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Olá pessoal! Como estão? Espero que tudo bem!

Como foi o natal de vocês? Espero que tenha sido um dia repleto de alegias :D

Essa one é presente de amigo secreto (já não tão secreto assim rsrs), @DeusaPsique foi feito com muito carinho. A one ficou curtinha, mas tem tudo o que queria passar nela. Espero que goste do presente :)

Sem mais delongas...

Beijos Escarlates!

História corrigida em 09/11/24

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A Guerra Santa contra Hades havia acabado há pouco, mas o Santuário e seus habitantes ainda choravam suas perdas e tentavam reconstruir aquele local que foi palco de tantas batalhas.

O pequeno Kiki andava pelos escombros da Primeira Casa Zodiacal, que havia sido destruída após a luta entre Dohko e Shion, restando apenas alguns cômodos. Ver tudo aquilo era muito triste para ele, não só por ver o local que seu mestre defendeu arduamente, mas também pela ausência deste andando pelo templo. Seu pequeno coração estava em frangalhos, pois perdera aquele que lhe havia ensinado tudo o que sabia, perdendo também sua referência de pai e mestre. Todavia, o pequeno muriano sabia que deveria seguir em frente, pois seu amado mestre honrou seu status como Cavaleiro de Ouro até o fim, e ele precisava seguir seu legado.

O ariano chegou até o quarto que Mu ocupava; este era simples, e a decoração característica de sua terra natal era visível pelo cômodo, mesmo com a poeira tomando conta do local. Kiki caminhava com cuidado até que parou em frente a um roupeiro simples e rústico. Abriu as portas, e seus olhos ametistas se encheram de lágrimas ao ver os pertences do dourado ali. Como sentia sua falta. Na parte inferior, havia algumas gavetas, então ele se abaixou, ficando apoiado nos joelhos, e as abriu, uma por uma.

Na quarta e última, o ruivinho achou um álbum de fotos. Havia fotos deles em Jamiel e, mais para o final, no Santuário. Mais algumas lágrimas escaparam de seus olhos enquanto folheava as páginas daquele objeto que trazia tantas lembranças. Quando terminou, voltou a colocar o álbum onde estava e só então notou que, ao lado dele, havia dois envelopes brancos. Curioso, pegou ambos. Um deles continha seu nome, e o outro, o nome de uma moça que ele conhecia muito bem. Intrigado e mais curioso ainda por uma das cartas ter o nome dela, teve ímpeto de abri-la, mas, por fim, desistiu da ideia, pois sabia que seu mestre não gostaria disso.

Pensou por alguns momentos sobre o que fazer e, mesmo querendo ler sua carta, acabou por decidir entregar a outra para sua destinatária. Então, ele se dirigiu até a saída de Áries e, quando estava um pouco afastado, se teletransportou.

Vila de Rodório.

Segundos depois, o pequeno muriano apareceu em frente a uma casa. Bateu na porta e, após alguns instantes de espera, a porta se abriu, revelando uma mulher que sorriu ao vê-lo.

– Kiki, que alegria te ver. Venha, vou te servir um pedaço de bolo – disse, abrindo espaço para que o ariano passasse.

– Oba! Bolo de chocolate! – os olhos lilases do pequeno brilhavam intensamente só de imaginar o delicioso bolo que ela fazia. – Obrigado, tia Rose.

Kiki e Rose entraram; o mais novo sentou-se no sofá. A jovem foi até a cozinha, voltou de lá trazendo uma generosa fatia de bolo de chocolate e um copo de suco, que entregou ao ruivinho. Ele comeu sem pestanejar.

– Estava muito gostoso, obrigado – ele falou, sorrindo. Então se lembrou do motivo de ter ido até a casa da jovem. Pegou o envelope e a olhou. – Rose, hoje eu estava olhando as coisas do mestre Mu e achei este envelope com o seu nome – disse, entregando a carta a ela.

– Uma carta para mim? – ela o olhou surpresa, sentindo o coração acelerar.

Desde que viu o Cavaleiro de Áries pela primeira vez, Rose o achou lindo, e conforme foram conversando, passou a nutrir um sentimento por ele, mas nunca se declarou. Quando soube da morte de Mu, seu coração ficou em frangalhos, sua alma se despedaçou, a tristeza tomou conta de si por pensar em tudo o que poderia ter vivido com o ariano, mas principalmente por não saber se seus sentimentos eram correspondidos por ele. Seus olhos cor de mel se encheram de lágrimas, mas conteve a vontade de chorar por causa de Kiki. Forçou um sorriso em seus lábios cheios e naturalmente avermelhados, sentou-se no sofá ao lado dele, onde conversaram por algum tempo sobre diversos assuntos.

– Tia! – ele falou enquanto se levantava. – Agora eu preciso ir, não avisei ninguém que viria aqui e devem estar me procurando, e também... – levou uma das mãos até o queixo – quero ler a carta que o meu mestre me deixou e deixar você ler a sua também. – Caminharam até a porta, onde ela a abriu, e eles se despediram com um abraço.

Depois da partida de Kiki, Rose voltou para o sofá, pegando o envelope branco em seguida, o qual ficou olhando por uns breves instantes. Depois o virou e viu seu nome escrito com uma caligrafia bem desenhada. Suspirou fundo, abriu o envelope e retirou a carta.

"Rose,

Quando você estiver com esta carta em mãos, provavelmente eu já não esteja mais aqui... E sinto muito por isso e também por não ter tido coragem de dizer pessoalmente o que escrevi aqui.

