Olá Pergaminhos e Nazarins, Mr.Bones com outro capítulo da reta final da minha fanfic Aquele que Voltou.
Wild conta sua história eos Guardiões temem por seu mestre.
Obrigado por lerem até aqui, comentem e compartilhem.
Com vocês
Aquele que voltou
Capítulo 37: A Arma Que Mata Deuses
Ainz e TW seguiram pelo corredor em silêncio, atrás deles iam a Supervisora, os Guardiões de andares, Sebas e as Plêiades. Ninguém queria deixar seu mestre a sós com uma pessoa que alegava ser um Ser Supremo do qual eles não se lembravam, seu nome era conhecido por estar entre as bandeiras, foi mencionado em conversas presenciadas por eles, mas nunca o tinham visto ou interagido com ele.
A Tumba era tão grande que realmente poderiam nunca ter visto um Ser Supremo específico, mas tidos eles? até mesmo Albedo que sempre esteve nas reuniões e na sala do trono, não se lembrava dele? Impossível, eles se lembravam até mesmo de Bellriver, que havia sumido anos antes de Touch Me abandonar a Tumba e desencadear a partida dos demais.
A cada passo dado por Ainz os supressores de emoção precisavam agir para conter seu entusiasmo, sua animação, sua genuína... felicidade. Depois de tanto tempo, tanto tempo, um de seus antigos companheiros finalmente retornou. Uma pequena parte de sua mente lhe dizia que devia ser mais cauteloso nessa situação.
Chegando no escritório, Ainz olhou para trás, todos pareciam implorar para acompanhá-lo, mas esta conversa teria que ser em particular.
— Voltem para seus postos.
— Ainz-Sama, imploramos que pelo menos nos deixe guardar esta porta.
— Permitirei apenas que fiquem aqui fora se quiserem, mas só entrem se eu chamar.
Assim que as portas se fecharam, os três mais inteligentes começaram a discutir.
— Quem é ele?
— Não sei Fraulein, sua estátua está no corredor do tesouro, mas por algum motivo é como se eu nunca tivesse reparado nela, e eu as limpo diariamente.
— Humm parece algum tipo de perda de memória, manipulação mental talvez, se ao menos pudéssemos acessar informações restritas... – resmungou Demiurge.
— Eu posso – disse Shalltear e todos olharam para ela – Eu tenho acesso não apenas à biblioteca particular, mas aos arquivos restritos de Lorde Peroroncino.
— Como você tem esse acesso? – questionou Albedo em um tom azedo.
— Meu criador queria que eu pudesse aprender sobre o primeiro mundo.
— O Primeiro Mundo? A terra de onde vieram os Seres Supremos?! Por que não nos falou nada antes?
— Ninguém me perguntou.
Albedo parecia a ponto de estrangular a pequena vampira.
— Certo Shalltear, vamos para a Grande Biblioteca de Ashurbanipal – falou o Arquidemônio antes que uma briga começasse.
Dentro do escritório.
— Quero ficar sozinho, retirem-se – disse Ainz para ninguém, mas a porta se abriu e momentos depois se fechou – Acho que agora estamos a sós, todos os Assassinos dos Oito Gumes já saíram.
— Muita confiança sua ficar sozinho com alguém que pode não ser quem você imagina – falou TW às costas de Ainz.
— E quem você poderia ser?
— Eu posso ser um assassino fingindo ser seu amigo, vindo aqui para te matar.
— Você sabe coisas demais sobre TW.
— Eu posso ser um doppelganger.
— Você foi checado, você é humano.
— Eu posso ser seu amigo, mas um traidor.
— É possível, mas improvável...
— Posso estar sendo controlado mentalmente.
— Sim poderia, mas como poderia me matar e fugir?
— Seria uma missão suicida.
— E como pretende me matar?
— Posso usar um feitiço em um cristal selado.
— Levaria tempo para acioná-lo, e mesmo que usasse uma Ampulheta, eu poderia matá-lo apenas emitindo a minha aura.
— Posso ser mais forte que aparento.
— Não, não pode, eu já te avaliei.
— Hunff! Então eu posso usar esta arma que tirei de meu inventário.
Ainz se virou abruptamente.
— QUE ARMA É ESSA?!
— A Arma Capaz de Matar Deuses! – TW disse orgulhosamente segurando absolutamente nada em sua mão.
— E por que não posso vê-la?
— Ela é invisível.
— Hummmm! Ainda bem que eu tenho MEU CAMPO DE FORÇA CONTRA ARMAS INVISÍVEIS!
— E eu, eu... HÁ! Santa! Você sempre trapaceia.
