Disclaimer: Saint Seiya não me pertence e, sim, a Masami Kurumada, Toei e cia.
Nota rápida só para um diálogo no meio do capítulo: em italiano, o -ci e o -ce se pronunciam igual a -tchi (em atchim) e -tche (igual a gíria gaúcha) do português brasileiro.
Texto em itálico se refere a flashbacks, quando houver.
Texto normal se refere ao presente.
Músicas temas para o capítulo: música tema (Main Title) do filme live-action KOTZ para a primeira parte. Para a segunda parte, Bromance de Chester See e Ryan Higa. Para a terceira parte, trecho de Woman's World da Katy Perry (que será lançada dia 11 de julho, YAY), Cheap Trills da Sia, Chikyuugi de Saint Seiya e por fim, I Want to Break Free do Queen!
Capítulo 27
Depois do almoço, Saori, Shion e Marin se reuniram no novo escritório da Deusa. Haviam muitas coisas das quais precisavam atualizar Shion. Aiolos, como futuro Grande Mestre, deveria fazer parte da reunião, mas Saori quis conversar com o ariano primeiro por ser mais experiente.
– Como eles estão?
– Pelos relatórios que Shina, Ikki e o médico passaram, estão bem, em perfeitas condições e sem sequelas de Hades.
– Shion? - Mitsui se voltou a ele.
– Possivelmente, a intervenção de Odin nos curou permanentemente. De fato, não há indícios das sequelas, senhorita.
– Fisicamente, o condicionamento está abaixo do esperado, em vista do coma.
– Achei que com meu cosmo os efeitos do coma seriam minimizados.
– E foram, senhorita. Se não tivesse nos impregnado de seu cosmo sagrado, com certeza, não estaríamos nas condições que estamos. Sequer conseguiríamos uma recuperação tão rápida após despertarmos.
Saori assentiu com a cabeça.
– E psicológica e emocionalmente?
– Bem… Acredito que estão felizes, senhorita. - Marin deu um pequeno sorriso. - Encontrar as garotas de novo e terem uma nova chance para o amor trouxe felicidade a todos eles.
– Até Saga?
– Pelo que eu pude observar, sim. Não tem demonstrado sinais da depressão. Ares se arrependeu e está comprometido em ser um homem melhor e digno para a Cristiane.
– Qual sua avaliação, Shion?
– Estão bem, como disse a Marin, realmente estão todos felizes com esta nova chance. - Shion sorriu. - Eu, inclusive.
– Mas estão motivados? Estão…? - Saori não sabia como colocar a questão.
Shion estranhou um pouco o questionamento, mas sabia a quê ela se referia.
– A lealdade deles a você é incontestável, Athena. Mesmo de Giovanni e Saga.
– E Ares?
– Não sei dizer ao certo, senhorita, mas me parece que ele abdicou de suas ambições em nome da Cristiane.
– Hum.
A jovem ficou em silêncio por alguns instantes, assimilando as informações. Em seus pensamentos, isso significava que, se algo ocorresse a Cristiane, Ares voltaria aos mesmos planos de antes. Já Shion estava um pouco preocupado com os questionamentos e o silêncio dela.
A próxima pergunta só fez crescer a preocupação do escolado Grande Mestre. O tom de voz da Deusa mudou, indicando que o lado imortal estava presente.
– E estão em condições de lutar?
– Senhorita, havia dito que não queria mais guerras…
– Eles podem lutar? - insistiu Athena, incisiva e fria.
– Sim, acredito que sim. - Respondeu objetivamente e fez uma pausa, perscrutando a Deusa. - O que está havendo? - Ele notou que Athena lhe escondia algo.
– Recebemos uma convocação do Olimpo para comparecermos daqui algumas semanas. - Athena respondeu sem rodeios, mas em tom sério. - Todos, sem exceção.
– Até os brasileiros?
– Todos, sem exceção. - respondeu enfática e isso preocupou-o ainda mais.
