Disclaimer: Saint Seiya não me pertence e, sim, a Masami Kurumada, Toei e cia.

Capítulo 6

Eu morreria por você, amor - parte 2

Mesmo com a morte, o homem moreno de cabelos acinzentados, ondulados e penteados para trás e olhos azuis intensos, ainda sentia carinho e apego a brasileira de vestido vermelho. Se aproximou do casal que estava a janela.

- Ei, cabrito! Vê se não faz ela chorar dessa vez, hein? Se não, eu começo uma Guerra de Mil Dias e quebro sua cara! - o canceriano apontou o dedo na cara de Shura.

- Eso no será necessário, Giovanni.

O italiano passou o braço pelos ombros de Julia, com um sorriso travesso, cheio de dentes brancos.

- Ciao, bella! Gostei do novo corte de cabelo! - bagunçou os fios castanhos - Escuta, se ele te magoar, você me avisa que, na mesma hora, eu mando esse espanhol idiota pro Yomotsu.

- Oi, Gio! - Julia tocou a mão dele sobre seu ombro, com um sorriso aberto e delicadamente retirou o braço dele de si. - Pode deixar… Mas acho melhor você falar com a Helu. Ela sentiu muito sua falta.

- Ela derramou vinho tinto na minha camisa branca. Estou dando um gelo nela. - Deu de ombros, simplesmente.

- Por causa de uma camisa, Giovanni?

- Não enche, Gustav.

- Pero él tiene razón, Giovanni. No eres de se importar mucho para esse tipo de cosa.

- Não, mesmo, Gio. O que foi? E não me venha com lorota, porque eu sei muito bem que cancerianos são sensíveis, mesmo com essa carapaça dura por fora. Desembucha!

Shura, Afrodite e Máscara da Morte ergueram as sobrancelhas e a olharam espantados. Se lembravam de uma mocinha mais doce, que ficava insegura com um certo espanhol frio e distante e tinha uma certa dificuldade de se impôr às vezes. Não dessa mulher com postura confiante e mandona.

- Meu pai era canceriano também, então, conheço o jeito de eles agirem. Por isso, eu sei que tem alguma coisa aí. - Ela explicou, não entendendo o olhar dos três, que acabaram não prolongando o assunto.

- Eu… sinceramente, eu não sei como falar com a Heluane. Sinto vergonha de como a tratei no passado e acho que… ela merece alguém que a trate melhor do que eu. - O Cavaleiro de Câncer baixou o olhar e colocou as mãos dentro do bolso da calça social, assumindo uma postura acanhada.

- Giovanni, se passaram dez anos e você esteve morto ou em coma a maior parte desse tempo, porque você se sacrificou para ela viver. Você errou no passado, mas também deu a maior prova de amor que poderia dar.

- Shura está certo. Não sabote sua felicidade agora. Temos certeza que ela deve ter sentido sua falta. Não é, flor?

- Sim, Gio! Shura e Dite estão certos. A Helu sentiu sua falta e sofreu bastante sem saber o que tinha acontecido a você. Vai lá falar com ela…

- Não sei, bella… E se ela tiver medo que eu a trate daquele jeito de novo?

- Mas você não vai e se tratar, sou eu quem vou te mandar pro Yomotsu, de um jeito ou de outro. Então, vai lá falar com ela agora, Giovanni! - Julia colocou as mãos na cintura, e com a cabeça apontou a direção onde Helu estava, assumindo uma postura autoritária. Giovanni olhou para ela assustado, assim como Esdras e Gustav. A brasileira acenou com a cabeça de novo, enfatizando o que queria dizer. - Anda, vai!

Heluane acabara de ver Julia, Marcela, Esther, Mabel, Juliana e as outras meninas todas ao mesmo tempo correrem para seus Cavaleiros, emocionadas e desejosas de os abraçarem e trocarem beijos e carícias.

Mas ela olhou o Cavaleiro de Câncer e não soube o que fazer. Quer dizer que o boca suja que gritou gratuitamente com ela e a tinha feito perder a paz de espírito que tanto tinha passado a buscar, era Giovanni?

Agora, ele se aproximava, depois de conversar com Julia e o Cavaleiro de Capricórnio.

- Giovanni.

- Oi, Helu… Será que eu posso me sentar?

- Claro… - Afastou-se um pouco no sofá. - Me desculpe pela sua camisa branca. Eu e a Sheila estávamos conversando e nos distraímos.

