Olá Pergaminhos e Seguidores da Justiça, Mr.Bones com novo capítulo e novo arco.
Nesta parte veremos mais de nossa Pleiade mais fofa, interagindo com pessoas de fora de Nazarick, como o mundo irá reagir?
Por favor se puderem me ajudar com a correção eu agradeceria, me ajudem a melhorar a escrita.
Com vocês
Aquele que voltou
Capítulo 17: Viagem a Baharuth
— Não, não, não, não! – resfolegava o bandido enquanto corria pelos becos – não posso ser pego, preciso escapar!
Desviando de mendigos, caixas velhas e sacos de lixo, o bandido corria desesperadamente, 'como isso aconteceu?' era o seu pensamento. Tudo estava indo bem até semanas atrás, quando os boatos começaram. Pessoas sumindo, agiotas e gigolôs espancados, tudo estava indo de mal a pior até esta noite, quando a coisa desandou de vez.
Agora estava sendo perseguido por sabe-se lá o que, mas então uma esperança surgiu: uma patrulha, guardas imperiais no fim do beco, talvez eles o salvassem.
— SOCORRO! EU PRECISO DE AJU–… – tentou gritar o bandido antes de ser arrebatado de volta para a escuridão do beco.
— Você escutou isso? – disse um dos guardas.
— Não, e nem você ouviu nada.
— M-Mas alguém pode estar precisando de ajuda, você não ouviu os boatos?
— Se você está se referindo a um aventureiro caçando escórias que vendem pó negro pela cidade, espancando bandidos e ladrões, não, não ouvi nada, e mesmo que tivesse ouvido, seria tudo besteira para nos distrair. Agora presta atenção na patrulha, outras pessoas precisam mais de nós do que esses tipos.
— Sim senhor… – disse o soldado mais novo se resignando.
Assim que voltaram a caminhar, o soldado mais velho olhou por sobre o ombro para cima a tempo de ver uma figura esguia saltando com algo de arrasto por entre os prédios, ele apenas abriu um leve sorriso e pensou antes de seguir a sua ronda – 'Boa caçada, colega'.
42 dias antes:
Arwintar, capital do Império Baharuth. "Cidade de Ouro", "Pedra Preciosa da Civilização". Se comparada com as capitais dos outros reinos, Arwintar era muito mais moderna e progressista em sua arquitetura e cultura. Kami Miyako era antiga, "velha" muitos diriam. Apesar de ter o maior poderio bélico com suas Escrituras, seu exército de fanáticos e dominar grande parte dos comércios, há muito ela deixou de ser uma referência, se tornando uma cidade triste e sombria. Re-Estize era uma rival apenas nas questões fronteiriças, sua capital, na melhor das hipóteses era, ajeitadinha. O Reino Santo poderia rivalizar quando estava em seu auge, mas hoje, após uma invasão demoníaca e uma guerra civil, sua beleza foi tomada e o que sobrou se tornou opaco. Mesmo a capital do Reino Feiticeiro, E-Rantel, apesar de já superar em muito o Império com sua capacidade organizacional e crescimento exponencial, ainda estava a décadas de ser tão grande quanto Arwintar.
Então, a jóia do Império, baluarte da civilização, aquela que tirava o fôlego dos visitantes e inspirava bardos para suas canções, só gerava um pensamento em Entoma.
— Meh! – disse a empregada de batalha ao descer de sua carruagem.
Meh: Uma palavra usada pelos Supremos e que não existe no Novo Mundo. Sua origem é desconhecida por Entoma, mas pela sua experiência, parece ser usada quando alguém tenta impressionar, mas falha miseravelmente nesse quesito. Logo, ela achou de bom tom usá-la ao vislumbrar pela primeira vez a capital do império vassalo.
Entoma havia recebido ordens de seu mestre para buscar discretamente o viajante e avaliar a integração racial no império, então a melhor forma de se fazer, segundo suas irmãs, seria como turista.
— Como esconder que você está procurando algo específico sem chamar a atenção? Simples, deixe que todos saibam que você quer conhecer tudo, chamando o máximo de atenção! – sugeriu Solution, a empregada mais preparada para espionagem – Mas isso só funcionará porque se trata de você ser quem é Entoma.
— Não sei se entendo o que você quis dizer.
— Veja, Entoma, você é minha irmã mais querida, e EU TE AMO, mas você não é a mais discreta de nós. Apesar de seu disfarce usual, você ainda chamaria a atenção por onde passa, mesmo que seja comum entre os aventureiros usarem máscaras, um olhar mais atento revelaria a sua natureza não humana, então por que tentar escondê-la?
