"Sakura descobriu a verdade sobre o massacre uchiha e agora ela está decidida a ir atrás de Itachi e fazer com que ele revele a verdade a seu irmão. O que ela não esperava era que sua escolha a levasse bem além. "

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As escolhas que nos definem

Ensolarada

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Sakura estava deitada na cama refletindo sobre tudo o que havia acontecido. Depois da descoberta do massacre ela tinha ficado uma semana em sua casa remoendo a verdade. Não sentia vontade de comer, sair ou fazer qualquer coisa. Sua mãe até tinha tentado conversar com ela sobre seu isolamento, mas a mesma tinha se fechado completamente e se recusou a dizer qualquer palavra. No fundo a rosada tinha medo que se abrisse a boca acabasse revelando o segredo. Se para alguém como ela que tinha recebido treinamento psicológico tinha sido perturbador, imagine para a matriarca que era apenas uma civil, que pouco sabia de um funcionamento militar de uma aldeia.

Naruto sabendo da sua situação tinha ido lhe visitar para tentar arrancar o motivo dela estar tão triste, mas nem mesmo ele que ela tanto amava e confiava não conseguiu. O uzmaki era muito imprudente e o que ele seria capaz de fazer se soubesse daquela informação? A primeira coisa seria correr para Torre da hokage e lhe exigir que desmentisse o que ela tinha dito. Então mesmo desejando se abrir com seu grande amigo ela permaneceu calada para poupá-lo. Quando foi questionada se o motivo era o sasuke, não respondeu. Porque querendo ou não ele estava relacionado diretamente com a situação! Coitado.

O loiro reafirmou que cumpriria sua promessa mesmo que isso o matasse! Um buraco se abriu dentro dela ao ver o quão longe ele estava disposto a ir pelo amigo. Sua consciência acusava de ter imposto esse fardo pesado demais. Puxou o lençol em volta de si e começou a chorar ainda mais lamentando seu egsoiko. O loiro se deitou em seu lado e a puxou para seu peito garantindo que tudo ficaria bem. Sakura desejava tanto amar naruto como ele queria, mas apesar dos seus esforços ela não conseguia ver o loiro como um homem. Ele sempre seria o garoto imperativo, determinando, idiota e a pessoa mais iluminada que ela tinha tido a sorte conhecer! Ela o amava demais para magoá-lo dessa maneira.

Depois que ela conseguiu assimilar a verdade completamente começou a pensar o que faria com aquela informação, já que não podia mais agir como se nada tivesse acontecido. Ela levou vários dias pensando e refletindo sobre a situação, e vendo que o mais lógico a se fazer seria ia atrás de Itachi começou a fazer preparativos para a viagem. Ela esperava que kami ajudasse porque ela tinha noção que as coisas eram bem mais complicadas e sabia que a localização era um dos maiores problemas. Konoha há anos tentava encontrar a base deles. A rosada estava contando com a sorte para que não fosse necessários anos da sua vida até esse encontro.

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Vendo onde seus pensamento a levaram soltou um resmungo. Estava muito entediada e se remexia de um lado para o outro. Ela já tinha declarado que essa estava sendo o ápice da manhã mais monótona da sua vida! Kisame tinha saído e não tinha revelado para onde iria, e Itachi tinha saido para uma reunião com a akatsuki ontem, e que retornaria hoje pelo horário do almoço. Ela não sabia do que se tratava e nem queria essas informações! Pediu a ele que evitasse qualquer assunto em sua presença sobre a organização. Ela já se sentia uma traidora por ter saído da aldeia, não precisa se envolver mais do que necessário para sua consciência acusá-la.

Ela se levantou de sua cama irritada e foi para sala a procura de algo para se distrair, porém não havia nada. Foi em direção a cozinha beber água quando ao passar pela entrada viu um relógio de parede marcando 11:30h e de repente com se acedesse uma luz em sua cabeça ela correu para o armário e ao olhar a dispensa cheia sorriu animada. Por um momento ela ficou com medo de não ter nada, já que Kisame sempre comprava as refeições já pronta numa vila a uns trinta minutos da base. Ela pegou os ingredientes que precisava e separou tudo no balcão do que iria usar. Pegou o elástico do seu braço e prendeu seu cabelo para não ter um ingrediente a mais na refeição. E tonalidade do seu cabelo único deixaria bem claro a quem pertencia. Pôs um avental velho que achou em uma gaveta e lavou as mãos antes de iniciar o preparo.

Ela colocou o arroz para cozinhar e depois de pronto deixou para esfriar. Enquanto isso pegou o atum e maionese na geladeira e pôs em um tigela e misturou com uns legumes para ser o recheio. Lavou as mãos com água e sal para impedir que o arroz grudasse na sua mão. Com uma colher de concha tirou um pouco de arroz e começou a mondar ate ficar no formato que desejava. Fez um buraco ao meio e o recheiou e pegou um pouco mais arroz e cobriu o buraco. Em cima de uma tábua de corte ela o colocou e finalizou enrolando em uma alga. Comeu e sorriu satisfeita ao ver que onigiri tinha saído da maneira que ela esperava.

