CAPÍTULO XLIII
As damas de companhia compelidas por Klaus foram deixadas na próxima cidade, a caminho de Nova Orleans, deixando apenas Klaus e Elena na carruagem.
— Onde está Hayley?
— Provavelmente chegando a NOLA. Ela está com Elijah. Eles estão em um relacionamento.
— Um relacionamento? — Elena questionou confusa.
— Nesse tempo em que ela esteve conosco, ela e meu irmão se aproximaram. Eles estão quase casados.
— O quê? E você não se importa?
— Como eu disse, eu e ela não temos nada além de uma filha juntos. Estivemos juntos uma única vez, num momento de... carência, por assim dizer. Foi insignificante. Mas depois que ela anunciou a gravidez, não permiti que saísse do meu lado.
— Entendi. — Elena não queria pensar que Klaus também a considerava insignificante, mas essa era a provável verdade, assim como acontecera com Kol.
— Fico feliz que ela esteja com Elijah. Eles estão juntos desde a Inglaterra, e acredito que planejam realizar alguma celebração aqui, depois que o bebê nascer. Ele será como um segundo pai para minha filha.
— Imagino que Elijah esteja feliz. Rebekah ficará radiante com mais um casamento na família.
— Provavelmente serão três, porque acredito que Kol também se casará com a bruxa. Mas antes disso, ele precisa saber do seu estado. Ele precisa assumir suas responsabilidades.
— De que responsabilidades você fala? Ele não tem que saber.
— Não seja teimosa, amor. A criança precisa de um pai. Kol tem que prover, proteger...
— Não é preciso... Você disse que fará isso, ou mudou de ideia?
— Claro que não, amor! Mas eu já te disse o quão perigoso é.
Elena não disse nada. Ela estava relutante sobre conceder algum direito a Kol sobre a criança depois de ele a ter abandonado sem qualquer explicação.
— Eu adoraria ter um filho com você, amor. Acredito que seu mágico garante que você seja sobrenatural. Se você já não estivesse grávida, eu poderia tentar engravidá-la. Ou quem sabe no futuro, caso você queira mais um filho, possamos experimentar!
Elena o encarou com olhos arregalados e Klaus sorriu. Ela percebeu que ele estava brincando, mas ela sabia que ele queria dizer aquilo. E tudo era surpreendente. Tudo desde que ela reencontrou Klaus parecia surreal.
— Você quer ter outro filho?
— Vim de uma família grande amor, acredito que quanto mais, melhor!
— E não pensa em ter Hayley por que ela está com Elijah?
— Não penso nela porque ela não é importante para mim. Já você... é diferente.
Elena não compreendia o significado daquelas palavras, e nem o motivo de ela se importar com o significado que tinha para Klaus. Mas ela tinha certeza de que pelo menos não era tão insignificante para quanto a loba.
— Eu sempre quis ter filhos, ter uma família feliz. Embora não seja como imaginei, ainda assim estou feliz.
— E como você imaginou? — Klaus questionou.
— Um marido, uma casa com cerca branca e pelo menos duas crianças, como eu Jeremy.
— Você ainda pode ter isso amor. — Klaus garantiu.
— Kol não quis se casar comigo quando eu propus. Provavelmente não quer um filho comigo também. — Elena estava insegura. — Talvez ele nem acredite se eu disser.
— Quanto a acreditar, podemos confirmar com as bruxas, é a coisa mais fácil. E mesmo ele se casando com aquela jovem bruxa, farei com que ele cumpra com seus deveres, amor, assim como eu cumpro os meus, mesmo Hayley e Elijah estando juntos. E sobre não querer a criança, se isso acontecer, eu me encarregarei de vocês.
— Você?
— Sim. Irei cuidar de meu sobrinho como se fosse meu filho. E vou cuidar de você também. Não será uma coisa absurda, porque já acontece com Elijah, Hayley e eu.
— Você não pode nos proteger desde agora? Kol não precisa saber. Talvez eu não tenha que ir a Nova Orleans. Posso ficar na sua propriedade, junto a minha família.
Elena estava desesperada. Depois do que tinha acontecido entre ela e Klaus, ela estava confusa. Além disso, não queria ser rejeitada outra vez por Kol, nem que ele rejeitasse seu filho.
— É melhor que minha família saiba, amor. Todos protegerão vocês e essa criança será amada. Se você não quer dizer que Kol é pai, posso dizer que é meu filho também. Nós até podemos nos casar Elena, eu abro essa exceção — Klaus sorriu para ela.
— Isso seria absurdo, ninguém acreditaria. — Elena revirou os olhos.
— Podemos facilmente convencer a todos de que você está mesmo esperando meu filho Elena. A tensão sexual entre nós é palpável. E depois do que aconteceu, garanto que nosso casamento seria prazeroso para ambos.
— O quê? — Elena se assustou.
— Eu sempre quis beijá-la, desde a primeira vez que te vi. Agora, depois de provar você, tudo o que eu quero é deitá-la na minha cama e fazer amor com você outra vez, lenta e intensamente, fazendo coisas que não fizemos na primeira vez...
— Klaus... — Elena estremeceu, as lembranças do que houve entre eles inundando sua mente.
