Em um mundo onde a bomba atômica de Hiroshima desencadeou mutações genéticas em parte da população japonesa, surgiram seres com habilidades sobre-humanas. Essas mutações se espalharam lentamente ao redor do mundo, resultando em 30% da população global desenvolvendo poderes extraordinários. No entanto, essa nova realidade trouxe consigo uma sociedade dividida, onde os humanos comuns veem os mutantes com medo e desconfiança, levando a um profundo preconceito.
Desde o final da Segunda Guerra Mundial, os governos ao redor do mundo passaram a monitorar e controlar a população mutante, estabelecendo leis rígidas que proíbem o uso de poderes em público e restringem os mutantes a viverem vidas normais. No Japão, onde tudo começou, a situação é ainda mais intensa. A sociedade japonesa e de todo o mundo criou um sistema militarizado onde mutantes são treinados em escolas especiais para servirem como forças de elite do país, usando seus poderes para proteger a nação, mas nunca para seu benefício pessoal.
O sol estava começando a se pôr sobre a Escola Militar de new york, lançando sombras longas e escuras pelos corredores de concreto cinza. Marley caminhava silenciosamente pelo campus, os pensamentos flutuando em sua mente enquanto seus passos ecoavam no chão duro. A escola era um lugar de disciplina rígida e expectativas implacáveis, onde os jovens mutantes eram moldados para servir comoarmas do governo. Mas, para Marley, cada dia ali parecia um fardo, um lembrete constante do poder que ele carregava e do preço que tinha que pagar para usá-lo.
Marley tinha o poder de manipular as regras físicas e não físicas da realidade, mas sempre a um custo. Se ele desejava ficar intangível, ele também perdia a capacidade de atacar. Se desejava aumentar sua força, perdia um pouco de sua sanidade. E em um lugar como a Escola Militar de new york, onde ser o mais forte era a única maneira de sobreviver, o poder de Marley era tanto uma bênção quanto uma maldição.
Enquanto caminhava, seus olhos captaram a figura de Tabita Corazon, encostada em uma parede próxima. Ele a via como uma rival apesar que desde que ela chegou nessa escola muita coisa mudou e se ele quer completar seu objetivo precisa de aliados. Ela estava concentrada, os olhos fixos em um pedaço de metal flutuando no ar à sua frente, girando lentamente sob seu controle. Tabita era conhecida por sua habilidade de manipular metais, um poder que ela usava com uma precisão assustadora. Marley sabia que ela era uma das estudantes mais fortes da escola, mas havia algo em seu olhar, algo que revelava mais do que apenas ambição.
Marley hesitou por um momento, considerando se deveria abordá-la. Ele não era do tipo que fazia amigos facilmente. Seu poder o isolava, e o ambiente competitivo da escola apenas intensificava suarelutância em se aproximar dos outros. Mas havia algu em Tabita que o intrigava.
"Você sempre treina sozinha assim?" Marley finalmente perguntou, rompendo o silêncio.
Tabita levantou os olhos, surpresa por um momento antes de dar de ombros. "A melhor maneira de ficar forte é praticando", respondeu ela. "Aqui, ninguém vai te ajudar. E se você não for forte o suficiente, vai ser engolido por alguém que é."
Marley se aproximou, observando o metal flutuar no ar. "Você já pensou... por que estamos fazendo isso? Por que precisamos ficar mais fortes? O que ganhamos com isso?"
Tabita franziu a testa, deixando o metal cair ao chão com um estalo. "Ganhamos respeito, poder, segurança. É assim que o mundo funciona, Marley. Se você não for forte, você será esmagado. Aqui na escola, ou lá fora."
Marley balançou a cabeça lentamente. "Mas a que custo? Cada vez que uso meu poder, perco uma parte de mim. Fico pensando se realmente vale a pena."
Tabita ficou em silêncio por um momento, seus olhos estudando Marley com uma curiosidade que ela raramente mostrava. "Seu poder... ele é diferente. É perigoso. Mas também é poderoso. Talvez você tenha que encontrar seu próprio equilíbrio, Marley. Não deixe que a escola ou qualquer outra pessoa dite como você dove usar cous done"Marley sorriu levemente, apreciando a honestidade em suas palavras. "E você? Não sente que estamos sendo usados? Como peões em um jogo maior?"
Tabita desviou o olhar, encarando o horizonte. "Claro que sim. Mas não sei se temos outra escolha. Este lugar... é tudo o que temos. E se sairmos, o que mais nos resta? Um mundo que nos teme e nos odeia?"
Marley ponderou suas palavras. Havia uma verdade amarga no que ela dizia, mas ele não podia deixar de sentir que havia mais. Algo além das paredes da escola, algo que ainda não entendia completamente.
"Talvez devêssemos descobrir," disse ele, quebrando o silêncio novamente. "O que há além deste lugar. Talvez não precisemos seguir as regras deles para sempre."
Tabita olhou para ele, um lampejo de algo novo em seus olhos - talvez esperança, talvez dúvida. "Você está sugerindo que devemos nos rebelar? Contra a escola? Contra o governo?"
Marley deu de ombros. "Não sei. Mas acho que precisamos começar a pensar por nós mesmos. Entender o que realmente queremos, e não o que eles querem que sejamos."
Tabita ficou em silêncio novamente, suas mãos apertando levemente enquanto considerava as palavras de Marley. Por um breve momento, uma conexão se formou entre eles, uma compreensão compartilhada de que, apesar de suas diferençasambos buscavam algo mais do que simplesmente sobreviver.
"Talvez você esteja certo," admitiu ela finalmente. "Mas se formos fazer algo assim, precisamos ser inteligentes. Eles estão nos observando o tempo todo. Um passo em falso, e estamos acabados."
Marley assentiu, reconhecendo o perigo. "Então, começamos devagar. Observamos, planejamos. E quando for a hora certa, fazemos nosso movimento."
Tabita concordou, um novo propósito surgindo em seu olhar. "Estamos nisso juntos, então?"
"Sim," respondeu Marley, sem hesitar. "Estamos juntos."
E assim, uma aliança improvável começou a se formar entre os dois, enquanto Marley e Tabita navegavam pelos perigos da Escola Militar de new york, buscando um caminho para a liberdade que tanto ansiavam, sem saber que suas ações colocariam em movimento eventos que mudariam o destino de todos os mutantes.
