AVISO DE GATILHO:
Pessoal, esse capítulo é complicado e com cenas de tortura, que acontecem no decorrer do capítulo e em diferentes pontos de vista. Estejam cientes do que está escrito aqui. Leiam com prudência.
Obrigada!
JAMES SIRIUS POTTER
Eu acordei em um cômodo escuro, frio, com meu corpo todo dolorido. Era como se eu tivesse participado de três jogos de quadribol em sequência e ainda corrido meia maratona logo depois. Minha cabeça latejava e a minha boca estava seca. Eu olhei em volta, sem saber onde estava: Anabelle estava escorada em mim, sangue seco na têmpora esquerda manchando o cabelo loiro claro muito bem cuidado. Remus estava largado mais próximo da janela do que eu sabia agora ser uma masmorra. Aric, por sua vez, estava encolhido em um canto, com as roupas encharcadas e os lábios azuis de frio.
Que caralho aconteceu?
Eu sacudi Bells, sentindo meu coração martelar, e ela abriu os olhos:
- Ah. Você acordou. - a voz dela soava fraca e tinha um subtom de choro.
- Aonde estamos?
- Na Mansão Nott. Fomos emboscados na floresta. - ela se sentou, olhando em volta. - Aric foi levado há pouco tempo e Remus ainda está dormindo…
- Ele está de volta. - eu olhei Aric, a fúria tomando conta do meu corpo.
Ele havia nos traído?
Anabelle me impediu de levantar:
- Não. Aric e eu éramos os únicos conscientes. - ela disse, baixo, como se temesse ser ouvida. - O pai dele… Ele sabia que Aric voltaria atrás da mãe dele. Não sabemos onde ela está. Aric implorou para nos deixar ir e que não iria traí-lo de novo. Prometeu que seria Marcado como o pai havia prometido a Voldemort, mas… - Bells desviou os olhos. - Isso só serviu para deixar o pai dele mais furioso ainda. Nunca vi Aric implorar e nem chorar, mas ele pediu perdão tantas vezes para mim. - ela passou a mão pelo rosto, fazendo careta quando viu o sangue seco nos dedos úmidos.
- O pai dele deve ter colocado algum tipo de alarme que soaria se Aric pisasse no terreno da família. Deveríamos ter vindo sem ele, inicialmente, e depois…
- Não adianta pensar no que poderia ter sido feito diferente. - Anabelle foi firme e ficou de pé, cambaleando até Aric. - Ele está hipotérmico. Me ajude a tirá-lo de perto da corrente de vento, James.
- E Remus?
- Nocauteado como você. - ela disse, suspirando. - Acho que viram vocês dois como as maiores ameaças. - a voz da garota soou ofendida.
- Você conseguiu machucar alguém?
- Mulciber agora só tem um olho. - a satisfação na voz da garota deixava bem claro o parentesco com os Rosier. - E MacNair, infelizmente, sofreu um grave ferimento entre as pernas. Talvez jamais possa se tornar pai. - a voz dela soou quase inocente.
Eu não segurei um sorriso e manquei até onde Aric tinha sido arremessado e peguei o Nott, jogando-o sobre meu ombro e o trouxe para o canto onde eu tinha ficado. Era gelado, ainda, mas menos do que o lugar onde Aric estava. Anabelle foi checar Remus, que estava grogue, porém obedeceu quando Bells ordenou que se levantasse e se sentasse com Aric.
Haviam alguns cobertores puídos, que não resolveriam muita coisa, mas era melhor do que nada.
- Suponho que nossas varinhas tenham sido levadas. - eu olhei a Black, que acenou que sim, passando um dos cobertores sobre Aric, em uma tentativa frustrada de secá-lo o pouco que fosse.
- Estão sob poder deles. Até onde ouvi - Anabelle olhou para mim, suspirando. - ele ainda não sabe que estamos aqui. Somos reféns de Nott, Mulciber, MacNair, Rosier e Yaxley.
- Que Rosier? - perguntei, com cuidado. - E Yaxley?
Os olhos de Anabelle me disseram tudo o que eu precisava saber: os bisavós dela estavam aqui e estavam mais do que dispostos a torturá-la atrás de informações.
- Ela está aqui também. - Anabelle murmurou, a boca quase colada no meu ouvido. - Então teremos que levá-la.
- E como sairemos?
- Não sei. Mas sairemos. - ela parecia resoluta. - Agora, não pareça muito surpreso. E não faça escândalo. - Anabelle me encarou. - Monte guarda às minhas costas e fique de olho na porta.
- O que vai fazer?
- Você vai ver. - ela soou séria e, em seguida, as mãos brilharam com calor. - Andei treinando.
- Você… - eu perguntei, a minha voz um pouco mais aguda do que o habitual.
Ela estava fazendo magia sem varinha?!
- Eu disse para não parecer muito surpreso. Minha irmã não é a única bruxa talentosa do planeta e muito menos a única a manter segredos. - Anabelle soou impaciente. - Não consigo fazer muita coisa. Só alguns feitiços de cura e de sobrevivência básicos. Estou tentando aquecer Aric. - ela passou as mãos pelo rosto do Nott, cujo lábios ficaram menos arroxeados.
- É isso que você e Alvo fazem naquele laboratório? - eu questionei, voltando a olhar para a porta que nos separava dos comensais-da-morte que tinham nos aprisionado.
- Alvo nem sabe sobre isso. - Anabelle suspirou, abaixando as mãos quando os olhos de Aric se abriram com um tremor. - Não chore. Estamos todos vivos e bem.
Aric desviou os olhos, incapaz de nos olhar diretamente.
- Era um risco que aceitamos. - ela continuou. - E ficaremos com você até o fim.
- Até o fim. - Remus ecoou a última parte, a voz ainda fraca. - São quantos?
- Contei cinco. Yaxley, Rosier e Nott. E Mulciber e MacNair estão em treinamento, porém no momento estão em recuperação. - Anabelle respondeu, sentando de frente com ele.
Eu juntei os cobertores da melhor forma que pude e fiz com que todos se aproximassem mais, deixando Aric no meio, já que ainda estava levemente hipotérmico.
- Recuperação? - Remus olhou Bells, o rosto ainda pálido.
- Arranquei o olho de Mulciber. - ela respondeu, com simplicidade. - E tentei castrar MacNair, mas não tenho certeza se funcionou mesmo.
Aric deu uma risada fraca:
- Um pesadelo em formato de anjo. - ele provocou e Bells abriu um sorriso angelical:
- Eu jamais machucaria alguém nesse nível. - a voz dela soou cheia de inocência e incredulidade. - É um absurdo, professora McGonagall.
Ela era pior que Cygnus e Alvo.
Muito pior.
- Acha que outros podem estar aqui? - Remus questionou, soando preocupado. Eu e Aric nos entreolhamos e o Nott suspirou:
- Duvido sejam apenas cinco. - ele resmungou. - Irão nos deixar mofando aqui por um tempo e depois irão nos questionar um a um. Que bom que Els e você nos ajudaram com a oclumência. Vamos precisar dela pelas próximas horas.
- Dias, talvez. - eu massageei o meu peito, sobre a runa, que batia mais rápido do que o habitual e exalava pura agonia.
Els sabia.
- Posso tentar nos libertar em algum momento. - Bells abaixou o tom de voz. - Mas… Esquentar Aric já foi cansativo demais.
- Você precisa se recuperar primeiro, o mínimo que seja. - eu me ajeitei na ponta esquerda, mais próximo à porta do que os demais. - Eu vou pensar em uma forma de nos tirar daqui.
