Nota da autora: Gente, perdão pelo atraso no fim de semana. Acho que terei que mudar o dia da atualização para domingos!

Bem, eu notei pelos comentários que muita gente quer ver os capítulos sobre o presente, então me dediquei mais a escrever este aqui que saiu com o dobro de páginas.

Obrigada aos comentários de Yuki, 05Csmoragnes11 e Isa Raissa ❤️😘 Eu fico encantada lendo os comentários sobre o que vocês acham que aconteceu entre eles.

Ah, semana que vem é Páscoa e eu não poderei atualizar. Mas na primeira semana de abril terá um capítulo sobre o passado bem legal para compensar a demora! 💕

Sejam bem carinhosos e comentem, por favor 😁❤️


De todo coração

Capítulo 7 – Presente

Parte IV

Em um dos elevadores da empresa Taisho, Hiromi Hakudoushi olhava ora para o relógio de pulso, ora para o visor do elevador que indicava os andares de cinco em cinco segundos. Estava quase atrasado.

Bocejou disfarçadamente. O elevador estava cheio e ele mais uma vez olhou para o relógio.

Quase atrasado e com muito sono.

O motivo foi ter sido chamado em cima da hora por um dos clientes mais importantes que tinha. A reunião, marcada em caráter de urgência, significava que a coisa, seja lá qual fosse, era muito séria.

Disfarçou outro bocejo e saiu do elevador assim que chegou ao 28º andar, apressando o passo até se aproximar de uma moça de cabelo ruivo e olhos verdes que estava concentrada nas tarefas à mesa de trabalho. O relógio já indicava que estava um minuto atrasado.

— Bom dia – ele falou para a secretária – Tenho uma reunião com ele.

A mulher abriu a agenda e ficou com o olhar levemente arregalado.

— O senhor já está...

— Eu sei, eu sei. Posso entrar logo?

A mulher pegou o telefone e ligou para o chefe:

— Hakudoushi-sama já está aqui.

E o que ele está fazendo aí fora?

A secretária olhou para o advogado com uma expressão preocupada, levantando-se para acompanhá-lo até uma sala fechada de porta dupla. As duas mãos giraram as maçanetas ao mesmo tempo e deu espaço para Hakudoushi passar.

O cliente estava sentado a uma enorme mesa de madeira de lei, olhando-o duramente como se pudesse machucá-lo com os olhos.

— Sesshoumaru-sama, aqui está Hakudoushi-sama. – a secretária falou.

— Pode nos deixar sozinhos.

Hakudoushi não tirava os olhos do homem à mesa, apenas sentindo o movimento do corpo da mulher afastar-se dando passas para trás e fechar a porta atrás de si.

— Está atrasado.

Apenas dois minutos atrasado, mas era o suficiente para deixar qualquer pessoa como Sesshoumaru ainda mais irritado.

— Desculpe. O metrô teve problemas técnicos e fiquei parado por cinco minutos numa estação. – ele aproximou-se da mesa, pegando uma das cadeiras de visitante para sentar-se – O que deseja de mim hoje, Sesshoumaru-sama?

Sesshoumaru ainda tinha um olhar duro, fazendo-se entender que estava com um humor pior que o normal.

— Eu estou com um problema e quero que você resolva da melhor maneira possível até semana que vem.

Mais um trabalho em cima da hora e que o deixaria dias sem dormir, Hakudoushi pensou enquanto abria a pasta para tirar uma caneta e um bloco de anotações.

Bem, pelo menos ele vai pagar todas as despesas de urgência, concluiu ao deixar a pasta no chão ao lado da cadeira e cruzar as pernas, posicionando habilmente o caderno em cima de um joelho, como tinha de hábito.

— Pode falar. Estou pronto.

Antes que Sesshoumaru pudesse continuar, a secretária bateu de leve na porta e entrou antes que o chefe pudesse autorizar, indicando que tinha bastante liberdade para tal.

— Com licença... – ela tinha uma bandeja com dois copos de cerâmica artesanal da região de Ishikawa – Trouxe chá verde.

— Ah, obrigado, Ayame-san. – Hakudoushi serviu-se primeiro de um gole.

A secretária deu um sorriso discreto e deixou o copo de Sesshoumaru em cima da mesa, retirando-se em seguida com a bandeja vazia em mãos.

O silêncio voltou a dominar por segundos até Hakudoushi voltar a segurar a caneta para tomar as anotações.

