Notas da Autora: Twilight não pertence a mim e sim à Stephenie Meyer.

Há palavras de baixo calão e cenas de sexo (18). Caso não se sinta confortável, por favor, não leia!

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I'm constantly on the cusp of trying to kiss you

I don't know if you feel the same as I do, but we could be together if you wanted to

(EPOV)

08h27...

... 08h28...

... 08h29...

... 08h30.

Uma leve batida em uma das portas laterais de minha sala me arranca um sorriso involuntário e logo trato de ficar sério. Vejo quando ela entra pela porta, com um de seus vestidos que eu mais adoro, na cor azul marinho, de corte elegante, mas que evidencia suas curvas da maneira mais sedutora possível. Seus cabelos estão presos em um coque baixo, seus óculos delicados já estão quase caindo pela ponta de seu nariz e ela rapidamente os empurra para cima e seus saltos altos pretos deixam minha mente ir para lugares perigosos.

Minha inspeção dura menos de dois segundos, o que já é suficiente para me sentir desconfortável. Mantenho os olhos baixos, evitando olhá-la, pois sei que pareço um obsessivo quando se trata dela.

- Bom dia, Sr. Cullen. – ela me cumprimenta com sua voz inocente – Vamos repassar a agenda de hoje?

Ela coloca meu copo térmico a minha frente e murmuro um agradecimento seco, não confiando em minha própria voz. Como em todas as manhãs, ela entra em minha sala me atormentando com sua beleza, seu perfume, sua voz e seu profissionalismo irretocável. Sei que no copo tem meu café preferido para iniciar as manhãs, um espresso duplo sem açúcar, que em suas mãos tem um iPad e que ela se sentará no sofá de couro para repassar meus compromissos do dia. Mais uma manhã a ouço falar cadenciadamente sobre meus horários, os arquivos que preciso revisar, quais são os contratos e documentos que tenho que aprovar e as pautas importantes que merecem minha atenção. Ela cruza suas pernas, fazendo o vestido subir um pouco e meu juízo se agarra a única coisa que me impede de atacá-la como um animal: ela é minha funcionária e eu sou seu chefe.

- Deseja acrescentar algo mais para o dia? – ela pergunta, levantando o rosto e me fazendo engolir em seco ao ver seus olhos castanhos sempre tão intensos – Ou já posso ir adiantando a reunião das 09h30?

- Está tudo certo por agora. Obrigado, Srta. Swan.

Ela acena sutilmente com a cabeça e passa pela porta que conecta nossas salas, deixando um rastro de seu perfume que me deixará desconcentrado por longos minutos.

Isabella Marie Swan é minha tentação há quase dois anos, o pecado feito especialmente para mim pelos Erotes.

Isabella possui uma trajetória invejada por muitos. Aos 17 anos já havia conquistado sua bolsa de estudos integral na Columbia University em Nova Iorque para estudar Ciências Sociais, com ênfase em Economia e Ciências Políticas. Após um ano de graduação, seus professores a convenceram a tentar a vaga do estágio mais concorrido do país, na Cullen Holding Company, a empresa centenária de minha família. Após uma prova escrita, uma prova de proficiência em línguas estrangeiras e duas entrevistas, ela conseguiu o estágio. Isabella começou como a garota do café, evoluindo para a garota da xerox e depois para "ei, Swan, busca uma salada para mim". Mas, como ela mesma me disse uma vez, isso a fez acrescentar em seu currículo as seguintes atribuições: especialista em quatorze máquinas diferentes de café, especialista em trocar um toner em quarenta segundos e especialista sobre todos os restaurantes e lanchonetes de Lower Manhattan. Quando finalizou sua graduação, conseguiu sua efetivação no quadro de funcionários da CHC, trabalhando com meu irmão, Emmett Masen Cullen, Diretor de Operações. Com seu currículo excelente e bom relacionamento com seus professores, a Swan foi convidada para cursar um MBA em Finança Corporativa na Columbia Business School e dessa forma, ela foi realocada para trabalhar diretamente com minha irmã, Mary Alice Masen Cullen, Diretora Financeira da CHC. As duas rapidamente se tornaram amigas e grandes parceiras no trabalho, com Isabella se destacando ainda mais com seu comprometimento e competência. Logo ela foi notada por meu pai, Carlisle Cullen, que antes de se aposentar trabalhou com ela por alguns meses. Quando o cargo de CEO passou para mim, Edward Anthony Masen Cullen, meu pai fez questão que Isabella trabalhasse diretamente comigo, como assistente executiva, pois depois de nós ela é a única que conhece por completo o funcionamento da CHC.

E assim, meu pecado na terra ganhou nome e sobrenome.

Além de seu incrível profissionalismo, sua inteligência aguçada e seu conhecimento absurdo, Isabella também é dona de uma beleza notória. Seus cabelos são castanhos avermelhados e eu sempre me encanto quando vejo suas mechas vermelhas aparecendo quando ela sai ao sol. Seus olhos castanhos são de um tom diferente – como chocolate derretido –, sempre muito profundo e cheio de muitos pensamentos e emoções. Mesmo se vestindo de maneira elegante e recatada, suas roupas sempre lhe abraçam, me fazendo me perder em suas muitas curvas. E seus lábios, ah, eles sim são minha perdição. Isabella possui o terrível hábito de morder o lábio inferior sempre que fica nervosa ou pensativa, o que acontece com frequência. Eu sou capaz de desistir de minha fortuna só para poder morder seus lábios uma única vez.

"Sala de reuniões em 10 min."

A mensagem de Isabella aparece em meu celular e balanço a cabeça para tentar me concentrar no que realmente importa: comandar a empresa de minha família da mesma forma impecável que meus antepassados.

A Cullen Holding Company possui sua história intricada com a história norte-americana, tendo suas raízes fincadas em nosso país desde que os ingleses fundaram as treze colônias. São mais de trezentos anos de uma trajetória irretocável, superando guerras civis e mundiais, assim como recessões econômicas que destruíram boa parte dos grandes mercados.

Mesmo dividindo a empresa com meus irmãos, eu ainda sinto um grande peso por ser aquele nomeado presidente da CHC. Desde muito pequeno eu sabia que herdaria o cargo de meu pai e me dediquei muito em meus estudos para fazer jus ao sobrenome que me foi dado. Allie sempre foi um gênio da matemática e desde sempre quis assumir a parte financeira do conglomerado, já Emm com sua personalidade amável e dócil preferiu administrar todas as nossas operações, o que lhe deixa em contato direto com nossos funcionários. E, obviamente, ao contrário de ambos, eu sou visto como inflexível e rigoroso, por vezes descrito como uma pessoa de temperamento difícil. Até mesmo meus irmãos dizem que a única que parece saber lidar comigo é a Srta. Swan.

