Olá Pergaminhos e Nazarins, Mr.Bones com mais um capítulo da minha fanfic de Overlord: Aquele que Voltou.

Yuri é obrigada a relaxar mesmo sem que ela saiba.

Com vocês

Aquele que Voltou

Capitulo 32: O dia de folga de Yuri Alpha

— 'Como assim ele está olhando para você?!'

— 'Ele está parado na minha frente, sorrindo. Solicitou um passe para poder entrar na cidade e está aguardando.'

— 'Sorrindo, as pessoas não sorriem para Lichs, ele pode estar usando alguma magia de controle mental. Você sente algo em relação a ele?'

— 'Sinto que tenho vontade de arrancar o rosto dele com minhas garras.'

— 'Esse parece ser o sentimento natural dos mortos em relação aos vivos'.

— 'Sim senhora Alpha, mas com relação a ele, esse sentimento parece ser particularmente mais forte.'

— 'Mais forte você diz... isso só seria possível se ele estivesse mais vivo do que as outras pessoas ou fosse um Paladino. Consegue detectar alguma aura ou magia?'

— 'Nada que minha habilidade passiva consiga sentir, mas temo que usar alguma magia de avaliação possa alertar o alvo.'

— 'Certo, então o mantenha entretido o máximo que puder, atrase a palestra até eu chegar, então... NÃO! Espere! Desconsidere a última ordem, siga os protocolos à risca.'

— 'Sim, senhora Alpha, devemos fazer algo específico?'

— 'Não, devemos seguir com o procedimento padrão, ele já pode ter visitado a cidade antes das buscas, qualquer mudança pode assustá-lo. Não sabemos que tipo de magia ele pode usar.

— 'Sim, senhora Alpha.'

— 'Ah! Com qual nome ele se apresentou?'

— 'Ichabod, sobrenome Crane.'

— 'Ichabod Crane, nome estranho, chegarei logo.'

— 'Entendido Senhora Alpha.'

Neste momento Yuri Alpha já havia se lançado da carruagem e partido em direção à entrada da cidade, saltando sobre os prédios, ela nem era notada.

— 'Devo avisar Ainz-Sama' – Yuri queimou um pergaminho de mensagem.

— 'Ainz-Sama, é Yuri Alpha reportando'.

— 'Bom dia Yuri Alpha, como está esta manhã? Pelo jeito deve ter alguma novidade'.

— 'Sim Ainz-Sama, somente meu mestre para antecipar meu relatório. Como o senhor previu, o Viajante aparentemente chegou na cidade.'

— "Não é difícil imaginar isso, afinal somente algo de grande importância faria Yuri Alpha entrar em contato a esta hora da manhã" – pensou o Overlord – 'Prossiga Yuri Alpha, onde ele está?'

— 'Ele está no portão principal, está fazendo os procedimentos de checagem e aclimatação padrão, chegarei provavelmente ao final do workshop, o senhor deseja que ele seja detido imediatamente?'

— 'Negativo Yuri, vamos ver quais são as intenções dele na minha cidade, quero que você mantenha vigilância sobre ele.'

— 'Como ordena, Ainz-Sama.'

— 'Você já tem o nome que ele está usando?'

— 'Sim, Ainz-Sama, ele deu o nome de Ichabod Crane, um nome estrangeiro me parece.'

— 'Exatamente como imaginei.'

— 'Como esperado de um Ser Supremo, prever com exatidão os passos de seu oponente.'

— 'Ahan! Certo, prossiga com a vigilância, entrarei em contato assim que você chegar ao portão.' – "Dessa maneira economizo em pergaminhos de mensagem, aquelas Ovelhas de Abelion não devem crescer em árvores." – pensou o Ser Supremo nos pedidos de Demiurge para a busca de mais material para pergaminhos.

— Eu preciso controlar o uso, não quero destruir um ecossistema ou extinguir uma espécie, Blue Planet me mataria se algo assim acontecesse – Ainz falou para si mesmo, mas a empregada Homúnculo de pé no canto do escritório foi capaz de ouvir. Como não foi ordenada a guardar segredo, logo todos da tumba estariam cientes das intenções de seu mestre, seja lá qual fossem as suas próprias interpretações.

Rapidamente Yuri atravessou a cidade, mesmo assim ela chegou no momento que os visitantes estavam sendo liberados para entrar.

— 'Yuri Alpha, vejo que você acaba de chegar'.

— 'S-Sim Ainz-Sama, o senhor pode me ver?'

