Disclaimer: Saint Seiya não me pertence e, sim, a Masami Kurumada, Toei e cia.

Texto em itálico se refere a flashbacks, quando houver.

Texto normal se refere ao presente.

Capítulo 10

Saori sentou-se ao trono, aguardando que os Cavaleiros e o grupo se acomodassem ao longo do Salão, em meio ao falatório que se instaurara desde o final do almoço, com a discussão sobre qual país tinha a melhor culinária. A sua frente, Shion soltou a mão de Paula e parou um pouco adiante da fileira de dourados que estavam ou de mãos dadas, ou abraçados, ou apenas parados ao lado de sua respectiva mulher. Marin e Fernando estavam mais à esquerda, ao fim da fileira, pouco atrás de Afrodite. Paula e Rodrigo estavam ao lado de Mú e Esther na cabeceira da fila. O ariano mais velho pigarreou, sinalizando que a reunião se iniciaria.

A garota Deusa deu um suspiro satisfeito com um leve sorriso moldando seus lábios rosados. Pousou as mãos em cada braço do trono, saindo de uma posição de mortal para a posição de autoridade máxima do Santuário e de divindade.

– Convoquei esta reunião para dar alguns avisos e esclarecer algumas questões. - sua voz saiu imponente. - A primeira delas, concerne ao retorno à vida de meus queridos Cavaleiros. Passaram-se seis dias de seu retorno, então, a partir de amanhã, a dieta poderá ser flexibilizada…

– Finalmente! - Kanon e Aldebaran vibraram baixinho.

– E começaremos a retomar sua rotina como Cavaleiros. Para isso, encarrego Shina de Ophiucus e Marin de Águia de fazerem a primeira avaliação física dos Cavaleiros de Ouro e de Shion, em conjunto com os médicos do Santuário. Amanhã mesmo, Marin, providencie as consultas e os testes.

– Sim, senhorita. - Águia assentiu com uma leve reverência.

– Caso o resultado das primeiras avaliações seja favorável, os Cavaleiros de Ouro e Shion poderão iniciar exercícios leves e progredir aos poucos para a rotina normal de treinos. A Arena Dourada foi inteiramente reformada e agora temos uma academia equipada com aparelhos de musculação e de artes marciais. Porém, neste momento, vamos começar com os exercícios leves, vocês não podem usar sua máxima força e muito menos seus cosmos até segunda ordem. Entenderam?

– Sim, Senhorita. - respondeu Shion.

– Mas peraí, por quê isso, Athena? Se já estivermos aptos a retornar aos treinos, porque precisamos nos segurar? - indagou Milo impaciente para voltar a sua capacidade normal.

– Por diversos motivos, Milo. Primeiro, vocês retornaram à vida há menos de sete dias. Ainda não estão cem por cento recuperados. Em segundo lugar, não sabemos em quais condições estão as sequelas de Hades. Sendo esta a segunda vez que retornam a vida, não temos certeza de suas limitações e nen da extensão delas. Em terceiro, está fazendo muito calor, mais do que o normal e nessa situação, não podem treinar pesado como antes. E quarto, a academia, Milo. Se utilizarem sua máxima força e cosmos, não irá resistir. Vocês não são humanos comuns. Além disso, eu espero que a academia do Santuário e a nova arena de luta continuem inteiras para que as meninas possam utilizá-las para treinar também.

– Como assim nós treinarmos? Você quer dizer fazer os treinos comuns, iguais ao que fazemos em casa, para quem quiser, não é, Athena? - Sheila estranhou a forma como ela havia falado.

– Ao menos enquanto estiverem aqui, Sheila, eu espero que aprendam minimamente a se defender, já não basta o risco que passaram no passado. - a voz de Saori saíra um pouco mais autoritária que de costume, mostrando que a Deusa não gostou muito de como Sheila falou.

– Não, não, espera aí… - Sheila deu um sorriso sarcástico, agitando as mãos e a cabeça em negativa - Já não basta você nos trazer aqui, sem nem ao menos sabermos o que você pretendia, decidir por nós que tiraríamos férias de 15 dias, sem nos consultar, agora você quer que nós… - apontou para si e as outras, a voz não tinha se alterado, mas mostrava grande descontentamento pelo seu tom sarcástico e cínico. - Treinemos e lutemos? Quer nos transformar em suas Amazonas, sem nem ao menos perguntar para nós se nós queremos ou se alguma de nós sequer está disposta a isso?

