Novamente agradeço pelos comentários, a motivação para escrever vem com eles. Mais comentários, mais essa pessoa arruma tempo para publicar.

BHouse85 você encontrou minha pegadinha! Queria ver se alguém percebia... ;)

Não deixem de comentar.


Capítulo 4 – Lisa Cuddy

Lisa Cuddy estava tendo dias terrivelmente pesados, desde sua doença o mundo havia desabado em suas costas. Ela se recuperou relativamente rápido da cirurgia, afinal, ela era reitora e não tinha tempo a perder. Mas ela ainda não havia se recuperado de seu rompimento com House, ela queria demonstrar pra todos que sim, ela se esforçava pra isso, mas apenas ela sabia no íntimo como se sentia. Ela tomou uma decisão madura, ela era uma mulher de mais de quarenta anos, com uma posição importante e uma filha criança, ela não poderia continuar com ele. Certo? Ela tinha certeza disso, até ontem. Hoje ela já não sabia mais se agiu precipitadamente, ou se agiu de forma assertiva. Ela sentia muita falta dele, sentia-se muito só e quebrada. E se ela tivesse tentado um pouco mais? Teria ela sido precipitada e insensível? Mas e quanto as necessidades dela? Quem pensaria nisso?

O fato de Julia estar insistindo em apresentar homens judeus para ela também não ajudava, ela levou anos para assumir um relacionamento com Lucas, e foi o que foi... Anos para finalmente tentar algo com House, e deu no que deu. Ela estava farta de homens e de tentativas frustradas. No mais, os amigos de Julia e de seu marido eram todos muito chatos e comuns, e se tinha algo que ela sabia sobre si mesma, era que definitivamente esses homens não a atraiam.

House sim, ele sempre a atraiu. A maneira rebelde, mas não apenas isso, a inteligência e sagacidade somada a personalidade arredia era muito empolgante. Desde a faculdade aqueles olhos azuis a atraíram, aquela voz grave. Então ela começou a sentir falta dos beijos e dos abraços de seu ex-namorado, e precisou focar sua atenção em algo aleatório para não pirar. Ela que sempre se ocupava para fugir dos problemas estava em casa sem Rachel, que passou o dia na casa da mãe, sem House, sem trabalho… pela primeira vez desde então a solidão e o remorso bateram forte à porta. Mas House já estava tendo encontros com mulheres por aí… isso fez seu coração palpitar e a vontade eminente era ligar pra ele, mas ela não faria isso, absolutamente. Cuddy pegou a chave do carro e foi para algum lugar, ela precisava correr para liberar energia, e era isso que ela faria: se encheria de exercícios físicos.

No dia seguinte Lisa Cuddy estava vestida de forma impecável e na mesma hora de sempre entrou no hospital. Ela sabia que House estaria no hospital hoje, depois de dias sem vê-lo e isso gerou ansiedade e um pouco de taquicardia. Mas ela era adulta, madura e senhora de si, não podia se entregar a sentimentos adolescentes por um ex-namorado. Logo sua mente se dissipou pela correria do dia a dia e inúmeros problemas para resolver, tanto que ela nem viu o tempo passar e tão pouco House chegar.

No horário do almoço ela lembrou-se de que ele já deveria estar lá, então foi observar o restaurante… nada… Depois subiu para a sala de Diagnóstico e lá estava ele dormindo na poltrona. Ela respirou fundo, alinhou sua roupa e seu cabelo e entrou.

"Pelo visto a conferência foi cansativa".

Ele abriu o olho e a viu ali plantada na frente dele, linda. A vontade dele era pular nela e dizer com todas as palavras que ele não queria mais ninguém, somente ela.

"Na verdade o sol e a piscina foram bastante desgastantes".

"E suas atividades extracurriculares, posso apostar".

Ele abriu apenas um olho agora. Wilson é um enorme fofoqueiro, ele pensou. "Não sei sobre o que você está falando, exceto mar, piscina e Pina Colada".

