Klaus quer uma família, ela desistiu dos híbridos.
Jenna encarava a sobrinha.
— Mas como, isso é verdade?
— Sim, tia. — Elena ainda não tinha visto Hayley, mas ela sentia que Klaus estava dizendo a verdade.
— Ele está casado?
— Não, Elijah é quem vai se casar com ela.
— O quê? Que confusão é esta?
— Olha tia, eu não sei os detalhes. Klaus ficou com ela uma única vez e ela engravidou de um bebê milagroso, assim como eu. Mas depois, ela e Elijah se apaixonaram e planejam se casar. A criança será registrada no nome de Klaus quando nascer. Ele está feliz com isso.
— Realmente?
— Sim, e ele quer ser alguém melhor pela filha.
— Bem, nesse caso, espero mesmo que seja verdade.
— Não se preocupe tia. Além disso, em Nova Orleans eu tenho Rebekah.
— E Kol?
— Ele não me interessa.
— E sobre o bebê?
— Direi a ele, mas não espero nada.
— Se virem você em Nova Orleans sozinha, falarão novamente Elena. Não importa se você está acompanhada de Klaus, todos falarão assim que virem Kol e você no mesmo ambiente. Ou mesmo, falarão de você com o irmão, o que pode ser ainda pior. Além do mais, soube que Kol está comprometido. Você quer mesmo passar por isso?
— Não posso pensar em mim. Tenho que considerar o que é melhor para o bebê. Não posso nem imaginar perdê-lo.
Jenna suspirou. Ela ouviu Elena relatar como Klaus apareceu e soube da gravidez, garantindo que cuidaria dela e do bebê, assim como dela e de seu pai. Mas é claro que Elena omitiu tudo relacionado ao contato físico, a intimidade que tiveram.
Garantindo que a tia e o pai deviam seguir as determinações de Klaus, Elena garantiu que aquilo era o melhor a se fazer. E Jenna aceitou a decisão de sua sobrinha. Pensando racionalmente, era melhor que fosse assim, que os Mikaelsons se encarregassem de Elena, assim ela não precisava fugir e se preocupar com sua família.
Elena escreveu para Jeremy e Bonnie, assim como para Caroline e Stefan, explicando brevemente o que estava acontecendo e garantindo que ela ficaria bem. Ela não precisava que eles desafiassem o bom humor de Klaus vindo atrás dela. Ela prometeu escrever quando estivesse instalada.
E assim, depois do meio-dia, após uma emocionada despedida de sua tia e seu pai, Elena seguiu Klaus rumo a Nova Orleans. Eles estavam confortáveis um com outro, como se fossem velhos conhecidos, e nunca tivessem sido inimigos.
