31 de dezembro de 1936:

_ O que você está fazendo, coelhinha? - O sinto beijando a minha nuca. _ Já tem dias que vejo você rabiscando no seu diário. - Mordeu minha nuca, me arrepiando no processo.

_ A minha marca. - Larguei o lápis e esperei que falasse algo.

_ Quer refazer a minha? - Estranhei. _ Acho que a minha precisa ser modernizada. - Sentei-me de lado e o observei. _ Só falta o feitiço para deixá-la invisível, não é?

_ Sim e... - Pegou o lápis da minha mão sem aviso e se inclinou sobre a mesa.

Antes que pudesse protestar, já estava escrevendo algo em meu diário, suas palavras surgindo rapidamente na página.

Observei, intrigada e preocupada, enquanto continuava a escrever, mas não demorou muito para que sua expressão mudasse.

Ele largou o lápis abruptamente e se afastou do meu diário, olhando para a própria mão com uma mistura de surpresa e dor.

Sua pele estava avermelhada, quase em brasa, e parecia que, se tivesse persistido por mais alguns segundos, a mão teria ficado em carne viva.

A sala ficou em silêncio, enquanto massageava os dedos, claramente abalado pelo que acabou de acontecer.

_ Você poderia ter me escutado. - Franzi o cenho, até mesmo pensei que meu diário estava sem o feitiço por ele ter demorado tanto para perceber a dor.

_ Mas não saberia que o seu diário tinha um feitiço tão forte. - Levantei-me da cadeira e o som do salto reverberou pelo quarto.

_ Desculpa, eu... - Me puxou para perto de si.

_ Deveria ter previsto isso, isso é tão sua cara. - Alisou meus lábios com seu dedão. _ Esse vermelho ficou perfeito em seus lábios, minha coelhinha. - Queria morder seu dedo, mas apenas retirei sua mão do meu rosto e a curei.

Ele deveria parar de fazer isso e me escutar.

_ Não faça mais isso, sei que você está isso fazendo para me ajudar, mas não pegue as minhas coisas sem saber o que pode acontecer. - Examinei sua mão, odiando ver que continuava um pouco vermelho. _ Não quero ver sua mão assim, nunca mais. - Encarou sua mão. _ O quê? - Será que continuava doendo?

Não, não pode ser, lembro que apenas queimaria a pessoa que o tocasse, mas e se...

_ As pessoas falam que um beijinho sempre cura os machucados. - Fiquei aliviada sem perceber e não me importei em dar um beijinho em sua mão. _ Não assim. - Levantou meu rosto. _ Talvez esteja machucado aqui. - Apontou para a sua boca.

_ Meu batom vai borrar. - Sorriu, e percebi que desde o momento que passei esse batom, era isso que queria.

_ Será um privilégio fazer isso. - Antes que me beijasse, parei seu rosto com as mãos.

_ Não, não quero passar batom novamente. - Revirou os olhos e, sem aviso, começou a lamber minha mão lentamente.

Seus lábios quentes e úmidos subiram até os meus dedos, onde os mordeu suavemente, enviando uma onda de sensações pela minha pele.

O gesto inesperado e íntimo me fez prender a respiração, enquanto uma mistura de surpresa e eletricidade percorriam meu corpo.

_ Seu tarado por mãos. - Comentei ofegante.

_ Principalmente as suas. - Beijou a ponta do meu indicador. _ Mas não gosto de mãos, gosto dos dedos.

Antigamente ficaria envergonhada por essas coisas, mas acho que me acostumei.

Soltei minhas mãos de sua posse e segurei seu rosto.

_ O batom está combinando com o vestido? - Seu olhar deslizou pelo meu rosto, traçando cada contorno com atenção.

Desceu lentamente pela minha garganta, onde parou por alguns segundos no meu busto. Senti seus dedos acariciarem minha clavícula, descendo com uma suavidade quase reverente.

Alisou meu busto com tanto carinho que me fez arrepiar, mas curiosamente, seus toques nunca chegaram a encostar no meu colar.

Suas mãos se moveram para os lados, apertando meus braços expostos pelas mangas divididas do meu vestido.

Seus toques eram firmes e determinados, uma mistura de controle e delicadeza que sempre me deixava intrigada.

Às vezes, suas ações me confundiam, mas, no final, sempre entendia o que queria dizer sem palavras.

Seu olhar então desceu lentamente até a minha cintura, onde parou na faixa preta que caía graciosamente até a barra do vestido, e com um gesto decidido, apertou a faixa, fazendo-me sentir a pressão suave contra a pele.

Suas mãos continuaram a descer, parando no corte lateral do vestido, e o calor de seus dedos através do tecido fino enviava um arrepio pela minha espinha.

