_ Ela está aqui? - Sinto-o suspirar.
_ Vinda não quer ela na sua casa, então ela está em Nurmengard com os outros.
_ Você conseguiu aquilo? - O olhei.
_ O autógrafo? - Concordei. _ Sim, está na gaveta... - Desgrudei-me dele e vou até a gaveta que apontou. _ Isso é muito mais importante do que abraçar o seu pai?
_ Vale dinheiro, sabe? Newt Scamander é o melhor. - Bufou.
_ Só por causa daqueles animais fantásticos. - Dou de ombros e pego o autógrafo.
_ Você é demais, papai. - Vou até ele e beijo sua bochecha. _ Olha que lindo, acho que colocarei em um quadro.
_ Faça o que você quiser. - Cutucou a minha bochecha.
Alguém bateu à porta e disse:
_ Meu senhor? Posso entrar? - Era Vinda e papai se distanciou de mim, indo até a penteadeira que não tinha antes.
Arrumou os seus cabelos e suas roupas, me fazendo observar aquela ação estranha.
Deu permissão para a Vinda entrar e continuei sem entender.
_ O que houve? - Perguntou para a Vinda.
_ Só queria entregar algo a mon bijou. - Sinto cheiro de ciúmes.
Coloquei o autógrafo na cama e fui até a mulher, que segurava uma caixa.
_ Espero que goste, mon bijou.
_ Qualquer coisa que você me der será apreciado por mim. - Destampei a caixa e tinha algo super fofo. _ Vinda, você se lembrou.
_ Não esqueci nada que você me disse nos poucos dias em que estivemos juntas. - Suas bochechas estavam coradas.
Tiro da caixa um gatinho preto e fofo, ainda mais por ter olhos vermelhos e asas em suas costas.
_ Ele é um gato demônio? - Cocei atrás de suas orelhas.
_ Sim, acho que tem tudo a ver com você. - Discordou. _ Não estou dizendo que você é um demônio, ou...
_ Eu sei, obrigada, gostei bastante. - Olhei para o papai que não estava me olhando. _ O que acha do meu novo bichinho?
_ Bonito. - Disse observando o gato preto. _ Será o seu bichinho para Hogwarts?
_ Sim, terei um gatinho ao invés de uma coruja, ou um sapo, acha ruim? - Discordou e veio até mim.
_ Mas você poderá comprar uma coruja também e colocar no corujal, não é?
_ Sim. - Pensei em algo, mas... Não, acho que não.
O gatinho miou e me olhou, seus olhos vermelhos me lembravam de duas coisas, uma era do broche que ganhei e a outra era dos olhos daquele homem...
Olhei para o gatinho que era tão fofo que me dava vontade de apertar e morder.
_ Acho que Antônio está com ciúmes. - Olhei para o bichinho que estava ali.
_ Não fique assim, Antônio, também gosto de você. - Vou até ele e coloco o gato próximo a ele. _ Vocês serão grandes amigos, não é?
Os dois se olharam e o gatinho empurrou Antônio para o lado, mas Antônio atacou o gatinho. Viu, já são mais que amigos, são irmãos.
_ Não se machuquem, sim? - Pararam de brigar e me olharam por alguns segundos, mas continuaram.
_ Sou tão novo e já tenho netos? - Revirei os olhos.
_ Novo, pai? Você tem 52 anos. - Cruzou os braços. _ Mas, como você é um bruxo, idade não quer dizer que é velho. - Fui até ele e dei um soquinho em seu ombro. _ Você é novo.
_ Obrigado.
_ Tão novo que poderia se casar, não é? - Semicerrou os olhos. _ Falei algo errado?
_ Não, você tem razão, preciso de uma Lady ao meu lado.
_ Isso. - Ela está bem na nossa frente. Vamos, não seja burro. _ Já tem alguém em mente?
_ Talvez. - Deu de ombros.
_ Então, tá. - Olhei para Vinda que estava prestando atenção nos bichinhos. _ Vinda, você me ajudaria a escolher um vestido para o baile?
_ Claro, será um prazer.
_ Obrigada, nunca fui em um, então não sei o que escolher. - Veio até mim e apertou minhas mãos.
