Olá Pergaminos y Seguidores de la Justicia, Mr. Bones trazendo o cap.15 da minha fanfic.

A investigação leva Sebas ao pior lugar do Reino Dracônico, como isso afetará o Mordomo de Ferro?

Ajudem a melhorar a minha escrita comentando, Obrigado.

Com vocês

Aquele que Voltou

Capítulo 15: Flor-de-Lis

Apesar de nunca ter visto uma moeda de cobre de Yggdrasil, era impossível Sebas não reconhecê-la. Lá estava a Árvore do Mundo, em seus galhos e pontos representando os nove reinos que a compunham, e escrito em um alfabeto diferente do japonês, YGGDRASIL.

— Será que posso examiná-la? – perguntou Sebas.

— Umm… Veja, o Jorge pediu pra não deixar ninguém pegar ela senão a sorte ia embora, então só eu e o Skull ficamos com ela até agora.

— Sim, e tem ajudado bastante a gente! Se não fosse por ela, eu não teria conseguido voltar a trabalhar com o Bulk.

Sebas olhava atentamente, então fez algo estranho, realmente estranho, ele se aproximou da moeda e deu uma leve cheirada.

Fato interessante é o de que os dragões são os animais com o melhor olfato que já existiram. Um dragão que retornasse para o seu covil após anos e o encontrasse esvaziado de seu tesouro seria capaz de localizar pelo cheiro cada moeda espalhada pelos reinos e o ladrão que as levou. Logicamente que essa pessoa seria devorada, junto com a sua família, os vizinhos, a velhinha da esquina e provavelmente toda a cidade.

Inesperadamente, os dois únicos cheiros que Sebas percebeu eram os dos guardas.

— Vocês poderiam falar mais sobre ele? – perguntou Tuare – como ele estava, onde vocês foram, como estava a vida? Sabe, não tenho notícias dele há muito tempo…

— Bem, como eu disse, a gente só meio que saiu pra beber. Ele falava muito, contando um monte de histórias de um grupo de aventureiros que lutavam contra uma quimera alada gigante.

— COM uma quimera – corrigiu Skull.

— CONTRA – retrucou Bulk – onde já se viu lutar junto de uma quimera do tamanho de um castelo?

— Uma quimera desse tamanho! Nunca ouvi falar, deve ser algo digno dos Reis da Ganância!

— Não sei nada a respeito disso moça, acho que é tudo inventado. Um monstro parte dragão, leão, gorila e outros bichos desse tamanho seria lembrado por muita gente.

— Oh! Vejo então, deve ser assim. – disse Tuare.

— Então a gente tava indo de uma taberna pra outra. Ele era bem divertido, só uma hora que ele ficou estranho.

— Estranho como?

— Ele parou de rir do nada, ficou sério, parecia até sóbrio, ficou encarando uma mansão no bairro chique, a Flor-de-Lis, que na verdade é um bordel para os ricos e só convidados podem entrar. A gente falou pra ele que não tinha como ir lá, e ele apenas disse "vamos ver", mas não parecia contente, e acho que foi isso. Meio que a gente apagou na taberna seguinte e não vimos mais ele.

— Oh! Muito obrigada pela sua ajuda, senhores! Traz um alento para meu coração saber que meu irmão está bem, espero que os senhores tenham um bom serviço – agradeceu Tuare.

— Aqui, pela ajuda. – disse Sebas entregando uma pequena bolsa de moedas.

— Ora não precisa agradecer! – disse Bulk guardando rapidamente as moedas – se precisar de mais alguma coisa é só nos procurar.

Enquanto Sebas e Tuare se retiravam, Skull falou.

— Ei Bulk, você acha que a gente devia ter falado como foi que aconteceu a coisa dos homens-fera? Tipo, e se acharem que a gente se trancou para fora sozinho?

— Ummm… EI, VOCÊS, VOCÊS NÃO VÃO CONTAR PRA NINGUÉM NÉ!?

