Disclaimer: Saint Seiya não me pertence e, sim, a Masami Kurumada, Toei e cia.
Texto em itálico se refere a flashbacks, quando houver.
Texto normal se refere ao presente.
Capítulo 9
Saori, Shion, Paula e Rodrigo seguiram ao 13° Templo. Os dois brasileiros andavam calados, observando o novo Templo que havia sido reconstruído após a guerra contra Hell. Só poderiam imaginar como o Santuário teria ficado após o confronto.
Notaram que não haviam visto nenhuma colina ou monte, que poderia ser Star Hill. Será que teriam se enganado nas anotações?
- Não existe Star Hill, Shion?
- Não mais. - o ariano respondeu um pouco seco. - Hell e seus guerreiros destruíram a montanha que ruiu, soterrando parte do bosque e alguns dos soldados e aspirantes.
Rodrigo e Paula ficaram calados. Deslizamentos de terra eram comuns no verão brasileiro, inclusive causando vítimas, o que por si só, já era lamentável e doloroso, mas uma montanha inteira ruir e desaparecer? Nunca tinham visto e sequer poderiam imaginar o quão fatal isso poderia ser.
- Então, o Templo das Estrelas…?
- Estamos construindo um novo complexo, no local, que servirá como homenagem às vítimas e em parte, terá uma torre onde faremos as observações das estrelas e registros.
- Entendi, Saori.
Estavam parados na entrada do Templo de Athena. A fachada não era diferente do Parthenon. Mas quando atravessaram as galerias cercadas pelas colunas e as pesadas portas de madeira maciça com ornamentos em dourado se abriram, era completamente diferente.
Um grande e comprido salão com piso de mármore branco com algumas linhas em pedra rosada formando losangos no chão, se estendia à frente. De ambos os lados, colunas com capitéis coríntios pintados de dourado suportadas por robustos pedestais quadrados de mármore branco se erguiam até um teto abobadado, que tinha pinturas de Athena e seus guerreiros em eras mitológicas. O pé direito era bem alto, com pelo menos 3 metros de altura e a iluminação natural era feita por três grandes janelas em arco na parede ao fundo que dava para um jardim interno. A luz da tarde inundava o salão.
Lustres de cristal pendiam do teto por correntes, entre as colunas e, um maior, sobre o trono que ficava em um patamar alguns degraus acima do chão. O trono tinha o encosto bastante alto e era entalhado em madeira pintada em dourado. O estofado era em suede em um tom gelo, quase branco.
Nas laterais, atrás das colunas, as paredes eram pintadas de branco. Alguns metros adiante, onde havia o jardim interno, somente colunas formavam um comprido corredor em cada lado do trono. Ali perceberam que o Salão de Athena agora era destacado da parte dos fundos que servia de residência. Vendo de fora, poderia parecer que era um único edifício por conta da fileira externa de colunas e pelo friso que escondia o telhado de telhas que cobria os corredores, mas eram duas construções à parte.
Passaram por um dos corredores e uma parede de pedra branca com uma porta pivotante de madeira clara separava o jardim e os ambientes internos. Entraram na área privativa e deram em uma ampla sala com sofás em um tom champagne, com tapete bege e mesinhas espelhadas, à esquerda, e ao lado direito, uma sala de jantar com uma mesa comprida, muito similar a que viram na Mansão Solo. Atrás dessa mesa, uma parede com um grande espelho separava esse ambiente da cozinha industrial que agora Saori mandara instalar.
Ainda do lado esquerdo, haviam dois escritórios, um para Saori e outro para o Grande Mestre. Ao fundo, viram a escada de degraus flutuantes em madeira clara e corrimão de vidro temperado que levavam para o segundo andar.
Seguiram Saori e Shion, que iam na frente e subiram a escada chegando a uma saleta parecida com a outra. Do lado esquerdo, estavam os novos aposentos do Grande Mestre. Enquanto do direito, os aposentos da Deusa.
Shion conduziu Paula para seus aposentos. Uma pequena biblioteca na parede esquerda, com prateleiras em madeira escura e uma poltrona em suede marrom escuro, com uma mesinha da mesma cor das prateleiras. Separando essa pequena biblioteca e a área privativa mais adiante, se encontrava um painel ripado escuro com um grande quadro mostrando a estátua de Athena.
