Disclaimer: Saint Seiya não me pertence e, sim, a Masami Kurumada, Toei e cia.
Obs.1: Capítulo focado em Mabel e Aldebaran.
Obs.2: a primeira parte são cenas de ALSA, fic da Krika Haruno, que pincei apenas do casal deste capítulo para simbolizar a recuperação das memórias e também, do compartilhamento das memórias dos casais.
Texto em itálico se refere a flashbacks, quando houver.
Texto normal se refere ao presente.
Música tema para o capítulo: Avant Toi de Vitaa e Slimane, a pedido da Mabel.
Capítulo 16
Aldebaran estava de olho nas panelas sobre o fogão, enquanto Mabel lavava algumas vasilhas.
- Ainda tem parentes no Brasil?
- Só primos distantes. Meus pais eram filhos únicos, então...
- Sinto muito pela sua mãe. - o fitou.
- Tudo bem Bel, posso te chamar assim?
- Claro. " Bel, Mabel, El, Lebam... do que quiser." - sorriu.
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Mabel o fitou, ele trazia um fino sorriso nos lábios, fora que estava muito perto, pertíssimo dele. Ela sentia os braços dele a envolverem por completo. Seus olhos azuis a fitavam de maneira diferente.
- Ricardo...
Tudo que ela sentiu foi os lábios dele encostarem aos seus, iniciando um beijo. Mabel arregalou os olhos para depois deixar-se levar por aqueles lábios quentes. Ela passou os braços pelo pescoço dele intensificando o gesto. O cavaleiro a trouxe para mais próximo de si... A falta de ar os separou...
Em seguida o cavaleiro da última casa fitou Mabel. A brasileira o olhava de forma contemplativa, afinal o temível cavaleiro de peixes estava na sua frente. O cavaleiro estralou o dedo fazendo surgir mais uma rosa branca. Sem se importar com os olhares, depositou a rosa nos cabelos de Mabel.
- Uma flor para outra flor.
- Obrigada.
- Seu nome?
- Mabel.
- Mabel... - disse bem devagar. - ao seu inteiro dispor.
Se o rosto de Deba pudesse ficar vermelho, estaria. Subiu nele uma vontade louca de meter a mão na cara do cavaleiro, mas se segurou.
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- Quer casar comigo? - ajoelhou diante dela.
- O que? - começou a rir, achando ser brincadeira.
- Falo sério Bel. - ria também, a risada dela era contagiante. - quero casar com você.
- Sério? - até parou de rir.
- Sim.
- Mas... mas... pode? - não sabia o que pensar.
- Aioria não vai se casar com a Marin? Claro que pode.
- Mas... e a barreira...? - aquilo era um grande empecilho. - não poderemos ficar aqui.
Deba ao invés de ficar com a expressão triste, sorriu ainda mais.
- Eu vou com você.
- O que? - engasgou.
- Eu entrego meu posto e sigo com você.
- Está falando sério?
- Estou. - disse enfático. - o mundo está em paz e já que Atena me deu uma nova vida quero passar o resto dela ao seu lado, isso se você me quiser... - deu um sorriso de canto de boca.
- Claro que quero! - o abraçou. - eu aceito. Eu aceito.
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- Eu amo você. - disse, ao perceber o receio. - isso que importa.
Beijaram-se novamente. Aldebaran começou a explorar o corpo da brasileira, sendo o mais carinhoso possível. Todas as partes do corpo, receberam pequenos beijos, com o cavaleiro demorando algum tempo na parte feminina. Bel segurava os cabelos dele, dizendo baixinho o nome do guardião da segunda casa... Ela não se contentou em apenas olhar aquele corpo de mais de dois metros completamente seu. Explorou-o e em várias maneiras, escutando o cavaleiro pronunciar o seu nome entre um gemido e outro e contorcer o corpo.
No momento derradeiro, Ricardo foi lentamente para não causar desconforto devido ao "tamanho". Tudo que não queria era machucar sua Bel.
Os movimentos começaram sem pressa para que ela pudesse acostumar. Sem perder o contato visual, o ritmo foi aumentando até chegarem ao ápice juntos.
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A explosão foi violenta, imediatamente Hell e Mask foram absorvidos pela luz, foi fração de segundos a luz encobrir todos os cavaleiros...
No santuário sentiram um forte tremor de terra, em seguida viram uma torre de luz subir até os céus, atravessando o centro do selo. Ao chegar ao ápice a luz se desfez como estrelas cadentes.
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As memórias de Aldebaran vieram aos poucos e Mabel sentia um calor agradável em seu corpo e em seu coração, conforme os momentos que viveu com ele voltavam a se formar em sua mente.
Todo o amor e carinho do taurino que culminaram naquele pedido de casamento. Foram um dos primeiros casais a se formarem e assumirem um relacionamento perante os outros Cavaleiros e Athena.
Sentiu um nó na garganta quando as últimas memórias dele surgiram. Uma pequena lágrima escorreu por sua face e então ela acordou.