— E então? O que gostaria que eu resolvesse?

Sesshoumaru tinha a expressão mais séria possível ao começar:

— Quero que calcule as despesas relativas a 10 anos de pensão alimentícia.

Hakudoushi engasgou-se tomando o chá e tossiu discretamente, recuperando-se para falar:

— Dez anos? – a pergunta veio num tom de surpresa/profissionalismo, visto que precisava averiguar as informações para atender ao pedido do outro. Era comum as pessoas naquele país não conhecerem nada sobre a vida dos outros, vide o caso do famoso dublador que era figura pública e ainda assim escondeu que era casado há mais de dez anos.

— De duas meninas. – Sesshoumaru completou e viu Hakudoushi engasgar-se de novo tomando chá.

Duas? – o advogado deixou o copo em cima da mesa e tossiu mais uma vez disfarçando com a mão.

— Gêmeas de nove anos.

O silêncio predominou por alguns instantes.

— Você é casado? – Hakudoushi perguntou sem o tom de curiosidade.

Não, Hakudoushi, eu não sou.

— Você foi casado com a mãe das crianças?

Houve uma pausa até Sesshoumaru responder:

— Não, nunca nos casamos.

Hakudoushi começou a observar a expressão de Sesshoumaru quase sem piscar, silenciosamente pedindo mais informações.

— Eu as conheci na semana passada.

Os lábios de Hakudoushi ficaram pressionados numa linha fina, a expressão ainda séria.

— E ela nunca entrou em contato com você para falar sobre elas?

Sesshoumaru continuou olhando duro para o advogado.

— Eu preciso saber dessas coisas para fazer o cálculo. – ele explicou simplesmente – São informações relevantes. Talvez você tenha que pagar um valor para a mãe também.

Os olhos de Sesshoumaru saíram do rosto do advogado e fixaram na parte de trás da plaquinha com o nome dele em cima da mesa.

— Não. – ele respondeu calmamente – Nunca entrou em contato.

— E elas não têm o seu sobrenome, certo?

Sesshoumaru negou com a cabeça.

— Bem. – Hakudoushi pegou a pasta do chão, colocou-a no colo e guardou o caderno e a caneta lá – Já está resolvido, então.

— Como é? – Sesshoumaru quis saber.

— Elas não têm direito a nada. Elas não têm nem o seu nome de família. Vocês não foram casados. A mãe não tem direito de pedir nada a você se não entrou em contato para falar delas e fazer exames de paternidade. Como sabe que essas meninas são suas filhas?

Hakudoushi podia ser o advogado que resolvia mais eficientemente as questões relacionadas à família Taisho, mas ainda assim era um advogado burocrático: ele não havia entendido que Sesshoumaru queria pagar todas as despesas relativas a quase 10 anos de ausência na vida de Rin e quaisquer outras que existissem, tivessem sido eles casados ou não.

— A mãe delas não pediu nada, Hakudoushi. Sou eu quem quer pagar. Faça o cálculo dessas despesas e só peça para ela assinar quando concordar com o valor a ser pago mensalmente. Se ela quiser mais, só ajuste o valor.

O advogado concordou lentamente com a cabeça.

— Certo, só o yohiku-hi para as crianças, então.

Sesshoumaru estreitou o olhar e Hakudoushi entendeu que deveria explicar-se melhor:

— Se tivessem sido casados, a mãe poderia receber um konn-in hiyo. Ela receberia o montante de uma vez.

— Faça o cálculo do valor de um konn-in hiyo como se tivéssemos sido casados, Hakudoushi. – Sesshoumaru parecia já um pouco impaciente com toda aquela burocracia – Não me dê motivos para demitir você.

— Certo, certo… - o outro ergueu as mãos defensivamente – Konn-in hiyo para a mãe e yohiku-hi para duas meninas de 9 anos com retroativo. Mais alguma coisa?

— Preciso que negocie os dias de visita com elas. Com a mãe presente. – ele falou com um sorriso que, aos olhos do advogado, pareceu malicioso.

— Dias de visitação. Mãe presente. Certo. – Hakudoushi repetiu e finalmente levantou-se. Talvez tivesse tido uma impressão errada com aquele último pedido.

— Vou mandar um e-mail com o contato dela para vocês se encontrarem. – ele desviou o olhar do advogado para algum ponto aleatório à frente – O nome dela é Nakashima Rin.

