Na manhã seguinte, Isabella pegou sua roupa de escrava. Um vestido curto que ia até o joelho. Ela o vestiu e amarrou o cabelo. Ela tinha que ir cedo para as minas dos escravos. As minas era o principal lugar onde os escravos trabalhavam dia e noite, ajudando a extrair minerais valiosos do solo. Isabella não viu ninguém do seu povo enquanto caminhava, apenas os pobres de Cullenshire.

'O que o rei tinha feito com o povo de Volturi?

Ela se perguntou mais uma vez. Quando ela começou a descer o caminho para as minas, todos olhavam para ela. Mesmo usando um uniforme de escrava, ela parecia da realeza. Aquela postura pomposa e orgulhosa que carregava com ela. Ela caminhava como uma dama, como tinha sido treinada para ser, sua postura era de alguém que fazia parte da realeza. Ela não fazia aquilo de forma intencional. A realeza fazia parte do sangue dela... O mesmo passava com o rei, mesmo quando tinha sido um escravo. Se não estivesse usando um uniforme de escravo, os escravos teriam se curvado para ela quando ela passou, a confundindo com uma senhora de uma família rica. Mas, naquele uniforme de escravo, eles a odiavam porque se sentem intimidados.

Quando ela chegou nas minas, os escravos sabiam quem ela era e por isso, a trataram muito mal... Especialmente o treinador de escravos chamado James.

–Deixe que ela cave o novo túnel sozinha! – James falou para os demais escravos. Ele sorriu para ela com muito ódio no olhar – Com certeza, você pode abrir um novo túnel para a mineração, não pode priiiincesa?

Suas palavras fizeram que todos começassem a rir dela. Alguns homens a chamavam de prostituta. Ela cerrou os punhos e recordou que seria necessário sobreviver naquele lugar. Ela só tinha que se manter viva.

–Sim. Eu posso.

Ela tinha escapado do quarto uma ou duas vezes para ver como os escravos trabalhavam. Seu pai também a tinha forçado a presenciar sessões de tortura algumas vezes, porque era sua maneira de torná-la forte o suficiente para ser capaz de governar um dia. Ela tinha visto muitas sessões de tortura, incluindo...Ela fechou os olhos como se fosse possível apagar aquelas recordações da sua memória. De repente, sentiu um tapa quente no rosto, o que a fez abrir os olhos. Sentiu seu rosto queimar e a dor logo se espalhou pelo seu corpo quando James parou bem na frente dela, a puxando pelo cabelo com tanta força que a fez gritar.

–Trate de me responder direito da próxima vez ou não vai gostar das consequências. Fui claro? Você entendeu? – Ele berrou, enquanto puxava seu cabelo com força.

–Sim... senhor. – As lágrimas queimaram seus olhos, mas ela tentou manter-se firme. De jeito nenhum, ela daria aquela satisfação para eles, de vê-la desmoronar. Ela levantou os olhos. E deu de cara com os olhos dele, o que a fez arrepiar.

–Bom... – Ele se esforçou para olhar para o rosto dela. –Agora, comece a trabalhar, sua puta!

Duas horas depois, ela sentia muita dor nos braços por estar cavando sozinha. James tinha avisado aos demais que não era para ajudá-la. Eles deveriam trabalhar nas minas antigas e deixá-la sozinha trabalhando na nova. Ela estava tendo que fazer sozinha um trabalho que normalmente fariam vinte escravos.

Enquanto ela batia o martelo no chão duro, as lágrimas surgiam rapidamente nos seus olhos de novo. Ela sentia falta da sua empregada pessoal, Rose

Sua Rose. A escrava que tinha sido sua empregada desde quando ela era criança. Ela esteve na sua sessão de tortura quando Rose tinha apenas dez anos de idade, e ela, Isabella, tinha doze. Ela implorou para o seu pai que queria Rose como sua empregada pessoal, mas seu pai recusou atendê-la. Seu pai nunca a escutava. Nunca. Como também nunca escutou sua mãe, enquanto ela esteve viva. Demorou meses, até que seu pai finalmente atendeu seu pedido, quando viu que ela realmente precisava de uma empregada pessoal. Rose era a única pessoa próxima dela. O mais próximo que uma empregada pode ser de uma princesa.

–Como vão as coisas por aqui?

James entrou novamente no túnel, resmungando atrás dela.

–Sigo trabalhando... senhor– ela respondeu, sua voz era rouca.

–Já se passaram duas horas e você só fez isso!– ele gritou, olhando ao redor. –Você é uma idiota incompetente!