– Sheila… - A voz de Aiolos saiu grave e muito séria, tentando pôr panos quentes.

– Não, Aiolos! Não! Nós não somos marionetes para sermos manipuladas dessa maneira. EU não sou uma marionete, eu tenho uma vida no Brasil, tenho um trabalho que eu amo, tenho minha família, tenho um MBA para fazer. Eu não aceito que alguém controle minha vida. Mesmo que seja Athena!

– Eu sou obrigada a concordar com a Sheila, Aiolos.

– Julia! - Shura não esperava que a brasileira entrasse na discussão para piorar as coisas.

– Eu também. - Isabel assentiu. Camus ficou impassível, mas no fundo, se espantou um pouco com a atitude dela.

– Acho que preciso dar razão para elas também. - Marcela fez um gesto com a cabeça e cruzou os braços, demonstrando que apoiava as outras. Heluane e Paula também.

Milo, Giovanni e Shion olharam-nas incrédulos. As outras brasileiras e Esther não sabiam como agir. Se por um lado, estavam felizes em estarem de volta e terem reencontrado seus Cavaleiros, e eram gratas a Athena por isso, por outro, Sheila não deixava de ter razão. No trono, Saori ouvia tudo calada, mas seus olhos estreitaram e seu cosmo se desestabilizou, fazendo os Cavaleiros e Marin ficarem preocupados.

– Como podem ser tão ingratas!? - O lado imortal exclamou asperamente. - Eu as trouxe de volta para que pudessem ter uma segunda chance de ter o amor DELES… - Apontou para seus Santos. - em suas vidas! As trouxe de volta para que vocês sejam felizes juntos! Para retribuir todo o carinho que demonstraram da outra vez, para retribuir ao sacrifício deles! Vocês jamais saberiam que eles estão vivos sem mim, sem tudo que eu fiz!

– Ainda assim, você não pode decidir por nós, Athena! Os Deuses deram o livre arbítrio para os humanos e você nos tirou isso. Não nos consultou, tomou todas as decisões sozinha e sequer considerou o que nós queremos. Por acaso, lhe ocorreu que talvez, nós não queremos abandonar tudo, nossas famílias, nossos amigos, nossas vidas para mudar para cá? Sequer te ocorreu que, talvez, nós poderíamos amar outros homens? Ou que poderíamos nem querer nos relacionar mais com eles? Ou até mesmo já estarmos em outro relacionamento ou até casadas?

O silêncio ensurdecedor que se fez no Salão de Athena era incômodo demais. Mesmo as garotas que haviam dado seu apoio a Sheila agora se sentiam desconfortáveis com o clima que ficou. Isabel e Julia ficaram desconcertadas, pois parte do que a amiga disse se aplicava a elas. Mabel e Gabe ficaram em uma saia justa, pois já haviam decidido que queriam retomar seus relacionamentos e se mudariam.

A sinceridade brutal dela, mesmo sem gritar e sem se alterar, também fez com que os Cavaleiros não se sentissem mais tão à vontade no ambiente. Olharam para elas em dúvida, alguns sentiam o coração aflito. Seria possível que fosse tudo uma ilusão e no final das contas, seus relacionamentos acabariam simplesmente por divergência de objetivos? Rodrigo e Fernando estavam perdidos, assim como Marin e Afrodite, não tinham ideia do que fazer. Para os brasileiros, também não era tão simples deixar tudo para trás.

– O que a Sheila quer dizer, Athena… - a voz de Juliana soou pequena, mas aos poucos ganhou um pouco de firmeza, ainda que com certa polidez e gentileza. - É que, mesmo sendo gratas e estando muito felizes de reencontrar os Cavaleiros de Ouro, nós gostaríamos que tivesse entrado em contato antes, conversado conosco e buscado saber o que gostaríamos de fazer, se poderíamos passar quinze dias aqui e nos dar tempo de nos organizarmos para isso, que tivesse nos perguntado como nos sentimos a respeito de nos mudar e como gostaríamos de conduzir a partir de agora, se queremos aprender a lutar…

Shaka a olhou com certo alívio e admirado pela sua calma e sensatez, com um leve sorriso no rosto e apertou um pouquinho mais sua mão na sua. Athena sentiu um gosto amargo de derrota na boca. Nunca foi repreendida dessa forma por mortais e em seu âmago, sentiu que havia agido precipitadamente, de fato. Como Deusa da Sabedoria e da Justiça, deveria ter considerado todas as possibilidades, deveria ter agido com temperança e cuidado.