ELECTRA ADHARA BLACK
A runa latejava com ansiedade, assim que James saiu da Mansão. A responsabilidade de ser o mais velho, de ser o mais experiente, pesava nas costas dele de uma forma que eu jamais tinha visto.
Os olhos dele pareciam exaustos, mas muito atentos a cada passo que dávamos dentro da mansão.
- Você parece preocupada. - Al comentou e eu suspirei:
- É a primeira vez que fico de fora, de fato. - eu expliquei. - E era minha missão. James foi no meu lugar e se algo acontecer com ele…
- Nada vai acontecer. - Cygnus foi firme. - Eles são um grupo forte e inteligente. Estarão aqui antes que você possa sentir falta de James, Electra.
Eu não tive coragem de dizer que já sentia falta do Potter.
O tempo foi passando e, com ele, a minha ansiedade foi aumentando. Não ajudava em nada que o batimento cardíaco de James não desacelerasse.
Eu estava tão agitada que Euphemia me deu um chá calmante e Fleamont enfiou uma poção na minha goela abaixo.
Pelo menos tinha funcionado.
Mas a sensação de que algo não ia exatamente bem não saía da minha cabeça. Eu deveria estar lá. Era minha tarefa. Além do mais, como Aric iria resgatar a mãe dele?
Até onde eu sabia, ninguém além de mim sabia daquilo e eu só sabia porque tinha visto nas memórias dele. A grande questão era que ou ele iria sozinho, depois de despistar os outros, ou então os outros três sabiam e tinham concordado em ir com ele.
Mas James jamais esconderia isso de mim.
Muito menos Anabelle.
Certo?
E Aric me contaria se planejasse ir até a mãe dele. Não era como se ele fosse me deixar de fora depois que eu tinha sido a primeira pessoa a saber sobre a Sra. Nott e os planos de Aric de tirá-la da mansão e levá-la para segurança.
E com o meu novo poder mágico, seria mais fácil simplesmente me levar junto como distração enquanto ele resgatava a mãe dele.
A noite foi se aproximando e, pela runa, eu sentia James cansado, mas com os batimentos estáveis, apesar de um pouco acelerados. Eu podia sentir certa angústia, mas não sabia dizer exatamente o motivo daquilo.
Cygnus e Alvo ficavam me cercando como dois abutres atrás de uma carcaça fresca. Sirius e Evan sabiam melhor do que me fazer perguntas, mas eu via os olhares preocupados dos outros enquanto eu andava pela sala de estar grande, meus saltos estalando pelo chão de mármore claro, olhando a janela que mostrava a entrada da mansão.
Nem sinal deles.
Eu girei nos calcanhares mais uma vez, mantendo os braços cruzados, aliviada com a poção e o chá, mas sem conseguir controlar meus pensamentos.
- O que está sentindo pela runa que está deixando você tão inquieta? - Pontas questionou, finalmente juntando coragem para falar comigo. Eu olhei o Potter, que sustentou meu olhar com firmeza:
- James está preocupado e eu não sei o que está acontecendo. - eu respondi, curta. Ele ergueu as sobrancelhas e se levantou, caminhando na minha direção e segurou meus braços com carinho:
- É claro que está. Ele foi a uma missão com outras três pessoas, atrás de uma Horcrux. - ele foi direto ao ponto. - Você também estaria. Agora se sente e tome o chá que minha mãe está trazendo. Esses saltos estão me dando nos nervos.
- Eu não consigo ficar parada. - eu sacudi a cabeça, alguns cachos voando no rosto. Hoje, especialmente, eu não havia prendido os cabelos completamente, apenas parte deles, então eu estava visualmente ansiosa e preocupada.
Eu nunca ficava com os cabelos soltos. Não fora de casa.
Pontas suspirou e me soltou, mas antes que pudesse se afastar, uma dor lancinante correu meu corpo, como se mil facas estivessem sendo atiradas e torcidas contra cada pedaço do meu corpo.
Foi impossível segurar o grito de dor e impedir minhas pernas de cederem. Pontas estava perto o suficiente para me segurar, enquanto eu gritava e me debatia, a dor se esparramando da runa para o restante do meu corpo.
James estava ferido.
Ou estava sendo ferido.
Algo acontecia naquele exato momento e não havia nada que eu pudesse fazer.
Eu ainda gritava de dor quando senti a magia de alguém, não era James com toda a certeza, uma magia desconhecida, passar pelo meu corpo e me levar para a inconsciência, onde a dor não me alcançava.
Eu acordei poucas horas depois, deitada no sofá fofo da sala. Lily acariciava meu cabelo enquanto havia uma comoção à minha direita, com Cygnus e Alvo mais do que agitados e gritando para saírem da Mansão.
Eles sabiam que algo havia acontecido e queriam ir investigar.
- Ela está acordada. - Lily disse, suavemente, os olhos verdes presos nos meus. Havia tanta preocupação ali, que eu desviei o olhar e gemi de dor enquanto tentava me sentar, mas era como se eu tivesse sido acertada por diversos balaços em sequência. - Espere. Vai ficar tonta. - ela me impediu de sentar.
- O que aconteceu? - Sirius se ajoelhou no chão, próximo ao meu quadril, e segurou minha mão com carinho.
- Eu… Não sei. - eu desviei os olhos e Sirius apertou minha mão com mais força. - Foi… Como se facas passassem e fossem retorcidas dentro do meu corpo. - eu massageei a runa no meu peito. - Começou aqui e depois…
- Se espalhou pelo seu corpo. - ele completou e olhou para o encosto do sofá em que eu estava. - Ela está descrevendo a Cruciatus.
- Está. - a voz de Regulus soava sinistra. - Eles foram pegos.
Aquilo fez meu coração acelerar de uma forma descompassada e agonia cortou meu coração ao meio.
Eles foram pegos.
Na missão que era destinada a mim.
- Precisamos ir a Little Hangleton. - eu voltei a tentar me sentar, mas as mãos de Sirius foram menos delicadas que as de Lily quando ele me empurrou de volta para o sofá:
- Evan, Caradoc, Fabian e Gideon foram. - ele disse, firme. - São os mais experientes. - Sirius soou amargurado. - Saberemos deles em breve. Evan os trará de volta.
- Por enquanto precisamos esperar que retornem. - Regulus foi firme. - Gosto disso tanto quanto você, Electra, mas é a nossa opção. Mandamos os nossos mais experientes…
- E eu…
- Você não está em condições de sair. Ou não estava, pelo menos. - ele continuou, como se a minha interrupção fosse inexistente. - Ficaremos aqui, posicionados, enquanto os quatro fazem uma varredura primária.
- Cada segundo que passamos aqui…
- É um risco maior, sim, sabemos. - Regulus continuou, sério, mais firme do que eu jamais o vira. - Mas se formos sem um plano, sem ideia do que nos aguarda, só seremos mais carne e mais fontes de informação para eles. Então, aguardamos e planejamos.
- Você disse, uma vez, que o que soube sobre Aric durante as aulas de oclumência não eram da conta de ninguém e que saberíamos se ele quisesse nos contar ou se lhe desse permissão. - Pontas apareceu aos meus pés. Eu pisquei. - Sabemos que a Mansão Nott é naquela região. Acha que pode ter algo a ver com isso?
Eu suspirei. Bem, eu tinha prometido a Aric que manteria segredo desde que isso não causasse risco ou trouxesse perigo a nós.
