CAPÍTULO XLVIII

— Eles estão vindo! — Rebekah anunciou enquanto corria para se sentar no sofá após ter expiado o corredor.

Kol entrou na sala segurando a mão de uma Elena visivelmente constrangida.

— Elena está grávida! — Kol anunciou.

— O que você está dizendo? — Rebekah era sempre a primeira que conseguia falar.

— Elena está grávida, e o pai é o nosso querido irmão Kol. — Klaus informou.

O silêncio foi absoluto e por alguns minutos ninguém falou. Todos os olhares estavam em Elena, no ventre dela.

— É verdade que ela está grávida. Eu senti quando a conheci! — Davina declarou.

— Mal Kol é um vampiro, e vampiros não podem procriar. É impossível que Kol seja o pai.

— Eu posso confirmar, só preciso de uma tigela com água. — Davina ofereceu.

— Eu prefiro que seja feito. Assim não restarão dúvidas. — Elena declarou.

Kol meneou a cabeça afirmativamente. Davina levantou-se e foi até cozinha, voltando com uma tigela e uma faca. Em posse dos objetos ela coletou algumas gotas do sangue de Kol e do sangue de Elena, e sob o olhar atento de todos os presentes, ela começou a recitar um feitiço.

O sangue se misturou de uma maneira entrelaçada, até se fundir e originar um círculo perfeito e brilhante. Davina pegou a tigela e entregou a Kol. Ela virou para os presentes e anunciou o resultado.

— O bebê é mesmo dos dois.

— Eu não estou entendendo. Como isso é possível? — Rebekah estava confusa. — Klaus e a loba sim, mas Kol e Elena?

— Elena tem o sangue mágico de doppelganguer, que é tão poderoso que não pode ser extinto. Ele sempre vai garantir a continuação da linhagem. — Klaus explicou. — Um vampiro comum não poderia fecundá-la, mas um vampiro original sim. Nós morremos pela magia desse sangue, e como compensação, a natureza permite que a vida seja gerada através dele também.

— Então, Elena é sobrenatural e por isso pode engravidar?

— Somente de Kol, Elijah ou de mim, os únicos vampiros criados por seu sangue mágico.

Rebekah foi até Elena e puxou a amiga para um abraço, tocando a barriga da morena em seguida. Elijah e Hayley se ergueram e foram até Elena também. Klaus estava ao lado de Elena, mas seu olhar estava focado em Kol, que olhava para o centro da tigela sem dizer nada. Marcel estava ao lado do amigo, assim como Davina.

— Como um Mikaelson, o bebê e Elena já são parte da nossa família, assim como ocorreu com Hayley. Por isso, eu tomei uma decisão. — Klaus disse, chamando a atenção de todos, inclusive Kol. — Eu vou me casar com Elena.

O silêncio tomou conta da sala. Todos encaravam Klaus.

— Elena precisa de um nome, de proteção e a possibilidade de viver de forma honrada na sociedade.

— Você não vai se casar com ela. — Kol, finalmente falou.

— Ter um pai e uma família, nascer dentro de um casamento, é o que garantirá uma vida honrada para o filho que ela espera.

— Por que você não se casa com a mulher que espera o seu filho?

— Porque Elijah já vai fazê-lo. E até onde eu sei, você está em um relacionamento com essa jovem bruxa. — Klaus apontou para Davina.

Kol olhou para Davina.

— Eu...

— Você precisa de um tempo para assimilar tudo isso e decidir o que quer fazer.

— Sinto muito, Davina!

— Eu entendo, foi algo inesperado.

— Sim, isso é verdade, mas também é verdade que eu estava fugindo. Espero que você me perdoe, mas eu não posso continuar nossa relação. Você é uma jovem maravilhosa, mas...

— Eu sei. — Davina o cortou, não deixando que Kol terminasse de falar. Ela não queria ouvir ele dizer que amava Elena.

— Dizem que uma associação tão próxima nas noites que antecedem o casamento não traz boa sorte aos noivos, portanto, peço que você irmã, mantenha Elena até as núpcias. — Kol disse a Rebekah.

— Casamento? — Rebekah, Marcel e Davina repetiram perplexos.

— Elena e eu vamos nos casar no sábado. Passarei os próximos dias cuidando dos preparativos.

— Pensei que Elena fosse se casar com Klaus! — Elijah decidiu instigar.