Ele olhou para todo o trabalho duro que ela tinha feito e a estava insultando?

Isabella ficou calada, como deve ser uma escrava obediente, e continuou cavando mesmo sentindo seus músculos protestarem contra os movimentos que estava fazendo. Ela sentiu o calor nas costas, antes que o corpo de James estivesse pressionado contra o dela por trás. Sentiu sua respiração soprando na sua orelha, e em seguida, sua mão que pegava todo o seu cabelo e colocava de um lado só, deixando seu pescoço à mostra.

–Você está cansada de trabalhar como escrava, princesa?– Ele falou quase gemendo de desejo, ao mesmo tempo que acariciava o pescoço dela. Isabella ficou imóvel.

–Me deixe em paz...por favor.

Ele não deu a mínima para seu pedido, e colocou as mãos nos seios dela e começou a apertá-los através do tecido fino da sua roupa.

–Você não me diz o que fazer, princesa.

Isabella não podia gritar e nem reagir mal, porque ela só faria com que seu sofrimento se tornasse ainda maior. Ele segurou seus mamilos e os beliscou.

–Posso fazer com que o seu tempo aqui nas minas seja muito mais fácil.

Ele esfregou sua ereção atrás dela.

–Tudo o que você precisa fazer é me dar o seu corpo quando eu quiser.

–Eu sou a escrava do rei. Você e eu sabemos, eu só posso... servir quem o rei quer e permite.

Ela estava fazendo o possível para esconder sua repulsa. Ele continuou se esfregando contra ela, gemendo.

–O rei não precisa ficar sabendo.

Ele apertava seus seios cada vez mais, as lágrimas começaram a cair dos olhos dela. Ela mordeu os lábios com força.

–Onde está a escrava do rei?

A voz de Esme veio de fora.

Isabella deixou escapar um suspiro de alívio quando James parou de tocá-la, como se de repente a pele dela queimasse. Ele afastou o corpo dele do dela.

–Pense bem na minha proposta, princesa. Ou sua estadia aqui não será fácil, irei cuidar pessoalmente disso. Além disso, é melhor você consentir, porque de qualquer forma... eu ainda estarei fodendo você.

Ele deu as costas para ela e saiu. Isabella enxugou as lágrimas. Ela sabia que aquele monstro não estava dando uma opção para ela, apesar de fingir que sim.

–Onde está a escrava do rei?– se escutou de novo a voz da mulher.

–Você está falando da ex-princesa?– James respondeu tranquilamente.

–Sim!

Isabella soltou o martelo, aliviada por poder fazer uma pausa, mesmo que fosse apenas por um segundo.

–Estou aqui!

Ela respondeu sem sair de dentro do túnel.

–O rei espera por você nos aposentos dele. Não o deixe esperando!– Ela deu a ordem diretamente.

O alívio que ela tinha sentido desapareceu imediatamente. Ela se perguntou se estava deixando uma água quente por um óleo fervendo. Isabella entrou nos aposentos do rei, e o viu totalmente preparado, ela sabia que ele iria ao tribunal.

–O senhor me chamou... mestre.

As palavras quase não saíam da sua boca. Ele olhou para ela com desgosto, observando suas roupas e mãos sujas. Porém, seu olhar parou no rosto de Isabella, ele sabia que provavelmente estava vendo a marca vermelha de um tapa que James deu nela. Ele se afastou dela.

–Nos deixe a sós!

Ele ordenou aos criados, incluindo Emmett. Todos eles se curvaram e saíram do quarto. Ele seguiu vestindo-se.

–Saia e vá se limpar, Isabella. Vamos para o tribunal! Você só tem cinco minutos – Ele disse.

–Para o tribunal... ?

O medo fez a boca do estômago de Isabella doer. Os escravos só vão ao tribunal por coisas erradas. E a escrava do rei só vai ao tribunal por...

–Hoje você será apresentada como escrava do rei. – Ele confirmou o que ela mais temia.

Ela sentiu-se desanimada e seu rosto demonstrava muito bem isso. Seu dia estava indo de mal a pior. Ela queria implorar desesperadamente para ele que não queria ser 'apresentada'. Que queria ser poupada daquela apresentação oficial. Mas ela sabia que só estaria perdendo tempo... e pedindo para ser castigada. Isabella correu para seu quarto enquanto as lágrimas caíam dos seus olhos. Ela se perguntava quantas famílias privilegiadas de todo o país estariam presentes. Quantos reis estariam lá para a apresentação? Quantos reis fariam sexo com ela naquele dia?