Ter entrado em contato antes como Saori Mitsui, herdeira do Grupo de mesmo nome, teria sido o mínimo a se fazer e não teria acarretado risco ou prejuízo ao Santuário. Mas sua empolgação pela perspectiva de ter seus Santos de volta e tirá-los do coma a cegou e agiu de forma equivocada.

O clima tenso havia sido amenizado com o comentário de Juliana, mas não o suficiente. Os Santos estavam preocupados com a reação da Deusa e Shion estava a ponto de intervir e mandar todos embora para suas Casas por ora.

– Muito bem. - A voz saiu fria e amarga, inicialmente, mas tornou-se mais afável em seguida. - Vocês tem razão. Como Deusa da Sabedoria e da Justiça, eu deveria ter agido de forma diferente. Lhes peço perdão por isso. Gostaria de lhes explicar sobre o próximo tópico antes de, então, lhes perguntar sobre como desejam proceder.

As brasileiras concordaram e Saori prosseguiu.

– Como mencionei anteriormente, gostaria que pensassem a respeito de se mudarem para cá definitivamente e viverem no Santuário com os Cavaleiros de Ouro. Lhes peço isso não por mim, mas por eles e por vocês. Sinto que lhes devo ao menos oferecer uma segunda chance de poderem viver seus relacionamentos, de poderem ter o tempo juntos que não puderam, por conta de Hell. Meus Cavaleiros e Amazonas são muito queridos para mim… - Saori correu um olhar afetuoso por cada um dos rostos dos quatorze homens e Amazona presentes, que sorriram e reafirmaram sua lealdade e carinho a jovem com um menear de cabeça. - E embora o retorno deles tenha sido devido as presenças de vocês… Eu jamais me perdoaria se tirasse o amor da vida deles. Sei que fui dura há pouco. - Suspirou fechando os olhos e reabrindo, buscando no fundo de seu coração aquele sentimento que nutria pelo grupo. - Mas sou sincera quando digo que tenho enorme carinho por vocês. E desejo, de verdade, que vocês todos sejam muito felizes!

Uma lágrima prateada desceu solitária pela face da garota. A voz emocionada saiu embargada e precisou respirar fundo para continuar. Levantou-se e os Cavaleiros se colocaram de prontidão, até que a própria Saori fez um gesto com a mão indicando que poderiam relaxar. E, para a surpresa de todos, ela desceu os degraus do patamar do trono e se ajoelhou a frente delas, com a cabeça baixa e as mãos no colo.

– Por isso, que lhes suplico que se ainda amam meus nobres Cavaleiros, que fiquem no Santuário e lhes deem a oportunidade de viver esse grande amor que compartilham com vocês e que venceu o tempo e até mesmo a morte. - Ergueu o rosto e mirou os olhos de cada uma, que a observavam envergonhadas. - E lhes juro… que farei tudo e darei tudo que puder para que continuem trabalhando aqui ou que tenham novos empregos onde e na área que quiserem, juro que farei tudo para que possam sempre ver suas famílias e amigos, e tenham tudo que precisam, tudo que quiserem, para que tenham a vida mais feliz do mundo!

– Athena…

– Então, me digam, o que desejam fazer? - Saori as fitou.

Sheila descruzou os braços e ficou sem reação por alguns instantes. Parou e pensou em seu trabalho, em como seu chefe não sabe sequer se organizar sozinho com a própria agenda e em sua família. Pensou nos ingressos que já tinha comprado para ver o jogo do Verdão com Amanda e seu pai.

– Puta que pariu, vou perder os jogos do Palmeiras!

– É com isso que você está preocupada? Depois de tudo o que Athena disse? - Aiolos sentiu raiva e não soube esconder. Irritado, saiu do recinto.

– Espera aí, Aiolos! - Sheila havia sido pega desprevenida, estava brava com o fato de Saori não ter consultado nenhuma delas, despejou tudo que sentia, mas sequer imaginou que a Deusa teria essa atitude. Agora esbravejava com o sagitariano, indo atrás dele pisando duro.