Uma batida leve na porta é o sinal dela para que eu me encaminhe para a sala de reuniões. Eu sabia que quando entrasse, encontraria Isabella rindo com Allie de alguma piada que Emmett tenha dito e que sua risada me provocaria um pequeno arrepio, já que é sempre assim. E claro, assim que entro na sala de reuniões, é exatamente essa cena que encontro.

Cumprimento rapidamente meus irmãos que são os únicos presentes e sento com meu iPad em mãos, procurando meus óculos de leitura que eu tinha deixado em algum lugar que não me lembro. Logo uma delicada mão aparece em meu campo de visão e Isabella me estende minha caixa de óculos, com um pequeno sorriso.

- Se eu não assinasse o contracheque de cinco dígitos da Bella todo mês eu juro que faria você dar um aumento para ela, porque só mamãe te cuidaria tanto assim. – Allie brinca, sentando-se ao meu lado.

- Cinco dígitos ainda é pouco, Bells aguenta muito mais coisa do que a mamãe. – Emm fala, bagunçando os cabelos de Alice que bufa irritada – Eu estou até com medo de quando as férias da Bells chegar, capaz do Eddie esquecer até de ir ao banheiro. Aliás, já colocou na agenda de hoje o horário do troninho dele?

- Emmett! – eu exclamo irritado – Por favor, arranje um filtro mental.

- Para de deixá-lo nervoso, Emm. Você sabe que é só falar das férias da Bella que ele já inicia o modo vadia dele.

- Arranje um filtro mental para você também, Alice. – reclamo.

Os dois apenas me dão a língua como crianças de cinco anos e graças a Deus os funcionários chegam para iniciarmos nossa reunião. Infelizmente, Mike Newton está presente e a forma como ele descaradamente encara Isabella chega a ser digno de mais uma palestra de assédio sexual do RH e eu me pergunto o porquê de nunca tê-lo demitido. Foi uma hora muito longa aguentando o Newton babando quando Isabella falava alguma coisa e graças a Deus eu consigo finalizar todos os assuntos sem prolongar ainda mais essa tortura. É claro que no final da reunião ele teve que se aproximar e conversar com ela, que com sorrisos educados o respondia de forma monossilábica.

- Sabe Bella, eu acho que você deveria dar uma chance para o Newton. – Alice fala quando ficamos nós quatro sozinhos, rodando em sua cadeira como uma criança de cinco anos – Ele é bonitinho e só falta lamber o chão que você pisa. Posso jurar que se você der um de seus sorrisos matadores, ele é capaz de gozar nas calças.

- Nem precisa de muito, é só ela o chamar de Mike ao invés de Sr. Newton que ele goza na hora.

- MEU DEUS! – Isabella exclama envergonhada, corando fortemente e fechando os olhos – Eu concordo com o Sr. Cullen, vocês precisam de um filtro mental.

- E aparentemente não é apenas o Sr. Newton que precisa passar por uma palestra de assédio sexual aqui na empresa. – eu comento, cruzando os braços – Parem de importunar a Srta. Swan, ainda temos que concluir os relatórios trimestrais para a reunião com os acionistas.

- Sabe Eddie, só porque você não transa não quer dizer que a Bells não precise transar também. – Emm diz girando em sua cadeira, imitando Alice que ri se divertindo com a brincadeira dos dois – Vamos sair sexta à noite para tomar uns drinques e dançar? Assim podemos arranjar alguém para a Bells que seja melhor que o Newton. Vou pedir para a Ursinha nos colocar no clube mais badalado da cidade.

- E vamos às compras! – Alice bate palminhas alegre quicando no lugar – Rose e eu vamos te ajudar a comprar o vestido perfeito para você conseguir sua noite de sexo quente, Bella!

- Eu não sei em que momento a minha vida sexual entrou em pauta nessa sala de reuniões, mas saibam que eu estou ignorando vocês dois. – Isabella arruma suas coisas e se levanta – Estou indo trabalhar, aconselho que façam o mesmo.

- Quando sair, estarei te esperando no estacionamento com a Rosalie para irmos ao shopping. – Alice exclama feliz vendo a amiga indo embora – E você, querido irmão, está convidado também. Jazz e eu te buscaremos na sexta para irmos juntos, conseguiremos uma noite de sexo quente para você também.

- Assim como a Srta. Swan eu também estou ignorando vocês dois, adeus. – digo quase correndo para fora enquanto ouço a risada de meus dois irmãos que meus pais acharam no lixo.

Há algo sobre a Srta. Swan que ajuda em seu belo trabalho em me enlouquecer: sua relação com minha família. Além de Emmett e Alice a terem como uma grande amiga após o tempo que ela passou trabalhando com eles, seus respectivos cônjuges também a adoram. Rosalie Hale, a loira monumental que é casada com meu irmão, abraçou Isabella como sua irmã caçula desde o momento em que meu irmão as apresentou. É até engraçado ver como duas pessoas com personalidades tão diferentes se adoram tão grandiosamente. Rose, uma engenheira mecânica dona de sua própria oficina especializada em carros de luxos - e principalmente, velozes - tem um linguajar de marinheiro bêbado e um olhar que encolhe bolas de qualquer homem. Ela é perfeita para Emm... E Jasper Whitlock, o sulista de cabelos loiros cacheados que tem o sotaque mais encantador do mundo, divide com a Swan a devoção por Literatura e música clássica. Jazz, um advogado herdeiro da famosa Whitlock Law Firm, casou-se com Alice após dois meses de namoro para o desespero de nosso pai, mas é inegável que ambos são almas gêmeas de vidas anteriores. Como se ter meus irmãos e meus cunhados enfeitiçados por ela não fosse suficiente, meus pais também compartilham do mesmo fascínio. Desde que a Srta. Swan trabalhou com meu pai por alguns meses antes de sua aposentadoria, ela havia caído nas graças de minha mãe, Esme Anne Masen Cullen. Dessa forma, Isabella sempre está presente nos grandes eventos da família Cullen e até mesmo em alguns almoços familiares de domingo. Ela é uma presença mais do que constante em minha vida, me assombrando na empresa e até na casa de meus pais.