Tuare apenas virou o rosto sorrindo e fez um gesto de trancar a boca com uma chave e jogar fora.

— Viu, tudo certo Skull, você se preocupa demais.

Durante o retorno ao castelo, Sebas solicitou que o cocheiro passasse pela frente da mansão conhecida como Flor-de-Lis. Esta não era a carruagem do Reino Feiticeiro, pois chamaria muita a atenção passear com algo puxado por um Devorador de Almas, então enquanto estiveram no Reino Dracônico estavam utilizando uma carruagem emprestada do palácio.

Sebas sabia que isso ajudava a ser monitorado pelos nobres, assim, quando solicitou tal desvio, alguém já teria ideias de como agradar o embaixador na próxima recepção.

Nesta mesma noite, algumas horas antes de outra festa em homenagem ao embaixador, um grupo de nobres se reunia.

— Então o nosso embaixador é mais humano do que pensávamos – disse o nobre com um leve sorriso.

— HMPF! – bufou outro – depois de semanas seguindo ele, não conseguimos nenhuma informação sobre seus pensamentos. Tudo que ele falava nas festas eram coisas genéricas e elogios vagos sobre o reino, nada escapava sobre a sua terra.

— Nenhuma indiscrição esse tempo todo, nem da comitiva, quero dizer, daquela empregada, ela só faz perguntas sobre um irmão sumido. Será que se a gente o achasse teríamos alguma coisa?

— Acho que não, é apenas uma empregada. Mesmo que o embaixador esteja dormindo com ela, como suspeitamos, quem se colocaria em risco por ela?

— Os guardas da muralha com quem eles conversaram não disseram nada de útil, dois idiotas por sinal, então não tínhamos nada… até agora.

— Me parece que o embaixador resolveu mostrar a sua verdadeira face na última hora hahahaha!

— Ninguém pode ser tão santo como ele queria parecer! Não cortejou nenhuma filha…

— Ou esposa…

— Ou empregada. Agora casualmente mostra interesse no nosso… clube privado, então teremos que mostrar o outro lado da cidade para ele! – disse maliciosamente um dos nobres.

— Como vamos fazer isso?

— Durante a festa o abordarei e irei convidá-lo para a reinauguração do Flor-de-Lis que será amanhã.

— Tenha cuidado, seja sutil. Não podemos desperdiçar essa chance.

— Eu sou a sutileza em pessoa hahahahaha!

Enquanto riam, algo os espreitavam.

— 'Tudo segue como planejado, Lord Sebas' – disse o hanzo terminando a mensagem.

Como havia imaginado, Sebas foi abordado por uma dos nobres naquela noite. Foi terrivelmente longo o tempo que levou para chegar no assunto, cheio de meandros e receios, até que deram o passo final, entregando um cartão negro a Sebas, um convite especial, nele havia escritas que só apareciam sob certa luz.

Na noite seguinte, Sebas chegou à mansão. Na verdade, ela era bastante discreta do lado de fora, não dando a impressão de que fosse algo muito além de uma moradia em um bairro nobre, até mesmo muito próxima do castelo.

Sebas estava, como de costume, acompanhado de Tuare. Ela ficaria junto da carruagem e assim poderia tentar conseguir maiores informações com os outros empregados.

Quando entrou na mansão, Sebas foi recebido pelo dono, um nobre menor que estava obtendo lucros com a venda de entretenimento mais… adulto.

— Bem-vindo à minha humilde morada Lord Sebas, estou feliz que o senhor pôde comparecer à reinauguração de minha casa. O senhor bebe algo? – disse o nobre oferecendo uma taça a Sebas.

— Ah sim, o convite veio de última hora, mas não poderia deixar de marcar presença. Me parece que a sua residência passou por um infortúnio nos últimos meses?

— Sim, sim, uma série de pequenas desventuras obrigou que ela fosse… aham, reformada.

— Acho que um incêndio não pode ser considerado "uma pequena desventura".

