Bleach pertence a Tite Kubo e às empresas licenciadas.

Olá, queridos fãs de Bleach e deste casal maravilhoso. Essa é minha primeira história na categoria, por isso, espero que gostem do que escrevi.

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

A semana havia sido exaustiva no Sexto Esquadrão, então tudo que Renji queria era chegar em seu quarto e descansar, já que era sexta-feira. Assim que adentrou o cômodo, soltou um suspiro cansado e jogou-se sobre sua cama, colocando um dos braços embaixo de sua cabeça para apoiá-la. Seus olhos escuros fixaram-se no teto, mas, ao invés de sua mente se acalmar, aconteceu o contrário, pois ela foi invadida pelas lembranças da discussão que tivera com Rukia dois meses atrás.

Renji terminava algumas tarefas delegadas por seu capitão quando ouviu a Shinigami chamá-lo. Seu coração se encheu de alegria, como sempre acontecia quando a via ou estava próximo dela. Parou o que estava fazendo e virou-se para ela, mas a alegria logo deu lugar à apreensão ao notar o semblante preocupado no rosto de Rukia.

– Aconteceu alguma coisa? – perguntou, preocupado.

– Não – respondeu rapidamente – Quer dizer, mais ou menos. – Aproximou-se mais dele. – Tomei uma decisão importante. Decidi que vou começar um treinamento para aprimorar minhas técnicas e, quem sabe, subir de posto. Você sabe que o cargo de tenente está vago desde a morte de… – mordeu o lábio, nervosa. Era difícil para ela falar o nome de Kaien; a culpa pela morte dele ainda corroía seu peito.

Renji, por alguns instantes, não esboçou reação alguma, pois, assim que Rukia terminou de falar, o medo de que ela se ferisse, ou de perdê-la, tomou conta de seu coração. Ele só voltou de seus pensamentos porque Kuchiki o chamava, então piscou várias vezes para tentar se controlar e aproximou-se mais dela.

– Rukia, não acho que você deveria fazer isso, porque… – Não conseguiu terminar de falar, pois a shinigami o interrompeu.

– Porque o quê, Renji? Você também é contra eu avançar de patente? Também acha que não sou capaz de conseguir? – Os olhos violetas de Rukia tinham um brilho que era um misto de raiva e decepção. – Eu não esperava isso de você. – A última frase saiu com a voz embargada, por isso resolveu sair e deixar o ruivo sozinho, pois não queria que ele visse as lágrimas se formando em seus olhos.

– Não é nada disso, sua baixinha – Renji murmurou quando sua mente despertou daquela dolorosa lembrança, – só não quero perdê-la.

Percebendo que não iria conseguir descansar, o shinigami saiu novamente de seu quarto com sua zanpakutou. Precisava extravasar a frustração, e a maneira que encontrou foi indo até um local mais afastado do esquadrão para treinar um pouco.

x.x.x.x.x

No Décimo Terceiro Esquadrão, Rukia não se sentia muito diferente de Renji, mas toda sua frustração pela briga com o ruivo era amenizada pelo intenso treinamento, que muitas vezes ia até a exaustão. Porém, às vezes, era inevitável não pensar em tudo o que ocorrera, e, para piorar, sentia-se culpada por não ter deixado que ele falasse.

E se tivesse feito um pré-julgamento completamente equivocado sobre as palavras dele? E se ele tivesse dito aquilo porque não queria que ela se machucasse? Essas eram as perguntas que rondavam seus pensamentos. Então, para acabar de vez com sua inquietação, resolveu que iria procurá-lo após o fim do seu treinamento.

Quando o treino cessou, a baixinha se dirigiu rapidamente até o esquadrão do ruivo. Ao não encontrá-lo no alojamento, decidiu ir até a mansão de seu irmão, imaginando que ele poderia estar cumprindo alguma tarefa ordenada por Byakuya. Todavia, no meio do caminho, acabou sentindo a reiatsu de Renji, que parecia estar longe de onde ela estava. Intrigada com isso, foi até o local, ocultando sua própria reiatsu para que ele não a percebesse.

Ela se aproximou cautelosamente, escondendo-se entre as árvores que cercavam o campo. Rukia podia ver Renji ao longe, de costas para ela. Ele estava sem a parte de cima do uniforme, com o torso nu, os músculos dos braços e das costas se contraindo enquanto ele repetia incansavelmente os movimentos de sua zanpakutou. Cada golpe era firme, preciso, carregado com a determinação que sempre o caracterizara.