– Mas há alguma ameaça iminente?
– Apenas precauções, Grande Mestre. - Athena se levantou da cadeira. - Como Deusa da Sabedoria, devo estar preparada para quaisquer situações. E não sei o que esperar do Olimpo com esta convocação. Esta reunião está encerrada.
– Mas, Athena, ainda temos as questões dos aspirantes…
– Esta reunião está encerrada, Marin. Trataremos disso em outra ocasião.
Ao responder, Athena saiu, soltando um profundo e pesaroso suspiro ao fechar a porta. De fato, não queria mais guerras e se algum olimpiano a trouxesse novamente a sua porta, embora não quisesse que seus Cavaleiros lutassem e sofressem novamente, precisava garantir que estivessem em condições de lutar no caso de precisarem se defender e proteger os brasileiros.
Na sala, Shion entendeu o porquê de Athena não querer a participação de Aiolos naquele momento. Era uma situação muito delicada, lidar com uma convocação do próprio Olimpo.
– Você sabia disso?
– Eu estava junto dela quando ela recebeu a convocação.
– Quando foi isso?
– Há uma semana.
– E me deixaram até o momento sem esta informação crucial?
– Foi decisão dela, Grande Mestre. Eu disse que deveríamos avisá-lo assim que despertasse e estivesse em condições. Mas ela decidiu assim e não pude contrariá-la.
Shion suspirou, olhando para um ponto distante.
– Athena mudou.
– Após a morte de vocês, ela endureceu. Perdê-los foi como perder um pedaço da alma dela, Shion. - Marin fez um muxoxo e pousou sua mão sobre o ombro do homem que carregava o título mais alto do Santuário. A aparência antes jovial cedeu espaço a uma ruga de expressão em sua testa e ele agora parecia cansado. - Athena não se perdoou pelo sacrifício de vocês.
O Grande Mestre olhou nos orbes azuis de Marin e assentiu, com um ar triste.
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Camus, um tanto a contragosto - não era nenhum fã de lugares com músicas barulhentas - fora convencido por Isabel a ir. Ele e Shura haviam se arrumado como o combinado e desceram até Escorpião, mas Shura passou reto, ainda irritado com o amigo.
– Você precisa fazer alguma coisa a respeito, Milo. - Camus estava placidamente sentado a uma poltrona, folheando uma revista qualquer sobre saúde masculina com dicas de treinos e condicionamento físico, no quarto do amigo que o alugava para ajudar a decidir o que vestir. - Não quero saber como, mas você precisa consertar o estrago que fez, não só ao relacionamento deles, como à sua amizade com Esdras e os sentimentos da Julia por ele.
– Ela ficou mesmo muito brava e magoada com ele. - Milo apareceu, vestindo um jeans e secando os longos cabelos.
– Por sua culpa. Se você se diz tão amigo dela, deveria saber que isso a magoaria. - O mirou nos olhos com certa censura.
– Eu sabia que a magoaria, mas é melhor a verdade, mesmo sendo dolorosa, do que uma mentira. - Milo o olhou bem sério, mas sua voz não era cortante. Muito pelo contrário. Camus sabia pelo seu tom de voz, que o escorpiano estava sendo zeloso em relação a Julia. Mas que também havia uma emoção reprimida ali, em relação a ele próprio.
– Você nunca vai me perdoar por não ter dito quais eram os nossos planos quando vestimos as Súrplices? - Camus deixou a revista de lado e de forma incomum, sua voz demonstrava uma emoção e vulnerabilidade que só se permitia com poucas pessoas.
A verdade era que esse havia sido um ponto sensível na relação entre Escorpião e Aquário desde a Guerra Santa. Milo considerava Camus um irmão, alguém com quem não tinha segredos entre eles e, mesmo sabendo depois, que a cada vez que Camus, Shura, Saga, Giovanni, Gustavv e Shion pensavam em Athena ou sobre o plano deles, as Súrplices os castigavam, queria que Camus tivesse contado a verdade, se sentindo traído e magoado.