Mas eles haviam sido pegos. James tinha sido torturado.
Então, algo acontecia.
Eu olhei Pontas e comecei a contar o que Aric havia me contado sobre a mãe e o que tínhamos discutido antes da ida até Little Hangleton.
- Por que não me contou antes? - Sirius perguntou, quando os demais se afastaram, murmurando sobre o que deveríamos fazer. Evan e os demais ainda não tinham retornado e aquilo fazia meu estômago se revirar.
Eu não tinha sentido mais aquelas dores insuportáveis, mas isso não significava que James e os demais estivessem seguros. O coração dele ainda batia, eu podia sentir, mas eu tinha certeza de que eles não estavam livres de seja lá de quem os tivesse capturado - eles teriam retornado imediatamente.
- Não era um segredo meu para contar. - eu respondi, suspirando, tomando um gole do chá oferecido pela Sra. Potter, as minhas mãos ainda trêmulas do ataque que James sofrera. - Sei que ele queria ir atrás da mãe dele e eu era parte do plano e ele ainda não estava pronto para contar a todos. James não me disse nada, Anabelle não me disse nada. Aric não me disse nada. Eles podem ter sido pegos no casebre, pode ter sido no meio do caminho, pode ter sido na Mansão Nott.
- Há outro lugar que eles iriam? James e Bells? - ele questionou e eu franzi a testa.
- Não que eu saiba. Já tiramos os Evans do país, os Potter se recusam a sair de casa e ir para a segurança. Bells nunca falou nada sobre resgatar mais ninguém. Não a mim, pelo menos. - eu dei de ombros. - Mas ainda há minha avó materna. Ela é Yaxley. Mas se nem mesmo Evan sabe sobre ela…
- Sua avó materna é uma Yaxley? - Sirius ergueu as sobrancelhas. - Qual delas?
- Alyssa Yaxley. - eu olhei para a entrada da casa, por onde os Prewett, Caradoc e Evan entravam, parecendo decepcionados. - Evan não discutiu ela comigo e eu não fiz muitas perguntas. Ele não gostou nada quando eu a vi na memória dele.
Sirius ergueu as sobrancelhas:
- Discutiremos essa parte depois. - ele se levantou e olhou para os recém-chegados. - E aí?
- Achamos os pedaços da Horcrux. - Evan jogou a caixa de madeira sobre a mesa de centro. Fleamont e Euphemia se entreolharam e ele olhou o Rosier:
- Nada deles?
- Achamos o traço mágico de James do casebre até a Horcrux. Depois disso, foi completamente apagado. - Evan sacudiu a cabeça e olhou para mim. - Alguma pista? Visão? Qualquer coisa?
Eu massageei o peito, ainda angustiada:
- Sirius pode inteirar vocês sobre Aric e a mãe dele. - eu fiquei de pé, ignorando as pernas um tanto trêmulas. - Preciso de todo e qualquer livro que você tenha sobre Magia Ancestral, Rastro Mágico e Runas. - eu olhei Fleamont e voltei a olhar meu irmão e Al. - Vocês dois conhecem Bells e James muito bem. Pensem como eles. Regulus e Evan conhecem Aric, sugiro o mesmo.
- Anabelle foi com o colar. - Al ergueu a cabeça, ansioso. - Podemos tentar…
- Ela certamente foi desarmada. Não conseguirá nos dizer nada. - Cygnus suspirou, passando a mão pelo rosto. - E se a verem com o colar, poderá levar ela a mais problemas. Eles são inteligentes e não vão morrer nas primeiras horas.
- Eles têm muita informação que os comensais vão querer. - Evan concordou. - Vão mantê-los vivos, talvez até iniciem uma negociação.
- Sim, talvez. - eu concordei. - Pensem nessa parte. Eu vou procurar uma forma de usar essa runa para localizar James e os outros.
- Essa runa não é só de ancoragem? - Evan, apesar das circunstâncias, não segurou o sorriso. Eu ergui o queixo:
- Bem, como vocês andam insistindo, também é uma runa de casamento, que entrelaça minha alma à de James. Então, irei usar isso para tentar achar algo que me ajude a localizá-lo. Se acharmos James, acharemos os outros. - eu girei nos calcanhares e olhei Fleamont. - Por gentileza, Sr. Potter.
- Claro, claro. Vamos. - Fleamont se apressou para a biblioteca e eu o segui, minha mente ficando mais afiada e eu comecei a traçar uma linha de tempo e planejamento.
Assim que eu os localizasse, eu iria pessoalmente para o lugar. E, como Cygnus dizia: assassinato não era crime quando cometido contra supremacistas.
Então, eu comecei a trabalhar.
JAMES SIRIUS POTTER
Nós acabamos cochilando um pouco durante a noite. Um pão duro foi jogado no chão, o que Bells fez questão de pegar e limpar, depois de mostrar o dedo do meio para o responsável pela nossa alimentação - seja lá quem fosse.
Nós dividimos o pão seco e bebemos um pouco de água conjurada por Bells, fazendo uma concha com as nossas mãos, já que a água disponibilizada no banheiro imundo que tinha no lugar saía cheia de ferrugem.
Muito gentis, todos eles.
Não demorou muito para que nós quatro fôssemos arrastados escada acima. Eu tinha tentado lutar contra eles, mas aquilo só serviu para Aric receber um soco no estômago que quase o fez vomitar o pedaço de pão miserável que tinha comido.
Primeiro, nos amarraram contra uma parede - eu, Bells no meio com Remus, e Aric na outra ponta. O pai de Aric estava no centro da sala de bailes imensa, com piso de madeira escura e muito elegante. Além de nós e do Nott Sr, havia apenas Rosier pai e Yaxley.
Uma reunião de família para a garota loira entre eu e Remus.
Aquilo não podia vazar de forma alguma.
- Eu imaginei que você viria, Aric. - Nott olhou o filho com desprezo. Havia certa semelhança entre os dois, ambos com cabelos escuros e um nariz reto e maçãs do rosto altas, mas o restante vinha certamente da mulher jogada no meio do salão, que olhava para Aric com expressão de terror. - Sua mãe estava aqui.
Aric não respondeu, olhando a mãe com uma expressão desesperada.
- Eu imagino que estes sejam seus novos amigos. - ele continuou vindo na nossa direção. - Um Potter, uma Black traidora do sangue, um Lupin. E onde está Evan Rosier? Regulus Black?
- Não é da sua conta. - Aric olhou o pai, erguendo o queixo.
- É uma vergonha para nossa família ver você andando com esse tipo de gente. - Nott passou os dedos pelos cabelos grisalhos. - E uma pena que seja meu único herdeiro. Vou ter que arranjar um outro. Sua mãe se recusa a me ajudar com isso. - ele olhou para nós e os olhos pousaram sobre Anabelle. - Essa aqui é bonita. - ele ergueu o rosto dela com a ponta da varinha. Bells lançou um olhar que prometia violência. - Mas não quero uma traidora do sangue. Já me casei com uma, não me casarei com outra. - ele girou nos calcanhares e olhou para a esposa. - Certo, querida?
A mulher não respondeu, se encolhendo de medo do homem.
- Uma pena que uma bruxa de uma família excelente e de sangue puro tenha esses pensamentos. - ele ponderou, girando a varinha entre os dedos. - Eu não a puniria, sabe, se não tivesse poluído os pensamentos do meu filho.
