Nota da autora: Ryokan é uma pousada que oferece massagens, banho de pedra quente, boa comida (tradicional japonesa inclusive) e, principalmente, águas termais quentinhas (tipo as de Mossoró/RN, pra onde viajei uma vez só pra quase virar uma sopa de tão quentinha que era a água. Não queria nem sair).
Vejam a nota da autora no final! 😁
De todo coração
Capítulo 12 – Passado
Parte VI
No caminho até o hotel com águas termais de Asaya, em uma localidade próxima a Tokyo, Rin cantarolava uma canção enquanto via a paisagem passar rápido pelo vidro da janela, já em antecipação/ansiedade pelo tempo que passaria com Sesshoumaru em outro lugar. Era a primeira vez que ia a um ryokan, pousadas tradicionais japonesas de luxo com bastante comida e águas termais em cada quarto. Nem quando criança tinha ido com a família a um.
— Que música é essa? – ele perguntou sem tirar os olhos da estrada, tirando-a dos pensamentos da infância.
— "Música"? – ela perguntou sem entender.
— A que está cantando.
— Oh... – aparentemente ela nem havia percebido que estava cantando desde o início da viagem – Canto essa desde criança. Eu que inventei. Não tem nome ainda.
— Além de desenhar, fazer suas próprias roupas, você também cria suas próprias músicas? – ele perguntou um pouco surpreso – O que você não sabe fazer?
Aquela era mais uma forma de ele dizer que a achava talentosa, Rin concluiu com um sorriso, deslizando a mão pela perna dele carinhosamente. Ele foi a única pessoa até aquele momento que disse que ela tinha bom gosto e talento para quase tudo que ela gostava de fazer.
— Pare com isso. – ele pediu de repente num tom seco.
— Oh. – ela recolheu a mão um pouco assustada com o tom de voz.
Alguns segundos de silêncio depois, ele completou:
— É que eu gosto muito quando faz isso, então vou ter que parar o carro se continuar.
Rin sentiu o rosto queimar e deu uma risada sem graça. Gostava de saber que ele se sentia daquela maneira perto dela.
— Como foi a festa com a sua família? – ele quis que ela continuasse contando.
— Ah, foi tudo bem... – ela mentiu, olhando pela janela para ele não perceber o leve desconforto – Ganhei bolo de melão dos donos de uma padaria. Eles me conhecem desde criança e fazia tempo que eu não via os dois... Estudei com os filhos deles!
— Eles devem gostar bastante de você, então.
— Eles são muito gentis, sim. O bolo estava tão bom... meus irmãos também gostaram muito. Também disseram que o almoço que eu preparei estava bom. – ela esticou os braços para o alto, alongando-se – Foi bem cansativo fazer tudo.
Alguns segundos de silêncio depois, ele perguntou:
— Você teve que preparar tudo? Não levaram você para algum lugar?
— Oh... – ela mordeu os lábios – Eu quis fazer isso. Você sabe como gosto de fazer comida e ver se os outros gostam. Dividir é importante também.
Outro momento de silêncio se passou:
— Sei.
Rin sorriu e notou o rosto tranquilo dele. Claro que ele sabia. Eles tinham se conhecido justamente porque ela ofereceu comida para ele em um intervalo entre turnos na primeira semana dela, novata, na escola técnica.
A mão que ele havia pedido para não tocar para não o distrair voltou a fazer contato com a perna, e ela ouviu um suave "hunf" segundos depois.
A mão permaneceu ali por mais uma hora, quando eles pararam na frente da enorme propriedade do campo de águas termais de Asaya.
— Sesshoumaru-sama... – ela parecia subitamente preocupada, olhando as pernas e braços – Eu posso mesmo entrar aí? Eu não estou bem-vestida agora.
Sesshoumaru inclinou o rosto e ergueu uma sobrancelha. Ela estava com um vestido de verão branco com flores azuis e um casaco curto de linho protegendo os braços e ombros.