Eu sei cada pormenor de sua vida como um maldito stalker. Ela adora comer ravioli de cogumelos do La Bella Italia toda terça no almoço, a cada dois dias compra lírios brancos para enfeitar sua sala na pequena floricultura a uma quadra de distância, ela sempre toma seu café preto com um toque de canela, gosta de fazer suas anotações com a caneta dourada que meu pai lhe deu de presente quando ela assumiu seu atual cargo e em todas as sextas ela traz vários tipos de muffins para o pessoal da segurança. Eu odeio as sextas porque os malditos bolinhos fazem Demetri e Felix – meus seguranças particulares – darem sorrisos grandes demais para ela.

- Sr. Cullen? – levanto minha cabeça ao ouvir sua doce voz – Eu acabei de revisar os relatórios do setor de Design. Há alguns pontos que preciso que analise, pois acredito que podemos mudar uma ou duas coisas antes de aprovar o novo projeto.

- Você quer me falar quais são essas coisas? – pergunto enquanto abro o arquivo que ela havia me mandado.

- Eu fiz algumas anotações no rodapé do arquivo, não sei se irá concordar com meu ponto de vista, mas caso queira podemos discutir sobre eles após sua análise.

A forma como ela bate seus longos cílios em dúvida me faz arrepiar e sentir uma tensão no meio das pernas. É claro que ela tem que jogar seu olhar inocente quando conversa comigo, como se brincasse algum tipo de jogo, sabendo quais são os efeitos dela sobre mim. Me limito a acenar com a cabeça e tentar me concentrar nas dezenas de páginas a minha frente, enquanto pelo canto do olho a vejo deixar a porta que separa nossas salas apenas encostada.

Acabo demorando mais do que gostaria lendo o relatório e examinando as anotações muito mais que pertinentes de Isabella. Até hoje ela me surpreende com sua inteligência aguçada, sempre um passo à frente de todos nessa empresa.

Levanto de minha cadeira para ir até sua sala, mas assim que minha mão encosta na maçaneta consigo distinguir a voz baixa de Emm conversando com ela.

- Bells, por favor…

- Emm, já passamos por isso, por favor. – ela murmura cansada.

- Allie e a Ursinha estão esperando que você vá! Há quanto tempo não fazemos algo divertido juntos?

- Nós jantamos no seu apartamento na semana passada e foi muito divertido. – eu quase consigo ver em minha mente a Srta. Swan revirando seus belos olhos.

- Por mais que eu ame a carne assada de Rosie, eu não acho que jantar um assado e passar o resto da noite jogando Jenga seja o ápice da diversão.

- Tinha vinho também.

- Bella... – apuro meus ouvidos porque eu sei que Emm só chama Isabella de Bella quando é algo sério, ele só a chama de Bells no dia a dia – Tente viver um pouco a vida. Você não pode passar seus dias pensando no trabalho ou então os finais de semana acompanhada do Sr. Darcy e uma xícara de chá de erva doce. Você não precisa mais vestir a armadura da garota responsável, sabe? Se solte um pouco.

- Emm…

- Estou falando sério, Bells. Eu sei que você precisou ser adulta antes da hora para cuidar de Renée, depois novamente quando foi morar com Charlie e quando se dedicou aos estudos para construir sua carreira de sucesso antes dos 30. – eu ouço um pequeno suspiro que imagino vir dela – Não precisa mais ser assim, não até o final de sua vida. Vamos lá… Sexta à noite, um clube lotado, música estourando, você dançando com Edward.

- Shhhh Emmett! – ela ralha com ele, parecendo um pouco desesperada – E-Edwa-Edward vai? – sua voz falha algumas vezes.

- Allie disse que irá levá-lo nem que seja amarrado. – meu irmão ri, provavelmente imaginando a cena – Edward e você são mais parecidos do que querem ver. Eddie também vive para a empresa, carrega um peso imaginário nos ombros e não aproveita nada que a vida pode lhe proporcionar.

- Acho melhor não ir, não quero atrapalhar a saída de vocês em família. – ela fala com determinação em sua voz.

- Para com isso, Bells! Você tem que ir… Use aquele vestido preto bonito que Alice te deu no Natal passado, um batom vermelho, peça seu martíni sujo e esfregue esse seu corpinho em Edward.

- Emmett! – ela exclama um tom mais alto e posso imaginar seu rosto corando fortemente – Eu não deveria ter te contado sobre meu crush no seu irmão.

Minha mente apaga por dois segundos após a informação que Isabella soltou de forma tão descontraída. Um crush? Em mim?

- Isso você nem precisaria ter me contato, era óbvio desde que vocês dois se viram pela primeira vez e em todas as vezes posteriores. – Emm ri novamente, claramente se divertindo – Edward é outro que tenta esconder o crush dele em você e falha miseravelmente.

- Crush dele? Em mim? – ela soa surpresa – Para com isso, Emm. Sério.

- É a verdade e só vocês dois bobos não veem. Como pode duas pessoas tão inteligentes, estudadas, com mais diplomas que metade desse prédio, não conseguirem ver o que está praticamente desenhado no rosto de vocês?

- Mesmo que seja verdade, você sabe que não pode acontecer nada. – sua voz sai vacilante, quase como se ela estivesse segurando o choro.

- E eu ainda acho que você é louca por pensar que Edward ou qualquer um de nós liga que ele é seu chefe. Vamos lá, Bells. Não use isso como desculpa.. – Emm soa quase paternal, dando uma leve bronca na amiga – Edward é solteiro, você também. Ambos se gostam e não vejo mal nenhum em se conhecerem melhor. Nem que seja só para tirar isso do sistema de vocês. Uma noite juntos… Se der certo, lutem por isso. Se não der, sabemos que ambos são responsáveis o suficiente para continuarem trabalhando juntos.

- Emm…

Ambos ficam em silêncio e eu me pergunto o que está acontecendo.

- Então está decidido! Ursinha e eu passaremos às 21h, na sexta, em seu apartamento para irmos juntos. Vou pedir para ela te levar na Agent Provocateur hoje, Edward vai me agradecer depois!

- Emmett!!

Eu ouço o barulho de cadeira se mexendo e volto correndo para minha mesa, sentindo meu coração em minha boca devido à adrenalina em quase ser pego ouvindo atrás das portas e também por tudo o que eu ouvi. Eu consigo sentir uma gota de suor escorrendo por minhas costas e minhas mãos trêmulas agarram a primeira coisa que veem.

Emm bate na porta e logo coloca sua cabeça para dentro de minha sala, me olhando com seus olhos azuis tão iguais ao de nosso pai.