- Aric é a melhor coisa que saiu deste casamento. - a voz da mulher era fraca. Aric ainda a observava, mas eu me resignei a olhar para a dupla de comensais postados perto de nós.
Yaxley claramente tinha traços semelhantes ao de Anabelle. Os olhos de Rosier eram assustadoramente semelhantes e a expressão de desgosto e nojo eram idênticas ao que a garota tinha feito ao olhar para Nott Sr.
Sorte que eles eram burros. Sorte que não sabiam.
- Nisso nós discordamos. Não ganhei nada neste casamento. Minha esposa tem pensamentos inadequados, meu único herdeiro é um traidor do sangue. Gastei tempo e dinheiro mantendo você e educando o moleque.
- Se a libertar, ficarei. - Aric disse, a voz fraca. - Deixe-a ir embora, em segurança, e eu ficarei. Seguirei suas regras. Seguirei o Lorde das Trevas se desejar. Mas deixe-a ir embora e em segurança.
- Não! - a mãe gritou, apoiando o peso sobre os antebraços, os olhos iguais aos do filho cheios de desespero. - Eu não irei embora e deixar você aqui, com ele.
- Ah, não. Tarde demais para negociações. - Nott sacudiu a cabeça. - Ela não me disse nada que eu já não soubesse. Não tem mais serventia. - ele ergueu a varinha e, antes que pudéssemos gritar para que parasse, ele sorriu. - Avada kedavra!
Uma luz verde tomou conta do salão por um segundo. Em seguida, os gritos de Aric tomaram conta de tudo. Remus tentou se aproximar do amigo, em uma tentativa de acalmá-lo, de confortá-lo, mas com os braços e pernas presos, ele não pode fazer muito além de dizer que sentia muito.
Anabelle tremia ao meu lado.
Meu coração martelava com uma mistura de medo, ansiedade e fúria.
- Uma já foi. - ele acenou com a varinha, arremessando o corpo da mãe de Aric para um canto. - Agora, temos quatro novas fontes. - Nott sorriu e pousou os olhos sobre mim. - Você parece ser o mais velho. Vamos começar com você.
Primeiro, vieram os Crucios. Primeiro uma pergunta, a minha recusa em responder, seguido por uma maldição. Depois, começaram as maldições antes das perguntas, agora aumentando em quantidade até que eu estivesse fraco demais para respondê-las.
Como Sirius e Regulus tinham sobrevivido àquilo por tanto tempo?
Eu fui arrastado de volta e amarrado à parede. Foi, então, a vez de Remus - não usaram a Cruciatus nele. Mas, sinceramente, seria mais piedoso se o tivessem feito: Nott Sr mandou que Mulciber - finalmente ele deu as caras - trouxesse o "presente": uma loção com acônito em uma quantidade pequena demais para matar, mas o suficiente para causar queimaduras na pele de Remus.
Ele não disse nenhuma palavra sobre onde estávamos escondidos, quantos éramos, quem éramos.
Nada além de gritos e palavrões.
Então, foi a vez de Aric - é claro que deixariam Anabelle para o final. Aric que teve o dedo que carregava o anel da família arrancado com uma faca de prata. Aric que o pai, dizendo que já que ele amava tanto os trouxas seria torturado como um, o chicoteou até a camisa virar um monte de trapos.
Ainda assim, nenhuma informação saiu dos lábios dele.
Nada.
Aric foi arremessado para o lado de Remus, que gemia de dor. Anabelle foi arrastada pelos cabelos, arrancando um grito de protesto de nós três, nos voluntariando para tomar o lugar dela: sem sucesso.
A primeira pergunta foi sobre o pai - Anabelle recusou a responder, dizendo que se ele fosse amigo próximo, ele saberia. Um Crucio por aquilo. Um Crucio que ela aguentou bem, trincando os dentes e fechando os olhos com força, mas sem soltar um único grito de dor. A segunda pergunta foi sobre a mãe - recebendo a mesma resposta e sendo punida de acordo.
Cada Crucio contra a menina era um grito nosso para que parasse. Era um pedido de Aric para ser perdoado e cair nas graças dos pai desde que nós fôssemos liberados e deixados ir embora em segurança. Era um grito meu jurando vingança e prometendo que faria coisas piores a eles. Era um pedido de clemência de Remus, que dizia que aceitaria mais loção com acônito esfregada na pele desde que deixassem a amiga sair dali.
A primeira sessão acabou depois que eles aceitaram que Anabelle não diria absolutamente nada. Ela foi arrastada para o porão, junto com nós três e fomos todos jogados de volta ao escuro.
Já era noite, então.
Eu gemi de dor, pegando Anabelle no colo e a levando para o canto menos gelado da masmorra. Aric a cobriu e me ajudou a mover um Remus que gritava a cada toque, a pele vermelha e cheia de bolhas.
Nossa tortura tinha acabado, mas a dele seria contínua.
- Precisamos tirar parte dessa loção da pele dele. - Aric disse, a voz tão fraca quanto a minha.
- Molhá-lo agora só o deixará hipotérmico. - eu ponderei e Aric suspirou:
- Ele está absorvendo acônito enquanto conversamos. Podemos esquentá-lo, mas não temos antídoto para o veneno. - ele me lembrou. - Vou buscar água.
- E você? Ainda está sangrando… - eu comecei e ele trincou os dentes:
- Não é a primeira e nem será a última vez que ele faz isso. Posso lidar com a dor de chicotadas, mas não posso lidar com a dor de perder meus amigos. - Aric se levantou, ignorando o sangue que escorria pelas costas, e pegou um pedaço de cobertor, rasgando-o, e foi até o banheiro, cambaleante.
Que eles nos achassem em breve.
Eu não ia conseguir manter todos vivos nesse ritmo.
Remus gritou enquanto Aric pedia desculpas ao tentar tirar o máximo que podia da loção espessa de acônito sem se contaminar. A camada grossa tinha sido retirada, mas as regiões onde as bolhas se formavam eram sensíveis demais e Remus se debatia muito por conta da dor, já perto do delírio.
Nós decidimos deixá-lo quieto, depois que ele quase me acertou com uma cotovelada. Anabelle ainda dormia, os braços estremecendo com espasmos aleatórios. Nós cobrimos os dois e, enfim, Aric deixou que eu pelo menos o ajudasse com as feridas nas costas. Eu tinha uma camisa por cima da camiseta e ele aceitou vesti-la com a concessão que eu a colocasse novamente antes que os comensais voltassem.
Eu mal preguei os olhos, mesmo quando Aric disse que manteria a guarda. Anabelle acordou, com o rosto assustado, e o queixo tremeu quando viu onde estava e que não era um pesadelo, mas não chorou.
Estávamos presos.
E a runa no meu peito deixava claro que Electra estava em pânico tanto quanto eu estava. Ela devia saber, de alguma forma, o que havia acontecido comigo.
Eu só esperava que ela não sentisse as maldições que eu tinha sentido. Apenas meus batimentos cardíacos e sentimentos. Sem dor. Nada de ligação física porque eu não suportaria saber que ela sentia cada uma das maldições que tinham sido apontadas contra mim.
Estar ali com meus amigos já era péssimo. Cogitar que Electra sentia as maldições era quase insuportável.
Nós precisávamos sair daqui - Remus tinha sido torturado com um veneno que o mataria em breve e era o que estava em estado mais grave entre todos nós e eu sabia que tempo era chave para a sobrevivência dele, isso se ignorássemos a possibilidade de infecção nos ferimentos dele e de Aric.
