- Ele é lindo. - Severus sussurrou enquanto segurava o filho nos braços.

Draco, Harry, Severus e o pequeno Jacques estavam em uma sala de estar privada na mansão Malfoy. Era um campo neutro para eles, então Lucius cedeu ansiosamente uma sala.

Depois da discussão de um dado, Harry chegou a um acordo, mas pediu que Draco remediasse o encontro deles. Foi um choque e tanto para Severus ao descobrir que ele tem um filho. Ele ficou furioso por isso ser escondido por tanto tempo, mas em partes entendeu o motivo. Agora, Severus só pode lamentar o passado.

- Ele é sim. -Harry privilegiada. Os três formaram quase um círculo na sala, mas ficaram sentados em poltronas separadas. Harry sentiu receio sobre esse encontro, mas estava tudo dando certo. Severus estava bem conhecendo o filho e ele poderia relaxar um pouco. Draco não interferiu, mas Harry ficou feliz pela presença dele.

- Porque o sobrenome Peverell? - Severus perguntou, curioso.

- É o meu nome de nascente e é um nome forte, com poder e história antiga. Quero que ele honre suas raízes. Não há nome mais poderoso que esse.

Severus cantou em resposta, mas não disse nada em relação a isso.

- Onde você está agora?

- Estou no castelo Peverell com meus pais. Eles se ofereceram para ajudar com Jacques enquanto eu retornava aos meus estudos.

- Ele poderia ficar comigo. - Severus o encarou.

- Olha, não vamos discutir isso. Ele estará bem com meus pais. E eu estarei mais tranquilo tendo ele perto de mim. - Harry começou a ver que talvez isso não termine tão bem.

- Eu sou o pai dele. Não tenho direito de ficar com o meu filho? Você não confia em mim?

- Você é o pai dele, Severus. Mas como você espera que eu confie em você tão depressivo depois de tudo o que conversamos?

- Foi para sua segurança. Você mesmo disse que sabia disso. - A raiva era evidente e Jacques começou a reclamar em suas mãos.

- Mas isso não quer dizer que não me machucou! - Harry se exaltou. - Eu tinha apenas dezasseis anos quando descobri uma gravidez, eu estava sozinho, suas palavras me destruíram e por um tempo Pensei que essa merda seria minha vida. Hoje eu sou grato por meu pai ter aparecido, por minha família ter me ajudado a passar por tudo isso. - Harry estava além da raiva. - Mas lembre-se, você não estava aqui. Você não pode querer que eu apenas confie em você e leve meu filho. Ele ficará comigo, com meus pais.

Severus abriu o filho em seus braços, como se isso fosse impedir algo.

- Se eu reclamar a paternidade, posso ter uma chance de ficar com ele. - Não era para ter saído como uma ameaça, mas saiu mesmo assim.

- Você já foi considerado um comensal da morte e já fez horrores com essa marca. Você acha que o juíz vai ficar do seu lado ou do meu?

Jacques começou a chorar, chamando a atenção dos pais. Harry sentiu seu coração apertar com isso. Draco declarou de onde estava e pegou a criança em seus braços.

- Jacques não deve ouvir esse tipo de discussão, muito menos vindo de vocês dois. - Draco os repreendeu. Ele chamou um elfo doméstico para que levasse uma criança. - Pepe, leve o bebê para minha mãe, Narcisa, por favor. Chame James e Thomas também. - Com um aceno, a elfa pegou a criança nos braços e aparatou, deixando apenas os três na sala.

- Eu não quero brigar, Severus, mas espero que você entenda que meu filho ficará comigo. Você vai poder visitá-lo quando quiser, mas eu me recuso a tê-lo distante.

- Você acha que vou aceitar meu filho com visitas como se eu fosse um criminoso?

- Acalme-se, por favor. - Draco falou alto. - Olha, Severo. Eu compreendo sua raiva, mas pense no bem de seu filho. Jacques mal te conhece, e Harry passou por muita coisa na vida. Você não acha que ele merece um descanso e um pouco de conhecimento? Ele não está impedindo você de formar um laço com Jacques, apenas se sente mais confortável com ele por perto.