Na área privada, mesas de cabeceira pretas de cada lado de uma cama king size com cabeceira de veludo cinza e pendentes cromados sobre as mesinhas. Um tapete felpudo bege sobre o piso de madeira escura deixava o quarto mais aconchegante.
Do lado direito, um guarda roupas espelhado e uma porta que dava para o banheiro. Paula caminhou até lá e viu uma bancada de nanoglass com pia dupla, um espelho sob uma jardineira de onde pendiam algumas folhagens. O vaso sanitário em louça branca e…
Sorriu. Havia uma banheira vitoriana atrás do vidro temperado. Não sabia se teria aquela piscina das suas anotações de novo, mas aquela banheira só para ela e Shion já estaria de bom tamanho.
Saori havia caprichado na decoração dos aposentos do Grande Mestre!
A Deusa, por sua vez, tinha um quarto um pouco maior. O closet de dois andares fora substituído por um menor ao lado esquerdo do ambiente, já que com a destruição causada por Hell, muitas das suas roupas também se perderam.
Naquele lado, também ficava o banheiro, nos mesmos moldes de Shion, porém, maior, com uma grande hidromassagem e uma área para a penteadeira com um grande espelho.
Do outro lado, uma cama king size com cabeceira em um tom de rosa bem claro, mesas de cabeceira espelhadas, um grande lustre de cristal no centro do quarto e aos fundos, uma varanda com lareira que dava para a estátua de Athena.
Rodrigo lembrava de ter mencionado em suas anotações que Saori vivia no luxo, mas não imaginava que seria tanto assim. Ficou com receio de pisar no tapete claro ao centro do quarto, imaginando quantos anos teria de trabalhar para poder pagar por ele.
Mas a Deusa o chamou e ele dispensou esses pensamentos.
- Se acomode, e em seguida, vamos almoçar. Já ordenei que o almoço seja servido em 30 minutos na sala de jantar e convoquei uma reunião com todos depois.
- Onde você vai, Saori?
- Preciso fazer uma ligação importante e acredito que irá demorar um pouco. Enquanto isso, fique a vontade e aproveite.
Mú auxiliou Esther com a mala e agora, a ajudava a se instalar o melhor que podia. Realmente não haviam tido tempo para arrumar melhor as Doze Casas e mobiliá-las adequadamente.
- Athena informou que o almoço será servido daqui a 30 minutos e irá falar conosco em seguida. Acho que podemos deixar assim por enquanto e subir as Doze Casas…
- Sim. Acho que amanhã, vou procurar algumas coisas para arrumarmos melhor…
Ricardo havia deixado a mala de Mabel no quarto e os dois estavam sentados e aconchegados na cama, conversando abraçados.
- Bel, vamos subir as Doze Casas para almoçar. Athena ordenou que o almoço seja servido lá e nos chamou para conversar depois.
- Precisamos ir já?
- Ela disse que em 30 minutos, o almoço estará servido.
Mabel fez um muxoxo e se espreguiçou. Não queria sair dos braços de Aldebaran, mas o estômago roncou de fome.
Em Gêmeos, Cris e Suellen tentavam se acomodar nos quartos de Saga e Kanon, enquanto os irmãos discutiam, até que ouviram o chamado de Athena por cosmo.
- Cris, Su! Athena chamou para o almoço e para uma reunião. Precisamos subir.
- Mas já?
- O almoço será daqui 30 minutos, como não estão mais acostumadas a subir as escadarias…
- Entendi. Então, vamos!
Em Câncer, Giovanni tentava arrumar a bagunça que havia deixado no quarto para Heluane se instalar.
Sua vida como Cavaleiro o ensinara a ser mais disciplinado, mas volta e meia, acabava deixando suas coisas em desordem, com algumas roupas espalhadas e a cama desarrumada.
- Desculpe pela bagunça, esses últimos dias foram confusos…
- Imagino, acabaram de retornar do Inferno. - Helu pegou uma camiseta da cama e começou a dobrar, para ajudar.