No meio de tantos pensamentos, tantas ideias que eu mesmo descartei, eu acabei caindo no sono.
Anabelle me acordou pouco depois do amanhecer:
- Tem pão. - foi tudo o que ela disse. Eu passei a mão pelo rosto, mes músculos rígidos da tortura de poucas horas atrás.
Bells dividia o pão em quatro partes iguais, uma das quais Aric comeu com voracidade. Remus recusou comida, de início, mas a garota o convenceu a comer alguns poucos pedaços endurecidos. Eu comi meu pão com parcimônia, sem saber quando seria a próxima vez que iríamos ser alimentados. Ela conjurou água mais uma vez, a única coisa que Remus aceitou de fato antes de se recostar na parede e fechar os olhos.
- Ele já está ardendo de febre. - Anabelle sentou ao meu lado, enquanto eu mantinha meu olhar na porta de ferro que nos separava dos comensais. - E vi pus em uma das bolhas.
- E Aric? - eu perguntei, depois de entender o peso das palavras da garota.
- Não está mais sangrando, mas as feridas nas costas estão horríveis. Irá render um bocado de cicatrizes para ele. - ela olhou a porta precária do banheiro no qual Aric tinha se enfiado há alguns minutos. - Remus...
- Eu sei. - eu respondi, suspirando. - O acônito irá começar a nos dar mais problemas em breve. Consegue usar seu colar? - eu abaixei ainda mais o tom de voz.
- Posso tentar... - ela começou, mas a portinha foi aberta com um estrondo. Aric saiu correndo do banheiro, as mãos úmidas da água enferrujada. Eu fiquei de pé e tomei a frente do grupo, encarando Nott Sr.
- Você, venha. - ele apontou para mim. - Já que não falam juntos, talvez separados seja mais fácil.
Eu não movi e Nott apontou a varinha para Bells:
- Venha ou ela irá sofrer pela sua insolência, rapaz.
Eu não precisei de outro incentivo.
ELECTRA ADHARA BLACK
- Irão matá-los. - eu murmurei para Evan. Naquela noite, eu tinha sido medicada depois do ciclo de Crucios que James tinha sofrido.
- Não se chegarmos lá antes. - ele virou uma página de um livro de runas, procurando uma forma de interromper esse fluxo intenso que ligava James a mim.
Eu seria imprestável em batalha dessa forma.
- Ele está assustado e com fome. - eu continuei e Evan olhou para mim. Ele me fazia companhia no meu quarto, sentado em uma poltrona fofa enquanto eu estava enfiada embaixo dos cobertores sob efeito de diversas poções. - James nunca tem medo. Não assim.
- Às vezes ele nunca te contou.
- Talvez. Mas é difícil esconder o terror puro. E a dor e fome. - eu desviei os olhos. - E só sei sobre ele. Os outros devem estar da mesma forma.
- Daremos um jeito. - Evan acariciou meus cabelos. - Durma mais um pouco. Caradoc e os gêmeos foram à caça. Al e Cyg estão junto deles e o restante de nós está fazendo o que pode.
- Encontre uma forma, Evan. - eu olhei o garoto. - Nem que dure algumas horas. Só o suficiente para que eu os encontre.
- Irei. Durma.
Eu acordei pouco depois do amanhecer, com a sensação de água enchendo meus pulmões. Eu não estava me afogando, mas a sensação era de que eu estava afundando em um lago e, independente do quanto eu me debatesse, eu simplesmente não conseguia emergir.
Evan ficou desesperado - ele tentou diversos Anapneo até que eu conseguisse respirar: mas eu sabia, no fundo, que não tinha sido o feitiço dele e sim que tinha parado de tentar afogar James.
- Isso está se tornando insustentável. - Sirius sacudiu a cabeça, ele e Evan sentados um de cada lado, me consolando enquanto eu ainda puxava o ar para dentro com força.
- Que bom, então, que eu encontrei a resposta. - Regulus marchou para dentro do meu quarto. - Não vamos desfazer a sua runa, Electra, só vamos deixá-la menos sensível temporariamente. O suficiente para que você possa encontrar James e irmos buscar os quatro.
- E como eu faço isso? - eu olhei meu tio-avô, meu rosto ainda molhado de lágrimas por conta do esforço de tentar respirar.
- Oclumência. - ele respondeu, com simplicidade, jogando o livro aos meus pés. - Essa runa ligou vocês de forma irreversível e muito intrincada, mas você e James tem uma conexão diferente por causa da Legilimência dele. Isso é o que está acontecendo.
- Perdão?
- É como se… A Runa no seu peito e de James formasse uma ponte entre suas mentes. Vocês, talvez, não consigam se comunicar em situações comuns, mas em situações de risco iminente de morte, vocês sentem o outro. - Regulus sentou aos pés da minha cama. - Então, use sua oclumência e diminua a influência da Legilimência de James sobre você.
Eu pisquei.
Não podia ser tão simples assim.
- Mas eu não vou perder… - eu comecei e ele sacudiu a cabeça:
- Pelo o que eu li, não. Vocês continuarão ligados, saberão o que o outros está passando, mas não nessa intensidade. Não dá para você ficar de cama quando ele está sendo atacado e o mesmo serve para ele. - Regulus respondeu, sério. - Encoste a porta com Oclumência e, depois, tome um bom banho, coma e nos encontre na sala de estar. Vamos desenhar um plano.
Antes que eu pudesse responder, Regulus passou pela porta do quarto e sumiu da visão.
- E eu tentando achar uma forma de tirar essa runa de você. - Evan passou a mão pelo rosto.
- Faça a gentileza e use sua oclumência, Els. - Sirius suspirou. - E vá tomar um banho. Não tranque a porta. - ele disse e depois riu. - Ou tranque. Eu derrubo aquela coisa com um feitiço.
- Grite se precisar. - Evan deu tapinhas no meu joelho e eu suspirei, fechando os olhos e subindo minhas proteções sobre a minha mente.
Eles não passariam de hoje onde quer que estivessem. Então, era melhor eu me apressar.
Caradoc e os gêmeos não tinham expressões alegres: o único rastro continuava sendo aquele que ia do casebre até o local onde encontraram os restos da Horcrux. Eles apagaram o rastro mágico, tentando evitar que Voldemort descobrisse caso decidisse fazer uma visita à casa da família.
- E agora?
- Minha aposta ainda está na Mansão Nott. - Pontas tinha os braços cruzados e o quadril apoiado contra o parapeito de uma das janelas da sala.
- A minha também. - Lily concordou e voltou os olhos para mim. - Sentiu mais alguma coisa?
- Só… Eu sei o que está acontecendo, mas não estou vivenciando mais. - eu passei a mão pela runa coberta pelo vestido preto espesso que tinha escolhido para o dia.
Gastar tempo me arrumando enquanto pensava em alguma saída, alguma forma de resgate, era a única coisa capaz de me manter minimamente sã.
Não era nada fácil sentir James se afogando e sendo queimado e não ser capaz de fazer nada.
Então, enquanto eu pensava, eu escolhia a roupa para o dia com calma, fazia minha maquiagem e meu cabelo pensando em cada detalhe que poderia me ajudar, em cada coisa mínima que talvez fizesse diferença.
- Eu gostaria que me levassem até lá. Ao casebre, digo. Talvez eu possa sentir o rastro dele com mais facilidade. - eu continuei.
- Eu já o apaguei. - Caradoc lembrou.
- Ela sentiu ele sendo afogado. - Gideon lembrou. - Talvez ela sinta a magia dele.