— Mas você também vai se infiltrar de forma escondida… por que não usar o mesmo?
— Porque eu posso me passar por humana, sondar discretamente e não chamar a atenção! Além disso, sou uma mentirosa excepcional.
Entoma pareceu definhar após essa afirmação.
— E é por isso que funcionará com você Entoma! O fato de você estar lá para algo que já é esperado do Reino Feiticeiro servirá de manto para ocultar a verdadeira natureza de sua missão, basta seguir o fluxo de turistas e se expor o máximo possível enquanto sua equipe de apoio faz um pente fino na Capital.
Isso pareceu melhorar o ânimo da empregada.
Entoma chegou a Arwintar da forma mais usual possível, pegando um portal até a fronteira, depois passou pela checagem na nova alfândega e adentrou outro portal até alguns quilômetros da Capital.
Ela usava a carruagem mais discreta que a Grande Tumba possuía, e ainda assim era de maior qualidade do que as que os nobres possuíam: branca com detalhes dourados, sem emblema algum do Reino Feiticeiro, puxada por um Sleipnir branco majestoso e conduzida por um cocheiro sorridente que usava ricas veste de cavalariço.
Ao adentrarem a Capital, Entoma pode notar o número de raças diferentes circulando pelas ruas, apesar da maioria absoluta dos transeuntes ser humana, havia sua parcela de heteromorfos, mas aparentemente todos ainda humanoides e em quantidade bem menor do que em E-Rantel.
Dessas raças, a maior quantidade era de elfos, depois anões, homens-lagarto, homens-coelho, alguns minotauros e até mesmo homens-macaco que ela ainda não tinha visto antes. Todos pareciam ser aventureiros em algum grau, vindo em busca de oportunidades de trabalho ou talvez comércio, isso seria uma das coisas a serem investigadas nas semanas que seguiriam.
Chegando no Hotel Grande Maçã Dourada, o cocheiro abriu a porta da carruagem para que Entoma pudesse descer, carregando uma bagagem mínima. O cocheiro seguiu atrás da empregada enquanto ela se dirigia até a recepção do hotel, que embora fosse um dos mais importantes da Capital, não estava tão movimentado quanto o esperado.
— Olá, gostaria de um quarto, por favor.
— A senhorita gostaria de fazer uma reserva para seu senhor em qual data?
— Não, não. A reserva seria para mim com entrada imediata, se possível.
— Oh! Me desculpe pelo equívoco senhorita, temos alguns quartos à disposição, mas lamento dizer que são nos andares superiores.
Apesar da modernidade na arquitetura, o Império ainda possuía tecnologia basicamente arcaica, então elevadores estavam fora de questão, por isso quanto mais alto era o prédio, menos procurados eram os quartos, afinal ninguém gostaria de subir vários andares para poder descansar.
— Ah! Não se preocupe senhor, se possível gostaria do quarto na cobertura.
— Cobertura? Me desculpe, mas não estou familiarizado com o termo.
— O quarto do último andar.
— Ah! Entendo, infelizmente o último andar é a residência do proprietário do hotel, mas garanto que a suíte abaixo deverá ser de seu agrado, a vista é maravilhosa.
— Que bom, estou empolgada para conhecer sua cidade.
— Ora bem, nós da Grande Maçã Dourada Royal Hotel nos orgulhamos de nossa localização, estamos apenas a algumas quadras do Comércio Central e a alguns quilômetros da Grande Arena. Se desejar, ainda pode facilmente chegar ao Museu de Arte Imperial, hoje em dia passeios são organizados para os visitantes.
Um UNFF! foi então ouvido por todos. Ao lado de Entoma estava uma rica senhora mais velha, com enormes joias e um olhar de desdenho.
— Me desculpe senhora, algo a incomoda? – perguntou o recepcionista.
— Não se preocupe, eu apenas estava lembrando o quanto o Império decaiu – respondeu a senhora com um pequeno olhar em direção a Entoma.
— Não entendi muito bem o que a senhora quer dizer com isso.
— Ora, desde que o Imperador se tornou vassalo, temos visto mais pessoas desse tipo circulando por aqui.
— De qual tipo a senhora está se referindo? – disse Entoma com um tom mais agressivo.
— Não precisa se irritar mocinha, sei que você deve ser importante de onde veio, mas nós somos o Império, nós somos a referência para os outros, mas essa referência parece estar, como posso dizer, diminuindo com a ascendência de tantos "visitantes menores" vindos do estrangeiro.
— Ou seja, a senhora acha que eu não deveria estar aqui.
— Muitos não deveriam estar aqui! – afirmou o gerente da noite ao chegar à recepção.