Mas o que realmente capturou a atenção de Rukia foram as tatuagens. Elas se espalhavam por seus braços, subiam pelo peito e se entrelaçavam nas costas, formando padrões que pareciam contar histórias antigas e misteriosas. O contraste da tinta negra contra a pele suada e os músculos bem definidos de Renji criava uma imagem da qual Rukia não conseguia desviar o olhar.

Ela sentiu uma estranha sensação de calor subir por seu corpo, algo que raramente experimentava. As tatuagens, que antes pareciam apenas uma marca de sua rebeldia e determinação, agora pareciam muito mais. Elas acentuavam a masculinidade de Renji, tornavam-no... sexy. Era uma palavra que Rukia nunca havia associado a ele, mas agora era impossível ignorar o quão atraente ele parecia.

Renji se movia com graça e poder, o cabelo vermelho preso em um rabo de cavalo balançando a cada movimento. Seus olhos estavam focados, sérios, e seu corpo respondia com precisão a cada comando que ele dava a si mesmo. Era como se Rukia estivesse vendo uma faceta de Renji que nunca havia percebido antes, uma que a deixava inexplicavelmente fascinada.

Ela se inclinou contra o tronco de uma árvore, o coração batendo mais rápido do que gostaria de admitir. O ar parecia mais denso, cada som ao redor mais nítido, mas ela não conseguia se afastar. Havia algo quase hipnótico na forma como Renji treinava, na maneira como ele dominava o espaço ao seu redor.

Então, por um breve momento, Renji parou. Ele respirou fundo, passando a mão pelo rosto para limpar o suor, e olhou ao redor. Por um segundo, Rukia congelou, temendo que ele a tivesse visto. Mas ele apenas suspirou e voltou a treinar, sua expressão determinada retornando.

Rukia estava completamente absorta na visão de Renji, seu coração acelerando a cada movimento que ele fazia. As lembranças da briga entre eles eram sufocantes, mas, naquele momento, tudo que importava era a figura imponente à sua frente, um lado dele que ela nunca tinha visto tão claramente antes. A frustração e a tensão que a consumiam foram substituídas por um desejo profundo de se aproximar, de tocar, de entender o que estava acontecendo entre eles.

Ela sabia que deveria sair dali, mas a ideia de ir embora sem resolver a tensão que sentia a deixava inquieta. Rukia fez uma respiração profunda, tentando organizar seus pensamentos, mas o espetáculo de Renji a hipnotizava. Ele parecia tão forte, tão seguro de si, e as tatuagens que cobriam sua pele contavam histórias que ela desejava conhecer.

Quando ele se virou ligeiramente, Rukia percebeu que seus olhos escuros estavam mais intensos do que nunca. Era como se ele também sentisse a presença dela, embora não soubesse que ela estava ali. Aquela incerteza a deixou ainda mais intrigada. E se ele também estivesse pensando nela? E se, no fundo, eles estivessem lutando com os mesmos sentimentos, mas simplesmente não soubessem como expressá-los?

Com um impulso, ela se afastou da árvore, decidida a falar com ele, a encarar a situação de frente. Mas, antes que pudesse dar um passo, Renji parou novamente e a fixou com o olhar. O coração de Rukia disparou enquanto ele caminhava na direção dela, os músculos se movendo de maneira hipnotizante.

– Rukia? – ele chamou, a surpresa em sua voz misturada à preocupação. – O que você está fazendo aqui?

O rosto dela se aqueceu, e ela hesitou por um momento, mas logo encontrou sua coragem.

– Eu… eu vim ver como você estava.

Renji a observou atentamente, seu olhar se suavizando. Ele se aproximou mais, a tensão entre eles aumentando.

– Eu estou bem, só precisava treinar um pouco. E você? Não parece estar tão bem.

Ela desviou o olhar, sentindo a culpa apertar seu peito novamente.

– Estava pensando… sobre nossa conversa. Sobre o que você disse.

– Rukia, eu só não quero que você se machuque – ele disse, sua voz baixa, mas cheia de intensidade. – Você é importante para mim.

As palavras dele a tocaram de uma forma que a fez sentir um misto de alívio e confusão. A tensão entre eles parecia vibrar no ar, e Rukia deu um passo à frente, mais perto dele.

– Eu sei. E isso é o que torna tudo tão complicado.

Ele a encarou, e em seus olhos, Rukia viu não apenas preocupação, mas também um desejo que estava prestes a transbordar.

