Disclaimer: Saint Seiya não me pertence e, sim, a Masami Kurumada, Toei e cia.

Texto em itálico se refere a flashbacks, quando houver.

Texto normal se refere ao presente.

Músicas temas para o capítulo: playlist Girls Night do Spotify mesmo…

Capítulo 25

Esther aproveitou que Mú havia saído para receber Kiki para arrumar suas coisas. Na correria, tudo havia ficado nas malas. Haviam comprado uma cômoda e um grande guarda-roupas para colocarem os pertences de ambos, mas só chegariam na segunda-feira.

Estava distraída, pendurando suas roupas e sentindo o suave perfume de patchouli e cedro que impregnava as vestes de Mú, quando o namorado apareceu na sala da Casa de Áries com o pupilo.

– Esther? - ele a chamou, mentalmente.

– Já vou. - Sobressaltada, pendurou rapidamente a túnica do ariano de volta e, apesar de não ter feito nada demais, sentindo a face queimar, respirou fundo e se recompôs antes de sair do quarto.

Ela já ouvira Mú comentar algumas coisas sobre o pupilo, cheio de orgulho e com um brilho no olhar que a fazia admirá-lo ainda mais, sabia que Kiki era um bom rapaz e acreditava que se dariam bem, mas Esther não sabia o que esperar.

Quando pôs os pés na sala, ficou impressionada com a cabeleira muito ruiva, os fios vermelhos brilhando com a luz de modo que pareciam labaredas. O rosto com várias sardas tinha um ar jovial ao primeiro olhar, mas os traços eram bem maduros, ela observou estranhando.

– Você deve ser a Esther. - a voz grave dele ressoou em sua mente, tomando-a de surpresa. Era uma voz mais firme, de um homem já com seus 30 anos, mas com um certo tom travesso, que era ressaltado pelo seu olhar e o sorriso que tinha no rosto. - Ah, Mestre Mú me disse que era assim que conversavam, achei que…

– Está tudo bem, não se preocupe. - ela o interrompeu, um pouco afobada. - Eu só… não esperava que sua voz fosse tão… madura.

– Achou que eu era mais jovem? - ele riu, divertindo-se.

– Sim… - A face de Esther ganhou uma coloração levemente rosada. - Me desculpe, é que vimos você criança na série, é um pouco difícil de acostumar que agora você já seja um homem adulto.

"E que usa terno e gravata", Esther queria completar, mas se segurou.

– Não é de se espantar. Eu tinha uns oito anos na época que Kurumada chegou ao Santuário.

Esther observou a face do rapaz a sua frente, piscou algumas vezes ao ver quão azuis eram seus olhos e como contrastavam com os fios de fogo.

– Está tudo bem, Esther?

– Sim! Sim… Mú, acho que devemos ir e começar a cozinhar. - Esther disse na mente de Mú, mas Kiki pareceu "ouvir" também.

Os dois arianos concordaram e, logo, os três estavam na cozinha do Décimo Terceiro Templo.

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Os primeiros a chegarem foram Shaka e Juliana, Fernando e Marin, Afrodite, Jules e Dohko. Ao entrarem no recinto, encontraram um rapaz alto de cabelos ruivos curtos trajando ainda uma calça social, camisa e sapatos de couro, andando de um lado para o outro, ao telefone.

Os brasileiros estranharam, pois não sabiam de quem se tratava e como o rapaz estava sempre de costas para eles, não conseguiram distingui-lo. Até que Marin se pronunciou assim que ele desligou o telefone.

– Kiki, hoje é sábado, não deveria ficar trabalhando. Especialmente estando no Santuário.

– Espera aí, esse é o Kiki? - Fernando soltou, surpreso.

– Ah, Marin! Boa tarde! - o rapaz se aproximou. Parou diante dos Cavaleiros e os observou com um ar solene e cheio de admiração. - Shaka, Gustavv, Mestre Ancião, é muito bom tê-los de volta! E vocês… devem ser amigos da Esther, que estiveram aqui em 2013.

– Sim, eu sou a Jules e essa é a Juliana.

– E eu sou o Fernando.

– É um prazer conhecê-los. Se me permitem, vou só fazer mais uma ligação e já volto.

– Kiki… - Marin olhou com um ar repreendedor.

– É a última, prometo. - o ariano deu um sorriso divertido e saiu, indo para o jardim de Athena.

As garotas e Fernando olharam para Marin com uma cara de ponto de interrogação, ao que a Amazona deu uma risadinha antes de responder às suas indagações.

– O Kiki atualmente é o COO da Mitsui.

– O Kiki é o quê? - Sheila, que chegava acompanhada de Aiolos, Milo, Marcela, Giovanni e Helu, quase caiu.

