Notas iniciais: Esse capítulo tem 9894 palavras, difícil em. Tenho um aviso os leitores falantes de inglês.
I know that many of you read my story through the translator, and the only misfortune you will have is regarding the name of Rei, which in Portuguese can also mean king, so when you see the name King through the translator, make a mental note to read like Rei.
when you see the word flying, it's piloting, not flying.
I know, it took me a while to give this warning, but I just saw it now. With that in mind, happy reading.
Boa leitura.
Capítulo 3: Nunca mais diga adeus
Shinji estava uniformizado com o seu PlugSuit enquanto estava sentado em um dos bancos do vestiário masculino, já fazia alguns minutos em que estava na NERV após todo o acontecido. O garoto estava sentado de cabeça baixa e com os cotovelos apoiados nas pernas pensando no acontecimentos recentes com Ayanami, e se ela não o perdoar por isso? Por que foi tão inconsequente em tal situação? Por que não poderia pensar mais antes de agir? Esses eram os pensamento que rodavam a mente do garoto, mas ele sabia que logo isso se esvairia de sua mente, o teste de sincronização iria começar daqui alguns minutos, mas os medos e as consequências do acontecimento de mais cedo não deixava o garoto se levantar para fazer suas obrigações. Por fim, ele sabia que não poderia ficar apenas sentado, então ele se levanta e se dirige a porta pra sair do vestiário.
Saindo quarto em que estava, o garoto começa a olhar em volta dos corredores, será que Ayanami já foi para a ponte? Ele se pergunta, realmente seria desconfortável se encontrar com ela de novo, a sensação de culpa não saía de sua cabeça, mas para seu azar, parecia que o universo estava conspirando contra ele, a porta do vestiário feminino ao lado dele se abre, mostrando Ayanami saindo dele quase no mesmo instante. Shinji pode sentir um frio na barriga ao ver a garota, e por instinto ou surpresa, ele faz um leve barulho de surpresa com a boca, isso faz com que Ayanami perceba sua presença, dando olhada para ele momentaneamente antes de começar a mexer em algo em seu pulso. Shinji estava paralisado, o que ele diria para ela num momento como aquele? Já não foi o suficiente o momento constrangedor pelo qual passou tentando concertar seus erros? Shinji pode ouvir o silêncio ensurdecedor da situação, ele estava constantemente forçando a sua mente a pensar em alguma coisa para falar, mas antes mesmo que ele pudesse fazer tal feito, ele vê a garota começando a caminhar pelos corredores, provavelmente para a ponte onde estavam os EVAS. Que decepção, é o que ele pensa de si mesmo, Ele não conseguiu falar com a garota na sua frente, o que fez sua culpa subir ainda mais. Ele sabia que a garota estava magoada pelo ocorrido, mas era tudo ainda muito estranho, o jeito que ela agia, o seu jeito tão estoico. Sua falta de expressão certamente diminuía um pouco de sua culpa. Será que ela realmente se importou com tudo que aconteceu?
Ele via Ayanami se distanciar no corredor, ele acredita que deveria fazer o mesmo, mas antes mesmo de andar ele repara nas mãos de Ayanami, ela estava carregando aquela caixa onde continha os óculos de mais cedo, isso o faz pensar, ela tem algum tipo de ligação com o seu pai? Ele lembra do ocorrido qual Ritsuko lhe contou um dia após a derrota do 4° anjo, sobre seu pai ter salvado Ayanami do plug aquecido. Eles tem algum tipo de relação pai e filho? Ele não pode deixar de sentir uma pontada de ciúmes com esses pensamentos, seu pai se preocuparia mais com Ayanami do que com seu próprio filho? Sua mente começa a vagar nessa possibilidade. Ele então finalmente deixa os pensamentos de lado e começa a se dirigir para a ponte, já tendo perdido Ayanami do seu ponto de vista.
Não demorou muito para chegar no local, ele viu alguns tenentes trabalhando na sala de comando, a Doutora Ritsuko e finalmente a Misato. A mulher de cabelos roxos parecia muito bem para quem estava morrendo de ressaca minutos atrás.
"Shinji-kun!" Misato o chama de longe, botando ambas as mãos à frente da boca para propagar melhor o som. A mulher parecia realmente bem-disposta e alegre naquela situação, realmente é impressionante o poder que ela tem de se recuperar de uma ressaca para vir trabalhar.
O garoto se aproxima de sua direção após o chamado. "Sim? O que foi Misato?" Shinji pergunta para a mulher que tenha o acabado de chamar.
"Está ansioso para mais um teste de sincronização?" Ela pergunta alegremente enquanto se inclinava para frente, levantando seu dedo indicador próximo do rosto.
"Pra falar a verdade não." Respondeu Shinji de forma seca enquanto desviava brevemente o olhar. "É um pouco entediante pra falar a verdade. Eu tenho que ficar parado e clarear a mente, pra falar a verdade é bem estressante.".
Misato bufou com a resposta, fazendo uma carranca de descontentamento. "Vamos lá, você precisa se animar mais!" Ela voltou ao seu tom alegre enquanto desfazia a carranca de decepção. "Você sabe que vai ter que fazer esses tipos de teste várias vezes, certo? Além do mais, não está feliz por ter visitado a casa de uma garota mais cedo?" Misato lhe pergunta com um olhar provocativo enquanto se inclinava para frente e lhe dava algumas leves cotoveladas no garoto a sua frente.
Shinji não pode deixar de sentir suas bochechas queimarem com essa pergunta, novamente a Misato estava o provocando. "Q-quer parar de falar essas coisas?!" Ele gagueja levemente enquanto respondia com a voz alta, mas ainda num tom de vergonha e retraído para que ninguém na sala pudesse escutar. "Eu não conheço nem ela direito e você ainda fica me provocando com isso!".
Misato não pode de deixar de rir, ela coloca a mão na boca enquanto fechava os olhos numa expressão de alegria. "Me desculpa, mas você é muito fácil de se provocar. Você se importa com qualquer coisa que os outros lhe dizem, além do mais, é bem melhor te ver desse jeito do que estando todo fechado e sem graça." Ela se inclina mais uma vez para ele estando na mesma altura de seus olhos, apontando para o rosto do garoto em forma de deboche.
Shinji ainda estava descontente com o comentário, ele não queria ficar mais ali para ser alvo de provocações, além disso a manhã dele não teve sido nada agradável, os acontecimentos de mais cedo ainda estavam fresco em sua mente. Que seja! Ele iria logo para a ponte para realizar o maldito teste e finalmente voltar a descansar no seu domingo sem aula em casa.
Ele se vira sem olhar para Misato e se dirige em direção a ponte. Não demora muito até que ele possa chegar lá, ele pode ver a Unidade-00 pela primeira vez, era laranja, e parecia que seu design era semelhante ao da Unidade-01, porém sua cabeça era diferente, contendo apenas um olho no meio da cabeça, se parecendo mais com uma lente de câmera vermelha. A Ayanami já deve estar dentro da cabine do Plug de entrada, considerando que ele perdeu um certo tempo conversando com Misato, só faltava ele entrar para os testes iniciarem.
Não demora para que Shinji possa alcançar seu EVA e se posicionar para entrar no seu Plug de Entrada. Ele se senta no Cockpit e a escotilha ao lado é fechada, não demora muito para que aquele líquido laranja comece a encher por completo o Plug. Ele ainda não estava acostumado a respirar aquela coisa, sem falar que as vezes não cheirava muito bem, mas nada muito grave em relação a isso.
"Certo, Shinji, antes de iniciarmos o seu teste, iremos fazer alguns teste de ativação com a Unidade-00, tudo bem?" Ele pode ouvir a voz da Doutora Ritsuko vindo do rádio.