— Vejo que ficou sabendo mais de mim do que eu esperava, o senhor é mesmo cheio de surpresas! Acredito que se sentiria mais confortável na nossa sala VIP, por favor me siga.

Saindo do salão de entrada, onde tudo que os convidados podiam desfrutar era de luxo, passaram para a parte posterior da mansão, na qual ficava a luxúria: empregados seminus circulavam e ofereciam bebidas, jogos de azar variados estavam disponíveis, assim como os próprios empregados.

Sebas não demonstrava o mínimo interesse. Tudo o que buscava era alguma pista deixada pelo jogador, pois era óbvio que ele o estava guiando. Como dizia um dos Seres Supremos, "o universo odeia a coincidência, mas adora uma ironia", e não era por acaso ele ter encontrado os guardas ou a moeda, ou mesmo o fato dele estar ali naquele momento. O viajante planejava algo, soltando pequenas migalhas pelo caminho, mas descobrir as migalhas era o grande problema.

Vendo a expressão entediada de Sebas, o anfitrião achou que havia descoberto o que atrairia o embaixador. Jogos não o interessavam, mulheres não pareciam chamar sua atenção, nem homens pelo jeito e, neste ramo, ele geralmente sabia o que alguém com mais idade como o embaixador poderia gostar. Todos aqueles velhos nobres gostavam e este era o único lugar do reino que podia fornecer esse tipo de… atenção.

— Lord Sebas, noto que nada aqui lhe atrai. Pelo visto o senhor é um cavalheiro de gostos refinados, então eu gostaria de convidá-lo para conhecer nossa área mais exclusiva.

— Exclusiva quanto?

— Muito exclusiva, apenas uns poucos têm acesso, afinal somos especialistas neste quesito. Alguns poderiam ir até o Espinho Sangrento ou a Madame Buffon para ter atendimentos "diferenciados", mas apenas nós fornecemos algo deste calibre – narrou o anfitrião enquanto guiava Sebas para os andares mais abaixo.

Sebas já estava farto disso. Ele já havia visto depravação suficiente ao passar por salas e mais salas cheias de desejos abjetos e luxúria, o que não estava ajudando o seu humor. Ele resgatou Tuare de um lugar parecido, ainda bem que ela não o acompanhou.

— Lord Sebas, espero que isto seja de seu agrado – disse o anfitrião ao abrir a última porta. Dentro de um quarto ricamente mobiliado, em uma grande cama com dossel, estava sentada uma menina.

— Por que há uma criança aqu-… – Sebas não terminou a frase quando a realidade o atingiu.

Normalmente, os NPCs só conhecem aquilo que foi programado por seus criadores. Entretanto, por alguma razão, após a mudança de mundo, esse conhecimento foi extrapolado assim como as magias e parte das características pessoais de seus criadores também passou para eles completandi suas personalidades. Dessa forma, Demiurge foi programado para ser um Arquidemônio que odeia os humanos e se delicia com o seu sofrimento (tudo para a glória de Nazarick, é claro) apenas porque Ulbert odiava as pessoas de seu antigo mundo.

O mordomo sabia o que as pessoas podiam fazer umas com as outras atrás de portas fechadas, o próprio Peroroncino programou a maioria desses fetiches em Shalltear, mas mesmo ele tinha limites.

Sebas provavelmente é o NPC mais inocente depois dos gêmeos, pois Touch Me o programou com alto senso de justiça, mas nunca chegou a programar todos os tipos de crimes que ele considerava errado. Seria impossível fazer isso e um desperdício de tempo para a lore de um jogo, então Sebas estava tendo, pela primeira vez, a revelação do quanto um ser humano pode ser monstruoso.

Foi quando o som começou. Uma vibração que aumentou, fazendo as paredes tremerem – "Um trovão? Terremoto!!" – pensou o anfitrião, até perceber que o som vinha do embaixador.

Aquilo não era um tremor, era o rosnado de um dragão em