27 de fevereiro de 2008:
Abro a boca e um chocolate é colocado nela, o chocolate era de licor, mas Draco estava pouco se fodendo se eu era uma menor de idade.
Ele disse que já sou uma prisioneira, comer ou beber coisas alcoólicas não fará os meus crimes desaparecerem e ele está certo.
Os bombons são ótimos, meus preferidos eram os de cereja. Delícia.
_ Como foi sua vida em Hogwarts? - Sinto seu olhar e abaixei o livro que estava lendo. _ Se não quiser...
_ Meus cinco anos em Hogwarts foram normais, aprontei muito, beijei muito, fui mimado, egoísta e imbecil. Mas a partir do sexto ano... - Comeu um bombom. _ No quarto ano ele voltou e no sexto me deu uma missão.
_ Uma missão? - Fiquei surpresa. _ Foi de colocar os Comensais em Hogwarts?
_ Se fosse só isso. - Continuou me olhando. _ Tinha que matar Dumbledore, mas não consegui e fiquei tão perturbado naquele ano, que vi um passarinho morrer, e chorei como uma criança. - Suspirei. _ E quase fui morto por Potter. - Sentei-me e o observei.
_ O quê? Você, você quase foi morto por aquele idiota com miopia?
_ Sim, patético, não? - Zombou.
_ Não, você... Você só estava precisando de ajuda.
_ Fiz que os Comensais entrassem em Hogwarts, mas ajudei o Potter em algumas coisas.
_ Você se arrepende?
_ De ter ajudado aquele idiota? - Concordei. _ Sim, mas antes não me arrependia. - Segurou minha mão e a apertou. _ Fiz até amizade com um fantasma. - Riu.
_ E por que você se arrepende agora?
_ Não é óbvio, mon petit? Se o Lorde tivesse vencido, você... - Apertei sua mão com força.
_ Talvez não teríamos essa conexão, Dragon. Então não se arrependa de fazer algo e apenas se arrependa de não ter me conhecido antes. - Rimos e olhei para o livro. _ Sabe o que esse livro está dizendo?
_ Diga-me. - Não parecia interessado, mas queria me ouvir falar.
_ Sobre as imperdoáveis e suas verdadeiras funções.
_ Verdadeiras? - Agora estava interessado.
_ As imperdoáveis foram feitas para serem usadas para a medicina. - Entreguei o livro. _ Cruciatus para reabilitar pacientes com deficiência, Avada para dar uma morte indolor para aqueles pacientes que querem morrer sem sentir dor pela sua doença e Imperius para acabar com traumas, ainda não entendi muito bem o último.
_ O último é apenas uma experiência, não foi comprovado muita coisa. - Apontou para a parte que dizia isso. _ Mas é interessante pensar que devido a certas pessoas, esses feitiços foram banidos.
_ Bom, podemos levar esse livro como uma hipótese, afinal esse livro só foi escrito em algum ano em 1900. - Retiro o livro de sua mão, o fechando.
_ Mamãe quer te conhecer. - Fiquei o observando. _ O que acha? - Pisquei algumas vezes.
_ De conhecer a Narcisa Malfoy? A pessoa que mentiu para o Lorde? - Riu e concordou. _ O que ela pensaria de mim? Eu, uma garota que está convertendo o seu bom filho.
_ Não, mon petit, eu que estou te convertendo e se não fosse por mim. - Pegou o meu livro. _ Isso aqui. _ Balançou o livro. _ Não estaria em suas mãos.
_ Sou uma pessoa culta, gosto de ler coisas que irão agregar a minha vida.
_ Se você está dizendo. - Devolveu o livro e o deixei na cama.
_ Sobre a sua pergunta, acho que ficaria encantada e só espero que eu seja adequada para conhecê-la.
_ Minha mãe odiou a Astoria. - Franzi o cenho. _ Mas nem isso me fez desistir dela e não desistirei de você, mon petit.
_ E nem eu de você.
Estendi o meu dedinho e ele negou, me fazendo ficar surpresa, mas se aproximou de mim e beijou minha testa.
_ Chega de dedinhos, mon petit. - Levantou-se e fiquei meio desnorteada.
Toquei minha testa e ela estava quente, mas tinha uma sensação boa. Isso... O que é isso?
_ O que foi? Meu beijo é mortal? Mato qualquer um que beijar?
_ Não, eu só... - Levantei-me. _ Achei estranho, não estou acostumada com o toque físico. Bom, tinha a minha mãe, mas ela apenas me abraçava rapidamente e mexia nos meus cabelos.
_ Sua carência às vezes me assusta, quer que eu leia sobre os três irmãos para você dormir? - Vou até ele e piso em seu sapato social.
_ Depois que você massacrou o meu pé, fiz um feitiço que nada pudesse me machucar. - Sorri de lado e apertei sua bochecha. _ Isso dói.
_ Você não fez um feitiço para que nada pudesse te machucar? Pensei que fosse para o corpo todo, devo estar enganada. - Digo cínica.
_ Sua pirralha atrevida. - Dou de ombros, largando sua bochecha. _ Já fiz os papéis. - Franzi a testa. _ Você é uma Malfoy. - Entregou-me um pergaminho envelhecido. _ E madrinha do meu filho. - Mostrou-me outro pergaminho.
_ Isso... - Minhas mãos tremiam, Draco colocou suas mãos nas minhas e isso me confortou. _ Draco...
_ Bem-vinda a família que todo mundo odeia, mas, no fundo, depende de nós. - Sorri e o abracei.
Tinha uma família, não era perfeita, não tinha pessoas civilizadas e com saúde mental em dia, mas era perfeita. Para mim era.
_ Não sei o que dizer. - Funguei o nariz e Draco falou:
_ Espero que não esteja sujando o meu terno, gosto muito dele e é edição limitada, só existem cinco no mundo. - Desgrudei-me dele e fiquei o encarando. _ O que foi? Sei que sou bonito, mas sou casado e muito bem casado.
_ Não quero você para a minha vida inteira, não aguentaria sua chatice. - Revirou os olhos. _ Mas poderia me contar o motivo de você vir aqui usando um terno caro? E se sujar? Manchar?
_ Compro outro? - Perguntou confuso. _ Dinheiro existe para gastar.
_ Se você está dizendo, não vou reclamar. - Girei em um pé no mesmo lugar. _ Você conseguiu?
_ Alguns, tem vários ainda para conseguir e quando tiver a metade, entregarei e você vai colocar naquela bolsa ilegal que você usa de travesseiro.
_ É bastante útil.
_ Mas é ilegal ter feitiço expansivo.
_ Já estou presa, isso na minha ficha é quase nada.
_ Convidarei um duende para vir aqui. - Fiquei confusa. _ Mon petit, você sabe qual ano você quer ir? Se você realmente for para o passado e mudar tudo, você precisa de documentos, não tem como fazer isso em poucos meses.
_ Você quer um duende não apenas para fazer os documentos, mas porque os duendes podem se lembrar do futuro que aconteceu, mas para eles não aconteceu. - Suspirei. _ Do passado que virou presente e...
_ Sim, eles têm memórias de tudo que aconteceu e o que vai acontecer, mas eles não podem falar e não podem fazer nada para lhes salvar, triste, não?
_ Sim. - Dou de ombros.
_ Bom, talvez seja em algum mês deste ano, ainda tenho que ter tempo para ir lá.
_ Tudo bem, não fugirei daqui mesmo. - Soquei a parede e ela repeliu minha mão.
_ Seu cabelo está crescendo. - Peguei a ponta do meu cabelo, mas ele ainda estava curto.
_ Para mim continua exatamente igual.
_ Se você acha.