"Claro, sem problemas. Eu só não entendo por que tenho que estar no meu plug se ainda tenho que esperar." Por mais que ele dissesse que estava tudo bem, seu tom de insatisfação na posição que ele estava era nítida.
"Isso é pra caso aconteça alguma coisa na hora da ativação assim como aconteceu na anterior, além de que queremos poupar tempo de prontidão entre os testes." Afirmou a doutora em um tom de voz neutro pelo rádio.
"Certo." Ele não pode deixar de usar o mesmo tom de descontentamento ao qual tinha usado antes.
Ele então fechou as comunicações com o rádio enquanto dava um suspiro. Ele desliza as costa pela cadeira do cockpit se permitindo relaxar enquanto espera aquele momento. Ele não pode ver a Unidade em que Ayanami estava pois estava em algum tipo de sala de teste especial. Ele fecha os olhos e começa a ouvir as vozes dos tenentes anunciando o início do teste da Unidade-00. Ele pôde ouvir várias contagens e informações dos quais não entendia pelo rádio, será que Ayanami ficará bem nesse teste? É o que ele se pergunta enquanto observava a parede a frente de seu EVA. Ele não pôde deixar de preocupar um pouco com a garota, além do mais, ele só pilotou o EVA a primeira vez porque não queria ver uma garota toda ferida fazer aquele trabalho, ele assumiu aquela farda responsabilidade, ele se pergunta se realmente valeu a pena. Não demorou muito para ele ouvir uma voz feminina vinda do rádio.
"Teste de ativação concluído. A unidade-00 está ativada, passando para o teste subsequente." É a voz da tenente Ibuki qual ele ouve pelo rádio.
Ele não pôde de deixar de sentir um alívio no peito, acho que ele realmente se importava um pouco com a garota, por mais que não a conhecesse muito, além do mais, seria desesperador ter que conter um EVA enlouquecido com um ser humano dentro, realmente é uma tarefa na qual o garoto não gostava de pensar.
Seus pensamentos se voltaram ao seu teste, logo ele poderia fazer e ir pra casa pra tentar descansar, mas de repente seus pensamentos são interrompidos quando um som de alerta é preenchido por seus ouvidos. Ele sabia o que esse som significava, era um alerta de anjo...
"Alerta nível um!" Gritou o tenente Shigeru Aoba enquanto visualizava os dados no computador Magi.
"Objeto voador não identificado pairando perto da costa!" Gritou a tenente Maya Ibuki.
"Sinal azul! É um anjo!" Gritou o tenente Makoto Hyuga enquanto se virava para olhar para Misato que estava logo atrás dele.
"Abortar teste de sincronização!" Disse o segundo comandante Kozo Fuyutsuki que estava em uma plataforma bem mais acima dos tenentes.
Mais um anjo em tão pouco tempo, Misato não pôde deixar de ficar apreensiva com essa informação, era certamente ruim que os anjos aparecessem em um intervalo tão curto de tempo. "Tem confirmação visual do alvo?" Misato pergunta enquanto cruza os braços, enrijecendo sua postura.
"Sim, movendo imagem do alvo para a tela principal!" Hyuga disse em alto tom enquanto teclava para mover as imagens obtidas para a grande tela em sua frente.
O telão ligou e mostrou um grande octaedro azul flutuando sobe o chão onde ele estava, ele se aproximava rapidamente cidade de Tokyo-3, logo ele iria estar na cidade, era bom interceptá-lo enquanto ele não estava perto, para assim causar menos danos na cidade. O anjo de fato era muito diferente dos quais já tinha lutado anteriormente, realmente seria algo novo, possivelmente uma ameaça maior por estar escondendo qualquer forma de ameaça visível.
"O que iremos fazer em relação a esse anjo?" Perguntou Tenente Hyuga olhando para Misato mais uma vez.
De fato, ela teria que pensar um plano de interceptação logo, a Unidade-00 com certeza estaria fora de questão, Rei tinha acabado de reativá-la, mas ainda sim seria muito imprudente levá-la a combate nas condições atuais. A maneira mais consciente seria interceptar o anjo com a Unidade-01 com alguma arma a distância, seria o mais sensato a se pensar, ela tinha que jogar cuidadosamente. "Vamos lançar a Unidade-01 próximo do anjo para que ele possa o interceptar o alvo antes que chegue próximo a cidade!" Gritou Misato com sua postura rígida.
Os tenentes afirmaram quase que em Uníssono, e imediatamente começariam a fazer o procedimento de lançamento para a Unidade-01.
"Shinji!" Gritou a Misato enquanto ligava o rádio de comunicação com a Unidade-01. "Você ouviu o que tem que fazer?" Perguntou a mulher enquanto se inclinava para frente, apoiando as mãos na mesa enquanto voltava a olhar o telão.
"Sim." Shinji disse pelo rádio com a voz não muito animada, isso é típico dele, ela sabia que ainda não gostava de pilotar, por mais que tenha decidido ficar.
"Certo." Disse Misato pensativa com o que estava por vir.
Não demora muito para que a Unidade-01 esteja pronta para lançamento, os últimos ajustes estavam sendo feitos pela equipe presente, então era só aguardar para ver o desfecho.
"Unidade-01 pronta para lançamento." Disse o tenente Aoba ainda focado nos dados da tela do computador.
"Lançar Unidade-01!" Gritou Misato enquanto esticava o braço a ordem dada.
Ela pode sentir um leve solavanco o lançamento do EVA, além do mais, a ponte não era muito longe da sala de comando, mas então, algo em vermelho no telão a sua frente começa a piscar um sinal de alerta, o que faz seu corpo congelar, o que era isso?
O tenente Aoba que estava usando algum tipo de escuta e analisando alguns dados do alvo faz uma cara de espanto "Detectando um alto nível de energia dentro do alvo!" Gritou o tenente Aoba enquanto pressionava mais a escuta contra seu rosto.
"O que?!" Gritou Misato em espanto, virando para o tenente rapidamente. Mas o que diabos seria isso? O anjo está preparando um ataque antes mesmo de ter um alvo a vista?
"Todo o contorno está acelerando! Está se convergindo!" Gritou mais uma vez o Tenente Aoba enquanto atualizava e revisava os dados mais recentes do alvo.
"Igual a um... Acelerador de partículas?!" Misato gritou espantada com o que acabarás de ouvir do tenente, o anjo estava carregando um ataque antes mesmo de ter um alvo, isso só podia significar que ele conseguia sentir a presença da unidade-01 indo em direção a ele através da ponte de lançamento, sendo assim... Shinji acabará sendo atingido antes de pensar em desviar. "Não! Shinji, se abaixa!" Gritou Misato no rádio em desespero esperando que Shinji consiga evitar o ataque.
Porém era tarde, ela pode ver um feixe de luz no telão assim que a Unidade-01 alcançou a superfície, atingindo em cheio no peito. Isso era desesperador, o anjo conseguiu interceptar o EVA antes mesmo que ele pudesse fazer alguma coisa, realmente um inimigo perigoso. A situação se tornou mais desesperadora quando ela pôde ouvir os gritos de agonia do Shinji vindas do rádio, imediatamente seu coração acelerou e quase pulou para fora, ela tinha que fazer alguma coisa rápido.
"Shinji!" Misato gritou enquanto sua postura rígida se desfazia em preocupação com o garoto, se inclinando para frente como se quisesse correr até ele para ajudar. "Tragam ele de volta, rápido!" Exclamou a mulher de cabelos roxos enquanto olhava novamente para os tenentes.