—Kunochi o que esta fazendo?- Perguntou Kisame atrás dela.

Ela deu um sobressalto. Estava tão entretida que nem percebeu sua aproximação.

—Acho que está bem claro cara de peixe! —Respondeu revirando os olhos.

—Algodão doce— murmurou provocativo.

-O que você disse!?-Exclamou virando com a colher de pau.

Ele soltou uma gargalhada. Era para parecer uma ameaça, mas aquele arma em suas mãos não dava. Se aproximou e se encostou no balcão.

—Você sabe cozinhar? —Indagou malicioso.

—Tsc não me ofenda! —advertiu— Estou fazendo nosso almoço. Você gosta de onigiris? —Perguntou contrariada.

—Aa, mas espere um pouco. Por que esta fazendo comida? Não gosta da qual eu compro na aldeia? —Questiona cruzando os braços.

—Não é isso, a comida é e boa! – ela estava mentindo, odiava a comida sem graça que ele comprava. — Porem sinto falta de comida caseira entende? Eu e que cuidava das refeições em casa quando não estava em missão. Tenho muito tempo disponível! Eu podia cuidar disso, o que você acha? — Sugeriu ansiosa.

—Hum vamos ver. —Respondeu saindo da cozinha.

—Como assim? —Quis saber.

—Tenho que saber se meu estômago vai aguentar sua comida. —Respondeu fazendo cara feia.

—Oras seu! — Antes que ela pudesse arrancar aquele sorriso sínico, ele desapareceu.

Voltando a sua tarefa enrolou os últimos onigiris, pegou uma travessa e os organizou nela. Sua apresentação estava muito bonita. O cheiro estava delicioso no ambiente, e a rosada se sentiu orgulhosa por que ia fazer Kisame engolir todas as suas palavras! Fez um suco de laranja rapidamente e deixou na geladeira. Quando deu o horário do almoço ela pegou tudo e começou a arrumar a mesa. Aguardou os dois, e em poucos minutos cada um se sentou e começou a se servir. O primeiro que começou a comer foi Kisame. Sakura manteve toda sua atenção no Hoshigaki, atrás de qualquer expressão de aprovação ou de desgosto, mas ele se manteve imparcial. Vendo que ele não iria comentar nada e muito menos dar o braço a torcer, olhou para Itachi. Ele apesar de sua postura tranquila vez ou outra suas sobrancelhas se uniam demostrando algo errado.

—Algum problema Itachi-san—Perguntou tímida.

—Não.

—Ah. – Murmurou deixando o talher de lado.

Ele não gostou! Uma parte dela ficou decepcionada, pois de maneira discreta tinha conseguido arrancar dele que esse era seu alimento preferido. Então seu primeiro pensamento foi fazer esse prato. Sakura jamais imaginou que não conseguiria sua aprovação! Ela não era cozinheira de mão cheia, mas as poucas coisas que sabia fazer ninguém nunca havia reclamado. A cozinha caiu no profundo silêncio.

Itachi mastigava a comida de forma analítica. Morava alguns anos naquele lugar, a refeição que seu parceiro comprava era tolerável, mas saborosa não! Ele podia sentir o recheio com bastante tempero e na mediada certa. Teriam mudado a cozinheira do pequeno restaurante? Ele achava pouco provável, pois os únicos comerciantes por perto haviam nascido lá. Duvidava que alguém viria de uma outra vila para trabalhar por ali num lugar tão distante e perigoso, ainda mais para mulheres.

—Você comprou comida num lugar diferente hoje Kisame? —Perguntou olhando.

Ser um ninja exigia todo tipo de privação. Algumas coisas como uma boa refeição, podia ser considerado um luxo. O moreno aprendeu a se contentar com pouco, então depois alguns anos comer algo tão bom era um grande presente. O cheiro o transportou para cozinha de sua mãe quando a ajudava a fazer os onigiris.

—Não comprei. A kunochi é que fez o almoço. —Revelou divertido.

Após a revelação sakura abaixou a cabeça envergonhada. Em outro momento ela teria sorrido e estufado o peito de orgulho, mas ela estava certa que ele não tinha gostado. Itachi olhou um pouco surpreso, pois não havia necessidade dela cozinhar, e ele duvidava que Kisame tivesse feito esse pedido. Ele notou que parecia desconfortável, evitando seu olhar. Então analisando os últimos minutos da conversa comprendeeu o que ela tinha sentido.

—Sakura-san? —Chamou.

—Aa. —Respondeu encarando o prato.

—Está boa a comida. —Declarou.

—Obrigada. —Agradeceu corando.

Sentiu o corpo finalmente aliviado.