Mabel despertou e levantou-se, parando diante de Aldebaran, que estava sentado em uma cadeira na frente da cama. Ainda em pé, beijou a testa de Ricardo e se abraçaram.
Os braços fortes e as mãos grandes a envolveram e ele afundou o rosto em seu ventre. Finalmente, estavam juntos novamente. E ela lhe beijou o topo da cabeça, acariciando os cachos negros.
– Eu não vou deixar mais nada nos atrapalhar, Bel. Não vou deixar nada impedir nosso casamento.
– Ricardo…
– Eu prometo, prometo com todo meu coração, que agora, ficaremos juntos para sempre. - Ele a olhou nos olhos, tomou-lhe as mãos nas suas e as beijou calidamente, sem desviar o olhar. - Vem…
Ricardo se levantou, puxando-a pelas mãos até o jardim que ficava entre o Salão da Casa de Touro e a parte residencial. Havia um amplo gramado muito verdinho, um canteiro com girassóis do lado esquerdo, no lado direito, havia alguns arbustos, como buxinho, e canteiros com outras flores, como calancho, margaridas e verbena. Havia um caminho de pedras que passava pelo gramado que ligava o Salão e a residência.
Mabel teria sentido o aroma da verbena se pudesse sentir cheiros, mas desde criança, ela perdera o olfato depois de cair e bater a cabeça. Tinha se encantado com as cores e a beleza do jardim no primeiro dia que chegaram. Ela não tinha notado, porém, o portão de grade azul clara com arabescos, que ficava ao fundo dos arbustos e que dava para apenas uma parede de pedras, pelo que ela podia ver dali.
Aldebaran a conduziu pelo caminho de pedra e com a mão livre, puxou o trinco e empurrou a grade, abrindo o portãozinho.
Quando passaram, Mabel notou que a parede de pedras, coberta por unha de gato, tinha um chafariz na forma da cabeça de um touro e da boca do bicho, jorrava água límpida. Mas o caminho continuava pela direita e o taurino a conduziu por ele, contornando e entrando em um edifício nesta área privativa do jardim e Mabel ficou boquiaberta.
Estavam em uma estufa, que mantinha a temperatura um pouco mais baixa e úmida do que o lado de fora. A parede com o chafariz era o fundo dela, enquanto as outras paredes eram de ferro e vidro, como um pequeno palacete de cristal.
– Uau… - Mabel exclamou. - São lindas!
– Eu sei que você gosta de rosas, então, pedi ao Gustavv… Ele disse que são Rosas Julieta, a espécie mais rara de rosas do mundo.
A piauiense olhava admirada as flores cujas pétalas delicadas tinham um tom de pêssego e se espalhavam por toda a estufa. As flores tinham outras minúsculas flores dentro delas.
– Você fez isso tudo para mim? - perguntou.
– Sim, essa era a surpresa que estava preparando para você. Pedi ajuda a alguns amigos de Rodório e Athena e conseguimos construir em poucos dias.
– Fez isso em quatro dias!? - se virou e encontrou ao centro da construção, uma mesa posta e Aldebaran ajoelhado.
– Bel, da outra vez em que esteve no Santuário, eu estava desanimado, resignado a condição de ser um fardo para meus companheiros de batalha. Quando você chegou… você não ultrapassou só a barreira do Santuário, você… mudou completamente a minha vida, Bel. Me fez acreditar em mim mesmo de novo, a me considerar digno de servir Athena. Eu sei que eu já fiz o pedido duas vezes, mas tivemos a guerra contra Hell e se passaram dez anos… Então… Casa comigo, Bel?
Os olhos azuis de Aldebaran brilhavam e estavam cheios de expectativa, enquanto segurava uma daquelas rosas tão raras entre os dedos. Já tinham trocado anéis de noivado, e ela nunca o tirara do dedo, mesmo com tudo que aconteceu.
Ricardo tinha notado isso e tinha certeza que ela ainda o amava como ele a amava e que iriam retomar seu relacionamento e se casar. Porém, para Mabel, as coisas mudaram. Claro que ela continuava a amar Ricardo e tinha a absoluta certeza de ficar com ele e se mudar para a Grécia, viver uma vida com ele. Mas casar… Não estava mais nos seus planos.
– Ricardo, eu não quero me casar. - achou melhor tirar o band-aid de uma vez.
– Como? - O Cavaleiro de Touro ficou lívido. - É por causa do Gustavv?
– O quê?
– Você não quer casar por causa daquele desgraçado? - Aldebaran se levantou num rompante, assustando Mabel.
– Isso não tem nada a ver com o Afrodite, Aldebaran. - a voz de Mabel saiu dura, brava e fria.
– Então, por que não quer mais se casar comigo? Você tinha aceitado! - Exclamou, gesticulando com as mãos.
– Eu aceitei, porque naquela época eu era diferente, eu queria me casar. Mas agora, não. Eu não tenho mais esse sonho. - deu de ombros.
– Você não me ama mais. - a voz saiu triste.
