2 de outubro de 1935:

_ A senhorita tem certeza de que quer colocar 200 milhões em uma conta para o Lorde? - Ele já tinha feito essa pergunta umas três vezes em apenas dez minutos.

_ Sim, Caspra. - Empurrei mais uma vez os sacos de dinheiro. _ E faz duas chaves e nunca, em hipótese nenhuma, você dará permissão de retirada para Dumbledore ou outra pessoa, apenas terá duas permissões.

_ Uma sua e outra para o jovem Lorde? - Acenei.

_ Sim, mas não se preocupe, não retirarei dinheiro nenhum...

_ Colocará mais? - Parecia surpreso demais para o meu gosto. _ Leesa, você sabe que esse dinheiro não é quase nada para ele, não sabe?

_ Ele é apenas um órfão que não tem dinheiro ainda. - Pensei a respeito. _ Ou tem?

_ Ter, tem, mas não pode usufruir dos seus direitos por não ter feito 17 anos. - Já sabia disso, mas e se tivesse...

_ Não tem como mudar isso? - Cruzei as pernas, tentando barganhar com esse duende maquiavélico.

_ Você quer que ele consiga os seus bens e propriedades com quantos anos, minha dama? - Agora? Sei que não conseguiria, então vamos colocar apenas alguns anos mais cedo.

_ Talvez com 14 ou 15 anos?

_ Você assinará um documento dizendo que tomará responsabilidade dele? - Não gostei de como isso soou em sua boca.

_ Serei a mãe dele por acaso? - Diz que não, por favor!

_ Talvez a esposa? - Sorriu sádico.

Acho que esse duende está no meu top dois de pessoas que mais odeio e se continuar, ocupará o lugar do little lord. Porém, vamos brincar um pouco.

_ Terei Slytherin e Riddle no sobrenome? - Ficou estático, quase me fazendo bater na mesa e fazer uma dancinha de vitória.

_ Pensei que o odiasse. - Coloquei a mão no peito, como se isso fosse impossível.

_ Não. - Sim. _ Passei amá-lo e acho que quando ele se tornar um homem com capacidades mentais suficientes. - Nunca. _ Posso me casar com ele e teremos quatro filhos. - Que visão da desgraça. _ E moraremos na mansão Slytherin. - Começou a rir e fiz o mesmo.

_ Seu senso de humor ficou melhor, pensei que brigaria comigo por dizer para você se tornar a esposa do jovem Lorde. - Já passei dessa fase.

_ Já fui assim, mas agora... - Dou de ombros. _ Não ligo muito, isso não acontecerá mesmo.

_ Como pode ter tanta certeza? - Levantei a sobrancelha, tentando entender o que queria dizer.

Sei que ele podia ver coisas que ninguém mais via, mas se ele estiver vendo meu futuro com aquele garoto, era melhor morrer e ressuscitar de novo.

_ Ele não faz o meu tipo. - Realmente não fazia.

_ Mas ele é apenas uma criança, ainda. - Esse mundo é louco.

_ Exatamente, não curto pedofilia. - Prefiro morrer bebendo alvejante a cometer essa atrocidade.

_ Mas ele crescerá. - Sério, o que se passa na cabeça dessas pessoas?

_ Não curto assédio. - Ninguém gostava.

_ Ele poderá cortejá-la. - Já disse que prefiro me matar?

_ Não curto pessoas mais novas.

_ Mas se colocar na ponta do lápis, ele é mais velho que você. - Merda, tinha razão. _ Muito mais velho. - Odiava esse ser a minha frente. _ Afinal, se não colocarmos que você passou alguns meses em 993, você só tem 28 anos e não mil.

_ Não curto pessoas idosas. - Riu.

_ Você sempre coloca um obstáculo, já percebeu que você gosta do garoto? - Bufei, tentando não deixar meu coração ouvir isso, ou acabaria tendo uma parada cardíaca.

_ Caspra, não vim aqui para você rir da minha vida, quero que você coloque esse dinheiro no cofre do little lord, entendeu? - Concordou.

Chamou um duende e entregou os sacos de dinheiro, me fazendo esperar até que as chaves ficassem prontas.

_ E o dinheiro que você disse que colocaria no seu cofre? - Bem lembrado.

_ Pelo menos ele é apenas um saco. - Amava a magia.

Peguei o saco na bolsa e o entreguei, o vendo desaparecer com o saco. Acho que como o Caspra cuida dos meus cofres, ele tem acesso imediato a ele. Interessante.

_ Alguém perguntou sobre você. - Se fosse os Black, teriam me mandado uma carta.

_ Quem?

_ Malfoy, Sephtis Malfoy. - Faço careta, estava fugindo dessa família.

_ Meu bisavô, o que ele quer?

_ Queria saber se conhecia a senhorita Rosier. - Pelo menos fui inteligente nisso. _ Ele se interessou por você.

_ Por favor, não me diga que ele está tentando...

_ Não pense em coisas estranhas, senhorita. - Ainda bem. _ Ele queria saber se você se interessaria em fazer negócios com ele.

_ Não. - Concordou.

