Disclaymer: Essa fic se passa no universo de Forgotten Realms e Golarion. Seus personagens e locais citados são de propriedade da Wizards of the Coast, da Paizo e dos jogadores que estão participando dessa campanha. Escrita sem fins lucrativos.
PS.: Essa história conta a origem do meu personagem para uma campanha de D mestrada pela minha amiga Wan. O Phalanx é um monge Warforged. Como essa campanha terminou em um hiato e não tem previsão de voltar, decidi reaproveitar ele em uma outra ideia para uma possível campanha do sistema que mais estamos jogando atualmente, Pathfinder. Então, a história dele estará ligada agora ao Meio-Orc Jade Rockbell, um aventureiro e membro da Sociedade Pathfinder. Por conta disso, essa fic vai ter mais três capítulos e será levemente diferente da original.
FULLMETAL SUMMONER
Capítulo 04: O Invocador Metálico
Quando Klaus abriu novamente seus olhos, viu Jade de joelhos no chão, com seu braço direito estendido para ele. Mas o braço direito do jovem dromaar não era mais de carne e osso, e sim de metal. Juntas e ligas mecânicas substituíram o braço calcinado do rapaz.
"Moleque desgraçado! Você roubou meu poder!" Exclamou Klaus, sacando a lâmina de sua bengala e atacando o jovem.
A lâmina desceu sobre Jade apenas para se chocar contra o braço metálico do rapaz e fazer Klaus cambalear para trás. Enfurecido, ele guardou a lâmina na bengala e a apontou para Jade.
"Quero ver se defender disso aqui, moleque."
Mais uma vez o relâmpago disparou na direção de Jade, mas dessa vez outra coisa interceptou o ataque. Dois braços metálicos muito maiores e mais fortes do que o de Jade envolviam o garoto. No breve flash gerado por seu feitiço, Klaus viu uma imensa criatura de metal envolvendo Jade em seus braços. Em seguida, apenas os dois orbes brilhantes da criatura eram visíveis na escuridão.
"Você não vai machucar o meiorque." Disse a criatura com sua voz etérea. "Você é mau… Não vê que ele está ferido?"
A criatura se levantou, dois cristais no peito dela brilharam e ela deu um passo por cima do incrédulo Jade, colocando-se entre ele e o comandante.
"Quem é você…?" Perguntou Jade, incrédulo.
"Meu nome é Phalanx. Não se preocupe. Eu vou te proteger."
"Você pode ter roubado meu poder, moleque. Mas não sabe controlá-lo. Eu vou arrancar esse poder do seu cadáver!"
"Meus pais me ensinaram que os mais fortes, não devem abusar dos mais fracos. E sim protegê-los. Acho que ninguém te ensinou essa lição."
"Estou recebendo lição de moral de um construto sem alma? Que ridículo! Você será meu escravo e quando for, eu vou fazer você se calar e só abrir a boca quando eu mandar!" Klaus disparou mais um relâmpago que Phalanx bloqueou com seus braços.
"Isso dói." Phalanx olha para o próprio braço. O rosto de Jade contorceu no momento em que o golem foi atingido. "Meu pai disse que você não deveria usar magia para o mal! Magia deve ser usada para ajudar as pessoas!" Gritou Phalanx. Em seguida, ele partiu para cima do inventor e desferiu um soco em seu peito que amassou sua armadura e o lançou para trás, fazendo-o se chocar contra uma parede.
Klaus se levantou cambaleando e voltou a atacar Phalanx. O golem se defendia como podia da lâmina do inventor. Os ataques dele não pareciam muita ameaça para o construto e seu corpo de metal.
Sem saber como, Jade sentiu seu braço metálico brilhar e uma chama intensa envolvê-lo. Em seguida, ele estendeu o braço para Klaus e um disparo de fogo atingiu o comandante em cheio, ferindo-o ainda mais.
"Você não vai me derrotar facilmente, comandante."
Phalanx atingiu mais um soco em Klaus derrubando-o no chão, praticamente derrotado.
"Que poder absurdo! Não pode ser…" Klaus disse sem ar. "O moleque está se adaptando ao poder dessa… dessa criatura…"
"Jade!" A voz de Adara veio de cima de uma escadaria, mirando seu rifle em Phalanx.