"Ah você não sabe? Por exemplo… você fodendo alguma mulher".

House estranhou o termo usado por ela, aparentemente ela estava chateada com o fato. Isso podia ser bom pra ele, não podia? Ou Wilson ferrou tudo de vez?

"Eu estou livre, você sabia? Minha ex-namorada me deu um pé na bunda".

"E uma semana depois disso você está se enfiando na cama com outra mulher? Muito maduro".

"Foi mais como se ela se enfiasse na cama comigo".

Cuddy sentiu-se corar de irritação e ciúme.

"E você amava tanto sua ex-namorada que já se esqueceu dela".

"Minha ex-namorada sabe que eu tentei falar com ela, mas ela me ignorou".

"Então você sai por aí com mulheres para chamar a atenção dela?".

"Eu nem gostaria que você soubesse disso… Wilson que é o fofoqueiro aqui".

"Como você não consegue controlar o seu pau dentro das calças, o culpado é o seu amigo ou a mulher que se jogou em você. Conveniente".

Cuddy estava muito irritada, ele podia dizer isso pela forma em que falava e pela cor que ela estava.

"Eu posso, mas elas amam o meu pau".

Cuddy sentiu-se enojada. "Você é um porco!".

"Oh sério? Você vai mesmo brigar comigo porque outra mulher quis o brinquedo que você dispensou?". Agora House sentou-se na cadeira incomodado. Era a oportunidade de provocá-la e ver sua reação.

"Você não é e nunca foi um brinquedo pra mim".

"Então o que eu fui pra você?".

Eles trocaram um olhar profundo por alguns momentos, ela sentia vontade de beijá-lo e reivindicá-lo como dela, e só dela. Mas não, ela tomou essa decisão por uma razão lógica e clara. Ele sentia o ímpeto de agarrá-la e fazê-la entender que ela estava errada, mas não. Isso podia piorar ainda mais a situação.

"Você nunca foi um brinquedo". Ela repetiu meio atordoada.

"Porque é assim que me sinto". Ele a atacou.

"Você… não tinha o direito". Ela falou sem pensar.

"Direito de quê?".

"De se esquecer de tudo tão rapidamente".

House percebeu que ela estava vulnerável e emocional, era sua chance.

"Eu não me esqueci de nada". Ele levantou-se e se aproximou.

"Mas parece que sim".

"Eu te amo, Cuddy".

"E dorme com outra mulher? Jeito esquisito de mostrar isso".

"Foi só sexo".

"Não é assim pra mim".

Ele a puxou para um beijo que se aprofundou rapidamente. Ambos sentiram-se em casa, excitados, com taquicardia. Logo Cuddy estava o puxando mais e mais perto e as línguas duelando sensualmente, mas… Chase entrou na sala e Cuddy se afastou rapidamente.

"Isso não pode acontecer". Ela disse tentando voltar a si.

Chase saiu e bloqueou a entrada dos demais integrantes do time para dar privacidade ao casal, ou ex-casal. Ele estava confuso a esse ponto.

"Isso não pode acontecer mais". Ela repetia sem parar a mesma coisa.

"Cuddy…".

"Não fale nada".

"Seja razoável".

"Você dormiu com outra mulher".

"E se eu não tivesse dormido com outra mulher?".

Ela não respondeu e começou a ajeitar sua roupa e se dirigir para a porta.

"Você nem teria vindo aqui se eu não tivesse saído com outra mulher".

"Eu tenho que ir!".

"Você não quer perder o seu brinquedo, você me quer sofrendo e implorando". House a acusou irritado.

Ela não respondeu, saiu rapidamente e nem olhou para Chase.

House bufou frustrado.

"Oi… me desculpe, eu não sabia". Chase disse quando entrou e levou um olhar fatal de seu chefe.

"Temos algum paciente?".

"Na verdade sim, Taub respondeu confuso sem saber o que havia acontecido, acabamos de receber um caso".