— Você está bem assim agora.
— Estou mesmo? – ela parecia estranhamente insegura, algo que não era típico dela.
— Você está sempre linda para mim. – ele completou.
— Oh... – ela calou-se por um momento, sem saber o que falar. Sentia o rosto levemente quente.
Depois, ele esticou o braço para abrir a porta para ela por dentro, abaixando o rosto para falar próximo:
— Mas hoje à noite você não precisa se preocupar em usar roupa alguma.
Rin sentiu o rosto ficar mais vermelho e deu um sorriso tímido. Ele sempre falava aquelas coisas quando estavam à sós para que ninguém mais a visse daquela forma.
E a Rin insegura de momentos antes desapareceu. Ela desceu do carro e o acompanhou de mãos dadas até a entrada. Sesshoumaru tinha a mochila de viagem dela às costas e segurava com a mão livre uma sacola de viagem.
Ao entrarem, foram recebidos por uma atendente de yukata e obi brancos e detalhes dourados, os cabelos presos e rosto levemente maquiado.
— Bem-vindos. – ela os saudou com uma pequena reverência e um sorriso.
— Olá... – ele deixou no chão a sacola de viagem e a mochila, optando por ser direto ao ponto – Temos uma reserva para hoje.
Enquanto o namorado acertava os detalhes da hospedagem, ela observava o ambiente luxuoso do Ryokan Asaya. Tudo era em tom amarelo dourado ou verde musgo, com piso de madeira cujo cheiro era possível ainda de sentir e com mármore em pequenos detalhes.
E luzes, muitas luzes amarelas.
— Vamos? – Sesshoumaru falou suavemente, tirando-a do momento de observação. Ou ele tinha feito o check in muito rápido ou ela ficou tão absorta ali que nem percebeu o tempo passar.
Sesshoumaru guiou Rin pelos corredores com a mão direita na parte inferior das costas, segurando também o cartão, e a sacola de viagem dele e a mochila dela às costas. Parecia que não pesava e ele conhecia bem o lugar, subindo pelo elevador até chegar ao corredor de um andar superior.
— Aqui parece ser um ryokan de luxo. – ela observou.
— Minha mãe gosta daqui, foi ela quem indicou. – ele explicou, parando na frente de um quarto e desfazendo o contato com a pele dela. Deslizou o cartão e abriu a porta, dando passagem para ela.
— Ah, é? – ela perguntou com um sorriso. A mãe dele parecia ser mais acessível que o pai, ou pelo menos não tinha tantos conflitos com o filho. Aparentemente também sabia que ele tinha uma namorada.
Ao pisar no quarto, ela deixou escapar um "uau".
Rin sentiu o cheiro de lavanda no ambiente, notou duas grandes camas, duas mesinhas de canto e a janela de vidro que mostrava o jardim externo com um ofurô com vista para a montanha.
— Que lindo... – ela andou pelo local, observando até os detalhes do teto.
Rin ficou parada na frente da porta de vidro da parte externa como que hipnotizada pela vista. Mal notou Sesshoumaru ficar atrás dela, o rosto próximo à base do pescoço para os lábios deslizarem lentamente.
— Quer tomar banho aí fora?
Os olhos se encontraram pelo vidro e ela confirmou com a cabeça e um sorriso.
— O que mais quer fazer aqui? – ele colocou na frente dela um folheto com todas as atividades que ela poderia fazer ali.
E logo o que chamou a atenção dela foi...
— Aqui tem spa de pedra quente? – ela quase arrancou o folheto das mãos dele – Eu quero ir! Vamos, vamos?
Sesshoumaru ergueu uma sobrancelha quando ela fez um beicinho, estufando as bochechas para parecer mais firme no pedido.
— Você não precisa fazer essa cara. Podemos ver essa parte antes de tomar o banho no nosso ofurô particular.