"Adara! O comandante! Ele está tentando me matar!"
"O comandante?" Indagou Vika. "Isso não faz sentido. Por que ele faria isso?"
Adara viu o corpo ferido de Jade e a armadura destroçada do comandante. O enorme construto abriu os braços diante do meio-orc como se quisesse protegê-lo. Então, não foi muito difícil deduzir que Jade estava dizendo a verdade. Ela apontou o rifle para Klaus gritando:
"É melhor se explicar, comandante. Por que tentou matar o novato?"
"Adara, tem certeza do que tá fazendo?" Questionou Loras.
Klaus se levantou com dificuldade e ergueu sua bengala.
"Eu não devo satisfação a vocês, seus vermes insignificantes." Ele apontou a bengala para Adara, mas ela foi mais rápida apertando o gatilho e fazendo seu rifle disparar. A bala atingiu a bengala, desarmando o comandante. Loras arremessou duas adagas contra ele, que quase o atingiram. Passaram raspando pelo seu rosto e Vika arremessou uma poção explosiva no chão que ele evitou por pouco, saltando para o lado. A explosão ainda foi próxima o suficiente para queimar suas vestes.
Klaus pesou sua situação e logo chegou à conclusão de que estava em desvantagem e mesmo sendo poderoso, a vantagem numérica poderiam ser demais para ele. "Preciso fugir. Antes que me matem… "
Klaus pegou a bengala no chão, pressionou a joia na ponta e com um brilho de magia, ele desapareceu no ar. O trio de exploradores desceu as escadas até o fundo e viram Phalanx carregando Jade nos braços. A passos ruidosos, Phalanx levou Jade quase morto até os amigos e Vika sacou uma poção de cura para ele.
"Isso vai te deixar novinho em folha, novato." A alquimista deu a poção de beber a Jade. Aos poucos, Jade sentiu sua carne ferida se curando das rajadas de energia de Klaus e sentiu-se perfeitamente bem.
"Obrigada por proteger nosso amigo." Disse Adara. "Quem é você?"
"Phalanx. E aquele homem era mau. Estava machucando ele. Minha mãe me ensinou que devemos proteger os mais fracos."
"Sua mãe está certa. Mas o Jade está longe de ser fraco. Ele é bem forte." Adara acariciou os cabelos do jovem dromaar.
"Jade? Você está bem?" Loras perguntou, mas o meio-orc não respondeu. Ele apenas fechou os olhos e pareceu adormecer.
Jade acordou sabe-se lá quanto tempo depois. Não estavam mais em Monte Prata. Estavam na beira da estrada, seus companheiros estavam ao redor da fogueira e ele deitado sobre seu colchão de viagem.
"Eu acho que tive um pesadelo horrível…" Murmurou Jade esfregando o rosto. De repente, sentiu uma sensação estranha, olhou para a própria mão e no lugar dela viu uma prótese metálica. Assustado sobressaltou-se gritando.
"Mas…! Mas…! O que é isso? O que houve com meu braço?"
Se arrastando para trás, bateu as costas contra algo grande e rígido. Olhou para trás e viu o golem de metal imenso acenando para ele. Jade gritou e correu para o lado dos amigos.
"Ele… Ele… É real! Não foi um sonho!"
"É. Não se lembra do Phalanx? Ele te salvou do comandante."
As lembranças começaram a voltar como uma enxurrada de informações à mente de Jade. Monte Prata, Klaus, as ruínas, a batalha. Jade olhou para seu próprio braço e em seguida de volta para Phalanx.
"Você fez isso?"
"Não. Eu não sei o que é isso, nem como vim parar aqui. Ninguém conhece meus pais… Ou Faerun… Eu não sei como voltar pra casa…"
"Por isso, nós convencemos o grandalhão aqui a vir conosco. A Sociedade Pathfinder pode ajudar ele a encontrar sua casa." Disse Loras se apoiando nos ombros de Jade.
Jade se recompôs, se aproximou do golem e estendeu a mão a ele. "Me desculpe por me assustar. Eu acho que te devo minha vida. Obrigado…" Disse Jade sorrindo. "Amigos?"