— Eu ouvi a conversa e concordo plenamente com a senhora. Por favor, Gunther, chame a segurança – disse o gerente se dirigindo para o Gerente diurno, que logo voltou com dois brutamontes formalmente vestidos. Era como se tivessem enfiado armários dentro de ternos de mordomo.
— Por favor, acompanhem esta pessoa para fora do meu hotel – ordenou o gerente apontando para a rica senhora.
— O QUE!? COMO VOCÊ SE ATREVE!?
— Eu, como gerente E proprietário, me resigno a escolher quem pode usufruir do meu hotel.
— Mas você disse que concordava comigo!
— Sim, eu concordo com a senhora, concordo que certos tipos de pessoa não deveriam estar aqui, as do tipo intolerante são as que abomino terminantemente.
— ISSO É UM ULTRAJE, NUNCA MAIS COLOCAREI OS PÉS AQUI! – esbravejava a senhora enquanto era escoltada para fora do hotel.
— Agradeço muito se a senhora fizer isso – disse o gerente.
— Lamento muito por isso, senhorita. Parece que algumas pessoas estão apegadas demais ao passado para ver a mudança chegando.
— Na verdade, eu que agradeço pelo auxílio e pela educação demonstrada, pelo visto o seu hotel está se adaptando aos novos tempos.
— Sim, como a senhorita diz: se adapte ou pereça! Com a vassalagem, o Império se abriu mais ainda para os novos povos, então logo conviveremos com muitas raças diferentes.
— Ser um hotel exclusivo para humanos não é uma boa opção comercial para a nova era, mas ainda temos a nossa parcela de pessoas que não entendem esse fato. Por isso o movimento diminuiu, mas a retomada parece ser promissora e breve.
— "Raças diferentes"… então o senhor percebeu que não sou humana! – disse Entoma com uma voz surpresa.
— Ah! Sim, logo percebi, sei dizer que a senhorita não é humana. É preciso ser muito observador para ser gerente de um hotel, mas seria muito rude e indelicado de minha parte perguntar de qual raça a senhorita pertence sem... um jantar antes. Aquela senhora provavelmente não havia notado, acredito que seu desdenho seja por ela imaginar que a senhorita fosse algum tipo de serviçal de férias.
— Por que o senhor diria isso?
— Suas roupas, apesar de serem extremamente ricas, ainda assim se parecem com as de, desculpe dizer, empregadas, como vistas nas caravanas que vem do Sul.
— Ah, mas é claro! Apesar de não ter vindo assim tão do Sul, pelo visto as minhas roupas parecem não se adequar às minhas… férias. Esse tipo de incidente pode se tornar rotineiro, aparentemente.
— Não se preocupe senhorita, não há tantas pessoas com tais tipos de pensamentos ultimamente. Mas se a senhorita desejar uma mudança de visual, tenho certeza que se divertirá imensamente nas lojas do Comércio Central! A coleção de outono está particularmente deslumbrante este ano.
— Acho que essa será uma das minhas primeiras paradas, então.
— Com certeza! Agora, a senhorita poderia assinar o nosso livro de registros? A senhorita possui alguma necessidade especial para a sua acomodação, alimentação diferenciada ou específica?
— Não, não, as acomodações humanas são mais do que satisfatórias para mim. E quanto à alimentação, acho que provarei a culinária local – disse Entoma pensando na rica senhora.
— Maravilhoso! Bem-vinda à Grande Maçã Dourada Royal Hotel, senhorita Entoma Vasilissa Zeta – disse o gerente enquanto lia o nome escrito em uma linda caligrafia cursiva.
Ao chegarem ao quarto, depois de vários andares e inúmeros degraus, Entoma se jogou na cama, mesmo não estando cansada, e falou para o cocheiro que a acompanhava com sua mala.
— Parece que a recepção foi o melhor do que o esperado, hein?!
O cocheiro se aproximou da cama, jogou a cartola, habilmente acertando o cabideiro no canto, e então começou a desabotoar o paletó e o colete. Em seguida, tirou a camisa, com movimentos ágeis exibiu o seu peito tonificado nu, seus músculos eram bem trabalhados e sua fisionomia se mantinha com aquele grande sorriso.
Então, uma fina linha rosada surgiu na base do pescoço do cocheiro, descendo até a altura do umbigo. Usando os dedos, ele começou a abrir o próprio peito até que fosse possível ver algo saindo de lá e se jogando de pé sobre a cama.
— Deveras minha cara, foi muito mais interessante, não? – respondeu Kyouhukou enquanto colocava sua pequena coroa.