- Tudo bem, eu vou levar na lavanderia depois. Me desculpe por seu vestido e por ter rido.

- Não tem problema. A moça da organização levou para lavar também.

- Se me permite… esse vestido lilás ficou melhor em você. Deixa você com corpão.

- Você continua o mesmo safado de sempre! - ela riu.

- Safado, eu? - o homem riu junto com ela, mas depois ficou sério. - Eu posso ainda ser um pervertido e tarado, mas eu não sou mais o mesmo, Heluane. Eu me envergonho muito de como a tratei no passado. Você… merece alguém que a trate melhor do que eu. - Colocou sua mão quente sobre a da mulher e a acariciou, com olhos intensos a encarando por alguns instantes e então, se levantou, tencionando se afastar.

Mas Helu não deixou. Se levantou e o puxou pela mão para si. Quando ele se virou, o abraçou e o beijou apaixonadamente.

Suellen nem precisou sair do lugar, Kanon veio em sua direção com aquela expressão de moleque de sempre. Os cabelos em um corte mais longo que o de Saga estavam arrumados em um coque bagunçado. Era estranho vê-lo de coque samurai, mas…

O desgraçado continuava bonito e charmoso. E cara de pau também!

- Vai cozinhar para mim de novo, Su?

- É só para isso que veio falar comigo?

- Eu senti falta da sua comida.

- Só da comida, Kanon? - ela fechou a cara e cruzou os braços.

- Senti falta da minha cozinheira também… - Ele passou um dos braços por ela, sentado ao sofá. - Dessas mãos talentosas… - Tomou uma de suas mãos e beijou seu dorso. - E dessa cara de brava.

- É um sem vergonha, mesmo!

- E senti falta dessas broncas. De seu abraço, do seu beijo…

- Kanon… - Mas foi silenciada por um beijo e um abraço apertado.

Fernando observava Rodrigo e as amigas se acertarem com seus respectivos amores e se sentia sozinho. Será que Marin não o amava mais?

Desanimado, foi até um aparador no lado esquerdo da sala, onde haviam algumas garrafas de bebida e copos de cristal. Uma das garrafas tinha um líquido incolor. Destampou e cheirou para ter certeza que não era alcoólico.

- Essa é só água mesmo, Nando.

- Marin! - o mineiro se assustou e quase derrubou a garrafa de vidro que segurava. Mas a Amazona teve o reflexo de segurar o objeto antes que pudesse cair.

- Me desculpe pelo atraso. Estava resolvendo algumas coisas do baile.

- Nenhum problema… - hesitou. Será que ela ainda sentia o mesmo que ele? - Você está linda.

- Obrigada! Você também está muito elegante.

- Aah, eu detesto usar essas roupas formais… - Passou o dedo pela gola da camisa, tentando se ajeitar. - São tão desconfortáveis.

- Eu imagino. Eu não gosto de usar saltos por isso. Mas não tive escolha.

Nando reparava agora na sandália trançada em sua perna. Era um salto alto, que a deixava quase da sua altura. Percorreu os olhos pela figura da japonesa. O vestido tinha um comprimento midi, na cor azul escuro, de paetês e corte reto, com decote canoa e mangas longas. Os cabelos estavam presos em um coque alto, com os olhos azuis maquiados com uma sombra marrom escuro que os ressaltava.

- Senti muito sua falta, Nando. - ela pousou a garrafa no aparador e voltou o olhar para ele.

- Eu também senti a sua. - Segurou a face dela com as mãos e colou seus lábios aos dela.

Sheila e Paula, as primeiras damas, acompanhadas de Jules, se aproximaram de Aiolos, Shion e Dohko que conversavam e estavam mais próximos de Athena que conversava com Rodrigo a mesa.

Com risinhos e cochichos sobre Sheila e Paula terem voltado aos postos de primeira-dama, as três pararam diante dos rapazes.

Paula passou o braço pelo braço de Shion, que fez contato visual com a paraense. Os cabelos eram longos e castanho claros, quase loiros. Os olhos em um tom que lembrava o violeta eram ligeiramente puxados e o nariz afilado se projetava sobre os lábios finos. O queixo era mais estreito, enquanto os maxilares se sobressaíam.

Ela o puxou gentilmente para um canto um pouco afastado, onde sentaram-se em uma namoradeira um pouco mais próxima das janelas.