- Talvez. - Fleamont cedeu. - Alguma ideia além de invadirmos um possível quartel general de Você-Sabe-Quem?
Nós nos entreolhamos, mas ninguém teve uma resposta. Cygnus parecia sedento por sangue, os braços cruzados na altura do peito, as vestes bruxas o deixando muito parecido com nosso pai para me trazer tranquilidade: seja lá o que ele estivesse planejando, eu não entraria no caminho dele.
Alvo não estava muito diferente: ele também estava usando as vestes de batalha que Euphemia havia nos presenteado quando fomos à Grimmauld Place, o relógio dourado brilhando no punho, ainda sem colocar as luvas como havia sido instruído a fazer.
Talvez ele tivesse esperança de receber alguma mensagem da minha irmã via Feitiço Proteu.
- Bem, suponho que não. - Fleamont passou a mão pelo rosto. - Electra, querida, alguma novidade?
- Não está mais sendo afogado, mas está desesperado. - eu pousei a mão sobre a runa. - Ansioso e muito preocupado. Alguém deve estar muito ferido. Ou, talvez, ele acredite que não vamos chegar a tempo. Ou que não irá conseguir escapar.
- Chegaremos a tempo. - Alvo disse, olhando para mim. Agora, mais do que nunca, ele parecia o irmão e o pai: olhos resolutos, voz firme e sem um traço de sarcasmo na voz.
Pura e simplesmente apavorante.
Assim como eu faria com Cyg, eu não entraria no caminho de Al de forma alguma. E incentivaria os demais a fazer o mesmo. Uma coisa era mexer com James e comigo, outra era provocar os nossos sonserinos.
Havia um motivo pelo qual Alvo havia encontrado aquela azaração que deu uma sarna terrível a Mulciber e não era porque ele era adorável e cheio de piadas.
Não se mexia com a família e amigos de James - mas, apesar de protetor, ele sempre nos deixava lidar com nossos problemas por conta própria. Mas, em hipótese alguma, se olhava torto para família e amigos de Alvo, que era conhecido por sua natureza divertida e amigável, mas que escondia uma face muito vingativa e maliciosa.
Então, quem quer que encontrasse meu cunhado estava fodido das mais diversas formas e parte de mim ressentia que não poderia assistir ao show com um pote de pipoca e refrigerante trouxa.
- Vamos planejar. - Cygnus disse, sério, fazendo com que todos nós o olhássemos. - E vamos sair ao anoitecer. Antes, se Els perceber necessidade para isso. - ele deu passos largos para a mesa de centro, fazendo com que o mapa no pergaminho agora se transformasse em uma versão flutuante e em 3D.
Ninguém discordou.
O dia se passou rapidamente. Todos focados em tentar uma forma de encontrar os quatro integrantes desaparecidos. Cyg, Al e eu éramos três amontoados de ansiedade e preocupação - eu tinha sido dada mais uma poção calmante quando senti James ser torturado novamente.
Como ele ainda estava vivo eu não sabia, mas não iria reclamar ou questionar. Desde que todos estivessem vivos, nós poderíamos manejar o restante.
- Está anoitecendo. - Cygnus sentou ao meu lado. Eu tinha subido para colocar as vestes de batalha, incluindo as luvas, e estava sentada perto da janela, no meu lugar favorito, com a varinha no colo. - Logo iremos. Acha que vai conseguir sentir James?
- Talvez. - eu ponderei. - Se estou sentindo cada sentimento dele, acredito que sim.
- Certo. - Cyg passou a mão pelo rosto. - Deveríamos ter enviado uma equipe maior.
- Deveríamos, mas agora já é tarde para isso. Não repetiremos o erro. - eu fui firme com meu irmão. - Escute, Cyg… - eu dizia quando Alvo deu um grito do outro lado do salão. Eu pulei de pé, meu coração acelerando imediatamente. A runa no meu peito se encheu de esperança exatamente quando Alvo falou:
- Anabelle respondeu. - ele soou quase engasgado. - Diz Nott.
- Eles estão na Mansão. - Evan ficou de pé imediatamente. - Mudança de planos. Iremos diretamente para lá. Sr. e Sra. Potter, se puderem trazer os quatro para casa assim que possível…
- Iremos. Gideon e Fabian irão nos ajudar. - Euphemia ajustou as vestes bruxas com o rosto cheio de determinação. - Vamos?
- Vamos. - eu fiquei de pé e saí na frente dos outros. - Aparataremos na floresta. De lá, seguiremos para a Mansão. Eu lido com quem quer que esteja no portão.
- Electra… - Fleamont começou e eu abri a porta da casa:
- Sem discussão. Vamos.
Eu aparatei com Al e Cyg no meio de uma floresta claramente bruxa, o que seria reconfortante - se não exalasse magia negra. Eu olhei em volta e meu estômago afundou: ali estava a jaqueta que James estava usando quando foi à Little Hangleton. Alvo marchou até a peça de roupa e a ergueu:
- Sem sangue.
- Não sei se é reconfortante ou não. - Lily segurava a varinha com firmeza. Eu sacudi a cabeça:
- Foi aqui que eles foram pegos. - eu olhei para oeste, onde sentia a magia de James. - Por ali. - eu segui o caminho, enquanto minha magia praticamente pulava de alegria em sentir a magia de James novamente.
Era como se um dia fosse demais para que se separassem. E, para ser sincera, era. Principalmente nessas circunstâncias. Eu andei com a varinha em punho, lançando partes da minha magia à frente, procurando por oponentes e ignorando o cheiro adocicado das plantas venenosas ao meu redor.
Os Nott não só tinham construído uma Mansão, mas também um forte de aparência inofensiva para qualquer desavisado - principalmente trouxas. O cheiro de acônito enchia meu nariz e, apesar do inverno, as flores coloridas eram muito chamativas - claramente estimuladas por magia.
Minhas botas faziam pouco barulho na terra molhada, mas não congelada, como se tivesse sido aquecida de forma não-natural. Minha magia me alertou antes que meus sentidos o vissem: havia alguém à minha esquerda, pronto para me azarar. Eu apontei a varinha e, com um feitiço silencioso, derrubei o primeiro comensal-da-morte da noite: Snape.
Cygnus fez questão de erguer o garoto inconsciente e esmurrar a cara dele para deixar o nariz ainda mais torto. Alvo o amarrou à uma árvore, deixando-o também amordaçado.
- Voltaremos para esse desgraçado depois. - a voz de Alvo não tinha um pingo de emoção. - Vamos.
Ninguém discutiu, seguindo Al, Cyg e eu conforme eu praticamente via o rastro de magia dourada de James, fraca, mas ainda ali, me levando até quatro das pessoas mais importantes para mim estavam.
Todo e cada um dos comensais envolvidos seriam punidos de acordo.
Se havia algo que papai e eu concordávamos plenamente era que nossa família era fora de limites para qualquer um - e todos aqueles quatro eram família.
Aric sempre dissera que eu tinha muito dos Black, mas hoje eu deixaria todo o ódio e ressentimento livres para ditar como eu agiria quando chegasse à mansão. Não havia mais nenhum comensal-da-morte escondido na floresta quando chegamos à orla, ainda escondidos pelas sombras das árvores. Dois comensais mantinham guarda no portão principal da Mansão - um deles ainda se coçando horrores.
Mangy Rat Mulciber.
Aquele filho da puta estava envolvido de novo com a minha família.