Maldita sensibilidade dos signos de água.
Já Camus se sentia chateado com o amigo por ter considerado que ele trairia sua confiança. Não podia revelar o plano, não por não confiar em Milo. Ele confiava - ao menos em relação a tudo que se referia à Athena e aos seus deveres como Cavaleiro -, confiava com a sua vida, mas se revelasse o plano, poderia colocar tudo a perder, por conta dos Espectros que os rodeavam e vigiavam.
– Mas eu perdoei. - Milo estendeu os braços com as palmas abertas e viradas para cima.
– Não parece que perdoou, Milo. Vez ou outra, você sempre toca nesse ponto como se quisesse que eu implorasse o seu perdão. - Camus levantou-se da poltrona, ficando à altura do grego e o olhou seriamente.
– Sauni… - Milo chamou-o pelo apelido que lhe dera quando eram crianças e colocou as mãos em seus ombros, olhando-o com vulnerabilidade. - Eu te perdoei. Mas entenda… eu realmente acredito nisso. Que saber a verdade, mesmo sendo dolorosa, é sempre melhor do que uma mentira.
– E você acha que a Julia pensa do mesmo jeito?
– Uhum.
– Mesmo que o Shura tenha sido apenas gentil e que foi essa sua mente deturpada que viu um flerte entre ele e a Hilda? - o francês deu um meio sorriso maldoso e cutucou a testa do amigo com um pouquinho mais de força do que deveria.
– Mente deturpada é o c…
– Olha a boca! - Aquário deu um soco no ombro de Escorpião.
– Porra, Camus! Isso dói! Vai ficar roxo, caralho.
– É para você aprender a não ver maldade nas pessoas!
Milo mostrou o dedo do meio para o amigo, já a caminho de volta para o banheiro. Camus soltou uma sonora risada, se divertindo.
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Já havia escurecido e as garotas, a fim de decidirem onde ir afinal, reuniram-se em Sagitário. Aiolos foi expulso de casa por Sheila para elas se arrumarem e teve de ir tomar banho e se vestir na casa do irmão.
O grupo feminino decidiu ir primeiro a um karaokê, já que algumas delas não gostavam de boates. Depois, as que gostavam de dançar, iriam a uma boate em Athenas, que após muitas pesquisas, decidiram ir a uma chamada Lohan e que parecia ser muito boa.
– Será que vou com a blusa rosa claro e jeans, ou com o vestido pink? - Paula tentava decidir.
– Vai matar o véio assim. - Marcela soltou quando Paula colocou o vestido na frente do corpo.
– Então, é com esse mesmo! - a paraense deu um sorriso malicioso.
Em outro canto do cômodo, Juliana conversava com Mabel e ambas já haviam decidido o que vestir. Elas não eram de usar muita maquiagem, mas a nipobrasileira auxiliava a amiga em frente a um espelho improvisado com a tela do celular.
– Ficou bom?
– Ficou ótimo, Ju! Obrigada.
– Imagina, não sou nenhuma expert, mas se você gostou, fico feliz. - deu um sorriso tímido.
– Mas me ajudou bastante!
Sheila, agitada, já estava pronta, com um jeans escuro e uma blusa preta com manguinhas de renda e decote em V e falava alto, conversando com as amigas, com um sapato de saltinho preto. Isabel usava uma minissaia reta, de estampa de pied-de-poule, uma blusa de renda com mangas curtas ligeiramente bufantes em um tom azul escuro, e com pequenas pérolas na região do peito e um sapato boneca vermelho com salto médio.
Cris usava um vestido soltinho rosa claro, com uma sandália de salto médio em um tom rosê metalizado. Gabe estava se trocando no banheiro, iria com um vestido em um tom nude e estampa floral de um rosa claro, de alças largas e corte imperial.