- Nem me lembre disso… - Giovanni suspirou. - Nos primeiros dias, não tínhamos força para nada, até respirar era difícil e não conseguíamos controlar muito bem nosso corpo.
Notou o olhar confuso da carioca e virou-se para ela, tomando suas mãos nas suas, explicando com cuidado. Como era enfermeira, seria mais fácil para ela entender.
- Sabe quando alguém fica em coma e os músculos perdem tonificação e atrofiam?
- Sim, geralmente, é necessário até fisioterapia.
- Quando voltamos a vida, depois de o corpo já estar rígido, é a mesma coisa. Mas o rigor mortis é pior, porque atinge músculos, articulações e o funcionamento dos órgãos.
- Faz sentido.
- Mas quando não se tem mais corpo e sua alma foi arrancada e aprisionada no Inferno… É como se você fosse uma marionete rígida. Demora a se acostumar novamente a ter um corpo, a respirar, a sentir seus músculos e tendões…
- Jamais poderia imaginar.
- É horrível. No nosso caso, por termos cosmo, os piores efeitos passam mais rápido, mas ainda nos atrapalha um pouco nos processos normais do nosso corpo. Por isso, nossas refeições tem sido uma dieta especial e feitas pelas servas, os treinos estão suspensos…
- Isso afeta biologicamente, a nível celular?
- Sim, por quê?
- Afetaria a cor dos seus cabelos? - Helu olhou a coroa da cabeça de Mask e deslizou os dedos pelos fios macios.
- Hum. - O italiano franziu a testa e pôs-se a pensar. Na outra vez, foram as sequelas de Hades que tinha deixado todo seu cabelo branco. - No lo sò. É possível… Venha, vamos almoçar. Athena está nos chamando.
Giovanni puxou a carioca para um beijo e depois, a guiou por Câncer e as escadarias. Encontraram a meio caminho com os moradores das 3 Casas abaixo e o grupo subiu, conversando.
- Então, quer dizer que fizeram mais outros animes sobre Saint Seiya? - Mú ficou curioso.
- Sim, Soul of Gold foi em 2015. - Respondeu Cris.
- Teve também Saint Seiya Ômega e uma animação em 3D. - Suellen adicionou.
- Sem falar no filme live-action que acabou de ser lançado. - Mabel lembrou as outras.
- Live-action? - Saga e Ricardo estranharam.
- Do que estão falando? - Aiolia saiu da Casa de Leão de mãos dadas com Gabe.
- Estávamos comentando sobre o filme live-action de Saint Seiya que foi lançado esse ano. - Respondeu Su.
- Um filme?
- Sim, a Julia e a Juliana foram assistir no cinema. - a piauiense mencionou.
- O que seria live-action?
- É um filme ou série feito com atores, para ser tipo de carne e osso.
- Eu espero que o ator que foi escolhido para me representar seja tão bonito quanto eu! - Aiolia estufou o peito.
- Já estão subindo para o almoço?
- Oi, Shaka! Sabia que fizeram um filme com atores sobre Saint Seiya?
- Como é?
- Pois é! Ju, você foi ver no cinema, não foi? - Indagou Aldebaran.
- Fui, sim.
- E nós aparecemos? - perguntou Kanon, empolgado.
- Não, só aparece de relance o Shura e o Aiolos. Mas não dá nem para ver o rosto deles.
- Eu lembro, a Julia me mandou mensagem reclamando disso. - riu Cris.
- Só Shura e Aiolos?
As meninas se entreolharam. Sabiam que esse era um assunto um pouco delicado para se tocar na frente de Aiolia e Saga.
- Bem, o filme foca muito mais no Seiya sendo treinado pela Marin e se tornando Cavaleiro… - Juliana explicou.
- Sempre o Pangaré recebendo toda a atenção. - resmungou Kanon.
- E o que você achou do filme, Juliana? - Shaka quis saber.
- Me surpreendeu. Geralmente, os filmes baseados nos animes são bem ruins…
- Estão falando do filme de Saint Seiya? - Jules apareceu junto de Dohko.