— Não é trapaça se o adversário trapaceia antes, hehe! É bom te ver de novo, Wild.
— Também é muito bom te ver de novo, Senpai.
— Não me chame assim, fico constrangido, além do mais você nem é japonês.
— Há! você sabe que eu sempre gostei desses coisas, eu sempre fui um humm... como era que chamavam? Otaku, isso.
— Palavra antiga hein, ninguém usava mais ela na nossa época, mas você sempre gostou dessas coisas velhas.
— Clássicas! Filmes, séries, animes, musicas, palavras. Com as IAs saturando o mundo com mídia genérica, é lógico que eu ia gostar de algo feito do modo antigo, se não fosse a preferência do público, nem as vozes dos animes seriam feitas por dubladores. Você tem ideia da tortura que eu passei neste mundo? A coisa mais próxima de um mangá ou uma comic era os vitrais das igrejas.
— Por falar nisso, há quanto tempo você está aqui?
— Bem, a contagem de tempo é diferente neste mundo, mas parecida o suficiente para se orientar, então eu estou aqui há mais ou menos uns 102 anos.
— 102 anos, como você não morreu? O que aconteceu para você sumir? Simplesmente tudo sobre você desapareceu, como se a sua conta tivesse sido deletada.
— Bem, vou ter que voltar ao dia em que fomos emboscados, pelo que me lembro você estava off, então tinha eu, Luci*fer, Rei Fera, e Ulbert, Pero e Hero já tinham deslogado, a gente estava voltando de uma missão completamente zerados, Ulbert na época nem era o Desastre Mundial, então não tinha sobrado nenhuma poção de mana, quando chegamos ao portal que levaria a gente para Helheim é que deu merda:
"— A gente devia ter chamado os outros Ulbert.
— Nah, demos conta, você se preocupa muito, Luci.
— Não gosto de concordar com Luci*fer, mas quase não conseguimos, Touch Me estava disponível.
— Fera, você sabe que não suporto aquele cara, sempre querendo mandar em tudo, ele que vá fazer as missões dele com outros.
— Ele poderia ter dado mais apoio como Tank.
— Para que? Temos o novato aqui, além disso ele pode usar aqueles talismãs de cura sem custo da fabricação de poção, não é novato.
— Claro, mas até eles têm fim e dá um trabalhão fazê-los com antecedência.
— Não reclama, conseguimos o que queríamos, agora é só ir pra casa e...
— Ora, Ora, Ora! Se não são os infames Ainz Ooal Gown! – disse uma voz desconhecida.
Todos olharam ao redor e perceberam que logo atrás deles havia um grupo de seis jogadores.
— Uau! E vocês são os famosos quem mesmo?
— Somos aqueles que vão chutar a sua bunda peluda daqui até Helheim.
— Olha, se vocês vão fazer PK deveriam ter atacado de surpresa, essa é a pior armadilha que já vi – disse Ulbert blefando.
— E perder a chance de humilhar vocês? Acho que não, AGORA!
— Mas que merd... – Ulbert tentou falar antes de perceber que só estavam ganhando tempo para acionar magias de alto nível, nenhuma parecia ofensiva por isso não tinham se preocupado tanto, mas não esperavam por isso.
As magias usadas eram BUFFs Sagrados e Arcanos, e quando usados sobre jogadores de karma negativo, causavam tanto dano como ataques, com a vantagem de que a única maneira de os evitar seria estar preparado com antecedência, o que o grupo de Ulbert não estava.
Círculos mágicos se formaram e matariam todos de uma vez, eles perderiam vários níveis, mesmo que ninguém ainda soubesse onde ficava a Tumba, ainda assim deixariam ela enfraquecida, só tinham uma solução para isso.
Totally Wild usou sua habilidade o "Rugido da Fera" para atrair os ataques. Como TANK, ele poderia suportar por mais tempo dando chance para os outros escaparem, se armarem e voltarem para arrebentar com esses caras. Ele aguentou exatos três segundos e morreu."
— E foi assim que morri.
— Ok, essa parte eu já conhecia, Rei Fera e os outros me contaram, Ulbert ficou tão puto depois disso que começou a praticar para o torneio e ganhar o título de Desastre, mas quando eles voltaram atrás de você só encontraram suas coisas sendo saqueadas, eles eliminaram aqueles merdas, recolheram tudo e voltaram achando que você já teria dado RESPAWN na Guilda, mas você nunca apareceu. Na verdade, sumiu todo o registro sobre você, ficamos esperando contato que nunca veio, tentamos até os administradores, nunca tivemos respostas dos malditos.
