Nota da autora: Obrigada pelos comentários! Obrigada a 05csomoragnes, Yuki e DindaT! ❤️ Ahhh, tô adorando escrever essa história!

O capítulo que vem terá a continuação do presente 😁

Ah, só para esclarecer: Os dois estudam em uma escola técnica que, no Japão, dura entre 4-5 anos, a depender da área que o aluno quer fazer. Essas escolas já formam para o mercado de trabalho, e muitas vezes é opcional seguir uma carreira na universidade.

Digamos, então, que Rin tem 18 anos (está no penúltimo ano da escola) e o Sesshoumaru está no último ano com 19.

Por favor, deixem comentário dizendo o que acharam! 😁❤️

(Ah, hoje foi feriado na cidade, então decidi atualizar a história mais cedo 😉❤️)


De todo coração

Capítulo II – Passado

Parte I

Da arquibancada de um ginásio, Nakashima Rin era uma das torcedoras mais animadas que comemorava a vitória do time de basquete do Instituto Tecnológico de Tokyo, no qual o namorado jogava.

— Rin, senta aí, mulher! – a amiga dela, Ayumi, a puxou para o banco.

Sem perder o sorriso e o foco, ela acenou para o rapaz que olhava diretamente para ela da quadra. Alto, musculoso, cabelo claro amarrado para não atrapalhar os movimentos, olhos dourados, Sesshoumaru fez sinal para que ela o aguardasse na saída do vestiário.

— Ayumi, desculpe, eu vou esperar o Sesshoumaru-sama. – ela arrumou a mochila e deu um sorriso – Vou voltar pra casa com ele.

— Como se eu já não soubesse... – a amiga levantou-se e limpou a poeira que eventualmente tinha na saia depois de uma hora e meia sentada na arquibancada – Te vejo amanhã na aula?

Rin confirmou com a cabeça e acenou para a amiga que se afastava, apressando o passo depois para ir até o local indicado por Sesshoumaru.

Não precisou aguardar muito tempo. Quando ele saiu do vestiário, cabelo úmido por causa do banho, com roupas limpas e mochila jogada às costas, viu-a sentada cantarolando alguma cantiga e balançando as pernas num banco próximo.

— Ah, Sesshoumaru-sama! – ela acenou para ele como se não tivesse visto a presença dela.

Saltando do banco, ela correu até ele e o abraçou pela cintura, erguendo o rosto para falar:

— Parabéns pela vitória. – ela ficou na ponta dos pés para beijar o rosto dele.

— Não precisava ter vindo hoje. – ele deslizou um braço pela cintura dela enquanto segurava a alça da mochila com a outra mão, começando a caminhar para fora do corredor do vestiário.

— SESSHOUMARU! – alguém gritou atrás dele – NÃO ESQUECE DO QUE O NOSSO PAI FALOU!

— Acho que é o seu irmão falando. – ela sussurrou, tentando olhar para trás.

— Ignore-o. – o outro falou com um certo mau humor.

— EI, NÃO ME IGNORA, NÃO!

— Idiota. – Sesshoumaru sussurrou.

Rin conseguiu olhar por cima do ombro e viu um rapaz, talvez um pouco mais novo que ela, agitando os braços como se estivesse praguejando contra Sesshoumaru.

Ainda não tivera chance de conversar muitas vezes com o irmão mais novo do namorado, em um pouco mais de dois anos que estavam juntos. Talvez tenha trocado um oi, mas tinha sido tudo até o momento. Sesshoumaru era extremamente distante da própria família, até mais do que ela era da dela.

— Você quer ir pra minha casa? – ela perguntou num tom preocupado.

Sentiu a mão dele apertar a cintura.

— Só por algumas horas. Não quero ir para minha casa ainda.

Rin deu um sorriso e concordou.

— Você sabe que pode ficar o tempo que quiser lá, né? – encostou o rosto no braço dele enquanto andavam na direção do estacionamento, onde estava o carro dele.