- Sim, Jules.
- Eu não assisti, mas vi que foi bem fraco de bilheteria. No Brasil, ele flopou.
- O que é flopar? - Os Santos de Ouro ficaram com uma expressão de ponto de interrogação.
- Quando se faz muito alarde de alguma coisa, todo mundo comenta, mas depois, acaba sendo um fracasso.
- E no Brasil, foi um fracasso?
- Foi!
- Por falar nisso… Precisamos marcar um almoço em casa, como da outra vez, para vocês me atualizarem sobre todas as coisas lá no Brasil. - pediu Aldebaran.
As garotas suspiraram desanimadas.
- O que foi? A situação está tão ruim assim? - Ricardo se preocupou.
- Agora, melhorou, mas tivemos momentos bem difíceis…
- Principalmente durante a pandemia. - Pontuou Heluane.
- Espera, uma pandemia?
- Sim, em 2019, começou uma epidemia de uma síndrome respiratória igual uma gripe muito, muito forte na China, que depois se espalhou por todo o mundo.
- Na minha terra?
- Sim, começou lá, mas quando espalhou para o resto do mundo, foi horrível. - Esther comentou.
- A Itália foi um dos lugares que mais sofreu, as pessoas foram proibidas de sair de casa e o governo usou drones para controlar a situação. - Helu explicou, olhando para Giovanni, que ficou calado.
- E no Brasil?
Pararam em frente a Escorpião para recuperar o fôlego. As brasileiras estavam bastante ofegantes já.
- Será que o Milo arranja água para a gente? - Ofegou Cris.
- Se ele e a Marcela não estiverem ocupados com outra coisa… - Brincou Kanon, já entrando na oitava Casa.
- Não seja indiscreto, Kanon - Saga repreendeu o irmão.
- Até parece que você não conhece o Milo… - Mask deu um sorriso descarado, seguindo o Dragão Marinho.
- Dois escorpianos juntos… - Brincou Jules.
- Já sabemos onde vai dar! - riram as outras.
Adentraram o grande salão de Escorpião. O pé direito era bem alto, as paredes de pedra branca atrás de robustas colunas jônicas na mesma cor sustentadas por largos pedestais de pedra branca com uma faixa vermelha. Lustres de ferro com pequenas lâmpadas pendiam do teto, sustentado por grandes vigas vermelhas. O piso de pedra em quadrados cinza claro com faixas brancas contornando-os. E - assim como em cada um dos Salões das outras Casas - grandes estandartes ostentando o símbolo do signo correspondente, que neste caso, era um M com uma seta na ponta, em vermelho sobre fundo bege.
No fundo do Salão, o corredor que levava a saída seguindo reto e pelo lado direito, em uma passagem escondida por grandes colunas, levava a um jardim e por fim, a área privativa.
Embora todas as Casas seguissem essa configuração agora, as garotas ficaram surpresas com o jardim de Escorpião. Um grande espelho d'água se estendia da beira da calçada de pedra onde estavam, até a entrada de uma residência cuja fachada era toda preta, com uma grande porta de correr de vidro, por onde era a entrada da moradia.
Entre a saída do Salão e a residência, ao lado esquerdo, haviam vasos grandes em alguns pontos do espelho d'água, com cactos, papiros e até uma mini palmeira, enquanto um banco de metal ficava próximo a uma área com folhagens diversas. Uma passarela de madeira ligava as duas margens calçadas.
- Milo! - Kanon, à frente do grupo, entrou na sala quase desprovida de móveis. - Milo!
- Que belo empata-fodas que nós somos… - Disse Jules, meio sem graça.
- Mas é por um bom motivo, estamos com sede.
- Milo! - Kanon subia as escadas do lado esquerdo da sala.
- Não sabe bater, Dragão Marinho? - O escorpiano vinha do quarto, vestindo uma camiseta vermelha. Estava com os cabelos molhados.
- Já estava no rala e rola, artrópode? - ria Giovanni.
- Isso não é da sua conta. - Milo respondeu mau humorado.
- Não, só fomos tomar um banho decente mesmo. Com a correria de manhã, nem conseguimos tomar banho direito. - Marcela apareceu e olhou ferina para Giovanni, enquanto escovava os cabelos também úmidos.