— 'Sim Yuri, estou com os Guardiões observando o portão neste exato momento com o Espelho de Visão Remota' – "Com o feitiço de mensagem é quase como ver televisão" – imaginou Ainz.

— 'Certo meu senhor, o Lich de plantão acaba de me indicar o Viajante, por enquanto ele está no meio da multidão, irei segui-lo.'

— 'O que ela está fazendo?' – pensou Ainz ao ver Yuri seguindo o Viajante.

— 'Yuri, você está seguindo o Viajante?'

— 'Sim Ainz-Sama, como o senhor ordenou.'

— "Eu não quis dizer para ela fazer isso pessoalmente." – pensou Ainz batendo uma mão metafórica na testa.

— 'I-Imaginei que o senhor tivesse preocupações sobre o Viajante detectar alguma magia de invisibilidade, por isso não lancei nada sobre mim.'

— 'SIM! Ahan, excelente atitude Yuri, prossiga relatando o que o Viajante está fazendo, ainda não podemos distingui-lo da multidão.'

— 'Sim Ainz-Sama, ele está usando uma roupa clara, camisa de mangas compridas e calça larga, seguindo pela avenida principal a quinze metros de distância.'

— Mangas compridas, calça larga, roupa clara... – "Estranho, não há ninguém com esta descrição" – Albedo, você consegue ver a pessoa que Yuri descreveu?

— Não, Ainz-Sama, ninguém está usando uma roupa parecida.

— Demiurge, Shalltear, algum de vocês guardiões vê a pessoa descrita?

— Não, Ainz-Sama – Foi a resposta quase unânime, menos por Aura.

— Humm! Aura, você parece querer dizer algo.

— N-Não, não deve ser nada Ainz-Sama.

— Vamos Aura, fale livremente, quero a opinião de todos.

— Sim, Ainz-Sama, parece haver um... buraco na multidão, pequeno, mal se percebe com o movimento dos humanos, ali!

— Bem notado Aura, parece que as pessoas se afastam de algo que não podemos ver, algum tipo de magia anti-adivinhação, ele é invisível ao Espelho de Visão Remota.

Aura abriu um enorme sorriso ao ouvir o elogio de seu mestre.

— Ah, como é sábio nosso mestre, nos testando para descobrir algo que ele já sabia, parabéns Aura, como Ranger sua visão é mesmo fenomenal – Disse Demiurge fazendo a menina estufar ainda mais o peito de orgulho, fazendo ao mesmo tempo Albedo e Shalltear cravarem olhares de inveja na pequena elfa.

— 'Yuri, o viajante é invisível para nós, mantenha a vigilância, não o perca de vista',

— 'Sim, Ainz-Sama.'

Yuri Alpha é uma excelente lutadora. Do tipo Monge, sua técnica é baseada na luta corpo a corpo, ela também é incrivelmente dotada na habilidade organizacional, só sendo superada por Albedo nas questões de gerenciamento, mas o que ela não sabe fazer aparentemente é seguir alguém, isso se mostrou bastante óbvio para Ainz ao ver como ela tentava dissimular sua caminhada, se escondendo atrás de objetos menores do que ela ou olhando rapidamente para outro lugar quando o Viajante se virava.

Em determinado momento, o Overlord quase deixou o queixo cair ao ver como Yuri tentou se esconder atrás de um poste, mas agora era tarde demais para enviar um Hanzo, isso só iria minar a confiança de Yuri Alpha.

Por pura sorte, parecia que ela não tinha sido descoberta pelo Viajante, ou será que foi?

Yuri Alpha seguia o viajante pelas ruas, quando ele parava, ela parava, algumas vezes em que ela foi cercada por crianças querendo cumprimentá-la, teve a sorte do Viajante se ater por mais tempo observando algo.

Quando ele olhava uma vitrine, ela disfarçava olhando outra, então ela se deu conta que talvez poderia aprender algo sobre seu alvo avaliando o que parecia lhe chamar a atenção, logo ela estava vendo as mesmas vitrines que ele havia visto.

Dentro da maioria das coisas que pareciam ser do interesse do viajante constavam lojas de artesanatos, armaduras, roupas, e entre estas muitas das lojas pareciam ser para o público feminino. Yuri imaginou que ele talvez tivesse interesse em levar algo para alguém ou talvez para uso próprio, afinal não se deve julgar os gostos das pessoas, e o gosto do viajante parecia ser algo requintado, já que ele encarou por um bom tempo um conjunto do que parecia ser um terno feminino, uma novidade, bem cortado ao estilo sulista, lembrava o terno de Demiurge se não fosse pela saia. Não parecia que cairia bem no viajante, mas ela mesma se viu usando tal peça no escritório do Instituto.