— É, pode botar a culpa neles mesmo, você não tem ideia do que fizeram! Pra começar, eles criaram uma pegadinha com jogadores que eram vampiros, lobisomens ou como eu, um Wendigo. Tecnicamente somos seres amaldiçoados, então eles imaginaram que seria engraçado fazer com que, caso nosso Karma fosse neutralizado, a "maldição" seria quebrada e nós viraríamos um pequeno humano nível 1, correndo de cuecas antes de sermos mortos, ahá! Que engraçado SEUS DESENVOLVEDORES DE MERDA!!! – esbravejou TW gesticulando o punho para o nada.
— Mas ainda assim você voltaria para a Guilda – indagou Ainz.
— Isso se eles tivessem testado melhor esse trote, eles não sabiam que quando houvesse a mudança de raça eu deixaria de ser Totally Wild o Wendigo, e viraria Totally Wild o humano. Minha conta foi renomeada automaticamente, como humano eu não podia fazer parte da Ainz Ooal Gown, assim o sistema me expulsou e deletou tudo sobre mim. Eu virei aquele humanozinho, minhas coisas droparam porque eu não tinha nível para usá-las e morri por dano de terreno, acabei respawnando em Midgard como um NOOB.
— Mas você deveria voltar a forma anterior assim que respawnasse!
— Claro, mas tinha o problema dos DEBUFFs, vários deles eram contínuos, e quando jogados sobre um código de mudança de raça que não foi bem testado geraram um BUG de uso infinito, simplesmente eu não voltava para a forma de Wendigo porque os BUFFs não sumiam. Tentei contato, mandei mensagens, mas estava bloqueado pelo sistema, a Guilda não me reconhecia como membro, era como se eu nunca tivesse existido. Sabe, mandei até e-mail, aquela coisa que a gente usava apenas para logar quando comprava o jogo, é sério! Vocês deviam olhar a caixa de spam de vez em quando.
— E-mails já estavam ultrapassados há vários anos... sei que não é desculpa, mas nunca pensamos nisso...
— Eu sei, não culpo vocês, no final entrei em contato com os ADMs, eles agradeceram por apontar o BUG, e afirmaram que iam corrigir no próximo patch, mas quanto a mim não tinham o que fazer, haviam erros demais, então me deram uma compensação monetária pelo transtorno e ofereceram a opção de criar uma nova conta sem custo. Pedi que entrasse em contato com vocês e eles disseram que dariam um retorno, nunca mais me responderam.
— O que houve depois, Wild?
— Eu tentei subir de nível para poder ir até Helheim que exigia no mínimo nível 10, mas o meu novo personagem era apenas um modelo padrão, não era pra jogar, então ele não subia de nível. Fiquei tão desanimado que abandonei o jogo, só entrava raramente quando tinha saudades.
— E por que não abriu a nova conta? – Ainz questionou.
— Sei lá, não queria começar de novo, eu era nível 76, tanto tempo investido jogado fora... começar outra conta parecia errado. Eu logava de vez em quando e circulava por Midgard e os outros mundos que não me davam dano, vi a vitória de Touch Me por um telão, fiquei sabendo da invasão da Tumba, e como vocês acabaram com eles hehehe! Sabe, descobri que os DEBUFFS tinham deixado algumas coisas interessantes, tipo, eu era imune aos efeitos passivos como auras, e podia usar sorte uma vez ao dia com porcentagem gerada aleatoriamente. Uma vez deu sorte de 56% e eu corri para Helheim, cheguei a um pouco mais da metade do caminho no pântano antes de morrer.
— Lamento Wild, nunca deixamos de te procurar. Após o sumiço de Bellriver, a Guilda ficou abalada, então foi a vez de Touch Me ir embora, em seguida um a um abandonou o jogo. No final era apenas eu e Hero-Hero que veio visitar, então o jogo encerrou e acabamos aqui. Mas me diga... como você chegou até a Tumba? Você disse que não jogava mais!
— Eu não podia deixar de tentar pelo menos mais uma vez, principalmente no último dia, na última hora, joguei a sorte e tirei um 99%, essa era a última oportunidade, o jogo fecharia em minutos, usei o teleporte que me deixaria mais perto da Guilda, eu literalmente podia ver ela quando o jogo encerrou. Não fui rápido o bastante.
...
Nota do autor
Um capítulo bastante expositivo não é?! Eu quis da uma história de fundo coerente o suficiente para que fosse aceitável como parte de Overlord, assim na minha versão Bellriver não foi o primeiro a sumir.
Quiz também colocar um pouco mais de humor para mostrar que Ainz ainda pode agir como humano e ter alegrias bobas sem ser bloqueado pelo inibidor de emoção.
Haverá ainda um pouco mais explicações no próximo capitulo, aguardem.