Sesshoumaru apenas pressionou os dedos na cintura dela, indicando que sabia sim.

o-o-o-o-o

Em cima de um futon do pequeno apartamento de um cômodo, Rin movia-se no colo de Sesshoumaru com ajuda dele, beijando o pescoço e lábios num ritmo lento, como se não quisesse acabar com aquele momento.

— Eu gosto desse jeito... – ela admitiu timidamente, o rosto corado dando indícios de que realmente gostava bastante da posição. Havia pouco tempo que estavam tendo mais intimidade, fato que só começou depois ela passou para o segundo ano. Ele, no último, tentava esquecer os problemas de família em casa passando mais tempo com ela.

— Achei que fosse daquele outro jeito... – ele tinha os seios dela próximo ao rosto e fez questão de morder e sugar o mamilo de um, sentindo-a estremecer.

Depois beijou o ombro dela e mudou de posição, deitando-a no futon e escutando um gemido de prazer que ela fez o possível para abafar para não chamar a atenção de vizinhos. Ele fez questão de ajeitar uma perna dela na cintura dele antes de penetrá-la novamente, várias e várias vezes naquele final de tarde/início de noite, pós-jogo vitorioso.

o-o-o-o-o

— Por que você não dorme aqui hoje? – ela perguntou num sussurro deitada em cima dele, os olhos com aquele brilho de satisfação depois do momento que tiveram.

Sesshoumaru olhava para o teto com a cabeça deitada em um braço, o outro deslizando gentilmente pelo corpo de Rin.

— Espero que consiga resolver a situação com a sua família. – ela fazia contornos com a ponta dos dedos nas linhas definidas do peito e do abdômen dele – Tenho certeza que seu pai se importa muito com você.

— Não quero falar sobre minha família agora. – ele falou com firmeza sem tirar os olhos do teto.

Rin sentiu a dureza das palavras, mas sabia que era apenas a forma que ele tinha aprendido de encerrar um assunto desagradável. Também não era o momento para falar quando tinham passado um final de tarde tão agradável.

— Queria que passasse a noite aqui hoje. – ela o abraçou forte – Fico tão sozinha à noite aqui.

— Há dormitórios melhores nas universidades. – ele explicou – Com bastante colegas seus fazendo barulho também.

— Mas aí você não vai dormir comigo. – ela fez um beicinho e bufou adoravelmente as bochechas – Esses lugares têm regras que parecem de prisão de segurança máxima.

— Bem, não se pode ter tudo. – ele fez menção de levantar, gentilmente tirando-a de cima do corpo – Ano que vem podemos ver um lugar juntos, se conseguir algo aqui.

— Ou posso ficar aqui com você. – ela sugeriu num convite – O que acha?

— Talvez. – ele falou por cima do ombro. Há alguns meses ela não parava de falar sobre morarem juntos, mesmo quando ela não tinha emprego e ele estava prestes a se formar na escola técnica.

Rin sentou-se no futon puxando o lençol para cobrir os seios, beijou-o rapidamente nos lábios, e viu-o levantar-se nu para pegar a roupa e começar a arrumar-se.

— Você pode voltar pra cá se quiser. – ela sugeriu – Se estiver ruim por lá.

Terminando de colocar a camisa, Sesshoumaru apenas olhou por cima do ombro e confirmou com a cabeça. Ele sempre fazia aquilo e nunca ia, mas ela ficava satisfeita de qualquer jeito. Só queria que ele ficasse bem.

Momentos depois, antes de abrir a porta, Rin, ainda usando o lençol para se cobrir, ficou na ponta dos pés para dar mais um beijo nele.

— Vou preparar nosso almoço pra amanhã. – ela falou numa referência ao bento que sempre levava para o instituto e dividia com ele.

Confirmando com a cabeça, ele respondeu ao beijo e depois afastou o rosto para falar:

— Não esqueça de trancar tudo. – ele avisou, calçando os sapatos no genkan.

— Aqui é seguro. – ela franziu a testa. Quase toda a noite ele se preocupava com as portas e janelas bem fechadas quando ela ficava sozinha ali.

O olhar que ele lançou antes de sair ainda era de desconfiança, mas era também um aviso para ela realmente fechar tudo antes de dormir para ficar em segurança.