– Não entendi… O que significa isso, Sheila? - Juliana indagou.

– Significa que o Kiki é o Diretor de Operações da Mitsui e chefia todas as operações da empresa. Ele é como o segundo em comando, só está abaixo da Saori.

– Exatamente. Um pouco antes do nono período da faculdade, o Kiki foi efetivado como assistente. Um ano depois de formado, passou para analista e se mostrou muito competente. Em dois anos, ele se tornou Coordenador e, como eu precisava me dedicar mais ao Santuário e nunca fui parte da alta liderança da Mitsui oficialmente, comecei a delegar mais tarefas a ele e, passados três anos, alcançou o cargo de Gerente. Já faz um ano que ele se tornou diretor.

Os dourados, que ainda não estavam por dentro de tudo que havia ocorrido naqueles últimos dez anos, ouviam atentamente, assim como os brasileiros. Estavam felizes por saber que o jovem pupilo de Áries pudera levar uma vida normal e pacífica, o que significava que seus sacrifícios não haviam sido em vão.

– Nunca imaginei o moleque com uma carreira meteórica no mundo dos negócios. - Milo comentou.

– Pois é, como é que ele não apareceu na Forbes ainda? - Marcela concordou com o namorado.

– Mas ele apareceu. - Saori, que descia as escadas com Rodrigo, Paula e Shion, sorriu.

– Como é que é? - os brasileiros olharam para ela, ainda mais surpresos.

– No mundo corporativo, o Kiki responde por Kiran*. Talvez por isso, não reconheceram pelo nome. Ele foi entrevistado pela Forbes logo que foi nomeado COO.

– Mas ele não deveria ter assumido a armadura de Áries depois que…?

Antes que pudessem continuar com as perguntas, ouviram um barulho na cozinha e a voz de Mú resmungando alguma coisa. Em seguida, Esther veio à sala.

– Athena, Marin! Será que podemos chamar uma das servas para nos ajudar rapidinho?

– Claro! O que vocês precisam? - disse Saori, pedindo licença e acompanhando-a de volta à cozinha, junto com Marin.

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Na sala, Kanon, Suellen, Camus e Isa haviam chegado, as garotas e os Cavaleiros se reuniram em torno da sala. Logo Aiolia e Gabe, Saga, Cris, Julia, Shura, Deba e Mabel, os últimos a chegarem, se juntaram a eles.

– A Excalibur continua afiada, mana? - Isa mexeu com ela, dando um sorrisinho enquanto bebericava um chá gelado.

– Muito. E o sorvetinho de limão? - Julia mexeu de volta com a geminiana.

– Sem comentários, Julia.

– Quem é aquele que está no telefone lá fora? - Mabel indagou.

– É o Kiki. - Respondeu Jules. - Vocês acreditam que agora ele é diretor na Mitsui?

– Nossa, sério?

– Ué, mas o Kiki não deveria ter uns 20 e poucos anos? - Cris comentou. - Estamos tão velhas assim?

Ela e as outras riram. Não sabiam que o jovem as ouviu.

– Realmente, estou com 30 anos. - o rapaz sorriu, se divertindo. - Mas não se preocupem, vocês não estão tão velhas assim.

As garotas que ainda não o tinham visto de perto se viraram para trás e não teve como não ficarem espantadas e sem graça. Ele era um homem muito bonito, com sardas, olhos bastante azulados e tinha um porte altivo. Já estava com outras roupas, mais casuais, e Marin ficou satisfeita de ver que ele não trazia o telefone junto.

– Kiki! - Ricardo se levantou de onde estava e deu um grande abraço no ruivo, dando tapinhas nas suas costas.

– Bom ver você, Aldebaran! - o ariano correspondeu ao abraço.

– E aí, Moleque! - Milo o cumprimentou.

– É um prazer vê-los todos aqui, vivos e bem, de novo.

– Por falar nisso… - Julia tomou a palavra. - Eu queria agradecer a todos vocês.

– Do que está falando, Ju? - Kanon perguntou.

– Eu sei que proteger a Terra é dever de vocês, mas… Mesmo assim… Obrigada por terem nos protegido e salvado a Terra. - Olhou-os, um a um, mesmo aqueles com quem ela não tinha tanta afinidade ou não tinha ficado tão próxima no passado.

As meninas concordaram, acenando com a cabeça.

– Eu também quero agradecer… - Gabe disse.

– Eu também. - Mabel e outras meninas também se levantaram.

Os dourados ficaram sem saber o que dizer. Nunca, em todos esses anos, receberam um agradecimento das pessoas que salvaram, exceto de Athena.