Quando a conheci, você foi a visão mais linda que já tive: seus longos cabelos cacheados e negros, seus olhos cor de mel, que quando reluzem à luz do sol adquirem um tom dourado, sua pele alva e delicada, seu perfume que me inebriava os sentidos... Eu poderia compará-lo ao perfume das rosas. Você é tão linda quanto uma obra de arte. Ah, Rose, quantas vezes quis dizer que sempre soube dos seus sentimentos em relação a mim e que eles eram correspondidos na mesma intensidade. Quantas vezes fiquei olhando de longe sua banquinha da feira em Rodório, onde vendia seus bolos, que foi onde nos conhecemos, lembra? Sabe as rosas que apareciam na porta da sua casa? Era eu quem as colocava para alegrar ainda mais seu dia, e assim, cada vez que você as olhava ou acariciava, era como se fosse eu ali. Quantas vezes seu belo rosto invadia meus pensamentos e sonhos, e por vezes me sentia enlouquecer por não poder me declarar? Quantas vezes fui até você para dizer o que sentia, mas ao te ver, tudo que havia ensaiado desaparecia da minha mente.

Por favor, Rose, gostaria que você entendesse que eu tinha obrigações que me impediam de me declarar, mas também não quero que fique triste – sei que é um pedido egoísta –, mas quero poder vê-la feliz, seguindo sua vida e guardando os bons e breves momentos que tivemos juntos, porque é isso que farei. Peço também que não deixe Kiki desamparado; sei que, apesar de a morte ser algo comum em nossa vida, ele sofrerá muito com a perda.

E, meu amor, não estranhe eu chamá-la assim, mas em meu coração você sempre será a única, lembre-se sempre disso, e nos dias que estiver triste, pense em mim, que virei para levar embora sua dor. E espero que um dia, em outra vida, possamos nos reencontrar e viver tudo o que temos direito.

Com muito carinho e amor, Mu."

Rose terminou de ler com lágrimas caindo em abundância por seu rosto até molharem o papel, e o som dos soluços incontroláveis era a única coisa que se ouvia naquela sala. A cada palavra lida, um misto de emoções tomava conta de si: a alegria por saber que também era amada pelo belo e gentil Cavaleiro de Áries e uma tristeza profunda por saber que ele não estava mais ali. Todavia, faria o que ele havia pedido: lembraria dos momentos bons que teve ao lado dele e cuidaria de Kiki, a quem amava como um filho e que estava sofrendo muito com a perda do mestre.

Rose depositou a carta em cima do sofá, passou as mãos no rosto para secar as lágrimas, suspirou profundamente e caminhou até a janela, de onde podia ver o pôr do sol. Sorriu levemente ao se lembrar de Mu.

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Os meses passaram, e o tempo, soberano de todas as coisas, colocou tudo em seu devido lugar.

Rose despertou mais cedo naquele dia, já havia arrumado todas as coisas para ir para a feira e agora prendia seus longos cabelos em um rabo de cavalo. O vestido simples, florido e de alcinhas finas completava o visual. Assim que terminou, pegou suas coisas e saiu de sua casa, mas ao olhar para baixo, estancou na mesma hora. Seus olhos cor de mel ficaram turvos, sua cabeça começou a girar e, em seu íntimo, um misto de alegria, tristeza e raiva se manifestou, pois, em cima do tapetinho, estava uma bela e grande rosa vermelha. Com a mão trêmula, pegou a flor e, com lágrimas nos olhos, voltou para dentro de casa. Quem poderia estar fazendo esse tipo de brincadeira consigo? Será que Kiki havia descoberto o que seu mestre fazia e resolveu repetir o gesto para consolá-la?

Ficou por algum tempo olhando a rosa e pensando em várias possibilidades, até que, mais calma, colocou a flor em cima da mesa, pegou suas coisas e foi para a feira, pois precisava espairecer. Avistou ao longe sua barraquinha e os outros feirantes já com as mercadorias à venda, mas foi a presença de Kiki que chamou sua atenção. O pequeno estava com uma expressão sapeca, de quem havia aprontado algo, e naquele momento Rose teve certeza de que ele havia sido o responsável por deixar a rosa. Ao se aproximar, sorriu para o pequeno.

– Bom dia, Kiki! Que alegria vê-lo tão cedo. Vai querer uma fatia de bolo?

– Bom dia! Não, hoje vim lhe trazer uma surpresa.

Rose, que já estava arrumando as bandejas, arqueou uma das sobrancelhas e o olhou intrigada.

– Uma surpresa? – perguntou, para ter certeza de que havia ouvido certo.

O ruivinho apenas assentiu, sorrindo. Em seguida, caminhou até a esquina e, de lá, pegou a mão de alguém que estava escondido. Rose observava tudo com curiosidade e, quando viu de quem se tratava, levou a mão à boca e seus olhos voltaram a se encher de lágrimas. Era Mu, que caminhava sorridente, com os longos cabelos lavanda esvoaçando ao vento e um sorriso genuíno nos lábios.

– Bom dia, Rose – o dourado a cumprimentou, com a emoção já tomando conta de si também.

A jovem, num rompante, se atirou nos braços do ariano, que a abraçou fortemente. Eram muitas emoções reunidas. Kiki logo se juntou ao abraço, e os três permaneceram assim por um tempo que não souberam precisar.

– C-como? – Rose perguntou, logo após se afastar do abraço.

– Shhh... Terei muito tempo para lhe explicar, mas garanto que agora não iremos mais nos separar – Mu respondeu, sorrindo.

E em outro rompante, Rose selou seus lábios nos de Mu num beijo doce, cheio de saudade e que demonstrava tudo o que eles sentiam em seus corações.