– Eu te amo, te amo de verdade, mas eu não quero me casar, Alde.
– Por quê? - murmurou Aldebaran, que agora estava com os olhos marejados.
Mabel suspirou, desanimada. Como ia explicar?
– Eu vejo esses casais por aí, Deba… Minhas amigas e amigos lá no Brasil que casaram, agora estão todos separados… O povo casa e fica brigando o tempo todo depois, nem se olham mais, não se falam mais… Casar pra quê? Eu não quero viver assim com você. E eu não quero que a gente precise casar pra poder dizer que eu te amo.
As palavras de Mabel saíram carinhosas e ternas, mas ao mesmo tempo tristes. Será que Aldebaran não poderia entender que eles não precisavam casar para se amarem?
– Eu quero casar com você, Mabel… Pra mim, não tem sentido ficarmos juntos se não for para casar…
– Como?
– Mas eu te amo, te amo muito e quero ficar com você.
– Então, tudo bem por você se a gente não casar?
– Tudo… - Deu um pequeno sorriso e acariciou os cabelos de Mabel, estava devastado por dentro, mas não queria perder a mulher que amava.
Ela o abraçou e o taurino acariciou suas costas e cabelos, suspirando.
– Eu tinha preparado isso para a gente celebrar a renovação do nosso noivado, mas… - ele a soltou e virou-se para a mesa posta.
Havia dois lugares sobre a mesa e taças do tipo flauta. Um balde com gelo ao lado da mesa continha uma garra de champagne. Um carrinho desses do tipo de serviço de quarto continha um brunch com canapés de patê de presunto, de fatias finas de peito de peru e queijo, ovos mexidos, pequenos sanduíches, biscoitos salgados e doces, bolos, frutas, entre outras guloseimas.
– Vamos comer! Imagina perder tudo isso, que desperdício!
– Tem certeza?
– Claro! Não vamos casar, mas podemos comemorar que você está vivo e nos reencontramos, não podemos?
– Podemos. - Aldebaran riu.
Sentaram-se para comer e apesar dos sentimentos confusos de Ricardo, que digeria o fato de que Mabel não queria se casar, se divertiram e conversaram durante algumas horas pela manhã, deixando para irem ao almoço organizado por Esther e Mú só mais tarde.
XxxX
Ooi, ooi, gente!
O capítulo demorou a sair, no fim de semana seguinte ao que atualizei, trabalhei em um capítulo que vai vir mais para frente, estou aos poucos aprimorando ele. E no fim de semana passado, tive um aniversário no sábado e no domingo, fiquei largada por causa do calor terrível que fez. Campinas chegou a quase 40 graus.
O cap. também ficou curtinho, estava meio sem ideias e quebrando a cabeça sobre como desenvolver essa questão do casamento da Bel e do Deba, pq a Bel conversando comigo me contou que não casaria mesmo.
Aos poucos, conforme fui escrevendo, foi se desenrolando. Tinha me esquecido da tal surpresa do Deba e acabei tendo essa ideia da estufa com as flores e encaixei aqui.
Essas rosas Julieta são as rosas mais raras do mundo mesmo, um britânico levou 15 anos pra cultivar e investiu uns bons milhões para isso. Só que ela não existe no Brasil. É bem bonita, e se quiserem dar checada, é só pesquisar por Rosa Julieta.
Às reviews:
Mabel - Kanon é outro que precisa de terapia pra deixar de ficar se comparando com o Saga, né? Shion tem 200 e tantos anos de fogo guardado! Uma hora, precisa colocar pra fora, né? Hahahahaha, o cabrito "insuportável" é lindo mesmo! Espero que tenha curtido Mabel e Deba. Não foi a cena hot ainda, mas aguarde… ela virá!
Margarida - Acho que é pré-requisito para ser Cavaleiro de Ouro, hein, Sheilinha? Hahahahahaha! Os dourados foram quase todos bem quentes em ALSA. Escorpianos também sabem ser fofos e carinhosos, queria mostrar esse lado do Milo tbm. E o Kanon, poxa… Ele apaixonado pela Su em ALSA, tinha uns momentinhos tão fofinhos. Sheila e Aiolos estou pensando ainda como será, mas quase certeza que o gatilho para a cena hot deles vou aproveitar aquela música que vc me mandou, que disse que sabe a coreografia completa! Hehehehehee
Krika - 2 escorpianos pegam fogo, sim… Mas como também temos esses momentos carinhosos, de emoção intensa e profunda (eu que o diga, com Sol, Lua e Mercúrio em Escorpião)... era um lado deles que foi se escrevendo sozinho e achei que ficou tão lindo e emocionante, que não quis colocar nada pra estragar o momento! Hahahahaha
Tenshi - Tava na hora do Shion quebrar um pouco essa imagem de sério e td mais, dele, né? Hahahahaha! Su e Kanon e Milo e Marcela foram se escrevendo sozinhos… e foi legal que mostrou um pouco mais do amor e carinho deles, né?