Julia, no entanto, olhava para as opções que havia trazido de Capricórnio. Sheila havia falado para dar o troco em Shura e, na raiva, havia concordado e trazido um vestido preto bem justo, que lembrava vinil, decote arredondado e com um zíper na frente. Mas também havia trazido uma blusa sem mangas vermelha e uma saia justa preta, para ser um pouco mais discreta. E, ainda, numa terceira opção, trouxera uma camisa transparente preta que poderia tanto usar com a mesma saia preta como por cima do vestido.
– Não sei que roupa usar. - declarou, com as mãos na cintura.
– Eu gostei da blusa vermelha com a saia preta. - Cris deu seu palpite.
– Eu também achei que ficou bem legal. - Isa concordou.
– Você precisa de alguma coisa que diga "eu sou uma grande gostosa" para dar uma esnobada naquele espanhol idiota. - Sheila opinou. - Por isso, eu acho que você devia ir com esse vestido.
Julia olhou para as amigas em dúvida.
– Vai com o vestido preto, Julia! - Mabel concordou com a dona da casa.
– Tem certeza?
– Se você quer dar o troco no Shura, com certeza.
– Que que está pegando? - Jules chegou, já pronta, de camiseta preta de banda, jeans e all star preto.
– Vai no karaokê com a gente, Jules?
– Vou, mas depois volto porque não curto balada.
– Está ótimo! Vamos nos divertir, só as garotas! - Sheila comemorou. - Vai com o vestido preto, Julia. Está intimada!
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Helu tinha voltado para Câncer para tomar banho e buscar sua maquiagem para terminar de se arrumar com as outras meninas. Como não viu Giovanni, pensou que ele tivesse descido para a casa vizinha e ido beber com os amigos. Entrou no banho e aproveitou a água fresca, relaxando após uma tarde quente. Lavou os fios negros e depois de mais alguns minutos sob a água, enfim, decidiu que era hora de sair do banho. Secou-se e enrolou-se na toalha, indo para o quarto. Vestiu uma lingerie de renda rosa e colocou um vestido soltinho, rosa escuro, mas com um decote profundo nas costas.
Quando saiu do quarto, para buscar uma sandália que deixara na sala, notou um aroma gostoso vindo da cozinha e se dirigiu para lá. Giovanni estava de costas para ela, picando tomates e cantarolando uma canção em italiano.
– Você vai sair? - ele indagou, surpreso, quando se virou para colocar os tomates em uma panela no fogo com um refogado.
– Você está cozinhando para mim?
– Estava… - não pôde deixar de demonstrar sua frustração.
– Então, não vou sair. - Helu sorriu. - Deixa só eu avisar as meninas e já venho te ajudar.
Giovanni deu um sorriso satisfeito em saber que teria Helu só para ele naquela noite.
– No, você vai sentar, tomar um buon vinho, enquanto io… preparo tutto para mia principessa. - Giovanni determinou, abrindo uma garrafa de vinho tinto e servindo uma taça a brasileira.
– Então, tá. - Helu sorriu, pegando a taça e se sentando.
"Meninas, não vou poder ir com vocês. Surgiram outros planos, rs. Divirtam-se, que eu vou me divertir por aqui!", digitou.
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– A Helu não vai mais. - Marcela respondeu, checando a notificação do grupo que ela, Helu e Marcela tinham no whatsapp.
– Por quê? - Paula indagou.
– Disse que surgiram outros planos lá em Câncer. - a paulista deu um sorriso malicioso enquanto guardava o celular na bolsa.
– Hummmm… sei! - a paraense deu o mesmo sorriso, enquanto desciam as escadarias das Doze Casas.
As garotas desciam com cuidado, pois algumas usavam salto alto. O grupo feminino estava conversando alvoroçado, estavam empolgadas em sair.
– Faz muito tempo que não aproveito uma noitada!