- Sei…
- Bom, as meninas queriam um pouco de água antes de subirmos até o Templo para o almoço.
- Claro, venham. - Milo deu um sorriso charmoso e foi pegar uma garrafa de água mineral para cada uma, na cozinha. - Me desculpem a precariedade, mas não tivemos tempo de arrumar nada ainda.
- E esse jardim, Milo? É tão bonito! - Gabe perguntou.
- E tão bem cuidado. - Juliana ficou impressionada.
- Obra de Athena. Aqui. - entregou uma garrafa para cada. - Achei que tinham nas suas Casas também. - Olhou para os dourados, que bebiam de uma garrafa cada.
- Temos, mas cada um é diferente. - Explicou Mú.
- Vamos? Athena não vai gostar se nos atrasarmos.
O grupo seguiu para as escadarias, subindo até Sagitário, onde Aiolos e Sheila se juntaram a eles e continuaram. Logo Julia e Shura também os encontraram e subiram para Aquário, encontrando Isabel e Camus e depois, em Peixes, Afrodite saiu com Fernando.
Durante a subida, o grupo ia conversando. Ora, o grupo todo, ora divididos em pequenas conversas. Em dado momento, Isabel propositadamente diminuiu o ritmo, Sheila, Julia e Fernando acabaram ficando um pouco mais atrás acompanhando a paulista, com Camus, Aiolos, Esdras e Gustavv mais a frente, acompanhando os outros.
- O que foi, Isa? - Perguntou Sheila.
- Vocês acham que devo tentar retomar o meu relacionamento com o Camus?
- Você está com dúvidas? - Indagou Fernando.
- Bem… Todos nós mudamos muito desde que estivemos aqui. Eu mudei. E… não sei se o Camus iria amar essa nova Isa.
- Eu não acho que tenha mudado tanto assim. - Comentou Julia. - Talvez, o que tenha mudado mais foi sua desconfiança com homens.
- Mas é exatamente isso, mana. Será que o Camus vai entender isso?
- Claro que vai. - Julia opinou.
- Camus é diferente dos outros homens, Isa. Ele tem muito mais consciência das merdas que os homens fazem. - Ponderou Nando. - Eu sei que eu erro, às vezes e já errei bastante. Mas eu tenho noção das merdas que é se relacionar com homens… Não vejo o Camus agindo como esses babacas tipo o careca do Campari por aí…
- É… tem razão. - pensou Isa. - Mas me sinto insegura.
- Vai com calma, então. - Sheila disse. - Aliás… Ju, vai mesmo ficar em Capricórnio nesses próximos 15 dias?
- Se vai morar com o Shura, mesmo sendo só 15 dias, vai ter de conviver com ele o tempo todo. - Fernando comentou.
- Bom… Com tudo acontecendo tão rápido, eu não tinha parado para pensar nisso…
- Sabe que vai ter de dividir sua intimidade com ele desse jeito, né? - Disse Isa.
Os três observaram Julia que fez uma breve careta. Sabiam o que estava se passando na cabeça dela. Só de imaginar ter de conviver com alguém de maneira tão íntima, de dividir seu espaço com outra pessoa, causava aversão nela. Pensar em namorar e se relacionar com alguém, nos últimos 10 anos, se tornara algo que lhe dava aversão.
- Sei que você tem dificuldade em abrir sua intimidade com alguém, mas quando entramos em um relacionamento, isso faz parte. - Sheila tocou em seu ombro, parando de andar a frente do pátio do Templo.
- O Shura tinha medo de você abandoná-lo. Se vai começar um relacionamento com ele agora, precisa estar disposta a isso. Você disse que ele sempre sonhou em ter uma família.
- Se você acabar não conseguindo lidar com essas questões, vocês vão acabar se afastando e rompendo.
- E se isso acontecer, ele vai sofrer.
- Uhum. Eu sei… - A voz de Julia soou baixa e grave.
Julia agradeceu os amigos e atravessaram o pátio, alcançando os Cavaleiros e as outras garotas.