– Não quero te perder, Rukia.

Ela percebeu que não era só ela quem lutava contra as emoções. O coração dela estava a ponto de transbordar, e a confusão de sentimentos a consumia. Rukia sentiu-se impulsionada a tocar Renji, a percorrer com os dedos as tatuagens que a fascinavam, a conectar-se com ele de uma maneira que nunca havia feito antes.

– Renji… – sua voz saiu como um sussurro, mas o significado era claro.

Ele se inclinou levemente para frente, suas expressões tão intensas que Rukia podia sentir a eletricidade entre eles. Então, num momento de ousadia, ela ergueu a mão, tocando suavemente o braço tatuado dele. A pele quente sob seus dedos fez com que um arrepio percorresse seu corpo.

– Eu… – Rukia começou, mas as palavras falharam ao ver a forma como Renji a observava, como se estivesse tentando decifrar seus sentimentos.

Ele não se afastou. Ao contrário, Renji se inclinou ainda mais, a respiração deles se entrelaçando, e naquele instante, tudo que havia entre eles parecia convergir em uma única verdade. As barreiras que os separavam começaram a desmoronar, e, com isso, a conexão que sentiam finalmente teve a chance de florescer.

– Rukia, eu… – ele começou novamente, mas Rukia interrompeu, fechando a distância entre eles, sentindo que este era o momento de deixar as palavras de lado.

Rukia sentia o calor de Renji irradiar para sua pele, e sua respiração estava entrecortada enquanto seus olhos se prendiam aos dele. Intensos, carregados de algo que ela até então não havia compreendido plenamente. Naquele momento, contudo, ela sabia. Sabia que o que existia entre eles era muito mais que amizade, mais do que companheirismo. Era um desejo antigo, contido e finalmente irrompendo à superfície.

As pontas dos dedos de Rukia deslizavam suavemente pelo braço de Renji, percorrendo as tatuagens que cobriam sua pele. O toque dela era delicado, mas eletrizante. Ele não se afastou; ao contrário, o silêncio entre eles se tornou quase palpável, e ela pôde sentir o corpo de Renji tensionando sob seu toque. Seus olhos acompanharam cada linha preta que se misturava com o tom bronzeado de sua pele, e, antes que percebesse, suas mãos estavam no peito dele, seguindo o caminho das tatuagens até seu torso. A cada centímetro percorrido, o desejo dentro dele aumentava.

Renji, por sua vez, estava parado, deixando que Rukia tomasse a iniciativa, seus olhos fixos nos dela. Ele parecia surpreso pela intensidade do toque dela, mas não tentou interrompê-la. Ao contrário, seu corpo reagia à proximidade, seus músculos endurecendo e relaxando ao mesmo tempo, como se a presença dela o enfeitiçasse.

O peito de Renji subia e descia mais rápido, como se ele tentasse controlar a respiração, mas falhasse miseravelmente. As mãos de Rukia continuavam a exploração e, naquele instante, ela não conseguiu reprimir mais o que sentia. Seu coração estava disparado, e ela se permitiu ceder àquele momento de vulnerabilidade e desejo.

– Renji… – murmurou, a voz baixa e rouca, suas mãos ainda pousadas no torso nu dele, sentindo cada linha de seus músculos sob a pele quente.

Ele não precisou dizer nada. O olhar que lhe lançou já dizia tudo. Ele a queria, tanto quanto ela o queria. Era um sentimento que ambos haviam guardado por tanto tempo, e naquele momento, parecia impossível segurar.

Renji deu um passo à frente, encurtando ainda mais a distância entre eles, até que seus corpos quase se tocassem. Suas mãos foram em direção ao rosto de Rukia, os dedos largos e ásperos acariciando a delicada pele de sua bochecha. O toque dele enviou um arrepio por sua espinha, e ela fechou os olhos por um breve segundo, absorvendo o momento, antes de abri-los novamente e encará-lo.

O mundo ao redor deles parecia desaparecer, e o único som era o da respiração pesada de ambos. Com um movimento suave, Renji inclinou-se para frente, seus lábios pairando próximos aos dela, como se aguardasse sua permissão. Rukia, sem hesitar, se ergueu na ponta dos pés e selou a distância entre eles, seus lábios tocando os dele em um beijo lento, mas carregado de intensidade.