- Jazz vai lá para o meu apartamento jogar videogame e beber umas cervejas enquanto as meninas saem. Você topa?

- Claro, estarei lá.

- Tá tudo bem? – ele pergunta coçando a cabeça.

- Está sim, por que?

- Porque você está segurando o seu livro de cabeça para baixo, sabia?

- Ah, eu…

Seus olhos azuis piscam sorridentes para mim e ele apenas balança a cabeça como se soubesse de tudo.

- Até mais tarde, Eddie.

Eu não consigo responder sua despedida, talvez tenha apenas soltado um grunhido ou feito uma careta. Assim que a porta se fecha e me vejo sozinho, solto o ar que nem ao menos tinha percebido que estava segurando.

Isabella Swan tem um crush em mim, mas por um motivo totalmente descabido ela não acha que não pode acontecer algo entre nós, o que faz meu cérebro gritar o quão estúpido eu sou por nunca ter tido coragem em tentar algo com ela.

Meu coração continua acelerado, me fazendo afrouxar a gravata e buscar uma água no frigobar de minha sala. Eu termino com a garrafa em um gole só e minha garganta continua seca como um deserto. Meus olhos caem no meu reflexo nas janelas e posso ver o sorriso bobo em meu rosto.

Isabella Marie Swan tem um crush em mim.

Baby we both know that the nights were mainly made for saying things that you can't say tomorrow day

O resto da semana passa lentamente para mim, com minha mente estando confusa desde que ouvi a conversa da Srta. Swan com Emmett. É claro que não passa despercebido para meus irmãos como eu estou distante e distraído no trabalho, tendo até mesmo sido chamado a atenção durante uma importante reunião. Os olhos azuis de Emm e Allie tentam ler meu rosto para saber o que está acontecendo, mas eu corro deles sempre que posso. Eu não quero que pensem que eu sou uma velha fofoqueira que escuta atrás de portas ou que até mesmo corram para contar para Isabella o que eu tinha ouvido. Eu quero eu mesmo conversar com ela e entender seus sentimentos e também que ela entenda os meus.

Fugir de Isabella também é difícil, afinal sempre passamos boa parte de nossos dias juntos. Graças a Deus eu consigo me esquivar de ficar sozinho com ela no mesmo ambiente, sempre chamando a Srta. Angela Weber, minha secretária, para estar presente quando a Srta. Swan precisa falar comigo pessoalmente. Eu consigo ver o olhar de confusão de ambas quando eu ligo para Angela vir à minha sala quando Isabella entra, mas eu não confio em ficar sozinho com ela sem expor tudo o que eu sinto e que eu sei que ela sente. Eu sou um covarde.

E então, a sexta à noite chega e eu tenho minhas pernas tremendo e os joelhos falhando. Eu me sinto à beira de um precipício, pronto para dar um passo em falso em direção à um abismo desconhecido. Eu me sirvo uma dose de whisky, bebericando levemente a bebida âmbar para acalmar meus nervos de um adolescente virgem de 15 anos. Olho-me no espelho, para conferir pela nona vez minha roupa e olhando meu reflexo eu até pareço um adulto de 31 anos e não o moleque que eu me sinto no momento.

Quando meu celular apita indicando uma mensagem de Alice dizendo que chegou, eu sinto o whisky querendo voltar e respiro fundo.

- Seja corajoso, Edward. – eu falo para mim mesmo em voz alta, limpando as mãos suadas na minha calça.

Allie e Jazz estão me esperando na Porsche amarelo canário espalhafatosa que meu pai havia dado de presente para minha irmã, mais a cara dela impossível.

- Eddie! – eu rolo os olhos quando ela me chama pelo apelido que mais odeio – Preparado para os flertes, os beijos e as reboladas na pista de dança?

- Eu juro que dou meia-volta e volto para meu apartamento. – eu resmungo entrando no carro.

- Uma noite na balada, com muita paquera, é o que você precisa para acabar com esse mal humor. – ela ri, acelerando pelas ruas movimentadas de Upper East Side – Essa é nossa missão de hoje!

Jazz logo engata uma conversa fácil sobre um novo filme que havia sido lançado e Alice dirige cantando uma conhecida música de Lady Gaga. Nossos seguranças seguem em carros pretos atrás de nós e eu agradeço em saber que qualquer coisa que der errado, eu tenho como fugir com Félix e Demetri me esperando atrás de um volante. Rapidamente chegamos ao famoso clube Eclipse e podemos ver uma longa fila de pessoas que se balançam com o som que sai de dentro do local. Um manobrista com olhos brilhando para a Porsche a leva de nós e logo passamos para dentro do clube, sem entrar em filas, já que ao ouvir nosso sobrenome a hostess do lugar abre um sorriso enorme e nos direciona para um camarote privado de onde podemos ter uma boa visão do bar e da pista de dança. Emm está sozinho na sala privada, bebericando um Macalan 21 anos enquanto olha divertido para a pista de dança. Um garçom rapidamente traz nossos pedidos, Macalan para os meninos e um cosmopolitan para minha irmã.

- Ursinha e a Bells estão dançando. – ele aponta para o meio da pista de dança - Já já elas voltam para cá.

Isabella balança seus deliciosos quadris ao ritmo da música e passa a mão livre por seu corpo, enquanto a outra segura uma taça de dirty martini. Rosalie está à sua frente, cantando a plenos pulmões e acompanhado a dança da amiga. Há dois seguranças próximos a elas, com caras fechadas e braços cruzados, que espantam todo e qualquer homem que ouse se aproximar. Allie acaba descendo para encontrar com as amigas e as três dançam pelo menos quatro músicas juntas, enquanto os rapazes e eu ficamos observando de longe e conversando bobeiras.

Nada me prepara para a visão da Srta. Swan quando ela sobe para nosso camarote. Sua maquiagem é escura na região dos olhos, destacando ainda mais o brilho do chocolate, suas bochechas estão coradas após tanto dançar, seus cabelos estão soltos envolvendo seu rosto como a mais perfeita moldura de ébano avermelhado. Seu vestido é preto, de um ombro só e justo, quase como uma segunda pele, abraçando suas curvas e as delineando para mim. Suas pernas, longas e torneadas, estão à mostra me fazendo imaginá-la ao redor de minha cintura e suas sandálias pretas de tiras ficariam ótimas cravadas em minha bunda. A simples fantasia imaginativa me deixa duro e completamente sem palavras para a mulher que sorri para mim.