Ele já sabia minha resposta há anos e apenas me informava para que o Malfoy não me surpreendesse com essa conversa, se o encontrasse.

Contudo, essa conversa terminou e esperamos o duende retornar, que logo apareceu entregando a chave para o Caspra. Caspra duplicou a chave e me entregou, o que me fez as colocar na bolsa.

_ O número do cofre é 0717. - Falou número por número. _ Você realmente quer fazer a papelada de liberação da herança? Você estará tecnicamente casada com ele.

_ Com separação total de bens? - Diga que sim. _ Não quero nada dele e ele não terá nada meu.

_ Bom, podemos fazer isso, mas ele terá que assinar e vocês só poderão se divorciar com os dois querendo isso. - Não gostei.

_ Posso fazer um Imperius nele e...

_ Não. - Merda.

_ Então vamos fazer um casamento por contrato. - Gostou da ideia.

_ E qual vai ser a primeira regra? - Pegou o pergaminho para anotar.

_ Que não estamos casados de fato. - Começou a rir. _ Pare de rir, estou falando sério.

_ Leesa, você realmente o odeia tanto assim? - Cruzei os braços.

_ Sim. - Não queria mais tocar nesse assunto. _ Agora, faça o papel.

_ Abrirei essa exceção porque você ajudou muito os meus ancestrais, mas se fosse outra pessoa, esse papel nem poderia existir, já que ele é apenas uma criança. - Estalei a língua.

_ Estamos burlando suas leis, seus ancestrais devem odiá-lo agora.

_ Nada que alguns galeões entrando que eles não calem a boca. - Sim, me lembrei porque gostava dele, ele era ácido e certeiro.

_ Pegue um milhão do meu cofre. - Sorriu e seus dentes pontiagudos ficaram mais aparentes.

_ Gosto de fazer negócios com a senhorita.

_ Odeio enrolação. - Continuou sorrindo, mas começou a fazer o papel.

_ Devo mudar o seu sobrenome também?

_ Não. - Se mudasse, teria que explicar o motivo de ter Slytherin e Riddle para aquelas pessoas. _ Não acha tudo isso estranho? - Parou de escrever e me olhou.

_ Você vai fazer sexo com ele?

_ Não. - Que nojo.

_ Vai beijá-lo?

_ Na boca? - Concordou. _ Não, credo.

_ Então, não acho estranho, você apenas está querendo ajudar, e era a única alternativa, ou você quer ser a mãe dele? Nesse não tem como cancelar.

_ Não, muito obrigada.

_ Então pare de pensar besteira.

_ Ok, só achei estranho. - Dou de ombros. _ Posso cancelar esse casamento a qualquer momento?

_ Não, precisa de pelo menos sete anos para poder cancelar.

_ Por quê?

_ Porque esse é o tempo que um casamento bruxo normal passa a ser inválido.

_ O que quer dizer com inválido? - Nunca me casei, então não sabia disso. _ Explique-me direito.

_ O casamento bruxo tem suas regras, pelo menos dez anos precisa ter um filho.

_ Mas a Byella já era casada com meu padrasto há mais de 10 dez anos.

_ Eles faziam sexo. - Fechei meus olhos, tentando não pensar nos dois desse jeito...

_ Caspra, não queria ter essa imagem na minha cabeça. - Riu. _ Quer dizer que se eu não fizer sexo com little lord em sete anos, o casamento será inválido e posso pedir divórcio com justa causa?

_ Bom, se for normal...

_ O que significa isso? - Inclinei-me na cadeira.

_ Casamento normal inclui casamento por alma e com regras de anos. - Certo, Byella tem o casamento por alma. _ Mas se for um casamento "diferente", não tem regras e nem mesmo a alma dos dois, apenas devem ser compatíveis na magia e se amarem.

Isso me lembrou daquela Horcrux, porém, a segunda opção não era viável.

_ Bom, como o seu casamento será o normal, a magia que cancelará o seu matrimônio. Então, mesmo que eu queira cancelar ele agora mesmo, a magia do pergaminho não deixará.

_ Isso não é casamento por alma, não é? - Não sabia a diferença muito bem.

_ Não, casamento por alma é mais burocrático e precisa dos dois. - Ainda bem, já bastava tudo que aquela mulher fez.

_ Então estarei casada com o little lord até 1942?

_ Beirando 1943.

_ Little lord terá 15 a 16 anos.

_ Uma boa idade para fazer sexo. - Riu.

O que me fez revirar os olhos por nojo, nunca tocaria em alguém com menos de 17 anos.

_ Não com você, não existe só você no mundo, minha dama. - Cerrei os punhos com essas palavras.

_ Acha que ele terá uma companheira? - Belisquei minha mão.

_ Minha dama, você já viu como ele era em sua adolescência? - Claro, tenho uma foto dele. _ Não terá uma pessoa na Terra que não o deseje. - Lembrou de algo. _ Espera, tem você e o Dumbledore. - Revirei os olhos.

_ Certo, isso é melhor. - Melhor para quem? Que sentimento estranho é esse?

_ Sim, isso é melhor. - Parecia entender algo que não entendia no momento.