E House se concentrou, ou tentou se concentrar, no novo paciente.

...

House passou o resto do dia irritado, mas com a certeza de que ele a amava e de que ela também sentia algo, talvez não fosse amor, como ele, talvez atração física… mas o beijo não deixou dúvidas de que ela o queria. Só ficou a dúvida sobre o que significava o sentimento dela. Sua frustração não passou batido pelo time e nem por Wilson. Sobretudo depois que se alastrou a informação de que a reitora e House estavam se beijando na sala de Diagnóstico.

Cuddy voltou imediatamente para seu escritório e se trancou lá parar poder chorar em paz. Ela chorou copiosamente. Aquele beijo era a certeza de que ela ainda era apaixonada por House, ela o amava com todas as suas forças, mas não podia continuar assim, algo teria que mudar, ela teria que ser forte e resistir a essa tentação já que sabia que era o melhor caminho pra ela e para a filha. Mas isso não a impedia de sentir pena de si mesma, raiva. Ela sentia muita raiva. Raiva de não ter dado certo, raiva de não gostar de caras comuns e mais fáceis de lidar.

A tarde ela atendeu a um doador e depois pediu para cancelar todos os compromissos e desapareceu. Isso era muito raro e os comentários se intensificaram ainda mais pelos cantos do hospital.

"Quer dizer que você agora é o garanhão?".

Wilson entrou na sala de House visivelmente irritado.

"E você está nervoso porque…".

"Porque Bella é legal e vocês estão juntos".

"Ow ow ow! Eu não estou junto dela e não sabia que você tinha uma filha tão velha".

"Você não deve sair brincando com as pessoas".

House riu de nervoso. "Falou o cara que casa e descasa como se fosse nada".

"Eu não…".

"Eu não estou com Bella e também não estou com Cuddy".

"O que aconteceu com Cuddy?".

"Você e Chase são dois fofoqueiros, foi isso o que aconteceu".

"Eu?".

"Você foi dizer que eu dormi com Bella".

"Bom… ela ligou…".

"Cuddy ficou possessa e veio até mim para tirar satisfações".

"Mas ela não tem esse direito".

"Chegamos ao ponto. Nem você tem esse direito".

"Eu sou seu amigo e estou preocupado com você".

"Não fique. Aliás, me deixem em paz por favor!".

"Você está sendo um idiota!".

"Eu só quero que parem de cuidar e de falar da minha vida".

Wilson saiu magoado.

...

Cuddy foi ao shopping comprar, era uma das válvulas de escape dela: comprar roupas. Ela estava gastando mais do que o previsto quando seu telefone tocou.

"Wilson, eu estou bem, não se preocupe". Ela já ia desligando.

"Não desligue!".

"O que você quer saber? Sim eu o beijei. Sim foi bom. Não, não vamos voltar".

"Você não deve brincar com ele".

"Ok, tchau Wilson".

"Ele está bem, ou estava bem…".

"Então talvez ele ou eu tenhamos que sair do hospital".

"Você vai demitir ele?". Wilson perguntou preocupado.

"Não foi isso o que eu disse".

"Cuddy, vocês precisam se afastar. Ou voltar de vez".

"Wilson eu preciso de um tempo, me dê esse tempo". E ela desligou.

Nos próximos dias Bella ligou para House várias vezes, algumas vezes ele atendia, outras vezes não, ele não estava interessado nela, definitivamente. Cuddy se afastou dele, não chegava nem perto da sala de Diagnósticos receosa de vê-lo.

"Cuddy continua evitando você?".

"Ela nem deve pisar mais nesse andar".

Wilson riu.

"O quê?".

"Uma escola primária seria mais madura".

"Somos intensos".

"Nota-se. E como você está?".

"O mesmo de ontem quando você me perguntou".

"Bella continua ligando?".

"Como um relógio suíço".

"Por que você não dá uma chance a ela?".

"Por que você não usa aquele suéter do seu avô?".

"É frustrante tentar falar sério com você, sabia?".