- Sr. Cullen! – ela me cumprimenta com a voz rouca, como se sentisse a mesma tensão que eu – Que bom que pode vir.

Seu sorriso é doce, ingênuo, completamente puro. É possível que essa mulher, a própria encarnação de Afrodite, não percebe seu efeito sobre mim? Como eu me posto sob seus pés, suplicando por ela?

- Srta. Swan, é um prazer revê-la. – eu respondo, encontrando minha voz – Se me permite dizer, está linda esta noite.

Suas bochechas coram ainda mais e ela abaixa o olhar, envergonhada. Eu quero poder tocar em seus cabelos, que agora cobrem parte de seu rosto, para poder continuar bebendo de sua beleza. Eu sou a porra de um viciado.

- Muito obrigada, Sr. Cullen. O senhor também está lindo. – ela sussurra timidamente.

- Edward, me chame de Edward. – eu peço, desesperado para minha deusa chamar-me pelo meu nome.

- Apenas se me chamar de Bella... Edward.

Eu quase reviro meus olhos em orgasmo ao ouvir sua pequena boca rosada proferindo meu nome. Que tipo de feitiço ela está jogando em mim?

- Pode deixar, Bella.

A vermelhidão de seu rosto desce para seu pescoço e colo, suas pupilas dilatam levemente e a vejo mordendo o lábio inferior com força. Minha mão coça para libertá-lo de seus dentes e quando eu estou quase erguendo a mão para realizar o meu desejo, o garçom nos interrompe ao servir uma nova rodada de bebidas, quebrando nosso momento.

- Bells! – Emm grita, puxando a morena pela mão e a abraçando pelo ombro – Vamos procurar sua noite de sexo quente?

- Com você agarrado nela desse jeito ela nunca vai encontrar a noite de sexo quente dela! – Rose cutuca a barriga do marido, que ri mostrando suas covinhas infantis – Fora que os seguranças não deixaram ninguém se aproximar de nós, Bella poderia já estar com a língua na garganta de alguém... Ou em outros lugares mais ao sul.

- Rosalie! – Isabella grita, engasgando-se com sua bebida – Eu já disse que estou muito bem obrigada, não quero enfiar a língua na garganta de ninguém e agradeço os seguranças por evitarem que alguém tente fazer isso comigo.

- Hunnn, você só não quer enfiar a língua na garganta de algum cara, mas não se opôs quando eu disse nos lugares mais ao sul? Quem você quer chupar hoje, Bella?

- ROSALIE!

A loira despeitada apenas gargalha, abraçando a amiga e sussurrando algo em seu ouvido que a faz engasgar-se novamente com seu dirty martini e ficar mais vermelha do que um pimentão. Emm, que continuava abraçando os ombros de Isabella, apenas me olha rapidamente e sorri o mesmo sorriso que ele dava quando éramos crianças e ele encabeçava os planos para roubarmos os cookies recém assados de vovó Elizabeth.

- E você, Eddie? – Emm balança suas sobrancelhas para mim – Já achou seu alvo da noite?

- Meu pé na sua bunda, em breve. – eu respondo entredentes.

- Não não! Essa bunda é perfeita demais para isso… Venha Ursão! Quero dançar! – Rose me mostra a língua puxando o marido pela mão em direção à pista.

- Vamos dançar também, minha fadinha? — Jazz pergunta para Alice, que estava sentada em seu colo bebericando um novo cosmopolitan com olhos divertidos.

- Mostre-me o caminho, meu homem! — ela pula em seus saltos, animada.

Os dois casais descem para a pista ao som de uma música antiga da Rihanna e logo eles ficam em suas próprias bolhas, namorando e dançando como os casais felizes que são.

Bella se encontra encostada na parede de vidro que separa a nossa sala privada da pista de dança, observando tudo o que acontece no piso inferior. Sabemos que eles não podem nos ver aqui em cima, mas podemos ver tudo o que acontece na parte de baixo. Os corpos suados balançam enquanto Rihanna canta sobre como ela ainda tem seu dinheiro, enquanto copos e taças nunca vazios são equilibrados entre os garçons e as pessoas, ao mesmo tempo que uma ou outra paquera tem sucesso e várias são dispensadas com olhar de desgosto. As luzes coloridas do clube tremulam no belo rosto de Isabella, deixando a atmosfera ao seu redor ainda mais magnética. Seus lábios capturam a borda da taça, sorvendo o último gole de seu drinque e consigo ver o exato momento em que uma gota escapa pelo canto de sua boca e quando sua língua a captura rapidamente. A cena parece estar em câmera lenta, eu estou completamente hipnotizado e se já não fosse rendido a ela, hoje eu ofertaria cada pedaço meu em total submissão a ela. Eu estou próximo demais de Isabella, gravitando ao seu redor sem ao menos perceber que estou sendo puxado por ela.

- Você tem alguma ideia do que faz comigo, Srta. Swan?

Posso ver sua pele se arrepiando ao escutar minha voz tão próxima a ela e sorrio sabendo que eu estava lhe provocando isso. As luzes vermelhas piscam ainda mais fortes, ainda mais incandescentes e Bella vira o rosto para mim.

Eu não estou preparado para a intensidade dos dois orbes de chocolates derretidos, em brasas, lançando-me faíscas e me queimando em pontos que nem sei que existem.

- Edward…

Sua voz sai baixa, em uma mistura de gemido e devoção, tocando diretamente nos pontos que seus olhos não podem alcançar. E então seus dentes capturam seu lábio inferior novamente e ali eu perco o pouco do controle que ainda me resta.

Quando nossos lábios se chocam, eu quase choro. Isabella tem gosto de canela, doce e intoxicante. Nosso beijo não começa casto e inocente… Oh, não. É explosivo, faminto e quente. Muito quente. Eu continuo queimando por ela, sentindo chamas invadindo meu cérebro, meu coração e cada célula de meu corpo.

Meu corpo imprensa o dela na parede de vidro e eu não me importo se todos estiverem parados nos olhando. Eu quero que todos possam ver sua perna se enrolando em minha cintura, suas mãos quase arrancando meus cabelos e seus gemidos sensuais que naquele momento a mostram rendida a mim. Eu quero que todos vejam como somos um incêndio incessante. Nada é capaz de nos extinguir.

Quando o ar se torna necessário e nossos pulmões pedem por ele, nos separamos brevemente, mas preciso manter meus lábios a tocando, então trilho beijos por seu pescoço, descendo para seus ombros e seu cheiro me atinge em cheio. Morangos e frésias, a combinação perfeita para um viciado em Isabella Swan.