Ambos os três tenente ali presentes começaram a digitar vários comandos no computador, a atenção de Misato se volta ao telão quando vê que o elevador onde a Unidade-01 estava sustentada se abriu, fazendo com que o EVA comece a voltar rapidamente para a ponte de lançamento. O anjo então cessou fogo assim que o Eva não estava mais ao seu alcance, dissipando o feixe de luz e voltando a flutuar em direção ao centro da cidade.
"Alvo silenciado!" Exclamou tenente Aoba sem tirar os olhos da tela.
"E o Shinji?!" Perguntou Misato em tom de desespero, se virando para os outros dois tenentes Hyuga e Ibuki.
"Ondas cerebrais comprometidas! Batimentos cardíacos fracos!" Exclamou Hyuga olhando para Misato. Aquelas palavras fizeram Misato se preocupar ainda mais, Shinji acabou se ferindo gravemente com um ataque de poucos segundos, isso era assustador. Ela tinha que ir vê-lo assim que chegar-se as docas.
"Unidade-01 recolhida na doca 7!" Exclamou a tenente Ibuki
Toda aquela situação era desesperadora, todos estavam apreensivo com o inimigo e o estrago que ele fez em tão pouco tempo. Os prédios em volta e os quais foram atingidos pelo feixe de luz do anjo estavam totalmente derretidos, praticamente magma, era de se esperar que a armadura do Eva também estaria desse jeito, isso faz Misato se preocupar ainda mais com Shinji.
"Ritsuko! Eu estou indo para as docas, acione os paramédicos em atendimento de emergência!" Gritou Misato enquanto começava a correr em direção a ponte. Sua última visão da sala de operações foi Ritsuko afirmando com a cabeça e a Ayanami com sua expressão estoica de sempre, era de se esperar que a garota seria a única em não se preocupar com a situação, mas esses pensamentos não eram prioridades, ela tinha que ver o estado do pilot- do Shinji.
Rei viu todo o ocorrido, e na sua avaliação seria um inimigo muito complicado de se lidar. Pelo que seus superiores lhe disseram através de alguns teste de combate, é que o anjo podia atacar um alvo a distâncias muito grandes, então a uma luta direta estava fora de questão, ainda mais com um anjo com um poder tão destrutivo. Ela pode ver o Piloto Ikari sendo socorrido através de umas telas dos três tenentes, e pelo que ela soube, é que o LCL dentro do Plug de entrada tinha fervido em alta temperatura, deixando o Piloto em um estado grave, nada que a interessasse muito, se ele pudesse continuar pilotando, estava tudo bem com os planos da NERV.
Se passou um tempo dês do ocorrido, e ao decorrer do tempo ela pôde ouvir os seus superiores discutindo sobre como eles iriam prosseguir com o quinto anjo. Eles sabiam que o tempo estava curto, o Anjo em formato de Octaedro formou uma broca na parte de baixo de sua pirâmide, e estava perfurando as vinte e duas placas blindadas que cercavam o Geofront. Até onde ela ouviu, eles iriam usar rifle de alta precisão de pósitrons, e este rifle iria usar grande parte da energia do Japão para penetrar o campo AT do alvo, e por enquanto, ela já não estava mais usando o seu PlugSuit, só estava aguardando ordens superiores enquanto observava toda a equipe da sala de comando trabalharem.
Rei pode observar a Doutora Akagi se direcionando a sua direção, ela parecia portar algum tipo de caderno de anotações pequenos.
"Rei, preciso de um momento para falar com você sobre o plano qual foi elaborado para derrotar o anjo." Disse a mulher de falsos cabelos loiros com um tom sereno, parando a sua frente. Ela estava com uma mão no seu jaleco branco e a outra segurando o pequeno caderno a qual ela tinha visto.
"Sim? O que eu preciso saber?" Perguntou Rei de forma estoica, enquanto se levanta de umas das cadeiras a qual ela estava sentada.
A doutora então estendeu a mão onde estava o caderno para Rei, indicando que era para ela. Rei por sua vez pegou o caderno, demonstrando uma expressão confusa, esperando mais respostas enquanto voltava sua atenção a Doutora a sua frente.
"Este caderno possuí todas as ordens e como o plano será orquestrado." A mulher falava enquanto ajeitava o óculos em seu rosto. "Não posso te explicar detalhadamente ou satisfazer alguma dúvida sua pois estou muito ocupada agora." A falsa loira continuou em um tom acelerado, ela parecia apreensiva para terminar logo aquela conversa e voltar ao seu trabalho.
"Entendido." Rei respondeu estoicamente enquanto pegava o caderno da mãos da doutora, abrindo imediatamente para ver mais detalhes.
"Mais uma coisa, Rei." Chamou a doutora, isso fez com que Rei pusesse seu olhos de volta para ela. "Preciso que você também entregue o caderno para o piloto da Unidade-01 em seu quarto e explique as ordens para ele." Completou a mulher enquanto dava alguns passos para trás a fim de sair da conversa.
Rei por sua vez interrompeu seu caminhar. "A capitã Katsuragi não pode fazer isso?" Perguntou Rei no seu tom frio de sempre. Ela tinha levantado uma questão a qual ela não entendia, por que ela tinha que fazer uma ordem a qual ela não estava habituada fazer?
A doutora parou sua caminhada e olhou para trás momentaneamente. "A Misato está ocupada demais cuidando de outros assuntos assim como eu, você deveria saber disso. Então se apresse, ele deverá acordar em breve, temos pouco tempo para essa missão." Disse a Doutora Ritsuko. Rei pode sentir uma leve amargura nas palavras da mulher, ela sabia que a doutora não gostava dela, mas não entendia certamente o motivo.
Rei ficou em silêncio observando a doutora se afastar aos poucos para voltar a seu habitual trabalho, antes que ela pudesse voltar a sua atenção ao caderno de anotações. Lendo ela pode observar o que já esperava da missão, acertar o Anjo a distância com o rifle de pósitrons com um alto nível de energia, não tinha o certo de qual seriam suas posições de combate, mas o local escolhido para o tiro foi o Monte Futagoyama.
Ela fechou o caderno o guardando na cintura de sua saia escolar, em seguida Rei começou a caminhar em direção a ala médica onde se encontrava o piloto Ikari. Não demora muito para que Rei chegasse lá, ela então tinha perguntado para um dos médicos nos corredores dos quartos onde se encontrava o piloto Ikari, o médico a lhe orientou, mas também lhe fez um pedido, ele pediu para que Rei levasse a bandeja de comida do piloto a qual ele estava carregando em cima de um carrinho, Rei não pôde deixar de recusar já que ela teria que ir ao quarto para explicar o plano para ele de qualquer jeito.
Rei então chegou ao seu destino e apertou para abrir a porta do quarto, imediatamente a porta automática deslizou para o lado dando passagem para a garota adentrar o quarto. Rei levou sutilmente o carrinho para o canto da parede, ela pôde ver o Piloto Ikari em descanso na cama, mas era estranho como a expressão do garoto era quase melancólica enquanto estava dormindo, uma expressão de angústia como se estivesse pensando em algo enquanto dormia. Rei não sabia exatamente qual era o nome, era um Sonho? Não, pelo que ela conhecia, ela sabia que sonhos geralmente retratavam coisas boas ou neutras, esse não era o caso, mas não era algo de se pensar agora. Rei pegou uma cadeira que estava no canto da sala quase vazia e a colocou do lado da cama de Ikari, ela se sentou ali para que ela estivesse de prontidão para lhe dar as ordens assim que ele acordasse.