- Eu entendo. Mas eu quero ter liberdade com meu filho. Quero levar para minha casa, passar a noite com ele, levar ele para viagem, qualquer coisa que um pai faria.

- E você vai, mas não agora. Não quando tudo é muito recente. Apenas dê um tempo para que todos tenham praticidade. A guerra terminou, mas as pessoas ainda precisam se curar. Nós não estamos mais em uma situação de vida ou morte, você terá tempo para fazer essas coisas.

Severus não relaxou com as palavras de Draco, mas ele compreendeu o seu ponto.

- Eu sinto como se vocês me quisessem tirando do meu filho. Eu não o vi se desenvolver, eu não o vi nascer, eu não ajudei a escolher um nome e agora meu tempo com ele é contado. O que mais vocês vão me tirar?

Harry, que ficou calado por todo esse tempo, pôde entender onde Severus estava.

- Tudo o que eu fiz foi pensado nele. - Ele disse calmamente. - Ele terá muito mais oportunidades com esse nome, fora que nem somos casados, então só tem meu nome em sua certidão de nascimento. Você estava sob constante vigilância de Dumbledore, eu não poderia arriscar te contar e ele descobrir. - Ele sentiu muito por tudo isso. - Não podemos mudar o passado, mas o que aconteceu não será esquecido facilmente, então vamos com calma. Vamos nos curar e dar passos pequenos.

- A gente pode pensar em jantares em família, lanches juntos, qualquer programa leve que inclua a família. - Draco ofereceu. - Assim, você se aproxima de Jacques e nós ficamos um pouco mais tranquilos, com todos juntos.

Harry parecia agradecido. Ele não sabe o que faria sem Draco ao seu lado. Além de estar lá para ele e seu filho, ele ainda estava remediando uma situação que nada tinha a ver com ele.

- Eu não gosto disso.

- Agora você está sendo petulante. -Draco informou. - Eu estou te explicando o motivo de Harry estar assim, estou mantendo a paz nesse encontro e estou oferecendo soluções para ambos. - Ele começou a se sentir exausto. - Eu gosto de você, Severo. Você é um ótimo professor, mas é você quem está dificultando essa situação.

- Eu não vou ficar muito longe do meu filho. - Com suas últimas palavras, ele saiu da sala.

- Como ele é teimoso... - Harry suspirou enquanto se sentava na poltrona novamente. Ele se sentiu exausto. Uma dor de cabeça começa a dar-lhe a palavra.

- Ele tem seus problemas, como qualquer um. - Draco se mudou dele, querendo apenas dar conforto. - Eu entendo ele e entendo você, mas já sabia que isso seria difícil para vocês dois.

- Você acha que ele vai fazer algo para tirar Jacques de mim? - Essa era a sua única preocupação.

- Com a raiva e o desespero que ele está sentindo, sim. Acho que ele pode tentar algo. - Draco queria dar boas notícias, mas não tinha. - Mesmo tendo a marca, ele foi perdoado e está certo sobre você ser considerado um estudante e ele ter uma vida mais estável. Isso pode pesar positivamente para ele.

Nesse momento, Thomas e James entraram na sala. Eles já imaginavam que isso não ia dar certo, mas respeitavam o desejo do filho.

- Ele não recebeu bem. - Foram as palavras de Thomas. Não era uma pergunta. Era um fato.

- Não. E eu tenho uma briga na justiça. - Harry disse. Seu rosto e voz expressavam o quão cansado ele estava com tudo isso.

James e Thomas trocaram um olhar significativo.

- Harry, filho... - James se mudou e se ajoelhou em sua frente. - Eu sei que você queria resolver isso do seu jeito, mas...

-O que? - Harry disse um tanto alarmado.

- Você confia em nós, nos seus pais?

- Claro! - Ele respondeu sem hesitação.

Thomas e James trocaram outro olhar, deixando os nervos de Harry e Draco a flor da pele.

- Algumas famílias antigas têm direitos que nem mesmo as leis atuais podem tirar. -Thomas explicou calmamente. - Se você tem medo de Jacques ser levado, encontraremos uma solução.