Phalanx olhou hesitante para a mão do rapaz meio-orc antes de segurá-la gentilmente e responder: "Meu primeiro amigo…"
Loras cochichou para Adara: "Ei, e nós somos o que?" Antes de receber uma cotovelada de desaprovação da mulher.
"Phalanx. Bem-vindo à sociedade Pathfinder." Disse Jade. "Quer dizer, eu não posso oficializar ainda, sou só um recruta… Mas… Assim que eu me tornar um membro oficial, vou ajudar você a procurar seu lar e seus pais. Combinado?"
Adara toca o ombro do jovem meio-orc.
"Quanto a isso, Jade… Eu mesma recomendarei você para a Sociedade. Você sempre se dedicou bastante e se portou como um verdadeiro herói. E ainda por cima, enfrentou o traidor do Klaus. Não tenho dúvidas de que sua integração na Sociedade será formalizada depois dessa."
"É mesmo? Puxa, não sei o que dizer, Adara!" A alegria de Jade era contagiante, no entanto, ele se lembra de Klaus. "Espera… e o que aconteceu ao comandante?"
"Aquele rato fugiu. Provavelmente será expulso da Sociedade." Disse Loras passando o braço por cima do ombro do amigo. "Mas quem precisa daquele idiota, não é verdade?"
"Ele usou os recursos e o nome da Sociedade para ganhos pessoais e traiu seu grupo de exploração. Ele não tem mais futuro entre nós." Respondeu Vika. "Mas você? Você tem tudo que a Sociedade mais preza num aventureiro, novato. Vocês dois têm. Serão uma adição incrível para as nossas fileiras."
"Um membro… finalmente!" Jade comemorou. Então, voltou-se para Phalanx e estendeu a mão. "E então? O que me diz? Vamos viajar juntos e tentar encontrar o caminho de volta para sua casa?"
"Mas é claro! Mal posso esperar!" Phalanx abraçou Jade. O meio-orc não conseguiu evitar uma ruidosa risada.
E conforme prometido, Jade foi aceito na Sociedade Pathfinder. Agora um membro efetivo da Sociedade, ele conquistou a admiração de seus superiores e da facção, recebendo seu próprio localizador. E junto de Phalanx, decidiu partir em aventuras por Golarion. Ele tinha uma promessa a cumprir e não poderia quebrá-la.
Acendendo a fogueira na beira da estrada, ele estendeu seu braço para frente e com um brilho Phalanx se materializou à sua frente.
"Combina comigo, não é?" Perguntou Jade, exibindo seu localizador Wayfinder preso a suas vestes, como uma insígnia.
"Uau! É incrível!" Respondeu o Golem. "E pra onde vamos agora?"
"Eu não sei. Essa parte é a parte fácil e difícil. Eu não sei por onde começar, mas por outro lado, se não sabemos por onde começar, podemos ir para onde quisermos, não é verdade?"
"Acho que tem razão!" Phalanx serviu uma caneca de cerveja para o amigo.
"Ah tudo que eu precisava!" Jade deu um bom gole na cerveja. "Agora, para ficar perfeito, que tal um daqueles pães maravilhosos que só você sabe assar, amigão?"
"É pra já!" Phalanx pegou os ingredientes, começou a preparar a massa e levou ao seu forno interno no peito. "Só alguns minutinhos e teremos pães quentinhos."
"Esses pães que você faz ficam ainda melhores com queijo e salame." Disse Jade pegando os ingredientes da sua bolsa e cortando-os.
"Eu só faço o melhor para o meu melhor amigo do mundo." Respondeu Phalanx entregando uma fornada fresquinha de pães para o rapaz.
"Minha nossa…! Tão gostosos!" Jade comentou se fartando dos pães. "Você caprichou nessa, amigão."
Após a refeição, Jade preparou seu saco de dormir, seu travesseiro e deitou-se olhando para as estrelas.
"Boa noite, amigão." Disse o jovem antes de fechar os olhos.
"Boa noite, meu melhor amigo do mundo." Respondeu Phalanx admirando as estrelas e se perguntando se seus pais estavam bem. Só podia esperar que Rhakonar e Brann cuidariam deles em sua ausência.
E assim, Jade e Phalanx se prepararam para o início de suas jornadas como membros efetivos da Sociedade Pathfinder.
O fim…?