Sempre que ele usava os possessivos como o "nosso" para qualquer atividade que faziam, o que significava, para ela, que ele a tinha em qualquer plano que fazia. Agarrou-se ao braço dele e ficou na ponta dos pés para beijá-lo na lateral do rosto, os dois começando a caminhar juntos para fora do quarto.
o-o-o-o-o
Na ala do spa de pedra quente, onde os hóspedes e outros clientes ficavam deitados em "colchões" de pedras aquecidas, Rin estava deitada de bruços cantarolando a mesma canção do carro. Uma toalha branca cobria as costas e os cabelos estavam presos em um coque no alto da cabeça, a pele sentindo o contato da pedra sem, no entanto, queimar ou machucar de alguma forma. Estava quase dormindo de tão relaxada que se sentia.
Quase.
Ainda pensava na discussão que tivera com a mãe em Kashima e na decisão de não receber mais apoio financeiro. Quando estava voltando de trem, ela não parava de pensar na possibilidade de conseguir mais um emprego, nem que fosse por dois ou três dias na semana, para ajudar nas despesas em uma cidade como Tokyo.
Por enquanto, estava tudo bem financeiramente. Ela já tinha uma reserva que poderia contar caso acontecesse alguma coisa, mas...
Virou-se no colchão de pedra, cobrindo a frente do corpo com a toalha. Um braço ficou apoiado na testa enquanto observava o teto de madeira do cômodo e as luzes amarelas.
Pensou novamente em contar para Sesshoumaru o que havia acontecido, mas depois desconsiderou a ideia. Ele também já estava com problemas na família. Não queria que ele se preocupasse também com a situação dela e se aborrecesse com a história. Os problemas dela poderiam ser resolvidos com calma depois.
Fechou os olhos e deixou um suspiro escapar.
Mais do que nunca, ela queria se formar e começar a trabalhar de verdade.
— Rin-sama? – uma voz feminina a chamou e ela abriu os olhos, notando uma funcionária com o uniforme do ryokan – Gostaria de uma massagem?
Rin confirmou com a cabeça e um sorriso educado.
Momentos depois, ela já estava deitada de bruços novamente em cima de uma maca de madeira em outra ala, desta vez mais privada, com uma toalha cobrindo parcialmente o corpo. Uma funcionária de meia-idade deslizava as mãos com firmeza pela parte nua das costas, dando atenção de vez em quando às partes mais tensas.
— Está com alguma preocupação, Rin-sama? – ela perguntou suavemente – Está com
A jovem arregalou de leve os olhos, depois suavizou a expressão. Claro que a preocupação dela afetaria o corpo e uma massagista experiente em massagem oriental perceberia.
— Isso pode afetar a sua saúde. Seu corpo acaba enfraquecendo e você pode ficar gripada com mais frequência. Está tendo dor de cabeça também?
— Hm... Ainda não. – ela ficou ainda mais preocupada com a informação. Ela não queria ficar doente, ainda mais que precisava estudar para as provas do mês.
— Quando estiver se sentindo mal, feche os olhos e massageie este ponto... Chama-se He Gu... – ela pegou a mão dela e apertou a região entre o polegar e o indicador, massageando-o suavemente – Esse ponto vai ajudar a melhorar.
Rin agradeceu, voltando a vestir o roupão de algodão para voltar para o quarto. Sentia-se bem melhor depois daquela massagem.
Mas não podia deixar aquela situação afetá-la. A mãe reclamando de ter que pagar as despesas por cursar algo que queria deveria ser o menor dos problemas. Não haveria mais responsabilidade dela. Talvez as coisas entre as duas fossem melhorar a partir de agora. Talvez a família toda fosse valorizar o que ela estava fazendo por si mesma.