- Edward.. – ela geme meu nome, esfregando seu centro quente em minha ereção – Me mostre o que eu faço com você.

Isabella é, irrefutavelmente, o meu pecado na Terra.

Um som gutural sai de meu peito e a ataco novamente, com nossas línguas batalhando para ver quem explora mais o outro. Suas mãos continuam como garras em meus cabelos, me puxando para mais perto, como se quisessem nos fundir. Sua outra perna sobe e ela se enrola em mim, fazendo minhas mãos finalmente descerem de sua cintura e toco sua bunda redonda, apertando e esfregando-a ainda mais contra mim. Porra, é delicioso sentir como Isabella treme sob meu toque, faiscando ao meu redor como fogos de artifício. Bella se contorce sob mim, ondulando como uma serpente envolvendo sua presa e nunca fui tão fã de sexo seco quanto nessemomento.

- Bella…

- Mostre-me, Edward. – ela ronrona em meus lábios.

Afasto-me levemente para poder olhar em seus olhos e ali, no chocolate, eu vejo o quanto ela quer aquilo tanto quanto eu. À muito contragosto eu tiro suas pernas de minha cintura e planto um beijo casto em seus lábios inchados.

- Não aqui e não assim. – eu digo, segurando seu rosto confuso em minhas mãos e lhe dando mais um beijo – Deixe-me te amar da maneira correta.

Um sorriso tímido surge em seu rosto e busco sua mão, dando um beijo em sua palma e absorvendo mais um pouco de seu perfume inebriante.

- Vamos? – pergunto, ansioso por sua resposta.

Bella acena com a cabeça e caça rapidamente sua bolsa, sem nunca soltar nossos dedos entrelaçados. Saímos rapidamente da sala privada e vamos diretamente para fora, sem nos despedirmos de minha família. Felix e Demetri estão a postos assim que nossos pés tocam o cimento da calçada e logo abrem as portas do Audi preto em que vieram. Posso notar um leve sorriso em ambos os rostos de meus funcionários e me pergunto se assim como meus irmãos eles também sabiam dos nossos sentimentos mútuos, sendo nós dois os únicos cegos esse tempo todo.

Isabella parece tímida dentro do carro, com suas mãos torcendo sua delicada bolsa preta e seus olhos evitando olhar para qualquer coisa além da janela. A puxo para meus braços, enfiando meu nariz em seus cabelos e sentindo toda a maciez e o cheiro de seus fios. Meus dedos acariciam sua bochecha em um carinho singelo, mas delicado. Eu quis por tanto tempo fazer isso que eu me sinto em um sonho, com medo de acordar a qualquer momento.

O trajeto de volta para meu apartamento é tão rápido quanto a ida, mas muito mais intenso. Minhas mãos não conseguem ficar longe da pele de Isabella, eu preciso tocá-la a cada segundo, como um viciado. Pulamos do carro assim que ele para no estacionamento subterrâneo de meu prédio e vamos de mãos dadas até o elevador que nos levará diretamente para a cobertura. Isabella encosta na parede espelhada, com os lábios ainda levemente inchados e rosados, com os cabelos revoltos, me encarando por baixo de seus cílios com o mesmo fogo que continua a me queimar. Basta eu digitar o código de segurança para subirmos e eu a tomo novamente em meus braços, beijando-a e me esfregando nela como um adolescente cheio de hormônios. Fodam-se as câmeras de segurança, eu quero mostrar para todos ali que essa deusa é minha naquela noite e em todas as que virão. Isabella transborda tudo que há de mais primitivo em mim, a possessividade se tornando uma novidade para mim.

Eu abro a porta de meu apartamento com um chute nada delicado, com ela grudada em mim e tropeçando em nossos pés. Decido que não há como esperar os pormenores de uma primeira visita e passo meus braços por debaixo de seus joelhos, caminhando com ela em meu colo até meu quarto. Ao colocá-la em minha cama, sou agraciado pela visão de um belo quadro vendo-a sorrir com seus cabelos esparramados por meus lençóis brancos. Com essa imagem, eu tenho a certeza que nunca mais conseguirei deitar nessa cama sem tê-la ali.

Meu coração bate mais acelerado quando ela me fita com seus grandes olhos, ruborizando ao notar meu olhar voraz para ela. Eu sou um leão faminto olhando para meu ingênuo cordeiro, pronto para me deliciar com um banquete.

- Vem aqui, Edward. – ela pede docemente.

Minhas mãos tocam seus tornozelos e vão subindo em direção as suas coxas, notando os arrepios surgindo na pele macia e como ela contrai suas pernas uma contra a outra, buscando algum alívio. Eu chego na barra de seu vestido, notando como o tecido é delicado e meus dedos brincam um pouco ali, torturando-a como ela me tortura. Depois, subo com minhas mãos, apertando levemente sua cintura fina e chegando aos seus seios, ainda escondidos no tecido escuro. Um gemido escapa dela e eu sorrio, vendo como seus olhos escurecem conforme ela observa meus avanços ao explorar seu corpo. Eu beijo sua testa, beijo suas bochechas, beijo seus deliciosos lábios inchados, desço novamente por seu pescoço e beijo seus ombros. Abaixo a única alça de seu vestido, revelando ainda mais sua pele alva e nós dois trememos quando seus seios se revelam para mim.

Eu salivo ao observar os dois montes perfeitos, deixando mina língua tocar delicadamente o ponto rosado e intumescido. Seu gemido me alucino e como um homem faminto, capturo seu mamilo com a boca, enquanto brinco com o outro em minha mão. Suas costas arqueiam e ela geme ainda mais, me fazendo intensificar meus toques nela. Eu continuo abaixando seu vestido, mostrando mais e mais de seu corpo e me embebedando com sua beleza. A minha surpresa? Srta. Swan está sem calcinha. Completamente exposta, completamente perfeita. Demoro alguns minutos olhando para ela, nua, entregue a mim, muito mais perfeita do que um dia imaginei. Nem Michelangelo ou Donatello conseguiriam reproduzir toda a beleza e divindade de Isabella. E como um devoto, eu me ajoelho aos seus pés e a adoro.

Minha boca suga tudo o que ela me oferece, minha língua lambe cada pedaço exposto tentando memorizar seus lugares mais quentes, suas mãos puxam meus cabelos pedindo mais e seus clamores são hipnóticos como o canto de uma sereia. Ver Isabella gozando em minha boca é uma imagem para sempre marcada em meu cérebro.