Rin escondeu o corpo atrás da porta, apenas a cabeça visível para observá-lo enquanto esperava pelo elevador, fechando apenas quando ele entrou no elevador e foi embora.

o-o-o-o-o

Na propriedade da família Taisho, Sesshoumaru concentrava o olhar no prato do jantar e ignorava as conversas noturnas do pai, Toga, com a madrasta, Izayoi, e o meio-irmão, Inuyasha.

... depois da formatura, Sesshoumaru?

Apenas quando ouviu o pai chamá-lo, ele ergueu a cabeça e levantou a sobrancelha, solicitando silenciosamente que ele repetisse a pergunta que não havia entendido.

— Sua formatura já está quase chegando. – o pai repetiu – Já estamos cuidando da sua transferência.

Sesshoumaru ficou em silêncio. De novo aquela conversa sobre ter que estudar fora para poder assumir os negócios do pai no futuro quando ele não tinha o menor interesse em ir para outro lugar.

— Já falei que não quero sair da cidade. – ele falou num tom calmo e frio. Desde a primeira conversa a respeito daquilo, os dois estavam com um relacionamento muito difícil.

O pai apenas deu um suspiro cansado e ruidoso, como se estivesse carregado de insatisfação.

— Ele não quer sair por causa da namoradinha dele. – Inuyasha comentou num deboche.

— Ela tem um nome, idiota. – Sesshoumaru defendeu Rin.

— Keh! – o outro o ignorou.

— Você poderia trazer sua namorada aqui. – a madrasta, sorrindo gentilmente, deu uma sugestão para tentar mudar o clima do jantar – Adoraríamos conhecê-la.

— Tendo namorada ou não, preciso terminar os preparativos para a sua transferência para a Inglaterra. – o pai insistiu – A não ser que queira que Inuyasha vá e fique no seu lugar na empresa quando ele voltar.

— O QUÊ? – o outro se levantou da cadeira extremamente indignado – Eu não quero ir!

— O que está acontecendo nessa geração que não quer saber de ter o mínimo de conhecimento básico para assumir os negócios da família? – o pai falou num tom mais duro, já causando um certo desconforto para Izayoi, que detestava aquelas exaltações do esposo – Na minha época todos os futuros chefes de família precisavam se esforçar como podiam para assumir o cargo!

— Na sua época. – Sesshoumaru frisou, deslizando para frente o prato vazio – Terminei. Obrigado pela refeição.

Levantou-se orgulhosamente e deu as costas para o grupo, ignorando o punho do pai batendo na mesa.

Subiu as escadas e foi para o quarto, deslizando a porta para encontrar o espaço vazio e silencioso, algo que o agradava imensamente em momentos de briga como aquele.

Deitou-se na cama e olhou novamente para o teto, só então lembrando-se de Rin porque costumava ficar fazendo o mesmo quando estava no pequeno apartamento dela.

Tirou o celular do bolso e decidiu mandar uma mensagem para ela, notando que ela já havia se antecipado e mandado uma para ele cerca de dez minutos antes:

Rin: Tudo bem entre você e o seu pai?

A resposta dele foi curta e direta, da forma como ela estava acostumada.

Sesshoumaru: Não.

Minutos depois, ele recebeu uma resposta dela:

Rin: Que pena... quer conversar agora?

Sesshoumaru olhou novamente para o teto. Não tirava a razão do pai porque iria realmente formar em breve e precisava decidir sobre o futuro logo.

Sesshoumaru: Amanhã conversamos.

Rin: Já fiz nossa comida, é algo que você gosta :) Boa noite, amor.

Algo que ele gostava. Geralmente era alguma comida com carne ou frutos do mar. Do jeito que ela adorava cozinhar, era algo com camarão.

Sesshoumaru: Boa noite. Até amanhã.

Apagou a tela do celular e segurou o aparelho na mão até lembrar de mandar a última mensagem:

Sesshoumaru: Feche bem a casa.

A última mensagem da noite veio segundos depois em forma de emoticon:

Rin: :P