— "Bobagem" – pensou Yuri – "Minhas roupas são excelentes, além do mais já tenho algo parecido em meu guarda-roupa feito por Yamaiko-Sama... mas não dessa cor".

O viajante seguiu pelas ruas movimentadas até parar em uma barraca de perfumes, Yuri fez questão de decorar quais foram testados, e assim que o viajante se afastou, decidiu ver o que havia lhe chamado a atenção.

— Bom – disse ela.

Em Nazarick não haviam perfumes, afinal no jogo não se podia sentir cheiros, então apenas existiam itens que deveriam ter cheiros de perfumes. Além disso, cada um dos NPCs tinha seus próprios cheiros, por isso que Albedo cheirava tão bem e tentava marcar com ele seu território na cama de Ainz.

— A senhora gostaria de levar algo? Este Brisa de Primavera é um perfume novo criado pelos melhores boticários de Arwintar.

Yuri olhou de soslaio e viu o Viajante parado muito próximo, ela precisava disfarçar.

— Sim, levarei este e este aqui para minha irmã – Ela lembrou que Solution havia passado bastante tempo disfarçada de Dama em Re-Estize e tinha um bom estoque de perfumes desde então, "para os disfarces" ela havia dito, então levar algo novo seria um bom presente.

Pelos meses que Yuri esteve vivendo em E-Rantel, ela nunca havia caminhado assim pelas ruas, estar lá sempre foi um trabalho, uma obrigação, olhar vitrines era uma frivolidade que ela nunca tinha se dado ao luxo de fazer e agora estava se vendo na obrigação de levar algo para cada irmã, já que uma ganharia um presente, não poderia deixar as outras sem nada

O viajante seguiu por outras barracas e lojas, em algumas Yuri pode comprar coisas para suas outras irmãs, um broche colorido que parecia um escaravelho para Entoma, uma pulseira de cravos afiados para Lupusregina, uma echarpe com padrões que lembravam camuflagem para CZ, algo chamado máscara de dormir para Narberal, assim ela poderia relaxar quando está de folga, e uma pequena figura bem esculpida dos heróis Momon e Nabe para Aureole.

Ao final da manhã, o Viajante entrou em uma loja de livros. Yuri se posicional estrategicamente próxima de uma das prateleiras, ali haviam livros sobre vários assuntos de estudo para os nobres, mas o que o Viajante olhava eram livros menores, coisas novas que destoavam daqueles tomos imensos, um deles tinha lhe chamado a atenção, mas parecia que ele contava as moedas, tentou negociar com o dono, mas não conseguiria comprá-lo. Visivelmente desapontado, deixou o livro na prateleira.

Assim que ele saiu, Yuri o retirou e comprou, ela precisava saber o que tinha naquele livro para ele o querer tanto.

O viajante então foi até uma praça onde se sentou e apreciou um grupo de bardos, Yuri ficou sentada em um banco mais retirado de onde poderia ver o seu alvo com sua visão periférica, para disfarçar começou a ler o livro que se mostrou... interessante, depois de umas dezenas de páginas, suas bochechas ficaram vermelhas. Enquanto lia, a música dos bardos parecia complementar sua leitura.

Após quase uma hora, o Viajante foi em direção a uma loja de chás.

Yuri se sentou duas mesas atrás e pediu biscoitos com chá preto para acompanhar, tudo para disfarçar claro, nada ali se comparava com a comida de Nazarick, mas era de qualidade suficiente para satisfazê-la enquanto lia, digo, seguia o Viajante.

A tarde avançava quando o Viajante se dirigiu até o local onde poderia pegar uma carruagem coletiva.

— 'Ainz-Sama, o viajante acabou de embarcar em uma carruagem para a Cidade de Carne.'

— 'Bom trabalho Yuri. Você pode retornar a Nazarick.'

— 'O senhor não quer que eu o siga?'

— 'Não há necessidade, um Hanzo pode fazer isso em uma distância segura sem usar Invisibilidade, tenho interesse em saber sua opinião sobre o esse Viajante.'

— 'Como ordena, Ainz-Sama.'

— 'Lupusregina!'

— 'Sim, Ainz-Sama?'

— 'Fique alerta para a próxima carruagem de E-Rantel que chegará à Carne, você receberá visitas.'

— 'Sim Ainz-Sama!' – respondeu a empregada com um sorriso sádico.