Era de certa forma estranho ver o corpo do piloto da unidade-01 quase nu, exceto pelo lençol que estava cobrindo da cintura para baixo, esses tipos de sentimentos a fizeram lembrar de mais cedo, quando Ikari apareceu em sua casa para lhe entregar o seu cartão de acesso. Ela se lembra do exato momento quando ele caiu em cima dela e ficou com sua mão em cima do seu corpo, doeu até certo ponto, a pancada que foi dada no local não foi agradável, mas ela pôde deixar de sentir um calor depois do silêncio da situação, era o calor da mão do Ikari? Ela não sabia responder essa pergunta, mas ainda assim, de certa forma ela sentiu nojo? Era essa a palavra? Era estranho como ela sentiu que ele não devesse tocar seu corpo daquele jeito, aqueles locais que não deveriam ser tocados por outras pessoas. Ela sabia da ideia de sexo e prazer humano, mas nunca entendeu certamente por que faziam algo momentâneo. Ela sabia que as pessoas faziam esses tipos de coisas quando tinham uma conexão, então foi por isso que ela sentiu nojo? Por que ela não tem uma conexão com Ikari-kun? Realmente eram pensamentos diferentes do seus habituais, mas ela sabia que não eram importante para o momento ou para seu propósito. Ela tirou o livro de anotações de sua cintura, desviando a sua atenção do garoto deitado a sua frente, começando a revisar as ordens a fim de distrair esses pensamentos.
Escuridão, era tudo que Shinji podia ver. Ele podia sentir o resto do seu corpo, seu tato, sua audição, e olfato, então ele não estaria morto ou dormindo, ainda assim era estranho. "Onde estou?" Se perguntou Shinji enquanto olhava para os lados, ele pôde ver seus ombros e corpo no processo. "Que lugar é esse? É escuro, eu não vejo nada." Disse Shinji angustiado, respondendo sua própria pergunta.
De repente ele pôde ver uma luz surgindo ao fundo da escuridão, aos poucos, ele pôde ver a imagem de seus tios, eram eles quando era um pouco mais jovens, era a imagem que ele se lembrava deles quando ele chegou na casa deles.
"Shinji, Querido." Seus tios falaram quase juntos o seu nome. "Olhe." Sua tia disse enquanto apontava com o dedo indicador para o que parecia ser uma pequena casa ou um tipo de quarto no quintal. Shinji então se viu quando tinha 6 anos, mas isso já não estava em seus pensamentos, o que ele não entendia era por que ele estava revivendo aquelas memórias.
"Construímos um quarto só para você." Disse seu tio olhando para ele com um fraco sorriso no rosto.
"Agora você pode estudar à vontade ali. De agora em diante." Sua tia afirmou enquanto levava as mãos acima do peito. Ele sabia que aquilo era uma mentira, ele sabia que eles não gostavam dele, ninguém gostava dele, ele era apenas um incômodo.
"Ano que vem você estará no fundamental um." Disse sua tia com um fraco sorriso no rosto.
"Achamos que você precisava do próprio quarto, por isso construímos no quintal." Disse seu tio abrindo os braço com um falso sorriso, por mais que som tom fosse alegre, ele sabia que aquilo era mentira. Seu tios nunca gostaram da presença dele ali, sempre foi um estorvo depois que o seu pai o abandonou. Ele pode ver o seu primo, filho de seus tios ali do lado, com aquele sorriso, o sorriso o qual sempre odiou, ele estava se divertindo em vê-lo sofrer, isso o enchia de raiva.
"Obrigado titio e titia." Respondeu sua versão jovem de uma forma doce. Naquela época ele não entendia as coisas muito bem, mas qualquer ato que parecesse de amor e gratidão o faziam prender naquele sentimento, algo que seu pai sempre negou. "Eu vou estudar sozinho..." Afirmou de forma melancólica o pequeno garoto.
Suas memórias avançaram para quando ele estava voltando da escola do fundamental um em meio a um dia de chuva, seus tios nem se preocuparam em ir buscá-lo. Sua atenção se volta a uma bicicleta que estava no meio de um monte de lixo abaixo de um via duto, não parecia ser de ninguém, estava abandonada, por que não pegar? Foi o que ele fez, começando a levar para casa com sigo. Isso até o um homem com uma capa de chuva lhe chamar atenção, ele parecia ser um policial. O homem pergunta se aquela bicicleta era dele, o pequeno Shinji timidamente nega, mas tenta se justificar dizendo que ela estava abandonada embaixo do via duto, mas o homem apenas lhe responde que crianças não deveriam mentir. Seu pequeno coração acelerava naquele momento, ele se sentia tão inseguro e abandonado, ninguém o ensinou o que era certo e o que era errado, por que ele estava passando por isso? Por que as coisas tinham que ser assim? Suas memórias avançam com o homem levando-o pra delegacia, ele se sentia tão perdido.
"Qual o seu nome?" Uma mulher do outro lado da mesa o perguntou cujo rosto não conseguia identificar ou se lembrar, mas que conversava em um tom doce, porém isso não diminuía seu medo.
"Shinji Ikari..." Respondeu vagamente enquanto ele cerrava as mãos apoiadas em suas pernas.
"E seu endereço?" A mulher perguntou enquanto escrevia alguma coisa em um papel. O pequeno Shinji não sabia responder aquilo, ele estava com medo, ele queria ir para casa, ele queria sair dali. O silêncio do garoto foi o que respondeu a mulher. "Sabe o nome do seu responsável?" A mulher perguntou se inclinando um pouco contra a mesa a qual estava sentada. Ele sabia que seus tios eram quem cuidavam deles atualmente, mas não sabia se era certo dar o nome deles para a moça sua frente. E se ele dissesse o nome do seu pai? Ele iria buscá-lo? Ele finalmente o levaria para casa e o tiraria daquele lugar que o deixava tão confuso e perdido?
"Gendo Ikari..." Foi o que o garoto respondeu enquanto olhava para moça a sua frente, seu tom assustado era nítido.
O cenário mudou para o momento que sua tia chegou à delegacia para ir buscá-lo, seu tom preocupado e quase choroso quando pegou pelos braços só deixou o momento mais melancólico. Sua tia constantemente começava a gritar com ele dizendo que ele não deveria roubar, que se ele quisesse uma bicicleta seu pai iria dar dinheiro para seus tios comprarem. Shinji não estava interessado nisso, ele estava assustado, ele queria que seu pai estivesse lá, o seu pai o qual o abandonou.
Shinji se encontrou mais uma vez em outro cenário, sua tia estava o levando para casa naquele momento, segurando sua mão. Era tudo tão desconfortável, era tudo tão estranho. Não era o que ele queria, uma bicicleta ou que seu pai lhe desse mais dinheiro pra comprar uma, ele só queria que o seu pai o buscasse, mas nem assim ele veio, ele o deixou nesse lugar para sempre.
Nem assim o senhor vem me buscar, papai. Pensou o pequeno Shinji enquanto caminhava no chão de barro em meio as gotas de chuva. Mamãe. Se a mamãe estivesse viva, ela teria vindo me buscar? Pensou Shinji em um tom choroso, ameaçando a derramar lágrimas ali mesmo. Mãe... mamãe...
"Mamãe..." Shinji pode sentir seus olhos começarem a abrir, sua voz escapou de sua boca, uma enorme clarão de luz o cegava. Ele estava sonhando? Ele não podia ver nada, além de sentir que sua boca e garganta estava ressecada.