— Mas agora não podemos... O que aconteceu foi surpreendente e especial, mas ainda precisamos entender o que aconteceu, o que isso significa, mas antes disso você tem que se resolver com Kol. — Klaus disse segurança — Eu sei que você tem meu irmão em seu coração, e embora seu corpo se entregue para mim facilmente eu não posso aceitar pouco, eu quero tudo amor. Então, por hora, o importante agora é irmos a Nova Orleans e encontrar minha família, da qual você também já faz parte.
Elena assentiu, sentindo-se sonolenta. Ela afastou um pouco a cortina e olhou pela janela. Já era madrugada, e fazia algumas horas que tinham deixado Mystic Falls. Eles viajavam em uma carruagem avulsa. Ninguém sabia que ela estava na presença de Klaus. Eles tomaram cuidado para não serem vistos. Klaus não queria chamar a atenção para si.
— Você pode se deitar um pouco, tentar dormir, eu seguro você. — Klaus ofereceu, percebendo que ela estava com sono.
— Acredito que consigo aguentar um pouco mais.
— Você que sabe, amor.
— Sabe, quando me virem em Nova Orleans...
— O que tem?
— Falarão... Pior do que falaram antes. — Elena fez uma careta.
— Você se importa tanto assim com o que dizem?
Elena não respondeu e Klaus suspirou, compreendendo a verdade.
— Só verão você depois que tivermos conversado com toda a família. A princípio diremos que você foi ao casamento de Rebekah, já que são amigas. Kol está em um relacionamento com a bruxa, portanto não irão falar de vocês.
— Duvido. Falarão de todas as formas. Mas será pior quando descobrirem que estou grávida. Talvez seja melhor ir para outro lugar...
— Descobrirão de todas as formas. Mesmo que você se esconda, uma hora a fofoca vai chegar a Nova Orleans, você sabe.
Elena sabia.
— Klaus, acredito que o melhor é eu ir embora para um lugar onde não me conheçam e eu possa começar uma nova vida, como uma viúva, como planejei...
— Isso está fora de questão.
— Então ficarei reclusa. Prefiro que ninguém me veja em Nova Orleans. Não quero que desprezem meu filho.
— É isso que você teme?
— Embora eu ainda preze pela minha reputação, apesar de restar pouco dela, minha preocupação maior é por essa criança — Elena tocou o ventre — Penso que vão tratá-lo como um bastardo!
Klaus pensou em sua própria situação. Ele era um filho bastardo, fruto da infidelidade de sua mãe. Nunca fora amado pelo pai e muito menos pela mãe, que tinha vergonha dele. Apenas o relacionamento com seus irmãos era a referência de amor e afeto que ele vivenciou. Elena era tão diferente! Ela não tinha vergonha do filho, ela queria protegê-lo de comentários maldosos, de ações maldosas. Elena preferia se sacrificar a ver o filho ser desprezado.
— Vou me casar com você! — Klaus declarou decidido.
— O quê? — Elena pensou não ter ouvido direito.
— Vamos nos casar, amor.
— Klaus, isso...
— É a melhor coisa a se fazer.
— Mas Kol...
— Você teme que ele rejeite o próprio filho...
— Sim, mas...
— Você propôs a meu irmão um casamento apenas no nome, para que ele a salvasse das dívidas. Eu estou propondo isso e muito mais. Quero casar-me com você oficialmente, salvá-la das dívidas, cuidar de sua família e ser um pai para seu filho. Pense bem, essa seria a melhor solução.
— Eu não tenho certeza... — Elena estava perdida.
— Pois eu sim.
— Isso é tudo novo, e inesperado, e eu não sei o que pensar. Nesse caso, se nos casássemos, o que você irá querer de mim em troca?
— Apenas que você seja uma mãe para minha filha. Que a trate bem e a ame como a seu próprio filho. Além disso, vou aceitar o você estiver disposta a dar.
— Klaus...
— Não vou exigir nada de você além disso, eu prometo amor. Você já teve um casamento falso com Damon Salvatore e propôs o mesmo a meu irmão. Se é isso o que tem para mim, eu aceito. Mas agora descanse. Não precisa pensar nisso agora.
Klaus mudou-se para o lado de Elena e a puxou para si, para deixá-la confortável, apoiada para dormir. Mas ela não conseguiria descansar. Como Klaus pudera sugerir que se casassem? Seria um plano dele para matá-la? Elena se perguntou. Mas ele teve chance de fazer isso, de sequestrá-la, matá-la e não deixar rastros, ela lembrou, afinal, passaram a noite toda juntos. Fizeram mais do que isso. Elena corou outra vez. E agora estavam sozinhos outro vez.
Ao se lembrar da intimidade compartilhada com Klaus, Elena comparou com o momento que passou com Kol. Fora completamente diferente. Ela não sentiu dor com Klaus, pelo contrário, sentiu alegria, satisfação, algo muito bom. Seria mesmo por causa do sangue?
Elena fechou os olhos imaginando como seria uma vida sendo esposa do híbrido original, o vampiro que até um dia antes ela considerava seu inimigo. O responsável pela morte de Damon. Casar-se com Klaus parecia uma opção melhor do que a que ela imaginou quando pediu a Kol para se casar com ela, mas ela não poderia trair Damon assim.