Quando entraram no Templo, os brasileiros ficaram de queixo caído. Não tinham como se lembrar de como era o Templo antes, mas ainda assim, o lugar era impressionante.
Saori estava a frente do trono, já acompanhada por Shion, Paula, Rodrigo e Marin.
- Bem-vindas novamente, meninas! Espero que tenham conseguido se instalar, na medida do possível.
- Obrigada, Athena! Conseguimos, sim. - respondeu Marcela por todas.
- Muito bem, o almoço está servido na sala de jantar. Vamos lá?
Saori os conduziu para dentro do Templo e pela área privativa. Todas olhavam maravilhadas para a suntuosidade do Grande Salão, o jardim interno e ao chegarem na área residencial, ficaram ainda mais encantadas.
- Saori, você tem muito bom gosto! - disse Julia. - A decoração está linda. E muito chique!
- Obrigada, Julia! Bem, por favor, acomodem-se. - Ela estendeu os braços a frente, indicando a enorme mesa como essas de filmes de contos de fada e sobre a realeza.
Eram 32 lugares, sendo 1 em cada ponta e 15 de cada lado. Saori sentou em uma ponta, ficando a oposta vaga. Do lado esquerdo de Saori, sentou Rodrigo, seguido por Saga e Cristiane, Aiolos e Sheila, Shaka e Juliana, Dohko e Jules, Suellen e Kanon, Aiolia e Gabe e Fernando e Marin.
Ao lado direito da Deusa, Shion e Paula, seguidos por Esther e Mú, Mabel e Aldebaran, Milo e Marcela, Heluane e Giovanni, Julia e Shura, Camus e Isa, e por fim, Afrodite.
Logo, as servas trouxeram os pratos, servindo-os. Para os Cavaleiros, a dieta regrada ainda valia. No prato deles, salada de folhas com algumas frutas, um filé de peito de frango grelhado com um molho suave de laranja, cenouras cozidas e levemente refogadas, e batatas assadas.
Para as garotas, um assado de carneiro com alecrim e molho de hortelã, salada de folhas com algumas frutas, batatas gratinadas, arroz integral com diversos grãos, cenouras cozidas e passadas no azeite.
O aroma delicioso invadiu as narinas de todos.
- Por quê sua comida parece tão boa, Su? - Kanon olhava com cobiça para o prato dela.
- Por quê acabamos de retornar a vida e nossos corpos ainda estão se acostumando. - Respondeu Saga.
Exceto por Helu que já sabia do que se tratava, as garotas não entenderam. Athena logo tratou de explicar.
- Não vejo a hora de acabar essa dieta. - Ricardo comentou. - Estou louco para comer uma feijoada!
- O que é isso?
- Uma comida brasileira.
- Já comemos na sua casa? - Milo perguntou, olhando para o companheiro ao seu lado.
- Não, eu não sei fazer.
- Alguma de vocês sabe fazer? - Su perguntou a geral.
- É tão complicado e trabalhoso. - Cris comentou.
- Bom, eu só sei o processo, mas eu realmente nunca tentei. - disse Julia.
- Que pena… Faz muito tempo que não como. - Lamentou Ricardo.
- Mas… eu sei cozinhar outras coisas. - Julia adicionou.
- Se me lembro direito, você cozinha bem! - Disse Shura.
- A Ju? Ela cozinha muito, muito bem! - Exclamou Nando. Marin o olhou torto. - Ela foi para minha cidade fazer uma prova e cozinhou uma comida peruana para agradecer meus pais por receberem ela em casa. - Tratou logo de se explicar, sem perceber que poderia estar piorando a situação.
- Fica tranquila, Marin. O Nando é meu melhor amigo. - Julia assegurou.
- E como é essa comida peruana? - Kanon logo quis saber.
- É o que fez para mim da outra vez? - Shura a olhou.
- Não, aquele foi Arroz con Pollo. O que fiz na casa do Nando foi Ají de Gallina… - E começou a explicar.
A conversa sobre comida continuou e ficou acertado que a cada dia em que estivessem por lá, algum casal cozinharia. Como as Doze Casas estariam em processo de reforma, iriam fazer o almoço no 13° Templo.