– Xiii, primeira briga de casal no Santuário… - cochichou Jules com Gabe.

– Bem, e então?

– Saori, se me permite… - Adiantou-se Cris. - Acho que precisamos de um tempo para podermos processar tudo e entendermos o que fazer agora. Até um dia atrás, não sabíamos que eles estavam vivos.

– E ainda precisamos avisar nossas famílias e chefes sobre essa estadia na Grécia ter sido estendida, além de organizar as coisas. - continuou Su.

– Sem falar em como faremos com a mudança para a Grécia. - Comentou Mabel.

– Ou pensarmos se vamos nos mudar para cá. - disse Paula.

– Quanto a parte de aprendermos a nos defender enquanto estivermos aqui… Acho importante. O Santuário está em paz agora, mas da outra vez também estava. Não sabemos se algo vai acontecer. Eu sei que sem cosmo, não temos muito o que fazer. Ainda assim, saber minimamente como se defender, é melhor. - Julia expressou o que pensava e Esdras sorriu, sentindo certo orgulho. - Só sugiro que deixe que cada uma escolha se quer aprender a lutar e treinar, Athena.

Isso acalmou um pouco a Deusa, que sorriu de leve ao ouvir o que a brasileira disse. Acabou por concordar em dar total livre arbítrio a todas e a Fernando. Olhou para Rodrigo e se dirigiu a ele.

– Me lembro que treinava jiu-jitsu. Espero que tenha continuado e que treine aqui. Me sentirei mais tranquila.

– Claro, Saori. Não parei durante esses anos e continuarei a treinar.

Com o clima mais tranquilo, Athena retomou a reunião. Explicou que iria ajudá-las com os arranjos de trabalho para que as garotas que desejassem morar na Grécia, deu autorização para assistirem os treinos e circularem pelo Santuário nos próximos quinze dias, mencionou que tudo que fosse necessário para decorar as Casas seria pago por ela, que as garotas estavam livres para escolherem a decoração junto com os Cavaleiros e também para escolherem o que quer que quisessem fazer a partir dali, para tomarem os quinze dias seguintes para refletir e se decidirem se iriam se mudar definitivamente para as Doze Casas.

Terminada a reunião, a Deusa se retirou e Rodrigo foi atrás dela, passando o restante do dia juntos.

Depois que Aiolos saiu do Salão, Sheila veio atrás, pisando duro. Não aceitava que não tivesse sido consultada. Não era correto. Em seu trabalho, por exemplo, qualquer agendamento de reunião com o CEO ou o CFO precisava passar por ela, se algo na agenda deles precisasse ser alterado, mesma coisa.

– Aiolos, você não tem direito de ficar bravo comigo! Não foi você que foi manipulado e que teve sua vida inteira bagunçada de uma hora para outra!

– Não tenho, Sheila? Eu quem fui para o Inferno e acordei no Santuário dez anos depois! Duas vezes, Sheila! Duas! Fui eu quem morri e fui trazido de volta a vida faz poucos dias! E com o quê você se preocupa agora que eu voltei e nós nos reencontramos? Com a porra de um jogo de futebol!

Tendo sua vida ao menos nos próximos quinze dias sido ditada por Saori, Sheila perderia muita coisa que já tinha planejado e organizado para aqueles dias, e o jogo do Palmeiras era uma delas. Imagine se mudar para outro país e deixar para trás o Brasil e tudo que conhecia, sua rotina, seus hábitos, os jogos do seu time? Uma das coisas mais importantes na vida de Sheila era seu time do coração.

– Não é UM jogo de futebol! É o jogo do Palmeiras! Eu comprei os ingressos para ir com minha irmã e meu pai! Você sabe o quanto isso é importante para mim, Aiolos?

– E eu, Sheila? Eu não sou importante para você? Eu dei a minha vida por você, Sheila! Eu dei tudo de mim por você, para que você pudesse viver, porque você é a pessoa mais importante do mundo para mim!

Sheila ficou sem saber o que responder. Claro que Aiolos era importante para ela. Mas sua vida no Brasil, também. Como poderia não se importar com essas coisas?

– Aiolos, você é importante para mim. Mas a minha vida no Brasil também é! - disse séria. - E me pedir para abandoná-la e deixar meu país é pedir demais! É um preço alto demais!