E mesmo enquanto ela recupera o fôlego, eu ainda continuo tocando-a, decorando-a como um mapa de prazer inigualável. Quando seus olhos abrem novamente, nublados pelo orgasmo e quentes como o inferno, um sorriso malicioso se faz presente em seus lábios. Suas pernas envolvem minha cintura e com maestria ela nos vira, subindo em mim como uma amazona, chicoteando-me com seus cabelos e adestrando-me com seus beijos.

Suas mãos trêmulas começam a me despir, mas logo se firmam, com suas unhas arranhando meu peito, minha barriga e brincando com o cós de minha calça, atormentando meus pensamentos e me deixando rendido às suas carícias. Quando ela libera minha ereção dolorida, não posso evitar o estúpido sorriso ao ver seus olhos arregalarem ao contemplarem meu tamanho.

Porém, meu sorriso convencido é rapidamente removido de meu rosto quando ela engole com maestria quase toda minha extensão, massageando-me com suas pequenas mãos o que sua boca não alcança e fazendo um pequeno movimento com sua língua que quase me faz gozar imediatamente.

- Porra, Bella...

Meu gemido parece estimulá-la a ir mais fundo e mais rápido, me delirando com sua boca quente. Os dois poços de chocolate me fitam por baixo dos cílios longos e eu engulo em seco, sentindo que perderei o controle rapidamente. Minha cabeça cai novamente no colchão ao sentir meu pau batendo em sua garganta e eu a puxo para cima, beijando-a.

- Se continuar assim eu não vou aguentar, minha deusa.

- Me faça sua, Edward. – ela pede.

Rapidamente eu alcanço uma camisinha na minha mesa de cabeceira e a visto. Olho para ela, buscando novamente a confirmação para o que vamos fazer e ela delicadamente assente, selando nossos lábios.

Nada me prepara para a sensação de estar dentro de Isabella. Se acho que ela é quente, eu não estava preparado para descobrir que ela é a porra do sol. Eu fico alguns minutos apenas absorvendo seu calor, sentindo a combustão que nossos corpos produzem juntos.

Eu me perco em seu corpo por tantas vezes que eu rezo para nunca mais ser encontrado.

Nossos quadris se chocam a cada movimento, ávidos e ansiosos, buscando mais. Eu entro nela e sinto suas paredes me apertando, querendo sugar tudo o que eu tenho a lhe oferecer. Isabella me arranha, me beija, me chama e me grita. Seus olhos reviram-se a cada nova estocada, seu cheiro se torna mais intenso, o morango parece grudar sob minha pele, alucinando meus sentidos.

- Porra, Edward. – ela murmura sem nexo, soltando o ar que nem parece notar que prende.

- Goza para mim, Bella. – e eu peço, sentindo seu corpo tremendo embaixo do meu.

E juntos chegamos ao ápice, em um orgasmo arrebatador.

Nessa noite, Isabella me faz seu e eu a faço minha. Queimados e marcados para sempre.

Do I wanna know if this feeling flows both ways?

Uma fresta aberta da cortina mal fechada faz um raio de sol bater em meu rosto, acordando-me após uma noite mal dormida, mas bem aproveitada. Bella e eu nos amamos mais uma vez, quando acordei de madrugada com suas mãos passeando em meu peito em um carinho íntimo e delicado.

O cheiro de morango e frésias me invade quando abro os olhos e noto que estou com o rosto afundado em seus cabelos, podendo notar as suas mechas vermelhas aparecendo conforme o sol ilumina o ambiente. Eu fecho as pálpebras novamente, pedindo em uma oração muda poder acordar dessa forma todos os dias.

Isabella se remexe, embaralhando suas pernas nas minhas e se aconchegando contra mim. Um suspiro sai dela e algumas palavras aleatórias saem de sua boca.

- Edward… Não me deixe.

Meu coração salta ao ouvi-la falando meu nome inconsciente, fazendo um pedido que eu jamais negaria.

- Nunca. – prometo em um sussurro.

Beijo seus cabelos, aproveitando para sentir mais uma vez seu cheiro e decido levantar, para preparar nosso café da manhã. É difícil me desvencilhar de seu corpo quente e convidativo, coberto parcialmente pelo lençol branco.

Decido tomar uma ducha rápida, após escovar os dentes, e quando saio do banheiro visto apenas uma calça de moletom. Ainda perco alguns minutos observando Bella, tentando gravar em minha mente todos os pequenos detalhes que posso. Sorrio quando ouço meu nome saindo de seus lábios mais uma vez e saio antes que eu decida acordá-la.

Vou para a cozinha e encontro Siobhan, minha governanta, já iniciando a preparação do café da manhã.

- Bom dia, meu garoto. – ela me cumprimenta com seu sorriso maternal, de quem me conhece desde que sou criança – O que vai querer de café hoje?

- Bom dia, Shiv. – a respondo lhe dando um beijo na testa – Você poderia me ajudar a fazer um café da manhã? Algumas panquecas, com frutas e mais algumas coisas?

- Você? Cozinhando? – sua mão vai até minha testa e ela começa a rir – O que aconteceu, garoto?

- Isabella. – respondo, notando os olhos azuis se arregalando – Ela está aqui e eu quero lhe acordar com um café na cama. – sinto minhas bochechas esquentando ao revelar o motivo do meu pedido.

- Ah, finalmente! – ela exclama, batendo palminhas e me recordando de Alice – Vamos, pegue os morangos na geladeira para iniciarmos nossos preparos.

- Finalmente? – pergunto enquanto retiro os morangos e mais algumas frutas da geladeira – Será que realmente todos viam o óbvio que nos deixava cegos?

- Edward, eu conheço você tão bem quanto Esme lhe conhece. Desde que o ouvi falando a primeira vez sobre Isabella eu já sabia que havia algo mais do que apenas admiração pela ótima profissional que ela é. – ela conta, já misturando alguns ingredientes para a massa da panqueca – E quando os vi junto em um almoço na casa de seus pais, os olhares que davam um para o outro quando achavam que ninguém estava prestando atenção… Me admira que tenha demorado tudo isso para ficarem juntos.

- Eu tenho medo de ser demais para ela, sabe? Não quero assustá-la com a intensidade dos meus sentimentos. – confesso, evitando olhar para Shiv e fingindo me concentrar em cortar as frutas.

- Garoto, você ainda é tão cego. – ela ri, batendo o ombro no meu de brincadeira – Agora vamos lá, vamos aprender a fritar algumas tiras de bacon.