Foi pensando nisso que ela retornou ao quarto para tomar um banho quente com Sesshoumaru.
o-o-o-o-o-o
No quarto, o casal já estava no ofurô externo admirando a paisagem – a montanha verde ao fundo dava um ar mais romântico ao cenário, na opinião de Rin. Talvez no inverno, com a neve cobrisse todo o vale e a montanha, ficasse ainda mais bonito.
Pensou em pedir para visitar o local mais uma vez, mas lembrou-se que o final do ano seria uma época complicada por conta das provas finais e preparação para a formatura na primavera.
E com a possibilidade de ter que economizar dinheiro por conta do futuro a deixava mais...
— A massagem não foi boa, Rin? – ele perguntou suavemente, deslizando a ponta dos dedos pelo braço dela – Parece tensa.
Rin balançou a cabeça para os lados e dando um sorriso, encostou-se mais nele, o queixo dele tocava o topo da cabeça dela.
— Só estava pensando que adorei este lugar e não queria sair mais daqui. Obrigada pelo presente.
A resposta dele foi colocar uma mecha de cabelo atrás da orelha dela.
— Quer dizer que também gosta de bolo de melão?
— Ah... – ela corou, confirmando com a cabeça – Sim. Eu fiquei surpresa com o presente deles. Há bastante tempo que não ia à loja desses senhores e eles me deram um quando souberam que era meu aniversário.
Sesshoumaru deslizou a ponta dos longos e elegantes dedos pela pele sensível do braço dela.
— Você não sente falta da sua família e dessas pessoas quando está em Tokyo?
— Hmmm... – Rin ficou pensativa – Acho que sinto sim falta deles, mas depois lembro de como é mesmo morar em Kashima e prefiro ficar Tokyo.
Sesshoumaru moveu-se a ponto de quase virar-se completamente para olhá-la diretamente nos olhos:
— O que pesa mais é a cidade? – ele franziu a testa.
— A vida no interior é muito difícil, sabe? – ela falou num tom sincero – As pessoas são difíceis às vezes... O acesso é difícil, tudo é muito pequeno. Gostei muito mais de morar numa cidade grande. E definitivamente não volto mais a morar em cidades do interior!
Sesshoumaru ficou pensativo. Para ela, era mais fácil afastar-se do convívio de algumas pessoas, mesmo convivendo bem. As cidades do interior sempre pareciam mais atraentes a alguns por serem mais tranquilas.
— E... – ela continuou com um sorriso – Se eu tivesse decidido continuar por lá, eu não teria conhecido o Sesshoumaru-sama e nem ia conseguir estudar ou trabalhar com moda.
Surpreso, ele a fitou por alguns segundos, até resolver aproximar os rostos, sentindo o olhar dela fixo nos lábios dele.
Com um suspiro apaixonado, ela completou o momento, unindo os lábios. Ele beijava tão bem... ela gostava ainda mais quando mordiscava os lábios, pescoço, ombro, o lóbulo da orelha.
O beijo durou alguns minutos, sem que eles se importassem com o tempo passando e com a temperatura da água. Em determinado momento, ela que tomou a decisão de afastar o rosto, olhando envergonhada para ele.
— A cabeça está girando? – ele perguntou suavemente e ela, timidamente, confirmou.
Os dois saíram do ofurô, cobrindo os corpos, e se prepararam para o jantar que seria servido no quarto.
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No jantar, sentados um na frente do outro e separados apenas pela mesa farta, Sesshoumaru notou o quanto Rin parecia animada com a quantidade de comida servida, experimentando tudo o que era uma novidade para ela, principalmente os pratos com camarão empanado, os favoritos dela.
— Hmmm... – ela tinha a palma da mão colada ao rosto numa pose adorável enquanto a outra mão segurava um par de hashi com um camarão empanado na ponta – Que delícia!
Ao notar que estava sendo observada, ela sentiu o rosto ficar levemente vermelho e deu risada da própria empolgação.
— Lembrei hoje de quando nos conhecemos e eu dividi minha comida com você. – ela baixou o hashi e tomou um gole da sopa missô – Você ficou assim mesmo me olhando, só porque gosto de comer bem.
