Disclaimer: Saint Seiya não me pertence e, sim, a Masami Kurumada, Toei e cia.

Texto em itálico se refere a flashbacks, quando houver.

Texto normal se refere ao presente.

Capítulo 11

Camus estava perdido em pensamentos, calado, ao lado de Isa. Era conhecido por ser um homem racional, mas desde que Isabel entrara em sua vida, o aquariano tinha mudado um pouco o seu jeito mais frio. A geminiana tinha despertado intensos sentimentos nele, tanto que havia lhe dado um pingente de cisne.

O pingente de cisne… Desde que se reencontraram, notou que em nenhum momento ela esteve com o pingente em seu pescoço e isso havia surtido um grande efeito em sua confiança sobre o que ela sentia por ele, mesmo com aquele beijo de reencontro.

Isa, por sua vez, caminhava olhando a paisagem do Santuário, mais uma vez maravilhada com a arquitetura do lugar e por estar imersa na cultura grega que estudava. Ainda assim, estava bem ciente do francês próximo a ela. E pensava em tudo que Saori havia dito.

Se mudaria para a Grécia?

Sem hesitação nenhuma, desde que tivesse sua gatinha, Tsuki, junto de si e da qual agora morria de saudade e tivesse um bom emprego.

Se mudaria para a Grécia e manteria um relacionamento com Camus?

A conversa com os amigos lhe veio à mente. Mesmo que Camus entendesse suas desconfianças em se relacionar com homens novamente, seria muito necessário que eles se conhecessem novamente. Ela lembrava de suas anotações no caderno, mas não tinha como registrar tudo que aprendera sobre ele da outra vez.

– Isabel. - a voz grave dele soou ao seu lado. - O que você sente por mim?

A pergunta à queima-roupa a fez parar de andar e olhá-lo quase com medo.

– Por quê me pergunta isso, Camus?

– Considerando tudo o que a Sheila disse, o tempo que passou desde que nos conhecemos e todos os acontecimentos, Isabel, eu entendo que é possível que os sentimentos de cada uma de vocês por nós possa ter mudado. Como você deve saber, eu sou racional. Não sou como Milo que já se joga de cabeça nos sentimentos e deixa que eles guiem suas ações.

Isa só pôde se lembrar de Julia e as duras conversas que tivera com ela ao longo dos anos por causa desse péssimo hábito.

– Então, antes de realmente me aproximar de você e retomar um relacionamento de dez anos atrás, eu quero saber o que você sente por mim. Como você se sente em relação a nós.

A brasileira suspirou. Estavam na entrada de Aquário.

– Podemos conversar lá dentro?

– Oui.

Entraram na décima primeira Casa e se acomodaram na sala que ainda precisava ser melhor decorada.

– Camus, o que eu sinto por você agora ainda é um pouco confuso para mim. - Ela segurou as mãos frias dele. - Eu acho que nós precisamos nos conhecer novamente. Eu não me lembro de tudo sobre você. E a Isa que você se lembra… já não é essa Isa que está aqui agora. Eu mudei…

– Em dez anos, é natural que tenha mudado.

– Sim, mas… - soltou as mãos dele e suspirou. "Claro que vai. - Julia opinou. Camus é diferente dos outros homens, Isa. Ele tem muito mais consciência das merdas que os homens fazem. - Ponderou Nando." Lembrou-se das palavras dos amigos. - Camyu, nesses últimos anos, eu me relacionei somente com mulheres, porque passei a ter desconfianças de me relacionar com homens. Não é nada pessoal, mas eu tenho muito receio. Lá no Brasil, nós vimos acontecerem muitas merdas, e eu vi acontecer com amigas também…

Camus ficou calado por alguns instantes. Baixou o olhar um pouco. Levantou-se e caminhou de um lado a outro com as mãos na cintura e a cabeça baixa, mirando o chão. Mordeu os lábios e suspirou.

– Eu… Eu compreendo.

– Entende mesmo…?

Ele a mirou, enfim, os olhos pesarosos. Poderia ser racional, mas era um homem que ainda estava apaixonado por ela. Ajoelhado diante dela, ele tomou suas mãos.

– Isabel, embora eu seja homem, eu sei o quão machistas nós podemos ser e as coisas horríveis que vocês, mulheres, sofrem por isso. E você está certíssima em se preservar. Entendo que mesmo comigo, que sou um defensor da Justiça, você pode não se sentir segura de se relacionar por isso. - Fez uma pausa para controlar a voz embargada. - Eu… eu só não esperava ser rejeitado.

– Camus… eu não estou te rejeitando.