"Então pare de tentar".

Wilson estava preocupado, isso não podia continuar assim. O clima estava péssimo, todos no hospital comentando cada passo da reitora e de House.

"Ok, eu não quero te irritar e nem te dar lição de moral ou cobrar nada". Wilson falou assim que entrou na sala de Cuddy.

Ela respirou fundo e não respondeu, continuou revisando os documentos.

"Mas você não pode ignorar que existe um departamento de Diagnóstico nesse hospital".

"Eu sei". Ela ainda respondeu sem olhar.

"E que está sob sua gestão".

"Eu sei".

"E que você evita pisar no andar".

Ela parou, bufou, e olhou pra ele. "Eu preciso de um tempo".

"Já pensou em férias?".

"Não tenho tempo pra férias".

"Você deveria ter. É importante parar as vezes, se afastar, descansar".

"House que te mandou aqui?".

"Não!".

"E ele anda dormindo com muitas mulheres por aí?".

"Não, ele está apático".

"Porque a mulher que dormiu com ele sumiu?".

"Na verdade ela liga pra ele todos os dias".

Cuddy arregalou os olhos.

"Eu não devia ter dito isso".

"Eles estão namorando?". Cuddy não queria ouvir a resposta, ela nem sabia a razão de ter perguntando aquilo, foi espontâneo.

"Não porque House não quer".

"Que ótimo, Gregory House o homem do ano, graças a Lisa Cuddy". Ela disse depreciando a própria sorte.

"O que você espera dele?". Wilson perguntou incomodado.

"Não sei, eu estou confusa".

"Fique confusa com ele. Juntos".

"Não. Eu terminei por uma razão".

"Você terminou de forma precipitada e não quer dar o braço a torcer porque é muito teimosa".

"E ele de forma precipitada dormiu com outra pessoa".

"Você não tem doze anos… foi sexo".

Ela olhou pra ele com o semblante sério. "Sexo é muito".

"Eu sei, mas quero dizer que não significou…".

"Nada". Ela completou. "A típica desculpa masculina".

"E se ele tivesse dormido com uma prostituta?".

"Seria menos mal".

"Por quê?".

"Alguém que ele pagou e que sempre fez isso".

"Uma mulher normal é um risco maior?".

Cuddy não respondeu.

"House é um cara interessante". Wilson provocou. "Há mulheres que o acham interessante".

"Eu sei que ele é interessante". Ela respondeu enciumada.

"Então Cuddy, siga o seu caminho e o deixe seguir o dele. Se você não o quer, não haja diferente, trate-o normal como um funcionário normal".

"Eu não o estou prendendo". Ela se irritou. "Tanto que ele fez sexo o mais rápido que pode".

"Pelo amor de Deus, Cuddy".

"Ele se distraiu muito rapidamente".

"Tanto que ele falou seu nome no meio…". Wilson se arrependeu imediatamente e se puniu. "Finja que você nunca ouviu isso".

Cuddy arregalou os olhos.

"Por favor, Lisa. Você nunca ouviu isso".

"Ele falou meu nome enquanto fazia sexo com outra mulher?".

"Não… eu me confundi".

"Ele falou meu nome enquanto tinha um orgasmo com uma estranha?".

"Nunca diga isso pra ele, por favor".

Cuddy não sabia se deveria se sentir bem com isso ou ainda pior.

O fato é que eles continuaram distantes pelas próximas semanas.

Wilson também não disse nada, estrategicamente ele se manteve calado. House estranhou mas não perguntou nada, afinal, ele estava cansado de ouvir Wilson dando conselhos e recomendações.

Julia continuava insistindo para apresentar um amigo para a irmã que relutava, mas em dado momento ela aceitou, que mal teria conhecer alguém? Marcaram um jantar para aquela sexta-feira, Júlia estava muito empolgada, Cuddy tentando voltar a socializar sem expectativas. Talvez fosse o passo que ela precisava para recomeçar.