— Eu gosto de ver você comendo bem. – ele respondeu simplesmente.
Rin deu outra risada.
Sem qualquer aviso, duas funcionárias do ryokan entraram novamente para colocar, na frente de Rin, um pequeno bolo com cobertura de chantily e pedaços de melão de enfeite. Rin uniu as mãos em alegria, batendo palmas.
— Feliz aniversário, Rin-sama. – as atendentes falaram ao mesmo tempo, apenas terminando de arrumar a mesa para se afastarem com uma reverência.
— Então era isso que você estava planejando. – ela cortou um pedaço e segurou o prato, oferecendo para ele.
— Ano passado não pude oferecer uma viagem assim, desta vez podemos comemorar juntos aqui.
Rin deu um sorriso. Era realmente a primeira vez dela num lugar daquele nível. No ano anterior, Sesshoumaru e ela estavam em período de provas e eles apenas tiveram tempo para um jantar, mas agora...
Levantando-se, ela deu a volta na mesa para ir até Sesshoumaru e sentar-se no colo dele, unindo os lábios brevemente num beijo sincero como uma forma de agradecimento.
Afastando o rosto, depois, ela falou:
— Obrigada por lembrar de mim.
Havia algo triste nas palavras dela que ele conseguiu sentir, mas ele não sabia o que era.
— E como eu não lembraria? – ele perguntou.
Rin deu um sorriso e uniu novamente os lábios em outro beijo, mais demorado, sentindo a mão dele subir pelas costas dela.
E, naquela segunda vez, quem precisou parar o beijo foi ele:
— Termine de comer para experimentarmos a cama daqui. – Sesshoumaru falou suavemente – Temos a noite de aniversário toda para aproveitar.
Ainda no colo dele, ela assentiu e se levantou, voltando a sentar-se em seiza na posição anterior e a servir-se novamente, provando o bolo de aniversário de 19 anos.
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Nota da autora: Gente, estou enrolada com o meu trabalho final da pós! 😩😭 Estou inclusive preocupada com a quantidade de cabelo que estou perdendo no momento. Vou dar uma pausa até dia 15/07, volto nesse dia ou poucos dias depois com o capítulo 13 (Presente). Infelizmente a vida adulta me chama... 😞
Desculpem a demora, mas teve esse trabalho da pós e um monte de contratempo nas últimas semanas... Espero que gostem! Agora tenho dúvida se continuo a noite deles no capítulo 14 ou se deixo como outtake e já mudo o rumo da história. Adianto logo que é um dos últimos momentos de tranquilidade do nosso casalzinho... O que vocês acham? Capítulo 14 com continuação da noite deles ou outtake?😁
Sobre o ryokan: ele existe e achei um luxo, me deu até vontade de juntar dinheiro para visitar um dia! Procurem no Booking ou no Hoteis ponto com por "Ryokan Asaya" e vejam os quartos.
Ah, mais uma coisa: vocês devem ter percebido que tudo que aparece no passado volta no presente. Então já imaginem por que eu coloquei esta passagem do aniversário dela aqui.
Bem, é isso! Obrigada pelos comentários: Yuki (huahuahaua, eu tô me divertindo com o que vai acontecer no primeiro passeio entre pai e filhas 😂), 05csmoragnes11 (hahahahah eu me esforço bastante pra vocês gostarem das histórias), Isa Raissa (aparentemente muita gente quer que elas mordam o Sesshoumaru HAHAHAAHAH), Line Sagittarius (eu particularmente amo o Hashi e me aproveito o máximo dele nas histórias ahahahahaha. Todo mundo quer as meninas mordendo o pai) e DindaT (vou me esforçar para que todos se divirtam com esse passeio hehehehe😙).
Um beijo e até depois do dia 15!😘
Shampoo-chan💕