– Nem me fale. Estava precisando muito sair para dançar!
O assunto se estendeu e estavam rindo quando chegaram à Casa de Gêmeos. Os rapazes ainda deviam estar na área privativa, já que não os encontraram ali no salão. Cris logo foi buscar Saga.
Su estava na cozinha, arrumando alguns petiscos para Kanon, que reclamara que estava com fome e não queria deixar para comer só quando chegassem ao bar. Ela vestia uma blusa branca de decote em V, jeans e um all star branco, em um look bem parecido com o de Jules.
– Oi, Su! O Saga está pronto?
– Sim, eles estão no jardim dos fundos bebendo.
– Eles não vão com a gente?
– Vão, mas reclamaram que vocês estavam demorando muito e o Kanon distribuiu umas garrafas de cerveja enquanto esperavam, e aí já viu…
– Eu vou lá chamar esse bando de reclamões. - Sheila se adiantou. - A gente se arruma para sair e esses marmanjos ficam reclamando…
As mulheres atravessaram a sala e o corredor que levava à área externa. Sheila, sem cerimônia nenhuma, abriu as portas corrediças com ruído.
– Quer dizer que os bonitos reclamaram que nós estávamos demorando?
Os onze Cavaleiros presentes que conversavam casualmente viraram para quem lhes chamava a atenção. E a expressão de todos foi de espanto.
– Meninas, vocês capricharam no visual! Estão arrasadoras! - Afrodite deixou o copo sobre a mesa e se levantou, se aproximando delas e observando-as.
Aldebaran correu os olhos pelo decote da blusa de Mabel e deu um sorriso como quem diz: "Essa musa é minha!". Saga observou Cris admirando a beleza dela realçada pelos tons rosados, enquanto Ares quase a devorava com os olhos.
Aiolia sorriu, enchendo-se de orgulho de ter uma namorada tão linda como Gabe. Shaka discretamente sorriu possessivo, com os olhos abertos contemplando a delicadeza de Juliana em seu vestido verde. Dohko tinha se arrumado com Jules, então, só a puxou para seu lado e a fez sentar-se junto dele.
Milo sorriu sacana, outro que devorava a namorada - que usava um vestido azul marinho bem escuro - com os olhos. Shura, manteve o semblante sério, e fingiu não reparar na roupa de Julia que lançou um olhar rápido a ele e voltou sua atenção à Afrodite, mais afastada.
Camus olhou Isabel de cima a baixo e instintivamente, umedeceu os lábios com a língua, mas não moveu mais nenhum músculo sequer. Aiolos deu um meio sorriso safado e uma piscadinha para Sheila.
– Só aproveitamos para tomar uma cerveja enquanto esperávamos vocês. A espera valeu a pena!
– Já estamos aqui, então, vamos levantando essas bundas douradas da cadeira e vamos logo! - a paulista estava impaciente.
– Sim, senhora. Sim, senhora… - Aiolos respondeu divertido e deixou o copo sobre a mesa da área externa, chamando os amigos. - Vamos?
– Vamos! - Os outros responderam, levantando-se.
Os Cavaleiros e as mulheres tomaram a saída de Gêmeos e ao chegar à Áries, encontraram veículos da Mitsui, que estavam à sua espera, providenciados pela própria Saori, e seguiram para a saída do Santuário, se dirigindo a um bar de karaokê na região central de Athenas.
Ao chegarem próximo à rua do bar, os veículos pararam e o grupo teve de descer, pois o karaoke ficava em um boulevard de restaurantes e bares e precisariam andar mais cerca de 50 metros até ele.
Marcela reclamou um pouco por estar de salto, mas como a distância era curta, rapidamente, estavam à porta do local que, por cedo, ainda não estava cheio. Abriram a porta de madeira e vidro e adentraram o recinto decorado como um pub, com luzes baixas e vermelhas mais próximo do palco e do balcão do bar à esquerda. No lado direito haviam algumas poucas mesas e no andar de cima, o mezanino era apenas mais um balcão também.