- Irei na frente. Sou parecida o suficiente com Belatriz para enganá-los no primeiro momento. - eu puxei o capuz para cima da cabeça, tampando meu rosto. Caradoc tentou argumentar, mas eu o encarei. - Minha família é fora de limites. E eu consigo lidar com aqueles dois sem problema algum.
Eu marchei para fora da floresta, ignorando o olhar alarmado de ambos os comensais-da-morte jovens que mantinham guarda no portão.
Pela primeira vez na vida, eu fiquei alegre em ter traços quase que exclusivamente Black. A distância eu facilmente poderia ser confundida com a prima de meu avô.
- Boa noite, Lady Lestrange. - Mulciber disse, polido. Eu apontei a varinha para ele, sob as vestes:
- Imperio. - eu murmurei. Mulciber agora tinha apenas um olho, que ficou opaco imediatamente. Eu apontei a varinha para MacNair, repetindo o feitiço.
Ambos os garotos estavam parados, sem mover um único músculo. Eu acenei para que os outros se aproximassem, enquanto ordenava que MacNair e Mulciber se sentassem no chão, perto de uma das pilastras. Alvo não perdeu tempo amarrando os dois e os amordaçando.
- O que você fez? - Evan segurou meu cotovelo, sério. - Eles parecem…
- Fiz o que precisava ser feito. Eles ficarão quietos até a próxima ordem. - eu me soltei do meu avô, que trocou olhares preocupados com Sirius.
Ao inferno com as consequências.
Eu esperei que todos passassem pelos portões, mantendo os olhos nas janelas, mas não havia ninguém. Quem quer que estivesse lá dentro, não imaginava que iríamos chegar agora. Ou então que não seriam avisados caso alguém desse as caras.
Foi maravilhoso entrar na Mansão pela porta da frente. Uma garota loira, com o rosto em formato de coração, estava sentada no sofá, acompanhada por outras duas mulheres. As três ergueram a cabeça, franzindo a testa, mas a menina se levantou:
- Lady Lestrange. - a voz era a mesma que eu tinha ouvido nas memórias de Evan.
Alyssa Yaxley.
Minha avó.
Meu coração afundou e eu ergui o rosto, apontando a varinha para ambas as mulheres atrás dela rapidamente e conjurando, de novo, a Imperius.
Elas piscaram, ficando de pé, e foram até Sirius e Evan, que as amarraram e esconderam dentro de um armário. Alyssa permaneceu imóvel, olhando meu avô amarrar a própria mãe:
- Ev…
- Um minuto. - ele colocou um dedo sobre os lábios, pedindo silêncio. Eu abaixei o capuz, olhando em volta:
Era uma bela mansão, com a iluminação muito semelhante às masmorras de Hogwarts e a Grimmauld Place, mas muito elegante, com chão de pedra escura (mármore, talvez?), e paredes decoradas com o que eu sabia ser objetos familiares.
- Você deve se esconder. - eu olhei Alyssa, dando um passo na direção dela. A garota deu um passo atrapalhado para trás. - Não vou machucar você. Só quero saber onde os outros estão. E quantos são.
- Apenas três. Meu pai, o Sr. Nott e o Sr. Rosier. - ela gaguejou, falando baixinho. Evan se aproximou e segurou o rosto dela entre as mãos:
- Se esconda. Virei buscar você quando for seguro. - ele beijou a testa dela com carinho.
- Está com Belatriz agora? - ela soou horrorizada. - Ela é…
- Ela não é Belatriz. - Evan garantiu. - Confie em mim. Ela é… Família. - foi tudo o que ele disse, beijando a garota com carinho. - Vá se esconder.
Ela não precisou de outro incentivo, andando com pressa para fora da casa. Aonde quer que ela estivesse indo, ela sabia que meu avô a encontraria.
- Suponho que esta seja sua avó. - Lily murmurou atrás de mim. Eu acenei que sim:
- Sim, é. - eu olhei em volta, pensando qual rota tomar primeiro, mas um grito agudo fez meu estômago afundar.
Anabelle.
Alvo passou na minha frente, seguido de perto por Cygnus, correndo escada acima com as varinhas empunhadas. Eu os segui, com Sirius e Evan me flanqueando enquanto os outros nos seguiam.
Anabelle estava no salão de bailes no primeiro andar, jogada sobre o chão de madeira polida, gritando e se retorcendo, enquanto eu escutava James e Aric gritando para pararem. Remus estava largado ao canto, inconsciente.
- Crucio! - Alvo urrou, apontando a varinha para o homem que era claramente o pai de Aric. Yaxley e Rosier se viraram para nós, enquanto Nott se retorcia no ar, com a boca aberta em um grito silencioso.
Eu definitivamente não queria estar contra Alvo agora.
Cygnus optou por atacar Yaxley, nosso bisavô, mas não antes que ele tocasse a Marca Negra. Rosier me escolheu como oponente, enquanto eu ordenava para que os outros soltassem James e Aric da parede e tirassem Anabelle e Remus dali - eles eram os mais frágeis agora.
Se Rosier achava que eu cederia facilmente às maldições atiradas por ele, ele de fato não conhecia o próprio filho, de quem eu herdara grande parte do meu temperamento e paciência.
Eu podia ter as feições Black, mas como papai dizia, minha alma era inteiramente Rosier e isso se mostrava justamente quando era mais necessário e mais perigoso.
Rosier não ficou nada feliz quando eu mirei uma Maldição da Morte nele, errando por poucos milímetros.
- Não se suje a esse ponto! - Evan gritou atrás de mim. - Há outros. Tirem os quatro daqui! - ele ordenou aos Prewett, que, a contra-gosto, obedeceram o garoto, enquanto nós duelávamos com os comensais-da-morte na Mansão, fossem os torturadores originais, fossem os recém-chegados.
Apesar de não ser muito fã de seguir ordens quando estava irritada, eu obedeci meu avô: realmente não valia a pena despedaçar a minha alma por aquele filho da puta do pai dele. Então, um Estupefaça bem mirado o acertou no peito e, infelizmente, ele foi arremessado pela janela até os jardins.
Uma pena, realmente.
- Você é terrível. - Evan quase rosnou para mim, as costas ainda coladas nas minhas.
- Perdão pelo seu pai.
- Ele merece.
- Então por que está reclamando? - eu me queixei, amarrando um comensal desconhecido e o atirando contra uma parede.
Uma das maiores vantagens da Magia Ancestral era que eu, que já tinha certa habilidade com magia não-verbal, agora era excelente nela.
Isso me comprava segundos preciosos o suficiente para chegar até James, depois que Fabian sumiu no ar com Anabelle nos braços.
Uma estava segura.
Faltavam os outros.
- Onde está minha varinha? - James rosnou, quando eu o soltei dos grilhões de ferro que o seguravam contra a parede.
- Vá para casa. - eu dei as costas para ele, acertando um Imperio muito bem mirado em Rabastan Lestrange, que agora duelava com o próprio irmão.
Um duelo bem sujo, diga-se de passagem.
- Eu não vou deixar você aqui. - James se manteve atrás de mim. - Conjure minha varinha, Electra. Eu tenho contas a acertar aqui.
Tudo bem.
Tudo bem.
- Fique perto de mim. - eu cedi, conjurando a varinha de James com um feitiço mudo. Em seguida, ele estava à minha esquerda, duelando com outro comensal-da-morte encapuzado, ignorando veementemente o sangue que vertia das costas dele.
Nós conversaríamos sobre isso depois.