Depois da animada refeição, se reuniram no Salão do Trono, onde fariam a reunião convocada pela Deusa.
xxx
Bom, eu ia adicionar a reunião com Athena aqui, mas queria liberar logo o capítulo para vocês, já que fim de semana passado, eu não consegui escrever quase nada.
Me faltavam ideias, me faltou tempo…
Mas reli algumas cenas de ALSA para me inspirar ontem e hoje mais cedo, e saiu!
Comecei a introduzir dois dos conflitos de relacionamento. Ainda preciso pensar em outros, pq só tenho definido para Isa, Sheila e Julia! Kkkkkkkkk
Como o Santuário foi todo destruído e reconstruído, eu mudei certas coisas dos ambientes, edifícios, etc., pq acho que no anime e mangá nunca ficou muito claro sobre a parte da moradia, e a Cris fez um ótimo trabalho em ALSA trazendo isso para nós. Eu só fiquei pensando em como seria um prejuízo para a Saori se sempre que tivessem batalhas, as moradias fossem destruídas, por isso as coloquei em uma parte separada, com uma entrada que não fica visível aos inimigos.
Para o Salão de cada Casa, usei o que aparece na animação 3D da Batalha das Doze Casas que tem no Crunchyroll. Achei incríveis, muito mais interessantes do que as que aparece no anime. E aí, o Salão de Athena também ganhou uma nova roupagem, que me baseei em uma imagem que achei na internet, e que postei lá no grupo do Face, assim como o jardim do Milo.
Às reviews:
Mabel - Mas mesmo depois de uma festança dessas? Pois é, deve ser bom mesmo! Hahahaa. Olha, eu esqueci da surpresa na hora que escrevi o restante depois… hahahahahaa!
Cris - Achei legal mencionar o Chat GPT, pq a ideia é trazer mesmo para o tempo atual, né? Eu vou tentar fazer o Saga e o Ares se entenderem, sim. Vamos ver como vai ser isso. Hahahaha, eu quero mesmo que todas deem palpite na decoração, inclusive aqui nas reviews ou lá no grupo, ou no privado!
Notte di Luce - Hmmmm, acho que depois desse capítulo, vc vai ficar na dúvida sobre a Julia, hein? Sobre o par do Dite, estou pensando aqui em quem será e como irá aparecer na história. Será que coloco a Lune, ou a Thami, ou será que alguém se habilita a ser o par dele? Julian foi chato mesmo, né? Mas eu acho que vai ser algo interessante esse cargo do Kanon. Ainda não pensei em como isso vai se conectar com a história, mas acho que tem potencial!
Helu - Pode deixar, tenho um punhado de ideias aqui, acho que será a fic mais longa que escrevi! Hahahahaha. O Gio sendo empurrado da cama e o Aiolos levando tapão foi meio que inspirado em coisas que eu mesma já fiz sem querer. Hahahahaha. Obrigada pela dica! Vou fazer o possível para colocar essa cena da melhor maneira, para vc! ;)
Sheila - Até eu fiquei com dó do Aiolos! E vai reclamar com a Saori nessa reunião, sim! Vai meter a boca no trombone! Hahahahahaha!
PS: desculpem quaisquer erros de digitação, redundância, etc. A cada cap, tenho ficado ansiosa para postar, e aí, não arranjei uma beta ainda. Hahahahahahaha.
Ps 2: Arroz con pollo é um prato peruano que o arroz e o frango são cozidos juntos com coentro, cenoura picada, pimentão vermelho picado, ervilhas e cerveja preta. Como em ALSA, a Cris não menciona o quê eu cozinhei para o Shura, mas menciona que ele não deixa um grão no prato, acabei inserindo esse.
Ají de Gallina é parecido com um fricassê, em que o frango desfiado vai com um molho cremoso feito a base de miolo de pão de fôrma branco batido com o caldo de cozimento do frango, e é servido com batata e ovos cozidos, azeitona preta e arroz branco. E, sim, eu fui na casa do Nando em março e fiz esse prato para retribuir a hospitalidade da família dele, que são uns fofos!