O beijo começou suave, exploratório, mas rapidamente se tornou mais profundo, mais urgente. Rukia agarrou-se aos ombros de Renji, suas unhas cravando levemente na pele nua dele, sentindo o calor que emanava de seu corpo. Ele a puxou mais para perto, suas mãos agora descendo pela curva de suas costas, envolvendo-a em seus braços com uma firmeza que transmitia o desejo reprimido que ambos sentiam.

O gosto de Renji era inebriante, e Rukia sentia que poderia se perder ali, naquele momento. O calor do corpo dele contra o dela, o som de sua respiração ofegante contra seus lábios, o toque de suas mãos grandes em sua pele – tudo parecia conspirar para que ela se rendesse completamente àquele sentimento.

As mãos de Renji desceram até a cintura dela, puxando-a ainda mais contra si, e Rukia deixou escapar um pequeno suspiro entre os lábios, sentindo o corpo dele pressionando o seu de forma possessiva, quase faminta. As tatuagens de Renji, que antes ela apenas observava, agora pareciam contar uma nova história sob o toque dela, uma que envolvia paixão e um desejo que vinha crescendo silenciosamente por muito tempo.

O desejo era palpável, e o tempo parecia parar enquanto eles se entregavam ao momento, deixando seus sentimentos finalmente falarem mais alto do que qualquer palavra.

O beijo entre Renji e Rukia parecia durar uma eternidade, mas, à medida que a intensidade do momento crescia, algo dentro dele começou a mudar. Ele a puxou para mais perto, sentindo o calor de seu corpo e o coração acelerado dela contra o seu. Mas, em meio a todo o desejo avassalador, uma voz interior começou a questionar a impulsividade daquele momento.

O ruivo se afastou ligeiramente, os olhos escuros fixos nos dela, buscando a expressão que encontraria no rosto de Rukia. O calor que ainda pairava entre eles era quase palpável, mas a certeza de que precisavam dar um passo atrás se fez presente em sua mente. Ele não queria que aquele momento, tão especial e único, se transformasse em algo que eles não estavam prontos para enfrentar.

– Rukia... – a voz dele saiu baixa, mas firme, enquanto tentava reunir as palavras que precisava dizer. – Espera um pouco.

Ela olhou para ele, a confusão evidente em seu rosto, e Renji sentiu seu coração apertar. Ele sabia que o que estava prestes a fazer não era fácil, mas também era necessário.

– Eu… – ele respirou fundo, tentando se acalmar. – Eu quero você, Rukia. Quero muito. Mas precisamos ir com calma. Essa conexão que estamos sentindo é real, mas é importante que a construamos com cuidado, sem pressa.

Rukia franziu a testa, a expectativa brilhando em seus olhos, enquanto Renji continuava, seus pensamentos fluindo mais facilmente agora.

– Você tem sido uma parte fundamental da minha vida. Eu… não quero te perder.

O silêncio se instalou entre eles, apenas quebrado pelo som de suas respirações entrecortadas. Renji se permitiu um sorriso leve, uma mistura de timidez e determinação.

– Eu gostaria de saber se você quer começar um relacionamento comigo, mas, mais do que isso, quero que a gente aproveite cada passo, sem pressa.

Os olhos de Rukia brilharam, e Renji esperou, segurando a respiração, ansioso pela resposta. Ele sabia que havia arriscado ao abrir seu coração assim, mas a possibilidade de construir algo mais profundo com ela valia qualquer risco.

– Você… você realmente quer isso? – ela perguntou, a voz um pouco trêmula, mas carregada de expectativa.

– Sim, Rukia. Quero muito – ele confirmou, sentindo-se mais seguro à medida que falava. – Quero que sejamos mais do que amigos. Mas precisamos fazer isso da maneira certa, juntos. O que você acha?

Rukia hesitou por um instante, como se estivesse pesando suas próprias emoções, mas logo um sorriso suave começou a surgir em seu rosto. Era um sorriso de alívio, de compreensão e, acima de tudo, de esperança.

– Eu também quero isso, Renji. Quero explorar o que podemos ser juntos. Mas, como você disse, vamos com calma.

A tensão que antes havia preenchido o ar agora era substituída por uma nova sensação de conexão e compreensão. Renji sentiu um peso sendo tirado de seus ombros, e o brilho nos olhos de Rukia fez seu coração acelerar mais uma vez.

Com um novo entendimento entre eles, Renji sorriu, aliviado e esperançoso, e Rukia retribuiu com um olhar doce, como se uma nova jornada estivesse prestes a começar. Eles sabiam que ainda havia muito a explorar, mas, ao menos naquele momento, estavam prontos para dar o primeiro passo juntos.