_ Você será a pessoa mais bonita no baile. - Esperava que não. _ Tenho que voltar, a vejo no chá da tarde?
_ Claro. - Olhei para o papai. _ Você pode ir também, acho que você deve estar ocupado.
_ Está me expulsando?
_ Estou. - Saiu do quarto.
_ Bom, estou indo. - Vinda saiu do meu quarto.
A porta se fechou e olhei para o gato que tentava sufocar o Antônio, preciso de um nome para ele.
_ Vocês viram? Eles se gostam, mas tem medo de alguma coisa. - Pararam de fazer o que estavam fazendo e prestaram atenção em mim. _ O que devo fazer? Ajudar ou ficar apenas olhando? - Não disseram nada. _ Bom, não tem como vocês me ajudarem, não é? Vocês não falam.
Vou até a cama e me sento nela, os fazendo virem até a mim e deitarem suas cabeças no meu colo.
_ O que acha de Ônix? - Perguntei para o gatinho que deu a língua, bem sensato. _ Ok, pantera? - Pude jurar que revirou os olhos. _ Black? - Antônio bateu na cabeça do gato. _ Tom? - O gato miou e revirei os olhos. _ Sério? Você escolheu um nome simples e idiota, para ser o seu nome? - Olhou-me com aqueles olhos vermelhos e grandes. _ Tem certeza de que quer ser chamado de Tom?
Vamos, escolha outro nome, esse é horrível e me faz lembrar daquela pessoa.
O gato não ajudou e miou como se quisesse ser chamado por aquele nome horrível.
_ Tudo bem, você se chama Tom. - Peguei o autógrafo e coloquei na bolsa e retirei o diário dela. _ Vamos ler isso aqui.
Faço que os dois fossem para o lado e fiquei mais confortável na cama, mas logo voltaram novamente para o meu colo.
Abro o diário, passando a página do desenho e a primeira página escrita apareceu.
Era setembro de 994, alguns meses depois que fui embora.
───※ ·❆· ※───
Lembro de suas palavras naquele dia, ela me disse que seria selecionado para Sonserina ou Corvinal.
Foi naquele dia que ela ajudou o meu irmão e me disse algo sobre aquele lugar que ajudou a construir.
Mas se lembrava daquelas palavras, por que fiquei nervoso para ser selecionado? Acho que era por ser o primeiro da minha família a entrar nessa escola.
Mas quando a professora chamou o meu nome e me sentei no banquinho para ser selecionado, o nervosismo se transformou em uma agitação.
E quando o chapéu gritou: Corvinal.
Nossa, como me senti mais leve e empolgado, lembro perfeitamente que a professora Rowena sorriu e Salazar revirou os olhos.
Minha casa me recebeu muito bem, então inventei de escrever em um diário e aqui estou.
Escreverei as coisas mais relevantes que acontecer nos meus anos em Hogwarts. Principalmente sobre ela, a quinta fundadora.
E se você está lendo, saiba que meu irmão está bem.
───※ ·❆· ※───
Tinha tantas coisas para você escrever em seu diário, mas você inventou de escrever sobre mim e os meus segredos? Dabrian, às vezes penso em voltar no passado e não contar sobre a sala.
Pelo menos sei que Julian ficou bem, será que virou o patriarca?
Vamos continuar.
───※ ·❆· ※───
Consegui ir para o sétimo andar e conheci o que ela tinha me dito. Chamei a Melissa e um fantasma apareceu e nossa, foi incrível.
Aquele lugar é magnífico, mas encontrei uma porta naquele lugar e mesmo fazendo de tudo para abri-la, nada deu certo.
Melissa me explicou que aquela porta era o salão Comunal da quinta fundadora e devido que ela se foi, o salão está trancado até mesmo para ela.
Estranho, não? Um salão Comunal está trancado porque a quinta fundadora não está presente, queria que ela voltasse.
───※ ·❆· ※───
Não sabia que meu salão ficaria trancado quando fosse embora, isso era interessante. Passo a página e já estava em outro ano, 995.