A forma como a voz e a expressão de Sesshoumaru havia mudado ao falar sobre a mãe fez com que Hakudoushi se perguntasse sobre o que aconteceu exatamente entre os dois.

— Tudo bem. – ele curvou-se em reverência – Vou trabalhar nisso e entrarei em contato com ela ainda hoje.

Virou-se para ir embora, mas parou ao ouvir ser chamado novamente:

— Hakudoushi.

O advogado olhou por cima do ombro:

— Não conte nada para minha família. Resolva isso com discrição.

A impressão que ele tivera momentos antes, ao achar que ainda havia algo entre Sesshoumaru e a mãe das crianças, havia sumido. Sesshoumaru era como outro homem qualquer tentando encobrir algum escândalo na família Taisho.

— Entendido. – ele curvou-se mais uma vez, até a voz dele mudando para algo mais ríspido – Até o final do dia eu informo sobre o andamento e sobre o dia do encontro com Nakashima-san.

Hakudoushi abriu a porta e foi embora.

o-o-o-o-o

Dois dias depois, por volta das 21 horas, Hakudoushi subia correndo as escadas de um pequeno prédio de apartamentos em Takasaki. Chovia forte naquele momento e ele precisou proteger-se com o guarda-chuva com uma mão e, com a outra, a pasta de couro com diversos documentos importantes.

— Maldição... – ele reclamou ao ver os sapatos e parte da calça completamente molhados. Era bom que Sesshoumaru pagasse adicional por aquilo também, além da taxa extra por trabalhar fora do horário – o único tempo disponível que a mulher que viera visitar tinha.

Ainda segurando o guarda-chuva, conferiu o número de cada apartamento e parou na frente de uma das portas para tocar a campainha.

Um vento forte soprou e ele precisou proteger-se de novo com o guarda-chuva para não se molhar ainda mais.

A porta abriu e ele se viu diante de duas meninas – uma de cabelo prateado e outra de cabelo mais negro.

— Boa noite... – ele começou em um tom educado – Meu nome é Hakudoushi. Eu vim conversar com a mãe de vocês.

— Mamãe não está. – a de cabelos prateados falou.

— Ainda não chegou. – a menina que estava ao lado completou.

— Oh... – ele olhou o relógio. Ela havia dito por e-mail que já estaria em casa antes daquele horário e... – Eu posso aguardar aí dentro até ela chegar e...

— Você não pode entrar. – as duas falaram ao mesmo tempo com um olhar e num tom sombrio demais para a idade delas.

Por um segundo, Hakudoushi viu Sesshoumaru naqueles pequenos rostos, soltando um "hunf" discreto.

— Vocês vão me deixar pegando chuva aqui fora?

— Você tem um guarda-chuva. – a de cabelos negros falou.

— Usa pra se proteger, ué. – a de cabelos prateados completou.

— Mas vocês... – ele se irritou e as gêmeas fecharam a porta na cara dele.

Hakudoushi soltou a pasta no chão e tocou a campainha repetidas vezes até a porta abrir novamente e as meninas aparecerem.

— O que foi? – a de cabelos prateados perguntou numa voz de irritação.

— Nós já dissemos que nossa mãe ainda não chegou! – a outra completou no mesmo tom.

Quando Hakudoushi ia dar uma boa resposta, ele ouviu alguém falar atrás dele:

— O que está acontecendo aqui?

O advogado virou o rosto para trás e viu Rin, a mulher com quem veio conversar, segurando um guarda-chuva quebrando. Estava parcialmente molhada também.

— Mamãe! – as meninas falaram alegremente ao mesmo tempo.

— Está tudo bem por aqui? – ela olhava desconfiada ora para Hakudoushi, ora para as filhas, tentando entender o que havia se passado.

— Sim! – as duas sincronizaram novamente a resposta e deram passagem para a mãe entrar, seguida pelo advogado.

Na sala, já sem sapatos, Rin curvou-se para diminuir a diferença de tamanho com as filhas e falar de igual para igual:

— Towa... Setsuna... Vocês se comportaram?

— Nós nos comportamos direitinho. – Towa respondeu.

— Aquele homem que queria entrar na casa. – Setsuna completou.

— Certo... – ela deu um sorriso e afagou os cabelos das gêmeas – Vou conversar com ele. Poderiam trazer uma toalha pra ele e pra mim?

— Claro! – Towa saiu correndo para providenciar o que a mãe havia pedido.