Após vários minutos, com o auxílio de Shiv, consigo montar uma bandeja com uma boa variedade de comidas para nós dois. Panquecas com frutas vermelhas, calda de caramelo, bacon com ovos mexidos, croissant recheado com chocolate, suco de laranja e um café preto com um leve toque de canela. São todas as coisas que eu sei que ela adora e junto com tudo, uma rosa branca que roubei de um vaso da minha sala. Shiv decide ir embora mais cedo, para nos dar privacidade, mas não sem antes se despedir de mim com um sorriso de orgulho e os dedões em forma de joinha para me provocar.

Abro a porta de meu quarto tentando equilibrar a bandeja e sou quase nocauteado pelo cheiro de Bella que parece dominar todo o ambiente. Ela está abraçada com meu travesseiro, como se tivesse sentido minha falta e me procurado em algum momento, agarrando algo que a fizesse se lembrar de mim. Fico alguns minutos apenas admirando-a, antes de colocar a bandeja em segurança em cima da cama e em um impulso, fotografo com meu celular Bella dormindo.

Os cabelos escuros esparramados pelo travesseiro, os lábios avermelhados em um biquinho sonolento e a luz do sol refletindo em sua pele pálida são a imagem perfeita desse que eu considero o melhor dia de minha existência. Coloco a foto como fundo de tela do meu celular, necessitando poder vê-la sempre que eu quiser.

O cheiro de café parece funcionar como um despertador para Bella e rapidamente guardo meu iPhone, concentrando-me nos olhos de chocolate que agora me encaram com um brilho diferente.

- Bom dia, Bella. – me aproximo, roçando o nariz em sua bochecha e dando-lhe um beijo no mesmo lugar – Trouxe café para nós.

- Bom dia, Edward. – ela responde, se espreguiçando e procurando minha mão logo depois, entrelaçando brevemente nossos dedos – Vou escovar os dentes e já volto para tomarmos café juntos.

Ela se enrola no lençol e sai correndo até o banheiro, com um sorriso enorme que provavelmente é um reflexo do meu. Ela volta em pouco tempo, com o cabelo preso em um rabo de cavalo e usando minha camiseta do Arctic Monkeys que deixa suas belas pernas à mostra para o meu prazer.

- Agora sim… - ela engatinha pela cama se aproximando – Bom dia, Edward.

Seu rosto se aproxima perigosamente do meu e ela me beija, me marcando com seu gosto doce de menta. Eu acabo deitando por cima dela, a empurrando de volta para o colchão, necessitando aprofundar nosso beijo. Ela ri, presenteando-me com sua gargalhada musical, divertida com meu ataque de beijos por todo seu rosto.

- Preciso recuperar todo o tempo que perdi sendo um covarde. – confesso, acariciando sua face e vendo o rubor tomar conta de suas bochechas – Eu não quero mais ser um maldito medroso, Bella.

- O que quer dizer, Edward? – ela me encara com os olhos ainda maiores do que o normal, com um brilho intenso que parece um farol em meio à noite em alto mar.

- Eu sou apaixonado por você, Bella. – declaro, preso em seus orbes chocolate e vendo meu mundo inteiro ali – Completa e irrevogavelmente, desde o primeiro dia.

Seus lábios se entreabrem em surpresa e vejo algumas lágrimas acumulando-se nos cantos de seus olhos, seu peito sobre e desce conforme sua respiração acelera. Seu conhecido rubor toma conta de suas bochechas e pescoço, deixando-a ainda mais adorável do que o normal.

- Eu também sou apaixonada por você, Edward. Completa e irrevogavelmente, desde o primeiro momento.

É impossível não sorrir. Meus lábios se esticam por sobre meus dentes de forma inconsciente e até dolorida, não sendo capaz de expressar suficientemente toda a felicidade que há em mim. Sinto minhas próprias lágrimas sendo vertidas pela minha face, misturando-se com as delas quando nos uno em um beijo calmo, amoroso, cheio de tantos sentimentos há muito guardados e, enfim, livres.

Maybe I'm too busy being yours to fall for somebody new

- Sabe, eu acho que apenas ganhar mil dólares de Alice não é o suficiente. – Emmett fala, enquanto ajeita a lapela de meu smoking com um pequeno arranjo floral.

- Como assim? – pergunto confuso, lutando contra as abotoaduras que ganhei de minha mãe e lembrando da gritaria que foi quando ambos ficaram sabendo que Bella e eu estávamos namorando, falando sobre a bendita aposta que fizeram para ver quem acertaria quanto tempo demoraríamos para ficarmos juntos.

- Você deveria me agradecer, Cabeçudo. Se não fosse por eu deixar sem querer você ouvir que a Bells sempre teve um crush em você, nós não estaríamos aqui hoje.

- Quer que eu conte para Allie que você manipulou a aposta para ganhar? – dou um soquinho em seu ombro, gargalhando – E, meu agradecimento é você como meu padrinho. O melhor homem, melhor amigo, melhor irmão ao meu lado no dia que vou me casar com a mulher da minha vida.

- Você é tão gado, tão emocionado, Cabeçudo. – ele me abraça, quase me sufocando com seus braços de urso – Eu estou feliz. Genuinamente feliz em ver vocês dois juntos. Não há ninguém melhor para você do que a Bells, maninho.

- E se você fizer qualquer coisa contra ela, eu arrancarei suas bolas com as minhas próprias unhas com o maior prazer do mundo. – Rosalie fala com seu sorriso sinistro, entrando no meu quarto na mansão Cullen, estonteante em seu vestido rosa claro – Já está tudo pronto, cunhado. Juiz de paz em posição, orquestra afinada, os convidados sentadinhos e Charlie não trouxe uma arma... Eu acho.

- E Bella? – questiono ansioso, sentindo a gravata me sufocar.

- Fugiu tem uns dez minutos, gritando "eu não vou casar com aquela cabeça gigante!" – ela brinca e reviro os olhos para ela - Está pronta também, pediu para eu te dizer que ela será a de branco.

- Eu vou casar. – sussurro desacreditado, encarando meu irmão e minha cunhada – Eu vou me casar com Isabella Swan.

- Em breve, Isabella Cullen. – Emm me puxa pelo ombro, me balançando um pouco – Vamos lá, irmão, vamos te casar com a mulher da sua vida.

- E beber bastante champanhe porque ouvi que é dos caros. – Rosalie comenta, nos seguindo.

- É por isso que eu te amo, Ursinha.

Do I wanna know?

Oh yes, baby, I do.