_ Pelo menos você não está parecendo um fantasma com esse vestido branco. - Posso matá-lo? _ Mas você está perfeita, coelhinha. - Beijou minha pálpebra.

_ Poderia ter dito apenas isso.

_ Não teria graça. - Piscou e fez biquinho. _ Mas estou com ciúmes.

_ Qual o motivo idiota dessa vez? - Apertou meu nariz e deslizou sua mão para a abertura do meu vestido.

_ Eles poderão ver sua perna. - A arranhou com suas unhas pequenas. _ Sua coxa. - Apertou ela. _ E se eles observarem bem, algo que irão fazer. - Apertou a minha bunda. _ Poderão ver a curvatura deliciosa de sua bunda.

Mordeu meus lábios com uma intensidade inesperada, e seus lábios rosados ficaram tingidos de vermelho, uma visão que me deixou sem fôlego.

Não queria admitir, mas o jeito rude e impulsivo dele tinha um efeito avassalador sobre mim.

Havia algo na sua ousadia que me atraía irresistivelmente, deixando-me em um misto de prazer e fascínio.

_ Você está delirando, a abertura é da minha coxa até o final, e não... - Me mordeu mais uma vez.

_ Não ligo muito, eles poderão ver, porém. - Continuou com sua mão possessiva na minha bunda. _ Você está a coisa mais perfeita que já vi na minha vida, você parece uma deusa que todos os meros mortais deveriam se ajoelhar perante a sua beleza.

Meu coração quase parou e senti um calor subir ao meu rosto, uma mistura de incredulidade e alegria tomou conta de mim.

Porém, apenas escondi isso no meu peito e falei:

_ Você vai se ajoelhar para mim, little lord? - Ajoelhou-se no chão sem pensar muito.

_ Irei me ajoelhar apenas para você nessa realidade e vida. - Ele me puxou para perto, e seus lábios encontraram minha coxa desnuda em um gesto ousado.

Enquanto me beijava, acariciando-me com uma intensidade que me deixava sem fôlego, não conseguia evitar a sensação de desejo crescendo dentro de mim.

Cada carícia, cada beijo, me prendia ainda mais naquele momento, fazendo-me desejar permanecer nesse quarto para sempre.

No entanto, por mais que desejasse, só podia esperar que meu rosto não entregasse esse pensamento, mantendo minha expressão neutra enquanto me entregava àquela paixão.

_ Tem certeza de que quer ir naquela festa? - Não, não tenho mais certeza de nada. _ Podemos ficar aqui como ficamos nesses dias, só nós dois. - Mordeu minha coxa e tive que conter um gemido.

_ Temos. - Quase gaguejei. _ Apresentarei os meus amigos e iremos nos divertir nas custas dos outros. - Bati em sua mão que tentava retirar a faixa. _ Nem pense. - Tinha que ser forte.

_ Tudo bem, você quem manda. - Levantou-se e tentou ajustar seu terno de três peças, mas não demonstrava nenhuma insatisfação.

Enquanto fazia isso, segurou minha cintura e a apertou com firmeza.

Era como se não conseguisse parar de me tocar, seja com carícias inocentes ou com esses toques possessivos que deixavam claro seu desejo de me ter por perto.

Cada contato era carregado de uma intensidade que me fazia tremer, uma determinação que me deixava incapaz de resistir.

Passei minhas mãos pelos seus ombros, afastando qualquer resquício imaginário de pelinhos do seu impecável terno.

Mas ele não me deixaria em paz tão facilmente.

Retirou sua mão da minha cintura, a deslizando suavemente pela minha nuca, enviando um arrepio para os meus mamilos.

_ O que foi? - O sinto tirar o enfeite que prendia meus cabelos, o fazendo se soltarem como uma cascata.

Ainda não tive tempo de cortá-los e de ter um comprimento médio, mas agora não tinha tempo. Pelo menos eles não estavam tão lisos quanto antigamente, estavam ondulados.

Jogou o enfeite na cama e falou:

_ Já disse que você fica bonita de cabelo solto? - Concordei e arrumei sua gravata que tinha um broche de cobra e para ser visto por todos, o broche era feito de prata.

_ Sim, desde que você começou a retirar o elástico do meu cabelo. - Felizmente iríamos em uma festa, ou ele pediria para tirar o feitiço do meu corpo.

_ Bom, agora quero tirar outra coisa. - Vejo seu sorriso se alargar e tentei mudar de assunto.

Sabia que se continuasse, não aguentaria e acabaria entregando minha virgindade de bandeja para ele, algo que quero muito.

Afinal, aqueles beijos poderiam ter um começo inocente, mas no final sempre fico querendo algo a mais e ele sabia disso.

_ Você precisa de um sobretudo, little lord? - Semicerrou os olhos.

_ Você também precisa. - Discordei.