— Mamãe, vou preparar um banho quentinho pra você, tá? – Setsuna nem esperou pela resposta e também saiu correndo pelo corredor.

Por uns instantes, Hakudoushi analisou a figura dela. Era jovem ainda, o que significava que talvez ela e Sesshoumaru tivessem se conhecido ainda na faculdade ou um pouco antes disso. Usava saia e um blazer azul escuro com a insígnia da escola onde trabalhava, uma roupa básica demais e tecido sem qualidade.

— Desculpe chegar agora. – ela começou enquanto tirava o blazer molhado – Atrasei por conta da chuva.

Hakudoushi notou um olhar mais sério no rosto dela, entendendo imediatamente que ela parecia aborrecida com a cena do lado de fora do apartamento:

— Eu só estava falando para as meninas que era melhor eu esperar do lado de dentro do apartamento e elas não deixaram.

Rin franziu a testa.

— Nenhum homem pode entrar em casa quando eu não estiver presente.

Segurança, Hakudoushi pensou imediatamente, sentindo-se um pouco tolo pela irritação que sentiu inicialmente. Era óbvio que uma mãe pensaria em educar as filhas com aquele tipo de conselho.

Os dois ouviram passos no corredor e, logo em seguida, Towa aparecer na sala com duas tolhas brancas.

— Obrigada, Towa-chan. – a mãe recebeu os dois itens e viu a filha voltar para o quarto, notando o olhar desconfiado dela por causa de Hakudoushi lançado por cima do ombro.

Rin entregou uma das toalhas a Hakudoushi e depois indicou a almofada no chão perto da pequena mesa.

— Por favor, sente-se Hakudoushi-sama. Quer um pouco de chá?

— Não, obrigado. Está tudo bem. – ele respondeu, enxugando as gotas que caíram nos braços e em parte da roupa, deixando para cuidar do resto quando chegasse em casa.

Rin sorriu educadamente e sentou-se, dando um tempo para o visitante também acomodar-se no chão.

Alguns momentos depois, ele já tinha uma pasta plástica com documentos em cima da mesa, abrindo-a para apresentar os documentos sob um olhar atento de Rin.

— Bem, eu gostaria de me apresentar um pouco mais apropriadamente. – ele colocou a mão no peito – Meu nome é Hiromi Hakudoushi, eu trabalho para Sesshoumaru-sama. Ele me pediu para tratar sobre uma questão envolvendo as filhas dele.

Rin estreitou de leve o olhar e ele entendeu logo que cometeu um erro.

— As suas filhas. De vocês dois. – ele se corrigiu, pegando um documento com pasta transparente sem ganchos para entregar na mão dela – Gostaria que desse uma lida neste documento em relação ao valor referente à ausência dele. Se concordar, assine no final da página, por favor.

A mulher aceitou a pasta e leu completamente sem expressão a primeira página com destaque ao montante que ela receberia nas próximas semanas.

Segundos depois, ela concordou com a cabeça, fechando a pasta como se não quisesse mais ler nada daquilo.

Hakudoushi aguardou a resposta.

— Está tudo bem por mim. – ela finalmente falou.

Com um sorriso de satisfação, o advogado estendeu a mão para pegar de volta a pasta. Ele sabia muito bem como calcular aquele tipo de valor. O pai dele, um homem inescrupuloso que abandonou muitos filhos em várias cidades japonesas, enganando vária mulheres, deixou a mãe de Hakudoushi e ele num estado tal de vulnerabilidade que ela precisava sempre ter dois ou três empregos enquanto ele conciliava faculdade e trabalho pesado até a formatura.

Então, ele sabia exatamente como Rin se sentia criando duas crianças sozinha e fez o cálculo baseado nisso.

— Bem, então vamos providenciar o pagamento mensal na sua conta a cada primeiro dia útil do mês. Então, a primeira parcela sai em duas semanas.

A mão de Rin congelou e o documento não tocou a mão dele. Ela estava paralisada.

Depois ela voltou a mexer-se, abrindo novamente a pasta para ler com maior atenção as linhas e entrelinhas.

— Isso é por mês? – a voz saiu num sussurro.

Um momento de silêncio se seguiu na sala.

— Sim... – ele respondeu com cuidado, tentando entender até onde ela queria chegar – É o valor que vai receber por mês.

Novamente Rin olhou os dígitos da folha impressa.

— É muito dinheiro. – ela encontrou o olhar dele.