Ele finalmente pôde começar a enxergar alguma coisa. Shinji então viu a silhueta de uma pessoa a sua frente, porém, sua visão ainda estava embaçada para enxergar alguma coisa, como se tivesse algo em seus olhos. As coisas em seus olhos finalmente começaram a dissipar, como se estivesse escorrendo de seus olhos, e foi então que ele percebeu, eram lagrimas escorrendo, então ele estava chorando? Mais surpreendente que isso, Ayanami estava ali na sua frente, sentada com um pequeno caderno em mãos enquanto olhava para ele com olhar de confusão, por que ela estava ali? Onde ele estava?
"Ayanami?!" Shinji disse com um tom de surpresa enquanto levantava a coluna pra ficar sentado na cama. O garoto então olhou em volta por um momento e percebeu que estava em um daqueles quartos de hospital da NERV. As memórias da batalha começaram a voltar para sua cabeça, ou quase todas. Ele só lembra de ter visto um clarão e então tudo começou a ferver em um calor infernal até que não se lembrasse de mais nada.
"Eu trouxe sua comida." Disse Ayanami virando seu rosto em direção a uma espécie de carrinho que continha uma bandeja de comida em cima, sua atitude parecia gentil até então, mas algo no seu tom de voz parecia fazer com que ela não quisesse estar ali. "Disseram pra te servir logo que acordasse." Ela se levanta em direção ao carrinho a fim de pegá-lo, começando a trazer pra perto dele.
Shinji estava um pouco desnorteado, as memórias entre o mundo dos sonhos e daquele momento o faziam ter dor de cabeça. Se a Ayanami veio trazer sua comida, quanto tempo ela estava ali? Além do mais, ela o viu chorar? Isso é tão vergonhoso, mostrar seu lado fraco para as pessoas inconscientemente, Rei deve achar que ele é um chorão.
Rei em pouco tempo chega com o carrinho pra perto dele. "Aqui, sua comida." Disse ela olhando para ele de forma estoica. É claro que Rei iria apenas estar ali para cumprir ordens, ninguém se importa com ele, além disso, Shinji duvidava que Rei quisesse falar com ele depois do ocorrido em sua casa, ele ainda se sentia muito mal por conta desse acontecimento.
"Eu... Eu não quero comer nada..." Shinji desviou o olhar com um expressão melancólica em seu rosto.
"É melhor que coma, iremos partir em sessenta minutos" Rei falou enquanto pegava a sua bandeja de comida e colocava na cama, era uma espécie de mesinha designada para comer em camas.
Shinji olhou para Ayanami com surpresa, mas logo sua cabeça começou a ligar os pontos, ele sabia o que isso significava, o anjo não foi derrotado, ele ainda teria que acabar com aquela coisa que deixou nesse estado tão acabado, seu corpo ainda doía como se estivesse queimado, porém não havia nenhuma marca de queimadura em seu corpo. Shinji não teve chance de responder, Rei pegou um pequeno caderno da cintura, era aquele que ela estava lendo quando ele acordou, ela então estendeu a mão para que ele pudesse pegar o caderno, mas ele não queria ver aquilo agora, ele sabia que isso era algo sobre pilotar o EVA de novo. Shinji apenas trouxe os lençóis e as pernas para o peito se retraindo.
"Aqui está o cronograma do plano que será colocado em ação a partir da meia-noite, quer que eu leia?" Rei perguntou de uma forma estoica enquanto trazia o caderno de volta para si. Ela iria ler aquilo mesmo que ele não quisesse saber, ele só queria descansar e tentar esquecer que essa coisa de anjos e EVAS existe por um segundo. Ayanami abriu o caderno e começou a ler. "Os pilotos Ikari e Ayanami devem comparecer às Docas hoje às 17 horas e 30 minutos de hoje. Às 18:00, os Evangelions unidade-01 e unidade-00 serão ativados. Às 18:05 lançamento. A previsão de chegada a base improvisada na Montanha de Futagoyama às 18 horas e 30 minutos. Uma vez lá aguardar até segunda ordem. Na virada da meia-noite o plano será colocado em ação." Ayanami leu totalmente o caderno de forma neutra, quase como se fosse um robô indo comunicar ordens. Ela fechou o caderno e colocou ao lado de Shinji em sua cama.
A expressão melancólica no rosto do garoto se intensificou. "Eu vou ter que pilotar de novo depois de tudo que eu passei?" Ele colocou a mãos em volta dos braços enquanto olhava para suas próprias pernas, sua voz era tremula e retraída. Ele não queria voltar para aquela coisa de jeito nenhum, ele quase morreu e teria que novamente pilotar o gigante robô.
"Se não quiser pilotar fuja..." Disse Ayanami ao lado, ele pode sentir um calafrio e uma sensação de surpresa com a resposta da garota. "Se quiser você pode ir embora, eu posso pilotar a unidade-01 pra você." Os olhos de Shinji de arregalaram com o que acabarás de ouvir, ele se vira para Ayanami que estava com os olhos fixos nele. "Reprogramar a os dados pessoais da unidade-01 é a coisa mais fácil do mundo." Ela permaneceu com sua expressão estoica, mas Shinji pode sentir sua testa franzir, algo nessa frase fez parecer que Rei não o queria pilotando, ou que ele não era importante, isso deu uma pontada de raiva no seu peito, mas a sua expressão não condizia com nada disso. Rei permanecia estoica, ela não parecia estar provocando ou querendo que ela vá embora, ele já deveria saber, ela realmente é desse jeito estranho... Ele pode sentir sua raiva diminuir, mas sua testa permanecia franzida. "Te vejo daqui a 60 minutos." Ayanami disse enquanto se virava em direção a porta.
Por mais que fosse tentador a ideia de só fugir e deixar de pilotar o Eva, a culpa de jogar toda essa responsabilidade para Ayanami o assombraria pra sempre. Ela era um ser humano igual a ele, e algo que ele não queria que ninguém sentisse é a sensação de ter a responsabilidade de pilotar um EVA. Ele viu Ayanami se distanciando e abrindo a porta, ele queria dizer alguma coisa naquele momento, mas as palavras escaparam, ele tinha que pensar em alguma coisa. "Espera..." A palavra escapou de sua boca, mas ele não tinha o que dizer ainda. O que ele iria falar?
Ayanami se virou por um instante olhando para ele. "Sim?" Disse a garota de forma calma e serena.
"Eu... Eu não vou fugir." Shinji disse a ela com a voz um pouco retraída, era o melhor que ele tinha pensado naquele momento.
"Tudo bem então." A garota se virou de volta para a porta assim que disse. Ela pôs os pés para fora e as portas atrás dela se fecharam, fazendo com que o quarto caísse em silêncio.
Shinji colocou de volta as mãos em seus braços enquanto desviava o olhar para a janela a sua direita. Ele tinha que se preparar psicologicamente para o que estava por vir, não tinha o que fazer a não ser aceitar. Shinji então começou a tirar o lençol de cima de si, mas parou no meio do caminho quando percebeu que estava totalmente nu, ele não tinha percebido todo esse tempo que estava sem roupas, isso faz imaginar que se ele tivesse se levantado ou tirado o lençol enquanto Ayanami estava ali... Ele não queria nem pensar no constrangimento. Ele pode ver uma pequena mesinhas com duas gavetas, ele abre uma e vê um roupão de paciente hospitalar, era melhor do que estar pelado, ele logo teria que ir para o vestuário se trocar. Shinji então se levanta e se veste rapidamente, ele pode sentir sua barriga roncar logo em seguida... Era hora de comer a comida que a Ayanami tinha trazido para ele.
Ele olhou para aquilo tudo e não parecia muito saboroso, considerando que era a comida do hospital, mas era melhor do que ficar com fome. Shinji se sentou de volta a sua cama e tirou um dos garfos que estavam embalados em um saquinho plástico, começando a comer.