Ele estava visivelmente irritado e ela não concordava em abrir mão de tudo que tinha construído. Não adiantaria nada bater boca ali…

Respirou fundo e deu meia volta, retornando para o 13° Templo. Deixaria que ele se acalmasse e mais tarde iria a Sagitário. Enquanto isso, pensaria se iria ficar lá ou não. Mal tinha chegado e já estavam brigando?

Aiolos bufou, esfregando o rosto. Não queria ter gritado com Sheila, mas a frustração de ver que a primeira coisa que ela parecia se preocupar era com o jogo do Palmeiras, quando ele esperava ter uma segunda chance de terem um relacionamento, tinha falado mais alto.

Respirou fundo, olhando para o céu azul que se tornava alaranjado com o sol poente e com as mãos na cintura. Soltou o ar novamente, dando um forte suspiro e coçou a cabeça. O que faria com Sheila?

Acabou decidindo por descer e retornar a sua Casa. Mais tarde se resolveria com a libriana.

Shion e Paula haviam retornado aos aposentos do Grande Mestre. O ariano estava um pouco bravo com o que aconteceu na reunião.

– Como a Sheila me fala daquele jeito com Athena?

– Mas ela tem razão, Shion. Mesmo que Saori seja uma Deusa, ela não pode decidir as coisas por nós dessa maneira.

– Ainda assim, Paula… Athena fez tudo isso para que nós pudéssemos ter uma segunda chance de viver, amar e sermos felizes. Não fosse ela, não nos reencontraríamos.

– Não tenho tanta certeza disso, Shion.

– Como assim?

– Athena é poderosa, tanto como Deusa, como humana. Saori Mitsui poderia ter mexido os pauzinhos para que nos reencontrássemos, mas sem mexer tanto com as nossas vidas. Ela poderia ter arranjado uma maneira de enviar vocês para o Brasil, por exemplo.

– Não seria uma má ideia. Ir ao Brasil, aproveitar o sol, praia, reencontrar a mulher da minha vida… - Shion passou os braços pela cintura da paraense.

– A mulher da sua vida? - Paula enlaçou o pescoço dele.

– A mulher da minha vida! - O Grande Mestre sorriu e a beijou, acariciando suas costas por cima da blusa que ela vestia.

Foi um beijo carinhoso, demorado e calmo. Aos poucos, tornou-se mais apaixonado, mais profundo. Soltaram-se depois de uns bons instantes. Shion a olhou nos olhos e colou sua testa na dela, ainda abraçando-a.

– Sei que tem sua vida no Brasil, sua clínica, sua família e amigos. Não me iludo pensando que nesses 10 anos, você não teve uma vida própria, sem mim. Tenho duas centenas de anos de experiência para saber que a vida se reconstrói, mesmo depois de tantas perdas. Não me iludo esperando que você irá abandonar tudo por mim…

– Shion…

– Shhh… Me escute, por favor… - Ele pediu, com a voz em um sussurro suave e doce, acariciando o rosto dela, sem descolar suas testas. - Eu não posso te pedir para abandonar sua vida inteira por mim. Mas eu gostaria muito que escolhesse passar o resto de nossos dias juntos. Seja aqui, seja no Brasil, ou em qualquer lugar do mundo que você quiser…

Paula o olhou nos olhos e sorriu, segurando o rosto dele com ambas as mãos, o beijou. O beijou ternamente repetidas vezes, até que ele aprofundou um pouco mais os beijos, a envolvendo em seus braços.

Aiolia e Gabe desciam as escadarias para Leão, junto dos outros casais. O clima era estranho, estavam todos confusos.

– Gabe. - O leonino parou de caminhar, chamando a jovem.

– Que foi, Olia?

– Você vai mesmo ficar aqui?

– Ué, vou, por quê? - ela riu.

– Tem certeza, Gabe? Vai deixar sua vida no Brasil por mim? - ele se aproximou, tirando uma mecha do rosto dela que teimava em cair. A luz do crepúsculo deixava sua pele rosada e os olhos castanhos com um brilho cor de mel. - Sua família, seus amigos?

– Eu já deixei, Olia. - Ela retribuiu o gesto, passando os dedos pelos cabelos castanho-dourados de Leão. - Quando eu aceitei ser trainee da Mitsui, eu deixei minha família e meus amigos. Eles sabem que isso é importante para mim e me apoiam. E eu sempre posso conversar com eles por videochamadas e podemos visitá-los nas férias.