O grupo ocupou logo duas mesas e se acomodaram, pedindo bebidas e Kanon pediu petiscos também. A conversa animada encheu o ambiente enquanto organizavam a ordem e solicitavam as músicas que cantariam.
– Você vai cantar isso mesmo, Ju?
– Vou, sim.
– Mas… com eles aqui?
– Hummm… - Juliana ponderou. - Mas eu gosto tanto dessa música.
– Então, se você gosta, canta.
Juliana subiu ao palco, decidida. Inseriu a música pelo visor, aguardou que a máquina confirmasse e pegou o microfone, se posicionando à frente do palco.
Mordeu o lábio inferior, e olhou para a ponta dos pés, limpou a garganta, se concentrando e aguardou a tela dar o início para erguer o rosto. Quando sua voz soou pelo microfone, as garotas a olharam com espanto e olhos arregalados, assim como os dourados. Shaka abriu os olhos, sem reação.
– Namida yuri mo… Yasashii uta wo… Kanashimi yori… sono nukumori wo…
As notas de piano soaram e algumas sentiram até um arrepio com a melodia tão conhecida por todas elas trazendo uma sensação tão forte de nostalgia. Sem perceberem, algumas lágrimas vieram aos olhos delas.
– Sekai ga sonnani mo kantan ni kawaru to wa omowanai kedo…
– Por Deus, essa música… - Cris soltou, emocionada.
– A Ju quer nos fazer chorar… - Julia concordou.
Os Cavaleiros estavam muito impressionados tanto com a voz de Juliana, por que ela cantava belissimamente, quanto com a reação das garotas. É verdade que eles mesmos sentiram um certo aperto no peito ao ouvirem a melodia. Quase como se trouxesse recordações…
– Essa música é do anime? - Saga perguntou.
– É, sim. - respondeu Isa.
– Ela é tão linda… - Gabe mencionou e Mabel balançou a cabeça concordando, secando as lágrimas.
– Por quê vocês estão chorando? - Shura indagou, estranhando e vendo Julia secando os cantos dos olhos com um guardanapo, enquanto cantarolava os versos "Kuru, kuru kawaru".
– Por que ela é a música de abertura da Saga de Hades e… - Gabe começou a explicar.
– E é emocionante! - Jules se adiantou, tentando consertar a situação, com receio de trazer memórias ruins a eles. - É uma das favoritas dos fãs por causa disso.
Os santos de Athena ficaram em silêncio. Sabiam o que significava a Saga de Hades. Ouviram a música que já acabava com atenção. Cris abraçou Saga, Su a Kanon. Isa segurou a mão de Camus. Mabel se aconchegou a Aldebaran, Marcela a Milo. Paula pousou a mão no ombro de Afrodite e deu um sorriso.
Gabe acariciou os cabelos de Aiolia e lhe deu um beijo. Sheila beijou Aiolos.
– Sabemos o que isso significa para vocês. Mas o que importa é que agora, vocês estão aqui, vivos, sãos e salvos, conosco. Então, vamos celebrar isso! - A libriana viu que Juliana voltava para o seu lugar, deu um selinho e uma piscadela para o sagitariano. - É hora de levantar esse astral!
A paulista subiu ao palco rapidamente, pegando o microfone e o som de um sintetizador iniciou, logo em seguida, algumas poucas notas repetitivas no teclado acompanhadas da bateria. O público reconheceu na hora e deu um grito de empolgação.
– I want to break free! - Começou a cantar, dançando em cima do palco e fazendo caras e bocas. - I want to break free…
As meninas puxaram os Cavaleiros e começaram a dançar assim que soou a guitarra. Aiolos observava a namorada, se divertindo. Até que ele deu um salto do banco onde estava, correu até o palco, pulando os degraus e pegou o outro microfone.