Já eram 22:50 da noite, Misato estava vendo últimos detalhes da missão com Ritsuko e os pilotos. Ambos já estavam em cima do monte Futogoyama, era hora de explicar as ordens do que eles deveriam fazer.
"Acho que já está mais do que na hora de explicar o plano para vocês, prontos?" Misato se inclinou para frente dizendo para ambos os pilotos. Os garotos apenas assentiram a cabeça, não muito a fim de falar.
"Esse é o rifle de pósitrons." Disse a mulher apontado para a grande arma posicionada longe dali. "De acordo com nossos cálculos, essa arma será capaz de penetrar o campo AT do inimigo mesmo a longas distâncias, porém, ainda é uma arma improvisada, feito as pressas, então tem chance de dar algum erro na hora do tiro, por isso o escudo." Mais uma vez Misato apontou para o grande escudo que estava próximo dali. "Ele também foi feito às pressas há base de pedaço de cascos de um ônibus espacial, ele pode aguentar até 17 segundos de ataque inimigo." Misato cruzou os braços, aumentando a sua postura de liderança. "Shinji ficará responsável pelo tiro com a Unidade-01." Misato virou seu foco para Shinji.
"Certo." O garoto respondeu de forma terminada enquanto seu rosto dizia o mesmo.
"Rei ficará responsável por usar o escudo." Misato focou seus olhos na garota de cabelos azuis.
"Entendido." Respondeu Rei de forma neutra.
"O motivo para a posição de vocês... É que a unidade-01 tem uma maior taxa de sincronização do que a unidade-00." Misato respondeu a ambos os garotos a sua frente. "Nesta operação, quanto maior a precisão, melhor é o resultado." Completou a mulher.
Ritsuko deu um passo a frente. "Shinji, os pósitrons são influenciados pela rotação e magnetismo da Terra, você terá que corrigir sua mira de acordo com essas influências." Disse Ritsuko enquanto levantava um dos dedos da mãos onde se encontrava seus braços cruzados.
"E como eu vou saber o que fazer se eu não recebi nenhum tipo de treinamento sobre isso?" Se perguntou Shinji confuso.
"Não se preocupe, até certo ponto você terá que apenas puxar o gatilho, o computador dentro da unidade-01 irá corrigir o resto. Apenas atire quando tiver na mira." Disse Ritsuko olhando para o garoto.
"E se eu errar o tiro?" Perguntou Shinji.
Misato entrou na conversa. "Ai então teremos que esperar 20 segundos para efetuar o resfriamento e recarga da arma." A mulher de cabelos roxos franziu um pouco sua testa. "Se nesse intervalo de tempo não conseguirem se esquivar do alvo, então estaremos perdidos. Em último caso teremos que usar o escudo que estará com Rei." Misato pode observar a carranca no rosto de Shinji se intensificar, era normal de estar preocupado dadas as condições dessa operação. Misato olhou para um cronometro que estava em seu bolso, ela tinha que despachá-los para ponte os EVAS estavam. "Está na hora! Preparem-se os dois!"
"Sim, senhora." Disseram os dois em uníssono, após isso, ambos começaram ir para a ponte onde estavam os EVAS.
Espero que tudo ocorra bem... Boa sorte, Shinji.
Rei estava sentada perto da ponta da ponte ao lado da entrada deu seu EVA, Shinji por sua vez estava do outro lado com uma distância não muito grande dela, ao lado da sua própria Unidade-01. Rei pôde observar a brilhante cidade de Tokyo-03 a sua frente começando a desligar suas luzes, além disso, ela podia ver luzes de outras cidades longes também se apagando, isso por quê a energia qual será usada pelo rifle de pósitrons virá de todo o país para penetrar o campo AT do anjo. Não passou muito tempo para que todas as luzes se apagassem, menos as de onde eles estavam próximos. Ela Olhou para a Lua no céu e percebeu que seu brilho se intensificou ligeiramente, além disso, muitas estrelas agora estavam visíveis, era de certa forma, bonito...
"Talvez a gente morra dessa vez..." Shinji disse do outro lado, quebrando sua linha de pensamento, sua voz parecia triste.
"Por que diz isso?" Perguntou Rei enquanto desviava o olhar para Shinji do outro lado da ponte.
Um grande silêncio pairou no ar, ela tinha dito algo errado? Depois de alguns segundo Shinji finalmente quebrou o silêncio, olhando para ela. "Como você consegue ficar tão calma Ayanami? Depois de ter passado por tantas situações perigosas... Você ainda permanece calma..." A expressão melancólica que já existia no rosto do garoto se intensificou. "Por que você pilota o Eva, Ayanami?".
Era uma pergunta a qual ninguém tinha feito pra ela antes, por mais que ela soubesse o seu propósito, até então nunca precisou explicar isso para ninguém, tendo em conta que as únicas pessoas que ela tem contato são as pessoas da NERV, nunca teve um momento para que ela realmente refletisse sobre isso. Rei olhou brevemente para a Sua unidade-00 a sua direita, e voltou seu olhar a Shinji. "É por que... É meu elo.".
"Com meu pai?" Perguntou Ikari mais uma vez.
Era realmente uma coisa que a fez pensar, ela não tinha motivos para pilotar, ela não tinha pra quem pilotar, ela pilotava por quê nasceu para isso, e se ela não pilotasse, não teria motivos para a existência dela. "Eu... Eu não tenho mais nada na vida. Eu nasci pra pilotar o Eva." Era o que achou o melhor pra dizer, ela podia sentir sua cabeça rondar vários pensamentos. "Se eu deixar de ser uma piloto... Aí sim eu não terei mais nada..." Ela pôde sentir um amargor no coração, o que era isso? É tristeza? Acho que sim. É triste não poder ser como as outras pessoas com seus próprios objetivos, os objetivos dela foram traçados no momento que ela nasceu, ela não tinha direito de reclamar, ela só podia aceitar. "Isso seria a mesma coisa do que estar morta...".
"A mesma coisa que estar morta..." Shinji repetiu a frase que Rei lhe disse. "Então, eu acho que já estava morto antes de chegar aqui." Rei desviou o olhar para ele com certa curiosidade, ele era igual a ela nesse quesito? Por quê? Ele era um ser humano normal ao contrário dela, não era? Shinji continuou. "Eu estava cansado de tudo, apático, não ligava para nada, mas para os outros eu me fingia de bom garoto... Talvez... Talvez por quê eu só estivesse fingindo estar vivo." A expressão melancólica no rosto do garoto permaneceu. Por que Shinji estava lhe contando toda essas coisas para ela? Ele estava se abrindo? Ninguém nunca havia feito isso com ela, isso só é feito com pessoas de confiança, Shinji confia nela? Por quê? Esses pensamentos não deixam de rodar a cabeça de Rei, ficou tudo tão confuso e diferente dês que a terceira criança chegou a NERV.
Ela se sentiu um pouco no lugar dele, como se sempre tivesse sentido o mesmo, mas nunca percebeu. Ela só vivia pelos outros, pelos propósitos dos outros impressos nela, ela realmente vivia de verdade? Viver é existir para o propósito dos outros? Ela só se fingia de boa garota para o comando de outras pessoas? Mas e se ela não pilotasse? Então não existiria nada. Ela começou a se questionar se realmente estava viva ou não, mas ela considerou que sim, contanto que ela tenha um propósito para lutar, ela estava viva.
"Vamos, está na hora." Se levantou Rei olhando para o luar em sua frente.
"Ah, certo." Disse Shinji enquanto também se levantava.