– Não? Mas você não prefere se relacionar com mulheres?

– Não estou. - Sorriu timidamente para ele. - Eu só sinto que nós precisamos nos conhecer de novo, e preciso que a gente vá devagar.

O francês sorriu e a abraçou.

– Eu serei cuidadoso com você e vou respeitar o seu tempo. Vamos nos conhecer novamente. - Estendeu a mão para ela. - Prazer, sou Camus Sauniére, Cavaleiro de Ouro de Aquário, Guardião da décima primeira Casa, detentor dos poderes do gelo.

Isabel riu e lhe deu a mão, se apresentando.

Cris e Su desciam conversando com Kanon, enquanto Saga, taciturno, caminhava com as mãos no bolso. Nem Ares parecia querer dar as caras por ali, o que fez Cristiane e Kanon se preocuparem.

– Saga… Ares… está tudo bem? - a mineira pôs a mão sobre seu ombro, chamando-lhes a atenção.

– Sim, Cris. Não há nada de errado, Cristiane.

– Vocês estão quietos demais para o meu gosto. - Cruzou os braços sob o peito.

– Estamos pensando no que a Sheila e Athena disseram, Cris. Você deixaria sua vida no Brasil para morar aqui e ficar conosco?

– Rá! Deixar meu emprego e trabalhar na Mitsui com Relações Internacionais, ganhando em euros? Num piscar de olhos!

– Só por isso, Cristiane? - Ares ficou desgostoso e até Saga ficou espantado com o tom amargo da voz de sua outra face.

– Claro que não! Por vocês também!

– Ótimo! - Ares a enlaçou pela cintura e a beijou possessivo. Cris correspondeu por alguns instantes e então, se afastou.

– Mas eu tenho mais uma condição para ficar.

– Qual, Cris?

– Quero poder ver minha família. Eu posso até morar do outro lado do oceano, mas faço questão de poder continuar vendo meus pais, meus irmãos, meus primos…

– Athena vai permitir isso. Ela sabe que para vocês é diferente do que é para nós. Mesmo Camus que tem uma irmã na França, para nós é mais simples.

– Acho bom mesmo. Não sei como eu poderia viver longe deles sem poder falar e ver minha família.

– Acha que eu estaria apto a conhecer sua família?

– Ué, e por quê não?

– Você sabe, Cristiane.

– Desde que você, Ares, não tente nada contra ninguém, se comporte de forma respeitosa comigo e com eles e Saga faça o tratamento para a depressão, corretamente… Não vejo porque não.

Kanon e Suellen que tinham continuado mais à frente para dar privacidade aos dois, já entravam em Gêmeos, quando Suellen tomou a iniciativa de falar.

– Eu pensei na proposta de Athena, Kannon.

– E aí, vai ficar, Su?

– Ainda não decidi.

Suellen percebeu que ao mencionar a proposta de Saori, Kannon se animou, mas ao dizer que ainda não tinha decidido, sua animação morreu, quase ficando melancólico. Resolveu mexer com ele, embora já tivesse tomado a sua decisão.

– Por quê não?

– Estou pensando aqui… Se eu vou ter um espaço só para mim nessa Casa…

– Claro que vai! Você vai ficar comigo no meu quarto!

– Se eu vou ter um bom emprego…

– Athena disse que vai garantir isso.

– Será que eu vou trabalhar na Mitsui? Quanto será que é o salário lá?

– Eu vou trabalhar com o Julian, você não vai precisar se preocupar com o salário.

– Mas eu preciso ter dinheiro para fazer meus cosplays.

– Cos o quê?

– Aliás, será que tem eventos de cosplay aqui em Athenas?

– Ainda não sei o que é esse tal de cosplay!

– Já imaginou o que eu vou poder fazer com bastante dinheiro, já que eu vou trabalhar na Mitsui?

– Não entendi o que você quer fazer.

– Nossa! Eu posso fazer um cosplay muito melhor agora! Você me emprestaria a armadura de Dragão Marinho?

– O quê? Não pode usar a armadura sem cosmo, Suellen! Do que você está falando?

E Su continuava levantando diversas hipóteses e condições para se mudar para a Grécia, deixando Kannon louco.

Heluane e Mask desciam as escadarias de mãos dadas. A carioca pensava na reunião e ponderava. Mudar para a Grécia e morar com o seu italiano gostosão?

Com certeza!

Pera… Deixaria seus pacientes.

Mas eles tinham outros profissionais para cuidar deles no Rio. Ela não era a única enfermeira no hospital. Nesse exato momento, mesmo, havia outros profissionais cuidando deles.