Então ela viu House a distância e queria voltar a ter uma relação com ele, uma relação amistosa já que trabalhavam juntos. Ela respirou fundo e se aproximou dele.

"Bom dia".

Ele estranhou. "Me dirigindo a palavra?".

"Não seja assim".

"Não seja assim?".

"House eu queria ter um relacionamento profissional e maduro com você".

"E eu queria ter os cabelos de Chase".

"Estou falando sério".

"Oh eu também". Ele foi sarcástico.

"Eu preciso de um favor".

"Uh…". Ele perguntou ansioso.

"Deixei minha escova de cabelos na sua casa e queria ela de volta".

"Entendi. Posso trazer em uma caixa todos os presentes também".

"Não vamos fazer isso, eu só preciso de minha escova que é minha favorita. Se não for pedir muito…".

"Ok".

"Ok?".

"Eu sei onde está sua escova, penteei meus cabelos do saco ontem com ela".

Cuddy virou os olhos, ele era tão infantil as vezes.

"Só isso?".

"Só isso, obrigada". Ela se limitou a falar e saiu.

Ela tremia quando se afastou. Sentiu-se tão adolescente insegura, ele fazia isso com ela.

...

House ficou incomodado, mais do que ele já estava, pedir a escova de cabelo era definitivamente uma prova do fim. Pedir as coisas de volta tornava tudo tão real e deprimente. Mais do que a droga da escova, Cuddy queria dar sinais claros de que terminou, ele sabia disso.

A noite ele bebia deprimido e Wilson apareceu. "Vamos jantar?".

"Jantar com um homem a essa altura da minha vida, parece que somos velhos gays".

"Lógica nenhuma nisso, mas é tão você".

"Vou mijar e já volto".

Ele saiu para o banheiro e se deparou com a escova de Cuddy, era isso, ele resolveria isso logo e se livraria da última coisa dela que estava em sua casa.

"Vamos!".

"O que você faz com uma escova de cabelos na mão se nem tem cabelos para pentear?".

"Muito engraçado, Wilson".

"Você vai levar uma escova para o jantar? Aí sim vão achar que somos...".

"Vou devolver pra Cuddy, isso é dela".

"Isso não é meio adolescente? Devolver as coisas todas da ex-namorada?".

"Diga isso pra Cuddy que me pediu a escova".

"Ela te procurou pra pedir uma escova de cabelo?".

"Talvez seja de estimação, ela tem nome e tudo mais sabia?".

Wilson olhou confuso.

"Se chama: 'Penteio o cabelo da bruxa ingrata'".

"Ok, vamos logo senão vamos perder a reserva".

"Isso é tão gay, você sabia?".

"Eu quero provar o talharim de lá, todos falam que é maravilhoso".

"E você não tem companhia pra ir exceto a minha?".

"Eu te convidei para irmos, que mal tem. Você também não teria companhia além de mim".

"Tenho Bella".

"Que mora longe e que você já tratou de espantar da sua vida".

"Ela viria".

"Ok, não vou discutir, vamos logo!".

Eles foram com o carro de House, pois Wilson estava com o carro em revisão mecânica. Chegaram à casa de Cuddy, House encostou o carro e desceu. "Eu já volto!".

Mas então ele olhou pela janela e estava havendo uma festa? Um jantar? Cuddy com a mão no ombro de um homem mais jovem e nitidamente interessado. Ele ficou enciumado a ponto de seu coração acelerar tanto que tornou sua respiração ofegante e sua perna doeu, mas ele segurou firme e tocou a campainha. Cuddy apareceu sorrindo e, quando viu quem era, fechou o sorriso imediatamente.

"House?".

"Sua escova de cabelos".

"Você não precisava...".

"Desculpe interromper o seu encontro".

"Não é um encontro".

"Me parece um...".

"Ele é amigo de Julia".

"Não quero detalhes, só vim entregar a escova". Ele estendeu a mão para ela. House segurava tão forte o cabo da escova de cabelo que sua mão doía.