Essa conversa de certa forma foi confortável para Rei por mais que o assunto fosse melancólico. Nesse momento ela tinha um propósito, proteger a Unidade-01 para que Shinji não tivesse medo de morrer.
"Ikari." Disse Rei enquanto permanecia com os olhos na Lua.
"Sim?" Perguntou Shinji com um tom de curiosidade em sua voz.
"Você não vai morrer, Porque eu vou te proteger. Adeus, Shinji Ikari." Rei disse desviando seu olhar para a entrada do Plug da sua Unidade-00. Ela não olhou para trás, apenas fechou a escotilha e sentou-se no cockpit, esperando início de tudo. As chances de ela morrer naquela batalha caso a Unidade-01 erra-se o primeiro tiro eram muito grandes, ela teve que dar um último adeus para o piloto.
Após isso ambos os dois EVAS foram ligados, ambos se direcionaram para posição de tiro. Ela pôde ver o relógio bater meia-noite em ponto, após isso, várias transmissões de rádio do centro de operações puderam ser ouvidas através de seu rádio. Eles estavam se comunicando com o piloto Ikari e orientando o que ele devia fazer. Vários procedimentos foram feitos para que o rifle de pósitrons pudesse atirar, ela ouvia constantemente a capitã Katsuragi, a Doutora Ritsuko e os tenentes conversando entre si, até que então um dos tenentes começou a fazer uma contagem começando do nove. Então era isso, a unidade-01 iria tirar. Rei que estava um pouco à frente da unidade-01 com o escudo em mão olha para trás por um momento, ela pôde ver o EVA de Shinji deitado no chão segurando o extenso rifle apontando para o alvo. Ela olhou para frente de volta e pode ver um pequeno ponto azul ao longe no meio da cidade, era o anjo.
"Detectando alta concentração de energia dentro do alvo!" Um dos tenentes exclamou pelo rádio. Rei sabia o que isso significava, Shinji teria que atirar logo.
De repente, ela pode ver um clarão surgindo da cidade, o anjo tinha disparado seu feixe de luz, faltando 1 segundo para o rifle da Unidade-01 atirar. Se a unidade-01 um não atirasse contra o feixe, tinha chances de ele acertar onde estavam. Foi aí que ela pôde ouvir o som de clique do gatilho do rifle, Shinji atirou e um enorme feixe muito parecido com o do anjo foi de encontro a ele, porém, algo estranho aconteceu. Rei pôde ver o feixe de luz do anjo vindo na direção dele, porém, a rota dele avia sido desviado por conta do tiro da Unidade-01, agora tudo que ela pode ver é um clarão, um som ensurdecedor de explosão tomou conta do interior da cabine. Rei pôde sentir seu EVA ser jogado pra direita com a explosão, batendo as costas no chão e soltando o escudo por um momento.
"Ai..." Rei exclamou com a dor que havia sentido através da sincronia com seu Eva. Ela então ouve pelo rádio que a broca do anjo perfurou as 22 camadas blindadas do Geofront, isso tinha significado que o piloto errou, ela tinha que fazer seu papel.
Rei se levantou rapidamente com seu EVA. Ela pôde observar que a unidade-01 começou a se deslocar um pouco pra baixo da montanha com o rifle de pósitrons em mãos, Rei rapidamente deduziu que ele precisava de um lugar plano para dar o próximo tiro com precisão. Rei pegou seu escudo do chão e começou a seguir sua direção. No processo de descida ela pode ver o EVA unidade-01 deitando-se mais uma vez no chão, apontando o rifle em direção ao alvo.
"Detectando outra alta concentração de energia dentro alvo!" Exclamou mais uma vez um dos tenentes exclamando pelo rádio.
Rei pôde sentir um frio na espinha, ela tinha que se apressar, ela tinha que cumprir seu objetivo, então ela finalmente chegou a unidade-01 parando um pouco a frente dele, e olhando pra frente, ela pôde observar o grande Brilho se intensificando e ficando maior, era o raio de luz do anjo, ela tinha que defender. Ela posicionou o escudo corretamente até sentir o grande impacto causado pelo contado do feixe e o escudo.
"Ayanami!" Ela ouviu Shinji exclamar seu nome pelo rádio em um tom desesperado. Ele estava se importando com ela? Por que ele exclamou pelo seu nome quando defendeu ele? Ela não podia fazer essas dúvidas para si mesmo em um momento tão infortúnio.
Rei começou a ouvir a contagem de um dos tenentes ser exclamado pelo rádio, falta mais dez segundos, dez segundos que pareciam uma eternidade. Ela então pôde começar a sentir o escudo desmanchar nas mãos de seu EVA, então era isso, ela iria morrer ali e ser substituída, ela iria voltar sem se lembrar de nada. Ela começou a sentir toda sua cabine esquentar, a dor e o calor estava começando a ficar insuportável, mas pelo menos, ela teria cumprido seu objetivo para qual ela foi criado, de certa forma isso era confortável de se pensar. Por mais que em toda sua cabine pudesse ver a luz do feixe, ela sentiu sua visão começar a escurecer aos poucos, a dor já estava insuportável a muito tempo, ela estava morrendo. Adeus, Shinji Ikari. Ela se lembrou das palavras que tinha dito a ele antes de entrar no EVA. Ela sentiu seu EVA cair pra trás, mas algo a segurou, ela ouviu um barulho do clique do rifle sendo disparado bem de perto, possivelmente seu EVA tinha caído em cima da unidade-01.
"Alvo neutralizado!" Foi a última coisa que ela pôde ouvir do rádio, ela se sentiu feliz por um momento por ouvir isso, ela então finalmente ficou inconsciente.
. . .
"Rei!" Ela pode ouvir por alguém chamando seu nome. Tudo doía em seu corpo, ela não podia ver nada. "Rei, você está bem?!" O barulho parecia abafado, sua cabeça estava zunindo para identificar de onde vinha o som.
Então ela ouviu um barulho de escotilha abrindo, era a escotilha do seu plug de entrada? Ela pode sentir a luz batendo em suas pálpebras, doía de certa forma. Ela finalmente abriu os olhos o pôde ver uma mistura de sombra e luz na sua visão, ela não conseguia distinguir as cores direito por ter acabado de acordar. As sombras começaram a formar uma silhueta, uma silhueta familiar. "Rei!" Ela ainda não conseguia identificar a voz de que a estava chamando. A silhueta se aproximou um pouco, parecia tanto ser o Comandante Ikari, ele havia vindo salvá-la mais uma vez?
"Comandante Ikari...?" Ela disse olhando atentamente para a silhueta, abrindo um pouco mais os olhos. Foi então que ela percebeu, aquele era o piloto da Unidade-01, ele estava ali na sua frente com um expressão assustada ao mesmo tempo que uma expressão de conforto. Isso era preocupação? É a mesma expressão que o Comandante Ikari tinha feito para ela quando ela se feriu gravemente no teste da unidade-00, o comandante estava preocupado com ela naquele momento, quer dizer que Shinji também estava? "Ikari..." Ela respondeu com surpresa olhando para o garoto, ela pôde sentir seus lábios abrirem um pouco com a surpresa.
"Re- A-Ayanami..." Disse Shinji com um tom de voz baixo. Rei pôde ver um sorriso se formando no rosto do garoto. "Que bom que você tá viva..." Shinji fez uma pausa para respirar enquanto lágrimas se formavam em seus olhos. Ele estava chorando de novo assim como na ala médica? "Que bom..." Shinji respirou mais uma vez enquanto seu sorriso se intensificava graciosamente.