— Agradeço sua oferta, irmão! — Kol se dirigiu a Klaus — Sei que fez essa oferta para cuidar de Elena e de meu filho, mas eu mesmo cuidarei deles.

— E por que você decidiu isso agora? É pela criança? — Klaus estava sério.

— Também. Mas principalmente porque eu...

— Se não fosse pela criança você não se casaria com ela, talvez nunca mais a procurasse...

— Sim, talvez, mas agora tudo mudou.

— Você já perguntou se Elena quer isso?

— Eu amo Elena.

Rebekah e Hayley suspiraram. Klaus e Elijah sorriram satisfeitos. Marcel estava apreensivo e Davina queria chorar.

— Davina — Kol olhou para a jovem bruxa — Perdoe-me por ter te dado esperança de que teríamos um futuro juntos. Eu realmente pensei que seria assim. Mas vendo Elena agora, e sabendo que ela está grávida... A verdade é que eu nunca a esqueci, que ainda a amo. Espero que me perdoe algum dia.

Davina o encarou por um breve momento.

— Desejo que sejam felizes.

— Obrigado!

Marcel foi até Davina e a abraçou. Ele teria que consolar sua protegida.

Aproveitando a distância de Kol, Klaus se aproximou de Elena.

— Você está bem amor? É isso o que você quer, se casar com meu irmão?

Elena o encarou, a testa franzida.

— Eu penso que sim... Eu ainda amo o Kol.

— Nesse caso, meus parabéns!

Klaus abraçou Elena. Mas antes de soltá-la, ele sussurrou no ouvido dela.

— E eu estarei a sua disposição para o que você precisar. Apenas deixe-me saber. Esse é o nosso segredo.

Sorrindo, Klaus se afastou de Elena, deixando-a com o coração acelerado e o rosto corado. Tensa, Elena suspirou ansiosa. De repente se dava conta de que ainda estava apaixonada por Kol, que ao longo de cinco anos, não conseguira deixar de amá-lo. Ainda queria que Kol lhe oferecesse amor e fidelidade… queria ser amada novamente. Mas não podia negar que se sentia atraída por Klaus.

— Parece que se entenderam! — Elijah murmurou para Klaus. Os dois homens tomavam uísque no canto da sala.

— Ele sempre foi apaixonado por ela. — Klaus afirmou.

— Eu sempre apostei que ele a pediria em casamento! — Elijah confidenciou.

— Eu também. Mas se ele quisesse estar com Elena, não a teria deixado em Mystic Falls. Ainda penso que ele só quer se casar com Elena pela criança que ela espera.

— E esse não era o seu motivo para se casar com ela? — Elijah quis saber.

Klaus ofereceu um sorriso enigmático ao irmão. Elijah retribuiu com um olhar desconfiado.

— Bem, acredito que toda noiva precisa de um anel de noivado. — Rebekah disse, tirando do dedo o anel que fora de sua mãe antes do casamento. Uma herança de família. — Acredito que você pode oferecer este à Elena, irmão. — Rebekah entregou o anel a Kol.

— Obrigado irmã!

Kol pegou o anel e sem pedir licença, ele segurou a mão de Elena e removeu de seu dedo a aliança de casamento com Damon, colocando em seu lugar o belíssimo anel de diamante.

— Este anel simboliza tudo que lamento em nosso passado e todas as minhas esperanças para o nosso futuro.

Elena não respondeu, emocionada.

— Que maravilha! — Rebekah aplaudiu excitada. Todos acompanharam, menos Davina.

Minutos depois, quando Marcel e Davina foram embora, e os demais se recolhera na Mansão Mikaelson, Elena e Kol ficaram sozinhos na sala. Elena ainda não acreditava que ele a pedira em casamento diante de testemunhas. Contrariando todas as expectativas, ele decidiu fazer dela sua esposa honrada.

— Obrigada…

— É só isso que tem a dizer? — kol questionou.

— O que quer ouvir?

— Algo sincero e verdadeiro.

— Eu sempre amei você, Kol.

— Tem certeza? Mesmo depois de tudo que ouviu a meu respeito? Mesmo depois de tudo o que eu fiz? Não está confundindo amor com gratidão?

— Não. Se quer mesmo que eu seja sincera, tentei odiá-lo por ter me desonrado... Por ter me abandonado… — A frase foi interrompida por um Kol que a puxou para um beijo longo e apaixonado.

O vampiro original se despediu minutos depois, prometendo voltar em dois dias para finalmente se casarem. Elena tinha a sensação de estar sonhando.