Outro momento de silêncio, um pouco mais constrangedor, se fez entre os dois, com ela ainda extremamente surpresa com o que foi apresentado.

— Eu fiz esse cálculo com base no salário dele nesses 10 anos de afastamento, multiplicando depois por dois. – ele começou a explicar com cuidado, oferecendo uma caneta – Ele pediu para verificar se você concordava com o valor e que assinasse. Vou tomar as demais providências amanhã cedo.

— Hmm... – ela limpou a garganta e se recompôs: ajeitou a coluna, os ombros, colocou as mãos nos joelhos – Ele não precisava fazer isso. Ele não nos deve nada, na verdade.

Por fim, aceitou a caneta e assinou o documento em todos os locais indicados.

Momentos depois, Hakudoushi guardava dentro da pasta todos os papéis necessários da primeira parte daquela missão.

— Este outro documento... – ele começou – É uma proposta sobre os dias de visitação.

Novamente, ela parecia surpresa, levando um tempo para se recompor e aceitar a segunda pasta e abrir para ler.

— O que foi? – ele quis saber.

— Nada, eu... – ela deu um pequeno sorriso – Eu gosto da ideia de Sesshoumaru querer ter contato com as meninas. Elas não têm nada a ver com o que aconteceu entre nós dois.

Rin abriu a pasta e começou a ler as primeiras páginas, mas não chegou ao final de tudo, fechando-a.

— Algum problema? – Hakudoushi perguntou, observando curiosamente. A preocupação era evidente no rosto dela.

— Eu passo os fins de semana com as meninas. Quase sempre vamos para Chiba. – ela estendeu a mão com a pasta para devolvê-la – Ele pode escolher um dia da semana.

— Ele trabalha durante a semana. – ele apenas segurou a pasta, sem realmente tomá-la da mão dela.

— Eu também trabalho. Nesses dias voltamos para Chiba para visitar nossos amigos. A avó de criação delas vive lá. – ela insistiu com firmeza – Esses dias não têm negociação.

— Durante a semana você pode chegar atrasada, como aconteceu hoje. – ele rebateu.

— Podemos acertar o dia que volto mais cedo para casa e não trabalho à noite. – ela falou calmamente – E eu avisei que hoje eu teria que trabalhar e sugeri que fosse outro dia.

Hakudoushi finalmente pegou a pasta de volta, abrindo-a para pensar rápido em como vencer aquela discussão sem causar prejuízo para as duas partes interessadas.

— Sextas-feiras à noite, então? – ele sugeriu.

— Sim. – ela concordou dando de ombros – Às sextas é melhor. Posso preparar um jantar e depois arrumar as coisas na cozinha enquanto eles conversam aqui na sala.

— Ele falou que era para você estar presente também. – ele avisou em tom casual quando começou a guardar os documentos na pasta.

— É melhor para eles se conhecerem. – ela avisou num tom sem emoção – Ele e eu não temos nada para conversar.

Um momento de silêncio se fez.

— Bem... Então vou redigir o acordo e trazer o mais rápido possível. – ele levantou-se – Tenha uma boa noite, Nakashima-san.

o-o-o-o-o

Sesshoumaru ainda estava no escritório da empresa quando o celular tocou – a última coisa que esperava para poder finalizar o dia e voltar para a casa.

— Hakudoushi... – ele começou – O seu celular parou de funcionar por causa da chuva?

Foi um encontro demorado. Ela também chegou atrasada por causa da chuva. – ele começou. Sesshoumaru ouviu, pela linha, que ele parecia estar chegando em casa – Ela concordou com o valor mensal. Mas pediu uma pequena mudança na data das visitas. Aos fins de semana ela costuma viajar para Chiba para visitar a família. Então combinamos às sextas à noite.

Então a família dela não mora mais em Kashima, Sesshoumaru concluiu.

Vou reescrever a parte dos encontros semanais e levar o mais rápido possível para ela assinar. Disse que você pode ficar na sala conversando com as gêmeas enquanto ela fica em outra parte da casa.

Como Sesshoumaru ficou calado na linha, Hakudoushi continuou:

Vou resolver essa pendência o mais rápido possível.

— Certo. – Sesshoumaru respondeu, desligando sem ao menos dizer boa noite.

Depois, ele jogou com desprezo o celular em cima da mesa, franzindo a testa enquanto processava as informações que havia recebido de Hakudoushi.