Rei olhou para ele com um pouco mais de surpresa. "Está chorando de novo..." Ela disse com a voz um pouco baixa, o sorriso de Shinji se foi, dando espaço pra uma expressão de surpresa com essa frase. "Chorou ontem também, enquanto dormia." Completou Rei enquanto olhava para os olhos do garoto, por que ele estava triste? O que ela tinha feito de errado? "O que te deixa tão triste assim?".
"Não... Não é isso sua tonta..." Disse Shinji em um tom melancólico enquanto enxugava as lágrimas do rosto com os pulsos. "Eu tô chorando é de alegria por você estar viva..." Shinji disse em tom choroso enquanto enxugava as lagrimas entre os soluços.
Isso era tão confuso para Rei, por que alguém choraria de alegria? Por que ele estaria feliz por vê-la viva? Ela nunca achou que pudesse despertar esses sentimentos em alguém, isso é tudo tão estranho e novo... "Por que alegria...? As pessoas também choram quando estão contentes?" Perguntou Rei enquanto desviava o olhar para o teto de sua cabine, Ikari permaneceu em silêncio limpando suas lagrimas. Rei não pôde evitar de se sentir culpada naquela situação por deixar Ikari com sua expressão estoica de sempre. "Desculpa... Eu não sei o que dizer em situações como essa..." Rei colocou suas mãos em sua barriga, fechando os olhos e respirando profundamente. "Sei que deveria demonstrar felicidade, mas..." Ela pode sentir uma mão em seu ombro antes de terminar. Rei abre os olhos e pôde ver a mão de Shinji em seu ombro, era de certa forma quente em um sentido agradável, Ele olhava para ela com um sorriso no rosto enquanto as lágrimas em seus olhos brilhavam.
"G-geralmente quando alguém está feliz... A gente sorri." Disse ele gaguejando um pouco, com um tom choroso na voz.
Sorrir... Era algo tão simples... Sorrir, era isso que fazia inconscientemente quando estava com o Comandante Ikari? Sim, era isso, a presença dele fazia ela se sentir confortável e flexionar o lábios levemente pra cima, é uma sensação boa pela qual ela sempre desejava sentir perto dele, ela estava sentindo o mesmo com o seu filho. Ela se sentia bem e confortável com alguém se importando com ela, era tão... Reconfortante. Ela pôde ver a mão de Shinji em seu ombro se estender para ela.
"Vem, consegue se levantar?" Disse Shinji com a mão estendida para ela, sua expressão era um tanto quanto neutra naquela situação.
Ela então estendeu a mão para ele, agarrando-a. Era de certa forma quente e confortável, era bom... O calor da mão dele sendo transferido para ela. Rei se sentia bem com isso, por alguém se importar com ela, conversar com ela, estar com ela, era bem melhor do que estar sozinha o tempo todo, ela não sabia que isso poderia ser tão bom. Rei então fechou os olhos e se permitiu sorrir, flexionando os lábios levemente para cima enquanto olhava nos olhos dele. Rei então foi puxada pela mão de Shinji, ela pôde sentir seu corpo doer de várias formas possíveis, mas era bem tolerável. Rei se viu perto do rosto de Shinji, ela pôde ver de perto a cor dos olhos dele, eram castanhos, um pouco puxado para o laranja. O rosto de ambos os dois estavam bem próximos, Rei pôde observar uma expressão de surpresa se formando em seu rosto enquanto a respiração dele se intensificava, era estranho, ele não deveria estar sorrindo também? Ela fez algo de errado?
"Huh? O que foi Ikari-kun?" Rei perguntou inocentemente para ele enquanto seus olhos estavam fixos no dele.
"A-ah..." Gaguejou Shinji enquanto seu rosto ficava vermelho. "N-não é nada." Gaguejou Shinji enquanto colocava o braço de Rei em volta de si, e colocava sua mão em volta de sua cintura, para assim, ajudá-la a levantar. Rei pôde sentir a postura de Shinji meio rígida, como se estivesse com vergonha? Acho que era essa palavra para aquela situação. "Vamos." Disse Shinji enquanto levava Rei para fora do Plug de Entrada.
Era estranho para Rei ver o garoto assim, vermelho, mas ao mesmo tempo era curioso, era algo no qual ela tinha lido no livro sobre romance e amor, qual achou no chão perto da doutora Ritsuko. As pessoas ficavam vermelhas por estarem perto de quem elas gostavam, mas isso não se aplicava a tudo, elas podiam ficar assim em momentos desconfortáveis também, assim como Shinji ficou quando a viu nua em seu quarto. Ainda é tudo muito novo e estranho para ela entender, as relações humanas eram tão complicadas, talvez o livro estivesse ajudando-a perceber mais as pessoas? Ela não sabia ao certo, mas ela estava conhecendo coisas ao qual no conhecia antes começar a ler aquele livro.
Ambos os dois começaram a caminhar em meio a pequena floresta para o topo da montanha, a fim de achar a equipe de resgate mais rápido possível. Por um momento Rei não estava percebendo, mas era confortável estar do lado do piloto Ikari, ela podia sentir o calor do corpo dele se transferindo pro seu, isso de certa forma fez seu coração acelerar, mas por quê? De certa forma ela estava desejando que esse momento durasse mais. Você está sentindo o mesmo, Ikari-kun?
"Ah... Re- A-Ayanami" Shinji chamou por seu nome. Rei voltou o foco para o rosto de Shinji, que olhava para ela.
"Sim?" Perguntou Rei.
"Não fale adeus na hora de se despedir dos outros... Isso... Isso é bem triste." Disse Shinji enquanto olhava voltava a olhar para frente. "Pode ser que hoje a gente não tenha outra coisa além de pilotar o EVA, mas... Eu tenho certeza de que um dia ainda vai chegar um momento..." Shinji suspirou entre as palavras. "Um momento no qual a gente vai se sentir feliz por estar vivo. Contanto que nós estejamos vivos..." Shinji disse um tom de voz neutro, enquanto voltava o seu olhar para Rei, ele então deu um leve sorriso para ela, Rei não pôde deixar de flexionar levemente seus lábios para cima com tal ato.
Rei volta a olhar pra frente refletindo sobre o que Shinji acabou de lhe dizer, Um momento no qual a gente vai se sentir feliz por estar vivo. Ela estava sentindo esse momento agora, ela estava feliz por estar viva, ela estava feliz por sorrir, ela estava feliz por Ikari estar ao lado dela, ela estava feliz por ela ter sentido o calor de sua mão. Dizer adeus para essas coisas agora realmente pareciam coisas tristes... Ela não queria mais dizer adeus dessa forma, ela também não queria que ele lhe dissesse adeus, mas não sabia explicar esses sentimentos, ele só eram, reconfortantes... Então era isso que ela faria, ela nunca mais diria adeus de novo, porque ela estava feliz, feliz por ter lhe conhecido.
Nunca mais diga adeus.
Um capítulo muito parecido com o nosso material original de NGE, mas que trouxe muito desenvolvimento e coisas novas entre os personagens, quem é o causador dessa mudanças, huh? Enfim, foi divertido escrever dessa nova maneira, é bem pra falar a verdade, a forma de escrita onde o personagem é o próprio narrador e irá narrar somente o que personagem vê é mais interessante da que a fórmula eu usei nos capítulos 1 e 2. Gostei bastante de escrever a parte da Ayanami, como seria a visão dela na missão contra o quinto anjo, sem falar que me poupou que escrever vários detalhes que Shinji estaria sentindo ou vendo se o POV fosse dele.
Por favor, se você estiver gostando, avalie, seu comentário é importante pra me manter motivado a escrever, me mandem ideia no privado também, adorarei ler.
Me avise de qualquer erro encontrado na história também, tendo isso mente, obrigado por ler até aqui!