Era isso. Mudaria para a Grécia!

Só tinha uma coisa que não foi mencionada durante a reunião, mas que a incomodava.

– Giovanni, acha que se eu pedir a Athena, ela nos devolveria nossas memórias?

O italiano estancou e gelou. Mas se ela se lembrasse de tudo…

– Porque quer que Athena devolva as memórias?

– Porque é o mais justo a se fazer.

– Tem… tem certeza de que quer se lembrar de tudo?

– Tenho, Gio. Se eu não lembrar de tudo, vai ficar uma lacuna no nosso relacionamento e eu não quero isso. Nos lembrarmos só por meio de anotações rápidas que fizemos sobre o que vivemos aqui, não é suficiente.

– Entendi. - A voz dele saiu grave, um pouco seca. - Eu não sei te dizer se Athena irá devolver se pedir. Mas eu prefiro deixar o passado no passado. - A verdade era que como bom canceriano que era, ainda remoía as coisas que fez a ela em sua mente.

Heluane o observou. Entendeu o receio dele.

– Gio. Eu sei que não quer que eu lembre do que você fez no passado. Mas eu sei que se eu tiver as lembranças de volta, também vou ter as lembranças boas. Além disso, sei que você é um homem melhor agora e não faria isso mais.

– Sou, mas…

– Amanhã, vou falar com Athena. - Deu um beijo carinhoso nos lábios dele, que se resignou a aceitar a decisão de Heluane.

Shaka e Juliana também iam a Virgem de mãos dadas e assim, entraram no sexto Templo. O virginiano nutria esperanças de que ela se mudasse para a Grécia, embora tentasse manter os pés no chão.

Tinha passado muito tempo e as palavras de Sheila realmente faziam sentido. Nesse período, todas elas continuaram suas vidas, construíram suas carreiras, mantiveram contato com suas famílias e amigos, criaram seus estilos de vida, suas rotinas. Será que Juliana deixaria tudo isso para trás por ele?

Ela não parecia ser do tipo de pessoa que faz grandes loucuras de amor, que toma decisões baseadas apenas nos sentimentos, que aceitaria fazer grandes mudanças tão bruscas e repentinas assim em sua vida por alguém.

– Está pensando se vou ficar na Grécia, Shaka?

– Estou. - Ele se assustou com a pergunta, mas respondeu calmamente.

– Quer saber se já tomei uma decisão, não é? - A brasileira de ascendência japonesa parou e o olhou com candura.

Shaka abriu os olhos, mirando as orbes negras com as suas, azuis. Não poderia mentir. Ele estava realmente curioso para saber sua decisão. Mas deveria respeitar o tempo dela.

– Tomar uma decisão como essa não é fácil, eu sei, Ju. Deixar Kajra para trás foi doloroso para mim. Mesmo que eu tivesse sido criado com poucos vínculos emocionais, eu gostava dela. Me sentia seguro com minha mãe e queria viver com ela. Mas para você, eu entendo que tenha sua família e que você tem uma vida no Brasil, tem seu trabalho, sua casa.

– Sim, mudar para a Grécia envolve muitas questões, Shaka. Você tem razão nisso. Mas eu estou disposta a me mudar.

– Está mesmo? - se surpreendeu com a decisão dela.

– Estou. Eu te amo e não posso deixar essa nova chance de poder estar com você, escapar.

Shaka sorriu. Dane-se que era o homem mais próximo a Deus e que tinha sido criado para ser um monge e nunca se casar. Ele iria ficar com Juliana.

Ele iria morar com Juliana, viver uma vida de amor e companheirismo com ela! Queria se casar com ela e talvez, quem sabe, ter muitos filhos com a brasileira. Ou talvez, só um. Ou dois.

Quantos ela quisesse. Se ela quisesse.

Ele a amava tanto! Beijou sua amada e a embalou em seus braços.

Em Libra, outro casal passava por esses questionamentos. Mas Dohko estava confiante. Se lembrava bem, Jules nunca hesitou em assumir uma relação com ele e não gostava de seu trabalho, o que faria a mudança para a Grécia e assumir um novo emprego na empresa de Saori muito mais fácil.

Mas será que o tempo mudou isso? Deveria perguntar para ela? Ou deveria deixar que ela o contasse?

E se ele jogasse um verde para colher maduro? Melhor ser direto?

– Jules, você… - começou a perguntar.

– Vou ficar. - Sorriu, enquanto arrumava algumas coisas suas no quarto do libriano. - Embora eu tenha até começado a gostar um pouco do meu trabalho, ainda acho ele um porre. - riu. - Trabalhar na Mitsui vai ser muito melhor.