Aiolia fechou os olhos com o toque dela em seu cabelo. Segurou sua mão com delicadeza e levou-a aos lábios, beijando o dorso. Abriu os olhos verdes e a fitou.

– Eu também?

– Você também! - sorriu. - Minha família vai adorar te conhecer.

– E seus amigos?

– Desde que você jogue RPG com eles… Eles vão gostar de você!

– Eu posso fazer isso. - Abriu um sorriso radiante. - Então, finalmente, ficaremos juntos!

O Cavaleiro a pegou nos braços, erguendo-a um pouco do chão, e a beijou, apaixonadamente.

Mabel e Ricardo estavam de mãos dadas. A piauiense já tinha deixado claro que iria se mudar, no primeiro momento em que Saori propôs isso. Sua resposta tinha sido firme e sem hesitação, mas o taurino ficou refletindo sobre a reunião.

Ambos eram brasileiros, então, ele entendia o que envolvia mudar do Brasil para a Grécia, especialmente para o Santuário. Não era assim tão simples como mudar de uma cidade ou um estado vizinho para outro. Haveria um oceano inteiro, uma cultura diferente, um idioma diferente, regras e rotinas diferentes separando-a de sua família e entes queridos.

– Bel?

– Diga, Alde…

– Você está decidida a mudar para cá mesmo?

– Claro! Como eu poderia voltar ao Brasil depois de te reencontrar e continuar morando lá, se você está aqui?

Mabel o olhava com uma cara de que aquilo era tão óbvio que pela lógica não existia nenhuma outra possibilidade em seu coração. Aldebaran abriu um largo sorriso, abraçando-a forte e levantando-a do chão.

– Eu te amo, Bel! Farei você a mulher mais feliz do mundo!

– Eu não tenho dúvidas disso! Viveremos juntos para sempre!

Mú e Esther que estavam mais próximos do casal, se entreolharam e sorriram.

– Esther?

– Sim, Mú?

– Quero que saiba que eu te amo e vou continuar te amando, não importa o que você decida. Eu quero que tenhamos um futuro juntos, mas a decisão é sua e eu não irei te pressionar.

– Eu sei, Mú. - Esther sorriu para ele, tomando sua mão. - Por isso, estou pensando seriamente em me mudar para cá.

– Sério?

– Sim! Eu só preciso de mais tempo para entender como faria isso, se eu consigo manter minhas atividades na universidade, à distância, e como eu poderia organizar essa mudança.

– Isso me deixa muito feliz! - Mú parou de andar e tomou ambas as mãos dela nas suas. Sorria radiante.

– Eu estou muito feliz de te reencontrar!

O casal se beijou enquanto os outros passavam pelas escadarias.

xxx

Isso aí! Mais um capítulo e começaaamos a desenhar o futuro de alguns casais! Hehehehe

E Saori, que depois de Hell ficou bem mais dura e não aceita ser contrariada, hein?

Essa parte da avaliação física e dos treinos… Aaah, eu estou planejando algo beeem… interessante. Kkkkkkk

Para o conhecimento de vocês, eu quase, quaaase, adiantei a escrita dos hentais por conta de um post que a Mabel me marcou no Facebook que olha… deu o que falar!

Mas… eu acabei me concentrando na linha temporal da fic para não me perder!

Espero que tenham gostado!

Às reviews:

Sheila - Olha só! Será que teremos feijoada nos próximos capítulos, então? A reunião teve… E teve a Sheila colocando a boca no trombone! Kkkkkk

Mabel - Se depois do cap anterior vc achou que o povo tava muito sério… e agora nesse, heein? Tretaa! Uuh la la, será que a Isa vai ficar nesse vai ou não vai?

Notte di Luce - Hummm, esses conflitos serão complicados, mas eu tbm acho que vão superar. Pelo Shura, eu supero! Não te falei que eu abri vaga de ficha pro Dite? Kkkkk, pois agora, falei. Se habilita, Polly? A ter sua versão fanfiqueira viajando pela Europa e encontrando um Peixão desses pra chamar de seu? Kanon e seus dois empregos, acho que vai ser bom pra ele parar de ficar vivendo em função do Saga, né?