- Continua dançando?

- Sim, eu amo dançar, não parei em nenhum momento.

- Ainda lembro daquela noite que dançou para mim. Vai dançar de novo só para mim, Paula?

- Quantas vezes quiser, Shion.

- Eu quero vê-la dançar todas as noites da minha vida.

Com um toque suave, o ariano acariciou a face de Paula e ela depositou um beijo carinhoso sobre os lábios dele.

Jules e Sheila haviam ficado junto de Dohko e Aiolos, porém rapidamente, Dohko tomou as mãos de Jules e foram para o sofá, onde se sentaram e Dohko deitou, colocando a cabeça sobre o colo dela.

- Ainda sente dores de cabeça? - ela indagou acariciando os fios lisos e negros do chinês, que trazia os olhos amendoados e negros, cerrados.

- Não sei, na verdade. Desde que despertamos do coma, ainda não senti dor nenhuma, mas eu gosto de deitar no seu colo e receber cafuné.

- Senti falta de fazer cafuné no meu Tigrão Diliça.

Sheila cruzou os braços sobre o peito e encarou Aiolos.

- Grande Mestre, acho que precisamos conversar sobre nosso voo pelo Santuário.

- Claro, Lindinha. Com licença. - Aiolos puxou a mulher de óculos para o canto. Mas antes que ela pudesse dizer alguma coisa, o sagitariano a prensou contra uma parede aos fundos. - Eu estava louco para fazer isso…

Aiolos a beijou com volúpia, deslizando as mãos ao longo da cintura e quadril de Sheila, agarrando-a pelas coxas.

- Uau, como eu senti falta dessa pegada!

- É mesmo? - Aiolos mordiscava os lábios dela, de maneira sensual.

- Demais, Olos. Só achei cara sem pegada nesse tempo todo…

- Como é? - Aiolos se afastou dela. - Você teve outros homens durante esse tempo?

- Ah, não, Aiolos! Não vai começar com crise de insegurança agora, né?

- Eu não gosto da idéia de outro homem tocando você. Mas não preciso ficar inseguro. Porque eu vou fazer você gritar meu nome de tanto que eu vou te fazer goz…

Mas ele foi interrompido por Athena, que chamou a atenção de todos.

- Eu posso sentir que todos vocês, Cavaleiros e meninas, estão felizes por terem se reencontrado. Pensando melhor e vendo como estão apaixonados, entendo que o amor de vocês é incondicional, superou a morte… E os fez guardarem segredo por 10 anos. Então, quero dizer que perdôo a desobediência e o caderno, Julia. Mas… - a Deusa fez uma pausa, mantendo o semblante sério por instantes, que logo se desmanchou em um sorriso - Mas tenho um pedido a fazer e torço para que considerem com todo amor e carinho. Peço que permaneçam aqui, na Grécia, e façam meus Cavaleiros felizes.

O pedido tomou todas de surpresa. Saori queria que mudassem para a Grécia?

- Eu vou ficar, Athena! - Mabel declarou alegremente, quase gritando. - Vou ficar aqui com o Ricardo!

- Vai mesmo, Bel? - o taurino ficou radiante.

- Claro!

- Eu também vou! - disse Gabe entusiasmada. Teria uma ótima oportunidade como trainee e ainda teria o homem dos seus sonhos com ela! Como poderia recusar?

- Mas eu amo meu trabalho! - exclamou Sheila surpresa.

- Mais do que eu?

- Aiolos, não começa…

- Eu também adoraria mudar, mas tenho meus pacientes no hospital.

- E eu a minha clínica.

- Calma, meninas, calma. Não precisam me dar a resposta agora. Sei que é uma decisão que precisa ser bem avaliada, então, quero que pensem a respeito. Vocês devem ter notado que suas passagens ainda não foram agendadas e a reserva do hotel é somente até amanhã. Para aquelas cujos compromissos profissionais encerrarão amanhã, já conversei com seus superiores e equipes para que tenham 15 dias de férias aqui na Grécia com as despesas todas pagas por mim.

Aquilo impressionou o grupo. Todos ficariam por 15 dias com tudo pago pela jovem bilionária?

- Para as meninas cujos compromissos educacionais ou profissionais durarão por esses 15 dias, as despesas também serão pagas por mim. E me certifiquei de que vocês tenham tempo para si próprias também. Somente a Gabe que o contrato é um pouco mais longo, que receberá um salário além das despesas que irei arcar.