_ Não, eu posso fazer um feitiço de aquecimento. - Dou de ombros e vou até o espelho, onde tento arrumar meu colar.

Ao observar minha imagem refletida, percebo o quão marcante é a minha clavícula, destacando-se elegantemente sob a pele.

Não posso deixar de notar também como meu ombro não fica para trás em sua beleza.

Enquanto ajusto o colar, sinto uma mistura de autoconsciência e admiração por minha própria aparência, uma sensação aumentada pela presença dele ali, observando cada movimento meu.

_ Quer que eu morda? - Ficou atrás de mim e a diferença de altura era gritante. _ Posso morder outros lugares também.

_ Morda. - Sua boca se abriu e nenhuma palavra saiu. _ Não sabe morder? Tenho que ensinar até isso? - Agarrou minha mandíbula e sussurrou no meu ouvido.

_ Continue falando essas coisas para mim, coelhinha. - Baforou no meu ouvido. _ Depois não reclame.

_ Então pare de falar e morda. - Ele me virou para si, e então se agachou no chão mais uma vez, abrindo a fenda do meu vestido ainda mais.

Senti um delicioso arrepio quando seu hálito quente alcançou minha vagina, fazendo-me repensar rapidamente minhas palavras.

No entanto, mesmo com a dúvida momentânea, eu sabia que já havia tomado minha decisão, e não voltaria atrás.

Era uma mistura de excitação e nervosismo enquanto enfrentava as consequências do que tinha dito, determinada a seguir em frente, independentemente do que acontecesse a seguir.

_ Posso morder aqui? - Sua voz saiu abafada e sinto seus dentes afastando a minha calcinha.

Suas mãos agarraram minha coxa com uma possessividade que conseguia sentir suas unhas pequenas e aparadas fincando a minha pele.

_ Pode. - Meus pais já tinham ido à frente e só a gente sobrou.

Sinto seus dentes mordendo meu clitóris e o sugando com uma agressividade que nunca pensei em sentir naquela parte sensível que apenas latejava.

Curvei para frente e me segurei nas suas costas.

_ Acho que não posso apenas usar os dentes, me permita usar a língua e os dedos? - Merlim.

_ Não. - Ofeguei. _ Falei para morder. - Minha voz tremia e o sinto mordendo novamente.

_ Tem certeza? - O ar de sua boca me fez tremer, quase me fazendo revirar os olhos e gozar em sua boca.

_ Tenho. - Mas o sinto lamber toda a extremidade da minha vagina e antes que pudesse reclamar, ele mordeu minha virilha com firmeza, causando uma sensação intensa que fez meu corpo reagir instantaneamente.

Agarrei suas roupas com força, sentindo minha respiração ficar mais profunda enquanto ele delicadamente arrumava minha calcinha no lugar.

Era um misto de dor e prazer, uma experiência que me deixava ansiosa por mais.

_ Você não parece bem. - Ficou me examinando. _ Não quer realmente ficar aqui, coelhinha? - Seu rosto não parecia de alguém que acabou de fazer o que fez, mas seus lábios estavam brilhosos e mais vermelhos do que os meus.

_ Só preciso de um segundo. - Distanciei-me dele e arrumei meu vestido.

_ Tem que refazer o feitiço do seu corpo, mesmo eu achando desnecessário. - Olhei o meu reflexo e realmente deveria refazer o feitiço.

Mas fiquei tão abalada assim? Merlim, minhas bochechas estão tão avermelhadas que poderia dizer que acabei de correr uma maratona.

Respirei fundo e refaço o feitiço, observando o little lord pelo espelho, o vendo colocar luvas e indo até o closet.

Parecia que não tinha feito nada alguns segundos atrás e apenas alucinei com ele no meio das minhas pernas, me mordendo, chupando e usando aquela língua para me lamber.

_ Você precisa voltar para a realidade. - Sussurrei, dando algumas batidinhas no meu rosto.

Mas não demorou tanto para ele voltar.

_ Vamos? - Colocou o seu sobretudo nos meus ombros. _ Não podemos atrasar. - Tive que rir.

_ Agora você não quer atrasar? - Deu de ombros e arrumou as luvas. _ Você é estranho. - Peguei seu braço e dei apenas um passo antes dele perguntar:

_ Não levará a sua bolsa ou varinha? - Neguei.

_ Terei dois Lordes das Trevas me protegendo e um deles é meu pai.

_ E o outro é seu futuro marido. - Saímos do quarto. _ Mas acho que você não precisa de proteção, nós é que precisamos de sua proteção, coelhinha. - Piscou, descendo a escadaria.

_ Deveria ter gravado isso. - Chegamos no hall e saímos pela porta.

Antes que pudéssemos aparatar, ele falou:

_ Não precisa, posso falar essas palavras todos os dias para você. - Beijou-me e aparatou.