– I've fallen in love… - Cantou, surpreendendo o irmão. - I've fallen in love for the first time…
– And I know this time is for real… - Sheila acompanhou, observando o futuro Grande Mestre "soltando a franga" e rindo.
– Vai, Aiolos! - Gritou Milo da platéia.
– Por Athena, se Shion visse o Aiolos agora… - Esdras e Saga riam, se divertindo das gracinhas do amigo.
– O que você acha que eu faria, Capricórnio?
x.x.x.
Ooolááás…
HAHAAHAHAHA, Shion apareceu no rolê! Será que ele vai acabar com a farra dos dourados?
Eu fiquei beeem na dúvida se eu ia dar conta dessa parte das garotas saindo com os dourados e como eu ia tecer isso, mas… Eu achei que ficou bom!
Adoro ambas as músicas que aparecem no final! E acho que essa música do Queen é perfeeita para karaokê!
Às reviews:
Isa - Vc me conhece, mana. Eu gosto de um pouquinho de drama nas histórias! Hahahahaha. Milo lá em Asgard já tinha planos de arrumar confusão, kkkkk, e foi besta mesmo de jogar isso pro teu lado. Eu imaginei vc dando esse pedala nele xD Mas espero que neste capítulo, eu tenha conseguido trazer um pouco mais de profundidade pra ele e pro que ele fez.
Calma que vc e o Camus ainda vão ajudar nessa situação. Provavelmente, até o Saga. Sobre o carteado, o Shion não estava nessa hora, né? Hihihihihi. Que achou de vc e Camus no rolê até agora?
Cris - O Milo tem boa memória e, como eu tentei trazer para esse capítulo, tem boas intenções, apesar de fazer as coisas de uma maneira meio torta. Como a gente conversou no Insta, eu sei que o Shura só foi gentil e não tinha nenhuma intenção com a Hilda, mas… ALSA teve Milo quebrando a porta de vidro do Dite e carregando a Marcela nos ombros, teve Deba saindo na porrada com o Dite, Mu gritando com Shaka, por ciúmes. Precisava dar uma apimentadinha aqui, né? Hahahahahahaha Quem sabe o Ares te ensina?
Gabe - Um jogo de truco para animar o rolê, claro! Hahaha! Nesse capítulo, tentei mostrar um pouco do pq o Milo contou, mas como o Camus disse, o Milo vai ter de consertar o estrago, hehehehe. Isa e Camus vão ajudar o Shura com isso… Talvez, até o Saga. Vai ser meio difícil me fazer mudar de ideia…? Mas se fosse na vida real, eu provavelmente ficaria com muiiita raiva no primeiro momento. E, claro, com ciúmes. Sabe que até meu chefe me zoou ontem na reunião de equipe me chamando de ciumeeenta (sic), pq quando ele compartilha um post de uma pessoa que participou de um treinamento nosso, eu respondo que não estava todo mundo ou "cadê eu?" já que eu trabalho remoto? Hahahahaha. Com base nesse capítulo, o rolê promete, hein?
Sheila - você adora colocar mais lenha na fogueira, e eu adoro trazer a Sheila pras cenas que alguém precisa colocar mais lenha na fogueira justamente por isso, hahahahaha! Certeza que fosse na vida real, eu iria deixar o Cabrito bem bodeado de ciúmes mesmo! Afinal, eu sou de escorpião, tenho Lua em escorpião e meu mercúrio também é em escorpião! HIHIHIHIHIHIHIHEHEHEHEHEHEHAHAHAHAHAHAAHHAA
HMMMM! Vou pensar em como trazer o Sorento para essa sequência. Gostou do Aiolos cantando com vc?
Não deu pra trazer essas músicas brasileiras, porque pensei que num karaokê na Grécia, seria mais difícil ter. Talvez, um Michel Teló ou Tcheretchetche, que fizeram muito sucesso na Europa…