"Você é um filho da puta!". Ela respondeu pegando a escova da mão dele.

"O quê?". Ele perguntou confuso.

"Você vive com mulheres por aí e quer tentar me fazer sentir mal pelo jantar que estou oferecendo?".

"Pelo visto a sobremesa está garantida também".

"Seu filho da puta!".

"Foda-se Cuddy!".

"Não fui eu quem gozei falando o seu nome".

House corou, mas de raiva.

"Ótimo". Ele deu as costas pra ela. Cuddy se arrependeu imediatamente. O que ela tinha feito?

"House". Ela tentou chamá-lo.

"Divirta-se!".

Ele se aproximou do carro. "Saia!".

"O que?". Wilson não entendeu nada.

"Saia do carro agora!".

Wilson podia dizer que era assustador o semblante dele e saiu rapidamente.

House entrou no carro e deu ré tão rápido que cantou pneus. Wilson estava assustado e Cuddy também. De repente ele manobrou e desapareceu.

"O que houve?". Wilson perguntou para Cuddy.

A essa altura Julia e os demais apareceram na porta também.

"Eu posso ter dito algo que não devia". Cuddy falou envergonhada.

"O quê? Oh meu Deus!". Ele ficou lívido.

"Desculpe!".

"Você não fez isso!".

Mas ela havia feito.

O jantar terminou aí, quer dizer, ela entrou e sentou-se a mesa tentando ser simpática, mas sua cabeça estava a quilômetros de lá. Wilson saiu de lá muito chateado e House louco, que bagunça estava acontecendo com a vida dela. Ao final, mesmo ela tendo sido uma péssima companhia, o rapaz pediu o telefone dela, Cuddy inventou uma desculpe e não passou. Julia queria morrer de constrangimento, mas Cuddy não estava interessada em agradar a irmã, ela só queria entrar em um buraco e nunca mais sair.

"Você sabota as chances de encontrar alguém legal". Julia falou assim que o jantar terminou.

"Julia, não hoje, por favor!".

"É só aquele cara aparecer e você esquece do mundo".

"Eu o machuquei... eu agi mal".

"E ele? Ele te machucou quantas vezes?".

"Isso não é uma competição".

"Esqueça House! Foque em alguém normal que possa te dar o que você precisa".

"E o que eu preciso? Já que você sabe mais do que eu".

"Precisa de estabilidade, conforto, um pai para a sua filha".

"Essas são coisas que você precisa, não eu".

"Eu desisto, Lisa. Desisto de tentar te ajudar. Te apresentei um cara legal, bonito, que é o sonho de muitas mulheres e você desperdiça".

"Eu não quero o sonho de muitas mulheres, quando você e mamãe entenderão isso?".

"Que você é rebelde?".

"Que eu sou diferente". Ela respondeu frustrada.

...

Naquela noite Cuddy não dormiu sentindo-se mal.

House desapareceu nos próximos dias, não foi trabalhar, desconectou o celular.

"Wilson, me desculpe". Cuddy o procurou na segunda-feira.

"Agora está feito. No mais, a culpa foi minha por compartilhar com você algo que não devia".

"Você falou com ele?".

"Não, o telefone dele está desligado e ele não está em casa".

"Será que ele está bem?".

Wilson queria gritar: 'Agora você se preocupa?', mas ele sabia que ela sempre se preocupou.

"Eu espero que sim".

"Ele pode ter recorrido ao Vicodin".

"Ou algo mais". Wilson estava pessimista.

"O que podemos fazer?".

"Nada além de esperar e tentar falar com ele".

"Onde ele poderia ter ido?".

"Eu já fui a todos os bares da região, ao pôquer e nada...".

"Eu me sinto muito mal".

"Eu também. Eu traí a confiança dele".

"Se você souber de algo me diz".

"Ok".

Mas a relação dos dois ficou esquisita nos próximos dias. E House continuou desaparecido.

Continua...