Milo e Marcela nem tinham chegado a Escorpião, começaram a discutir. Milo que não havia gostado que ela deu razão a Sheila, reclamava da postura de Marcela durante a reunião.

A brasileira, irritada com o que Saori havia feito, despencava nele, brigando porque ele tinha a audácia de a criticar por isso, quando para ele era muito mais fácil. Ele não teria de abrir mão de nada em sua vida, continuaria no Santuário, a frequentar Rodório, manteria sua rotina e nada mudaria para ele, enquanto ela tinha de mudar toda a sua vida por ele.

– Como nada vai mudar na minha vida, Marcela? Se você não estiver aqui, minha vida não vai ter significado nenhum!

– MEU DEUS, QUANTO DRAMA! Não exagera, Milo!

– EU NÃO ESTOU EXAGERANDO, MARCELA! - berrou. - EU NÃO SEI MAIS VIVER SEM VOCÊ!

– E EU QUE VIVI DEZ ANOS SEM VOCÊ, AGORA VOU TER DE MUDAR TODA A MINHA VIDA!?

– Marcela… - A voz de Milo saiu magoada. Sabia que ela tinha vivido todo esse tempo sem ele, mas não era por culpa sua. Não foi por ele ter abandonado Marcela. Ao contrário, foi justamente por causa dela que tinha dado sua vida. Ela jogar na cara dele que ele não esteve presente desde 2013… O feriu. - Faça como quiser. Se quer voltar ao Brasil, volte.

Uma frieza maior do que a de Camus estava presente naquelas duas últimas frases que foram quase sussurradas. Mas suficientemente audível para o ouvido dela. O escorpiano saiu do salão da Oitava Casa, atravessando o jardim e entrando em sua casa sozinho.

– Milo, espera aí. Milo!

Julia desceu a Capricórnio muito quieta, seu semblante era um pouco tenso, mordia o lábio inferior aparentando estar nervosa. Shura estranhava seu silêncio e tinha tentado puxar algum assunto com ela para ver se conseguia a distrair do que quer que a estivesse preocupando.

– Julia, estás bien? - segurou seu braço gentilmente, fazendo-a parar no meio do caminho para a sala de Capricórnio, e a trazendo para perto de si. - Está muito quieta e séria. Você não costuma ser assim.

A brasileira parou diante dele, olhando seus olhos negros, preocupados, e aquela face viril, sua respiração falhou e o coração se acelerou. Não sabia como tomar a iniciativa para conversar com Shura sobre aquele assunto que pesava em seu coração e a deixava tensa.

Especialmente tensa ao pensar que agora, as suas situações estavam invertidas. Se no passado, era ele quem tinha se fechado para relacionamentos por medo do abandono, agora era ela quem estava assim.

Pensar nisso a fazia imaginar o coração de Shura se partindo em mil pedaços e isso lhe trazia uma dor terrível. Mas se não falasse nada agora, seria pior. Não seria?

– Shura, tem uma coisa que preciso conversar com você. Eu sei que você está com expectativas de que eu me mude para cá. Eu sei que você sempre quis ter uma família e que nosso reencontro ontem foi incrível, mas…

– Sí… Aonde quer chegar? - perguntou, desconfiado.

Ela tomou coragem e desatou a falar. Sabia que se ela não colocasse tudo para fora, de uma vez, não saberia como falar com ele. Mas sentia a garganta arder e o coração apertar ao falar, porque sabia… Shura ia sofrer, como disse Sheila.

– Desde que eu voltei ao Brasil depois de vir para o Santuário… Eu até tentei ter outros relacionamentos. Duas vezes, mas não deram certo. Sofri bastante, chorei muito… levei até broncas da Isa por isso. - Ela riu, um pouco de nervoso, um pouco pelas lembranças. - E desde então… eu aprendi a ser sozinha, a viver sozinha. A ter a minha liberdade. Eu me fechei para relacionamentos, eu sinto uma certa aversão, só de pensar em ter de abrir mão da minha liberdade, de ter de dividir a minha intimidade com alguém… - apontou para o peito e a cabeça, indicando que não se referia a parte sexual. - Eu não consigo nem me imaginar morando com alguém, me casando, com filhos. Então…

Ela parou ao sentir que a mão dele que vinha segurando de leve seu braço não estava mais ali, e o observou. O Cavaleiro sentia-se atordoado, parecia que tinha levado um soco… não, muito mais forte que um soco no estômago. O rosto tinha se contraído e ele parecia o Shura frio e distante do passado. Seus olhos marejaram.