- Obrigada, Saori.

- Tenho certeza que se sairá muito bem no trabalho, Gabe. - Sorriu gentilmente.

- Bem, então… se nós vamos ficar por 15 dias… onde nós ficaremos? - indagou Juliana.

- Ficarão nas suas antigas casas. - Saori notou os olhares entre elas. - Sim, vocês voltarão ao Santuário conosco e ficarão hospedados lá, nas Doze Casas e nos Templos.

O grupo mal podia se conter. 10 anos depois e estariam de volta ao Santuário! Poderiam ver como eram as Doze Casas de verdade, poderiam conhecer o Templo e a Estátua de Athena e veriam o relógio de fogo que esperavam, dessa vez não fosse acender.

- Nós vamos voltar ao Santuárioo! - gritaram em uníssono, comemorando.

Saori, Marin e os Cavaleiros riram. No passado, teriam ficado assustados, mas agora, estavam felizes que o grupo iria para o Santuário. Era a chance de poderem retomar seus romances e saciar aquele desejo incontrolável em seus corações de estarem perto, de tocarem, abraçarem, beijarem e amarem.

- Sim, mas somente amanhã depois do almoço. Agora, há um baile aguardando vocês para se divertirem. Cavaleiros, se quiserem, podem passar essa noite com elas para… Bem… Vocês entenderam. Mas amanhã, estejam pontualmente às 14h nas Doze Casas.

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Ooies!

Bom, eu avançaria mais um pouco no capítulo, mas eu acho que preciso entender melhor o que cada uma vai fazer. Quem vai aceitar mudar sem hesitar?

Quem vai entrar em conflito e ficar na dúvida?

Ou vai pedir algumas condições para mudar?

Também queria incluir mais algumas cenas românticas e divertidas na festa, como casais dançando, etc. Ou alguns deles já avançando para passarem a noite juntos (emoji de foguinho aqui), avançando seus relacionamentos ou indo para o Santuário já. Mas achei que não ia acertar o tom agora…

Precisava encerrar essa primeira parte dos reencontros. Primeira pq? Pq pensa que foram 10 anos afastados… Como retomar um relacionamento exatamente de onde parou, depois de tanto tempo?

Especialmente quando todas mudaram, pelo menos um pouco, a forma de agir, de pensar, de ser… as nuances de personalidade mudaram.

E embora eu não queira fazer nada muito dramático, teremos alguns conflitos por isso.

Vou buscar dar mais atenção a todas as meninas nos próximos capítulos. Pretendo tbm fazer 1 cap dedicado exclusivamente a cada uma (tentarei seguir pela ordem das 12 Casas) na parte do foco no romance de cada casal, e especialmente nas cenas calientes!

Às reviews:

Gabe: pois é, Aiolia como todo leonino, sempre vaidoso e querendo aparecer hahahahaha! Aaah, esse diálogo do segurança ainda vai render. Hehehehehehehe! Saori poderia muito bem ter nos mandado pras cucuias, se não fosse o Rodrigo acalmar a fera.

Cris: Siim, eu não queria tirar algumas coisas essenciais de ALSA, então mantive essa diferença de tratamento. Que bom que gostou do reencontro! Quero dar o romance que Saga x Cris x Ares não tiveram (por causa do Ares) kkkkkkk. E ele está mudado, você vai ver.

Polly: Eeeebaaa, que feliz que fiquei de te ver aqui, acompanhando a fic! Faz muito tempo, né? Hahaha! Espero que tenha gostado do que tracei para esses reencontros nesse cap.P retendo continuar escrevendo e nesse ritmo. Talvez, esses próximos caps eu demore um pouco mais, por conta do planejamento agora envolver algumas reflexões mais profundas kkkkk

Helu: Também fiquei muito feliz de ver que está acompanhando e curtindo! Olha, depois da nossa conversa, eu tentei adaptar para o que você me contou. O Mask vai continuar com personalidade forte, mas vou mudar um pouco a maneira de ser dele, como você pode ver por esse cap.

Mabel: Hahahahaa Athena full pistolaaa! Mas ela tem um bom motivo para ficar pistola. Ok, ela tbm tem ótimos motivos pra me perdoar, né? Aiolia modesto? Acho que modéstia não é muito a cara de Leão! Kkkkkkkkkkkk