- Se ele tiver um guardião legal, maior de idade e de família antiga, Severus não poderá contestar isso. - James contínuo.

- Você está insinuando um casamento? -Draco perguntou.

- Não. Para uma criança ter um guardião, nem sempre isso envolve um casamento, mas sim um adulto que se responsabiliza por ele. É como se fosse um tutor.

- E o que isso envolve? -Harry perguntou.

- O tutor é um responsável legal. Então ele será responsável pela segurança, bem estar, saúde, estudo, entre outras coisas. - Tiago explicou. - Você ainda será o pai dele e poderá reclamar seus direitos por ele quando você tiver cumprido todas as condições que nossas leis desativam.

- Mas isso ainda envolveu um casamento para que Harry não perdesse todos os direitos como pai. - Draco se sentiu um pouco confuso com essas informações.

- Não se esse tutor para a família dele. - Thomas olhou para os meninos. - James e eu conversamos muito e estamos ansiosos para fazer isso por nosso neto.

Harry olhou, mas sem realmente os viu. É claro que ele sabia que seus pais fariam qualquer coisa por ele, mas não imaginava que chegaria a esse ponto. Eles passaram tanto tempo separados que ele esperava que eles quisessem apenas ficar juntos, longe de mais estresse, mais responsabilidades, principalmente com uma criança.

- Você tem certeza disso? - Harry disse esperançosamente.

- Nós queremos fazer isso. Vai ser bom ver nosso neto fazendo tudo o que a gente perdeu com você. E nós sabemos que na raiva, Severus realmente vai tentar algo. - Thomas o conhecia bem, e ele temia isso.

- Eu sempre falo que uma terapia resolveria. Vocês dois precisam. - James disse sério. - Essa é uma outra condição. Depois que nos tornarmos tutores de Jacques, vamos colocar uma exigência para você e Severus, vocês deverão fazer um acompanhamento com medibruxos especializados na situação em que vocês estão envolvidos.

- Tudo bem. - Harry enrugou com isso, mas sabia que era o certo.

-Bom. Tenho certeza de que isso vai ajudar ambos e vocês encontrarão uma solução que os agrade. - James ficou feliz com isso e se declarou.

- Seu pai e eu levaremos Jacques para Gringotes. Pode ficar tranquilo quanto a isso. Também entraremos em contato com um advogado para que tudo ocorra nos termos legais. - Thomas se despediu se seu filho e levou o marido para fora da sala, deixando os dois adolescentes para trás.

- Sinceramente, eu não gostaria de estar na pele dele. -James comentou. - Ele tem algumas decisões difíceis pela frente.

- Sim, ele tem. Mas ele também tem maturidade para entender que nem sempre estaremos aqui para resolver seus problemas. Só estamos nisso agora porque foi uma guerra que nos desgastou.

Os dois caminharam lentamente pelos corredores à procura de Lucius.

- Pelo menos ele entende o nosso ponto e vai buscar ajuda. Já é um grande passo.

- Ele é um bom garoto. Agora ele está vendo como um filho pode complicar as coisas. - Thomas comentou com um leve sorriso nos lábios. - Espero que ele tenha aprendido a lição e não nos traga outro neto nem tão cedo.

- Sei que ele não vai. - James riu. - Mas eu estou feliz. Não pela situação que vamos enfrentar agora, mas pela guerra ter tido um fim, por estarmos aqui com nossa família, por ter nosso filho e neto aqui e ainda por estarmos mudando o mundo mágico.

- Eu sei o que você quer dizer. -Thomas privilegiada. - Agora é ver como essa situação vai se revelar e observar a trágica vida romântica de nosso filho.

James parou com isso, fazendo uma careta com as imagens em sua mente.

- Não vamos falar sobre isso. É horrível.

Thomas riu do marido, mas ele também concordou com ele. Sem falar sobre a vida romântica de Harry. Ele vai apenas se concentrar em Jacques.

- Eu te amo, nunca mude.

- Eu também te amo. - James convidou para o marido e o beijou.

Hoje seria uma tarde cheia, mas eles não iriam reclamar. A vida nunca foi calma, não é mesmo?