—Ei kunochi tenho que admitir, até que você não cozinha mal! —Admitiu com a boca cheia.

—Tsc. Sorte sua quem não coloquei pimenta no seu. — sussurrou.

—Nani?

—Nada não. —Disse sorrindo gentilmente.

Itachi arqueou a sobrancelha diante da atitude dela. Ela sem dúvida era engraçada, mas se ser de uma maneira forçada. Sua instabilidade emocional era sem dúvida um bom passatempo. Sua aparência não demostrava qualquer perigo, mas quem tentasse tirar a prova se arrependeria rapidamente. Uma força monstruosa para uma garota de apenas 16 anos.

Ele as vezes se pegava analisando em como ela era parecida com bonecas de porcelana que as pessoas usavam para decoração da casa. Sua pele clara, olhos jade que independente da iluminação sempre tinha aquele brilho desconcertante. Ele tinha notado que no quarto mesmo a luz de vela o brilho não era ofuscado, ao contrário se tornava mais vívido. Cabelos excêntricos era uma de suas maiores curiosidades. De quem ela teria puxado a genética? Da mãe ou pai? Seja quem fosse não tinha encontrado na Vila quando ainda residia lá.

Itachi tentava entender porque dela despertar tanto interesse nele. Talvez fosse porque aquela fosse a primeira companhia feminina que ele tinha a desde que havia deserdado... porque outra opção não era tolerável. Ela era uma menina ainda, e se sentir atraído por ela ia contra tudo que ele considerava ser certo. Ele podia ser um mercenário, mas ele tinha princípios fortes, e agora mais do nunca esperava que isso fosse o suficiente para freiá-lo quando necessário.

—Itachi-san você está bem? —Perguntou tocando em sua mão.

Aquela era a primeira vez que a rosada o tocava sem estarem no horário do tratamento. Um formigamento pode ser sentindo em sua mão, mas e ele ignorou. Não é nada. Itachi as vezes odiava o fato como ela se preocupava com ele. Afinal, ele era o inimigo e isso devia mantê-la a distância! Ele sabia que em outro momento ela agiria assim, mas saber da verdade tinha mudado toda sua concepção. O certo seria a expor a um momento perigoso para que se lembrasse quem ele era um shinobi e membro da akatsuki. No entanto ele era um pacifista e a violência desnecessária não o agradava. Ele se lembrava de como foi incômodo ver as marcas vermelhas de suas mãos no pescoço da rosada.

—Aa.

—Desculpe por isso. —disse tirando a mão sem graça—Estava o chamando faz algum tempo. Seus olhar estava tão distante que pensei que tinha acontecido alguma coisa. —Esclareceu segurando as mãos tímida.

Agora estava apenas os dois na mesa. Ele nem tinha notado seu companheiro indo para sofá. Sua expressão ficou dura e seus olhos ônix ficaram frios de repente. Quando a rosada ia perguntar porque a mudança brusca na feição, ele falou primeiro.

—Sakura-san a sua única preocupação aqui deve ser a cura dos meus olhos. Estamos entendidos? —Questionou.

Sakura abriu os olhos surpresos. Ela sabia que devia falar algo, mas as palavras ficaram presas na garganta. Toda aquela situação era surpreendente para não dizer constrangedora! Novamente ela tinha sido chamada a atenção por não ter uma postura adequada. Não fazia por mal. Existia o desejo de conquistar sua confiança e ganhando sua amizade era uma das maneiras mais eficazes, só que agora ela tinha visto que havia ultrapassado os limites.

—Claro. —respondeu com a garganta seca—Hum...eu...vou para o quarto agora. Boa noite — Disse levantando.

A rosada tentou não pensar em como sua fuga ia perecer patética, ficou tão nervosa e quase tropeça demostrando explicitamente o nervosismo. Itachi pareceu querer falar alguma coisa, mas ela não ficou para saber o que era. Tudo que ela desejava era sair de perto dele e ficar o mais longe possível! Sentia tanta vergonha que queria que o chão se abrisse embaixo de seus pés e ela fosse engolida. Sua idiota o que pensa que está fazendo? Ele não é o naruto. Não é seu amigo! Mesmo que você quisesse, ele não ia querer!

Itachi a observou até sumir no corredor. Ele notou seu nervosismo, vergonha e sua fuga. Kisame só levantou a cabeça confuso, mas o moreno deu de ombros. Por um momento pensou em dizer algo que pudesse minimizar a situação, porém se conteve já que essa distância era o melhor para ambos. Se Kisame que a desprezava no início e agora estava formando um estranho laço de amizade com ela. E ele que passava horas com ela em um quarto sozinhos? Sentindo seu perfume, ouvindo sua voz, seu olhos, seu sorriso e seu rosto apenas alguns centímetros do dele. Sim, isso é o melhor.

Nota: mais um episódio fresquinho saído do forno. Espero que gostem. Comentem o que acharam do episódio

Kiss de chocolate

Ja ne!