– Eu sei que pode parecer que eu não quero ter um relacionamento com você depois de tudo isso, mas eu quero, Shura. - A emoção em sua voz e em sua expressão era latente.

– Quer mesmo, Julia? - Esdras, que até então, tinha ouvido calado, por se sentir apreensivo, perguntou, ressabiado.

– Quero. Eu só preciso que você tenha um pouco de paciência comigo. - Ela levou uma de suas mãos ao rosto dele, acariciando-o. - Eu te amo, sempre te amei e eu não posso te perder por causa das minhas feridas e das merdas que aconteceram comigo no passado…

Ele tocou em sua face, com o rosto bem próximo ao dela, quase encostando sua testa na dela. Seu olhar perscruta o rosto feminino e o olhar dela junto do amor que transmitia, carregava tristeza ao mencionar seu passado.

– O que aconteceu, cariño?

– Eu… eu nunca te contei isso, mas… - Ela abaixou os olhos. - Meu pai… Em uma das brigas que tivemos, ele disse que eu era um monstro. E que ninguém jamais iria me amar, ninguém jamais iria me querer, porque eu sou um monstro e ninguém quer um monstro perto. - Nesse ponto, as lágrimas escorriam dos olhos verdes.

Shura as secou com os dedos, erguendo seu rosto para olhar para ele, com um beijo cálido em seguida.

– Você não é um monstro.

– Eu sei que eu preciso me curar, me libertar disso. Eu venho tentando fazer isso. Mas é… um esforço diário. - Ela sorriu meio triste.

– Yo te amo y te quiero. Vamos com calma, no seu ritmo, então. Se quiser ficar no 13° Templo, eu vou entender.

Sorriu e o enlaçou pelo pescoço, se entregando ao beijo carinhoso dele. Seu coração estava em paz, finalmente.

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Oolás!

Eu queria fazer cenas mais longas para todas, mas acabei sentindo que precisava colocar essas duas cenas mais cheias de emoção no início e no final, para encaminhar melhor a história.

Por falar nisso… O que coloquei sobre meu pai ter me chamado de monstro e ninguém jamais me amar é real, aconteceu de verdade, quando eu tinha uns 14 ou 15 anos. Eu pensei muito se colocaria essa parte tão… pessoal da minha vida. Isso é uma fic, me permite ter liberdade criativa, não precisaria colocar memórias tão dolorosas da minha vida real.

No entanto, esse é um fato que eu achei que precisava ser explorado na história com o Shura aqui. Não mencionei isso para a Cris na época de ALSA por isso ela não colocou nada disso, mas relendo sobre o relacionamento da Julia de ALSA com o Shura, isso teria sido um ponto muito importante para toda a construção do relacionamento deles na fic original.

Inclusive, uma das coisas que me levaram a incluir isso na cena foi pq eu estava ouvindo All of Me do John Legend na hora e aí… kkkkkkkkk

Às reviews:

Helu - Cena da Sheila metendo a boca no trombone foi encomendada pela própria Sheila! Hahahahaha! Mas é bem isso mesmo: todas concordam que Athena foi egoísta e mereceu ouvir! Eu chorei de rir com seus comentários no Insta e depois na review! Kkkkkkkkkkkkkk Será que vai ter rala-e-rola no tatame?

Sheila - Habla meeesmo! Kkkkkk Aaah, a Helu sugeriu um final lindo pra Sheila e o Aiolos, mas vai ficar de surpresa! Hahahaha Eu quero que ele perceba isso, sim, pq né? Rapaz precisa amadurecer!

Krika - Maas será que eles vão dar conta de entender tudo que aconteceu nesses últimos 10 anos? Cada coisa que aconteceu que parece até mentira! É rir pra não chorar, kkkkk. Mulheeer, eu usei tua review pra montar o diálogo nesse cap, pq eu achei ÓTIMO! Hahahahhahaha

Notte di Luce - Polly, Polly, Polly… Estava pensando que talvez poderíamos colocar você na fic, quem sabe alguma(s) das meninas esbarrando com você na Grécia ou em Roma ou quem sabe em algum outro lugar da Europa, e nisso o Dite te conhece e vc passa a ser uma das garotas que vai morar no Santuário?

Gabe (Tenshi) - Pois é, Saori ouviu! As avaliações físicas… Estou guardando para o próximo capítulo! Aaah, e pelo menos UM desses almoços vai dar o que falar!

Beijos e até o próximo, mulherada! 3