- Ele está aqui. - Aric derrapou até onde James e eu estávamos. - Precisamos dar o fora.
- Você dê o fora com os outros. - James retrucou, acertando um Estupefaça em uma comensal mulher.
Ele jamais jogaria sujo como eu tinha feito.
- Remus já foi levado por Gideon. - Aric respondeu, se esquivando de uma azaração. Eu apontei a varinha para o agressor, acertando-o com outro feitiço mudo e o jogando para fora da mansão via janela.
- E você vem comigo. - Caradoc surgiu do lado de Aric e, antes que o Nott pudesse discutir, eles sumiram no ar.
Ele bem que podia fazer isso com James.
O salão foi preenchido por um grito de agonia de um homem. Eu fui incapaz de impedir o reflexo de olhar para a origem do som: Fleamont segurava Euphemia nos braços. À frente deles, Voldemort encarava o casal de idosos. Antes que eu pudesse dar um passo na direção do Lorde das Trevas, Voldemort ergueu a varinha mais uma vez e, dessa vez, foi Fleamont que desabou no chão.
Morto.
Fleamont e Euphemia estavam mortos.
Meu coração que já estava prestes a explodir de tanta adrenalina se encheu de tristeza e, depois, de ódio.
Como ele ousava matar minha família?
Eu, finalmente, dei um passo na direção de Voldemort, mas Lily e Pontas apareceram antes de mim: ambos com as varinhas em punho e com os rostos resolutos.
Ele pagaria por ter assassinado os Potter.
Eles entraram em um duelo intenso, mas eu tive que desviar meus olhos da situação. James se jogou sobre mim, me tirando da mira de um feitiço que explodiu a janela atrás da minha cabeça.
- Filho da puta. - ele cuspiu, se levantando em tempo recorde para alguém recentemente torturado, e entrou em um duelo com outro bruxo.
Foi Belatriz, depois, que me desafiou. E, que divertido foi, quando ela se deu conta que eu não recuaria e que estávamos no mesmo nível de treinamento em magia marcial: ela não era a única Black altamente treinada naquele lugar.
Eu não sabia onde estavam os outros, não via nada além de Belatriz e Rodolphus, que tinha se juntado a ela numa tentativa de me fazer recuar - ambos sem sucesso.
A única pessoa que eu conseguia localizar era James: ele se mantinha à minha direita, imóvel e impassível, duelando com um comensal atrás do outro, sem recuar, sem se rebaixar ao nível deles. Ele jogou um homem pela janela, parecendo hesitar depois do feito, mas decidiu se juntar a mim para tirar Belatriz e Rodolphus do jogo.
Se eles queriam duelar em casal, nós duelaríamos em casal.
Uma pena que, quando James quase acertou um Confringo no homem, ambos olharam para onde Voldemort se encontrava, ainda duelando com Lily e Pontas e sorriram para nós dois antes de aparatar.
Assim como todos os outros comensais e, por último, Voldemort.
Aquele covarde.
Eu não segurei o grito de ódio que saiu do fundo da minha garganta, agora que estávamos sozinhos - apenas os membros da Ordem da Fênix.
Nenhuma magia protegeu as janelas de se explodirem logo depois.
JAMES SIRIUS POTTER
As pernas de Electra não suportaram o peso dela depois que as janelas explodiram, jogando vidro para todo lado e ferindo todos os nossos aliados e ela mesma.
Foi um esforço descomunal segurá-la.
- ONDE ELE ESTÁ?! - Electra gritou, se soltando de mim logo depois, dando um passo trêmulo para onde Lily e Pontas seguravam os corpos dos meus bisavós. - ONDE ESTÁ AQUELE DESGRAÇADO?!
- Ele fugiu. Como sempre faz. - Alvo cuspiu no chão, se aproximando de nós. Ele parou quando viu os corpos de Euphemia e Fleamont. - Ele não fez isso.
- Ele fez. - eu trinquei os dentes. - Onde estão os outros?
- Com Fabian e Gideon na Mansão Potter. - Caradoc mancou até nós três. Cygnus o seguia de perto, os olhos ainda cheios de fúria. - Seguros e estáveis.
- Precisamos fazer uma varredura… - Electra se virou e Caradoc ergueu uma mão, interrompendo a garota:
- Eles deixaram qualquer um caído e capturado para trás. Evan foi atrás de Alyssa. - ele olhou a garota e, depois para a entrada do salão. Evan retornava, com uma garota tão baixa quanto Electra e os olhos aterrorizados. Ele tinha o braço esquerdo em torno da garota e a mão direita ainda empunhava a varinha, procurando por qualquer perigo iminente.
- Vamos levá-los para casa. - Sirius se juntou ao grupo, os olhos cheios de tristeza, mas ainda sem uma lágrima derramada. - Precisamos decidir nossos próximos passos.
- Vou juntar os comensais e entregá-los aos aurores. - Cygnus girou nos calcanhares e foi seguido de perto por Alvo. - Encontro vocês em casa.
- Leve Euphemia e Fleamont para casa, Caradoc. - eu olhei o bruxo mais velho. Electra ainda fervia de raiva, os olhos cinzas mais tempestuosos do que eu jamais vira. - O que quer fazer? Além de buscar vingança.
- Vamos tirar a Mansão Nott do mapa de Quartel General deles. - ela me encarou. - Desça comigo e vamos nos preparar para fazer o Fidelius.
- Quem são eles? - Alyssa perguntou, olhando Evan, que desviou o olhar:
- Eu explico depois. Precisamos levar o Potter e a Evans com a gente. - ele disse, gentilmente, as bochechas levemente coradas. - Você. - Evan apontou para Els. - Depois discutiremos seu uso imprudente de Maldições Imperdoáveis.
- Só vão me pegar se você abrir o bico. - Electra disse, seca. - Leve-os para casa. James e eu iremos depois de garantir que estão todos fora daqui e em segurança. Eu serei a Fiel do Segredo.
- Vai colocar esse lugar sob o Fidelius? - Evan olhou a neta que assentiu:
- Um lugar a menos para eles se reunirem em segurança. E eu quero acesso a essa biblioteca, já que você me proibiu de entrar em Grimmauld Place de novo.
- Foi você que fez aquilo? - Alyssa encarou a garota, assombrada. Els sorriu:
- Não estava sozinha. Vá com ele. Contaremos tudo a você depois. - ela ergueu o queixo. - Andem. Não temos muito tempo e ainda há risco de retornarem. Deem o fora daqui.
Nenhum deles precisou de segunda ordem e eu segui Electra para o andar inferior.
Nós tínhamos muita coisa a conversar - em um dia e meio ela havia aprendido e dominado Maldições Imperdoáveis, iria conjurar um Feitiço Fidelius em uma Casa Ancestral que não pertencia a ela e, aparentemente, ainda tinha planos de contar à avó sobre a própria existência.
- Quando chegarmos em casa e resolvermos essa bagunça - eu segui a Black de perto. - nós vamos conversar sobre aquele Avada que você conjurou.
- Ele mereceu.
- Ele merece morrer, concordo, mas você merece manter sua alma intacta.
- Discutimos isso depois. - Electra foi firme. - Vamos fazer o que precisamos fazer e dar o fora daqui. Pontas precisa de nós.
Eu não precisei olhar duas vezes para concordar: Pontas chorava sobre o corpo dos pais, com Lily fazendo carinho nas costas dele, em silêncio.
- Depois. - eu concordei, seguindo Electra Mansão Nott afora.
Nós tínhamos muitas tarefas a fazer.