───※ ·❆· ※───
Perguntei sobre as palavras que estavam na lareira para a professora Rowena, mas ela disse que o único que poderia saber era o professor Salazar. Já que a quinta fundadora e ele, eram inseparáveis.
Então, em um dia qualquer fui atrás dele em sua sala, ele estava corrigindo algumas provas. Porém, andava meio cabisbaixo, talvez estivesse nervoso para o seu casamento.
Entretanto, me explicou as palavras [...]
───※ ·❆· ※───
Salazar, ele realmente esperou alguns meses por mim, será que foi um pouco feliz? Queria saber.
Continuo lendo e lendo, as páginas eram quase um borrão e as letras me faziam sentir mais saudades daquele tempo. Mas era só isso, saudades.
Não sentia angústia ou algo do tipo, era apenas saudades. Papai estava certo, não continuaria chorando por pessoas que deixei.
Acho que evoluí, um pouco, mas evoluí e espero que seja para melhor.
Viro a página e era a página que dizia sobre o meu sobrenome.
───※ ·❆· ※───
Diretor Godric me disse o sobrenome da quinta fundadora, mas não reconheço o sobrenome. Porém, ele me disse que ela tinha dois, mas que só se lembrava de um.
Disse que só se lembrava de um, porque se parecia com o sobrenome da esposa do professor Salazar. Le Fay se parece com Malfoy, segundo o diretor Godric [...]
───※ ·❆· ※───
Sério, Godric? O meu sobrenome se parece com a da Morgana? Tudo bem, até qu F, são parecidos com o meu sobrenome mesmo. Não julgo.
Cheguei na última página e fiquei pensando se o diário era pequeno ou se li muito rápido.
───※ ·❆· ※───
Julian se casou e tentou me passar o posto de patriarca da família. Mas não quero ficar preso, quero viajar ao mundo e conhecer tudo que puder enquanto estiver vivo.
Ainda sou novo, só tenho 17 anos e o mundo parece um livro em branco que posso colocar a minha assinatura nele.
Conheci Merlim, o filho do Salazar e parece ser uma pessoa intrigante, mesmo sendo apenas um garoto de cinco anos. Espero que ele faça grandes coisas para o nosso mundo.
A filha da Rowena quer ser como a mãe, inteligente e poderosa. Mas por que sinto que isso não será bom? Espero estar errado.
Godric se casou e já está esperando o primeiro filho, eles parecem felizes.
Caron se mudou de casa e papai ficou doente devido a isso, mas mamãe está dando conta de tudo.
Helga não parece estar interessada em ninguém, ou ela está e está escondendo de todo mundo, já que nunca fui muito próximo dela.
Rowena está muito feliz pelo seu segundo casamento, já que seu primeiro marido foi morto por alguém.
E bom, esse é provavelmente a última coisa que escreverei. Mas, ei! Descobri o seu segredo, espero que você encontre isso e leia.
Mas se não, espero que a Melissa conte tudo que fiz e não fiz. Mesmo você não passando muito tempo conosco, gostamos de você.
Afinal de contas, foi você quem mudou tudo, mudou a nossa família e... Mudou o mundo sem nem mesmo perceber.
Espero que esteja bem. Feliz Yule e até nunca mais.
───※ ·❆· ※───
Até nunca mais, Dabrian.
Fechei o diário e fico alisando o couro, enquanto fechava os meus olhos... Todos ficaram bem e pensar que Merlim é filho do Salazar.
Isso é estranho e hilário.
Respirei fundo e me deitei na cama, sentindo os dois subindo no meu corpo, um ficou na minha barriga e o outro nos meus seios, o bom que eles não eram tão pesados assim.
Contudo, mais uma vez encerrei um ciclo e agora, outro ciclo começa e outra jornada me espera.
_ Penny? - Chamei o elfo que apareceu.
_ O que o Penny pode ajudar? - Sorriu e entreguei o diário a ele.
_ Papai tem uma coruja ou a Vinda?
_ Sim.
_ Então mande esse diário para Marius Black.
_ Farei como desejar. - Pegou o diário com delicadeza e sumiu.
Fiquei olhando para o teto e as sombras que tinha nele, me fizeram ficar pensativa.
Quero vê-lo... Little lord.