Se entreolharam desconcertados e olharam para as garotas em seguida, completamente sem jeito.

– Nós nunca teríamos feito diferente. - foi Shaka quem respondeu, com um sorriso. - Jamais poderíamos nos perdoar se algo acontecesse com vocês.

– Cada uma de vocês é importante para seu Cavaleiro de Ouro, e todas são importantes para mim, minhas pequenas rosas. - Gustavv disse com carinho, tocando de leve o queixo de Gabe que estava mais próxima, fazendo todos rirem e aliviando um pouco o clima.

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Na cozinha, Ester terminava de cozinhar as lentilhas sob as orientações de Mú que finalizava as outras preparações como os legumes e molhos.

Pouco depois, tudo estava pronto e com a ajuda de algumas servas, levaram as vasilhas com cada acompanhamento, as tigelas de arroz e de lentilha para a sala de jantar, dispondo-as sobre a mesa.

– O almoço está pronto! - disse um orgulhoso ariano.

– Kiki, pode fazer as honras? - Esther pediu ao "enteado".

– Com toda a certeza! - o rapaz deu um pulo do sofá onde estava e foi se servir, dando início ao almoço, que corria com as conversas e risadas dos brasileiros e Cavaleiros.

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– Então, eu estava lá na arena, de frente para o Mestre Shion, pronto para mostrar que eu já conseguia usar meu cosmo. Estufei o peito, me concentrei ao máximo, olhei bem para o alvo e quando eu fui lançar um golpe…

– Ao invés de um relâmpago, o Olia só conseguiu uma faísca que saiu da mão dele e rodopiou até o chão… - Aiolos chorava de rir contando a história para Gabe, Cris, Suellen, Sheila e Jules.

– Não, não foi bem assim! Ela ainda girou um segundo no ar e depois, apagou… - Aiolia tentava se defender, enquanto Saga e Kanon riam junto com o irmão.

– Não durou nem um segundo, Leão…

Um pouco mais no canto, Dohko, Shaka e Mú conversavam com Juliana, Ester e Paula.

– Você vai mesmo para a Índia para encontrar a Kajra? - Mú indagou, observando Shaka enquanto pegava um pouco de arroz e lentilha.

– Sim, pretendo ir assim que Athena permitir.

– Nós estamos pensando em passar alguns dias por lá, para passear também. - Juliana acrescentou. - Shaka quer me mostrar o mosteiro onde ele morou.

– Vão a Bodh Gaya? - Dohko perguntou, interessado.

– Claro, é importantíssimo. - Shaka respondeu determinado e sem hesitação.

– Que lugar é esse, Shaka? - Paula serviu-se de um pouco mais de arroz.

Jules olhou o indiano com atenção, pois também queria saber.

– É o local onde Buda alcançou a iluminação. Onde fica o monastério em que vivi antes de vir para o Santuário.

As garotas ficaram sem palavras ao imaginar o local que era tão importante para a religião budista e para Shaka também.

– Com certeza, deve ser um lugar impressionante. - murmurou Juliana.

– É, sim. - Shaka sorriu, olhando para ela. Sem se importar com os outros Cavaleiros e as meninas, levou uma das mãos ao rosto dela em uma carícia. - E por isso quero te levar lá.

Com todos reunidos e servidos, a sala de estar e de jantar do décimo terceiro templo se encheram de um clima leve e alegre.

x.x.x.x

Oláá!

Gente, demorei muito a postar esse capítulo. Eu tinha iniciado semanas atrás, mas não conseguia fechá-lo do jeito que eu queria. Até que hoje, resolvi espantar a preguiça e a falta de ideias e abri o doc.

Notei que faltava incluir a cena em que a Esther conhecia o Kiki e depois que inseri, notei que não faltava mais nada.

Uma explicaçãozinha: Dal Bhat é um prato do Tibet, se não me engano, tem arroz, lentilhas cozidas, e vai uma variedade de legumes e molhos como acompanhamento e pode levar pão também.

E no próximo capítulo… O que será que nós e nossos Cavaleiros vamos fazer num sábado a noite? Eu pensei em irem ao Karaokê, mas… Aceito sugestões! Hahahahaha

Às reviews:

Gabe - Sim, esse flashback é uma conversa que era extremamente necessária entre nós dois. Aqui, conhecemos o Kiki… O que vc achou dele? Com certeza, essa fic é para distribuir felicidade para todo mundo… Mas ainda vai ter um ou outro desafio para os casais, que servirão para eles crescerem… hahahaha. Essas dinâmicas de irmãos são sempre divertidas mesmo! Será que o Mask vai mesmo levar a Helu pra cama nesse sábado a noite?